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sábado, março 15, 2014

Capítulo 24

-Eu estou? –Fingiu inocência e pôs a mão na parte detrás da calça que usava. Percebeu que Vanessa estava tensa e apertou a cintura dela levemente como se para acalmá-la. –Eu devo ter esquecido de tirar. É que ontem eu trabalhei com essa calça e só tive tempo de tomar um banho e ir encontrar vocês.
-Ah, sim. Você está com uma aparência cansada mesmo, mas eu não quis comentar. –Alexandra disse com meio sorriso. –Mas está bonito do mesmo jeito. Posso ver?
-Ver o que? –Ele perguntou desconfiado.
-A arma. Eu quero vê se consigo identificar. Eu estou vendo um seriado policial e eles falam muito sobre armas.
-Eu acho que você não vai conseguir identificar. –Disse olhando Enzo de rabo de olho. –Esse seriado com toda a certeza é americano, diferente do meu armamento.
-Mas me deixa vê. –Pediu erguendo a mão e Zac mexeu na orelha e depois no cabelo nervoso.
-Ela não está montada.
-Mas mesmo assim eu quero vê.
-Acredito que nem todos vão ficar a vontade.
-Fechem os olhos. –Alexandra disse com a mão ainda erguida. –Eu quero vê, por favor. Você mesma disse que não está montada. –Ele suspirou e mexeu no cabelo de novo.
-Ok, ok. –Disse apertando a cintura de Vanessa como se pedisse ajuda.
-Eu não quero vê. –A morena disse. –Eu já disse que não gosto que você fique armado perto de mim.
-Só um pouquinho, Vanessa. –Alexandra pediu.
-Alexandra, por favor. Eu tenho pavor dessas coisas e você sabe disso. Eu não tenho uma relação nada boa com essas coisas mesmo sem nunca ter visto uma de perto, imagine se eu vê.
-Eu sei que isso te incomoda por culpa do passado, mas eu só quero vê. Só um pouquinho, ok?
-Só um pouquinho e nada mais. –Disse vencida. Alexandra ia ficar perseguindo Zac caso ela negasse. –Amor, mostra. –Disse tapando os olhos com as mãos.
-Tudo bem. É uma Walther MPL. –Disse colocando o cartucho sem fazer movimentos bruscos.
-É linda, mas não reconheço. –Alexandra confessou.
-É de origem alemã e todos sabemos que os alemãs e os americanos não se dão muito bem. –Disse tentando fazer piada.
-É. –Disse sorrindo e Zac logo guardou a arma.
-Espero que não se incomodem por eu tê-la montado para mostrar para a Alexandra. –Disse mexendo o pescoço. –Pensem pelo lado positivo: Estamos todos protegidos.
-É, digamos que sim. Contanto que a arma não pare nas mãos erradas, não é? –Gabriela disse insinuando para Alexandra fazendo todos rirem.
-Ele percebeu? –Vanessa perguntou sussurrando para Zac.
-Ele sabe que tem algo errado, mas ainda não está totalmente convencido. Vai começar a fazer perguntas, por isso, deixe que eu responda. –Respondeu no mesmo tom de voz que ela. A comida foi servida e Enzo observava como Zac tratava Vanessa.
-Vocês se conhecem a muito tempo? –Susana perguntou para o casal depois de uma troca de olhares deles.
-Sim, desde o primário. –Zac respondeu enquanto ela bebia o suco.
-E quando perceberam que se gostavam?
-Nós nos separamos quando ela veio para a França estudar, aos 17 anos. –Zac contou. –Perdemos contato, mas o destino nos uniu novamente e eu entendi que nossos caminhos não se cruzaram em vão.
-Aw, que fofo. –Gabriela e Susana falaram juntas.
-E você tem quantos anos, rapaz? –Enzo perguntou.
-Eu tenho 25, senhor. –Disse fazendo Vanessa encará-lo.
-Como 25? A Vanessa nos disse que você tinha 24. –Alexandra disse.
-E eu tinha até a última quarta-feira. –Confessou com meio sorriso.
-Por que vocês não nos disse nada? –Alexandra perguntou olhando pra Vanessa. –Nós devíamos ter comemorado. Que péssima namorada que você é.
-Eu não sabia. –Disse olhando para Zac como se exigisse uma explicação.
-Como assim? –Enzo perguntou desconfiado.
-A Vanessa não é muito boa com datas. –Zac respondeu. –Muito menos aniversários.
-É, é isso mesmo. –Concordou de mau grado. Ela era ótima com datas e lembrava o aniversário de gente que nem conhecia. –O que “ajuda” na situação é que o Zac é daqueles que não liga muito pra idade, sabe? Ele prefere viver a vida. A idade não passa de um número pra ele.
-É, claro. Eu tenho esse pensamento feminino de meia idade, com toda a certeza.


-É o que eu digo, mas você não muda, né amor? –Falou brincando com as bochechas dele.
-E você, Vanessa. Tem quantos anos? –Susana perguntou.
-Tenho 23. Faço 24 no final do ano.
-Ah, sim. E vocês estão juntos a quanto tempo?
-Hoje completa uma semana. –Zac respondeu sorridente a pegando de surpresa.
-Já? –Ela questionou. –Passou tão rápido.
-É assim mesmo quando se está apaixonado. –Alexandra disse.
-Pra mim essa semana passou arrastada. –Zac disse fazendo todos rirem.
-Que gracinha. –V disse falsamente.
-Eu sabia. –Gabriela disse olhando o calendário do celular.
-O que você sabia?
-Eu sabia que você não iria dormir na casa do Zac atoa. O aniversário dele foi naquela quarta-feira. E você tentando nos enganar fingindo que não sabia quando era o aniversário dele. Vanessinha, Vanessinha... –Disse fazendo todos rirem e ela corar.
-E você como amiga deveria me ajudar.
-Você foi tão convincente que eu achei que era verdade.
-Ok, você me pegou. –Disse sem jeito.
-Enfim. –Enzo disse. –Qual o seu nome completo, rapaz?
-Por que?
-É que o seu rosto não me é estranho.
-O senho deve estar me confundindo.
-Deixe eu confirmar, afinal, não tem nada de mais em você me falar o seu nome, certo?
-É, não tem, amor. –Vanessa disse fazendo carinho na perna dele.
-Mas amor...
-Qual é, Zac? Você está muito na defensiva hoje. –James comentou.
-Não é isso, é que vocês não estão nada fáceis. Primeiro meu trabalho, depois a arma e agora isso. Estão envolvendo demais a minha vida pessoal e eu sou bem reservado.
-Mas estamos entre amigos, ou não? –Tyler perguntou.
-O Zac tem um certo ódio pelo nome dele. –Vanessa disse. –Eu acho um nome comum, mas ele...
-Eu tenho um rosto muito bonito para ter esse nome.
-Dramático...
-Não deve ser tão feio assim. –Alexandra disse incentivando-o. –Vamos, diga.
-Eu também fiquei curiosa agora. –Gabriela disse.
-Se vocês rirem, eu me retiro. –Ele ameaçou.
-Ok, ok. –Concordaram.
-Meu nome completo é Zachary. Zachary David Alexander Efron. –Disse encarando Enzo e o viu empalidecer levemente.
-David Efron? –Ele repetiu meio rouco.
-Sim, David Alexander Efron. É o nome do meu pai e do meu avô. Isso que da ser filho único com muita gente pra homenagear. –Disse fazendo todos rirem.
-Não é tão feio. –Alexandra disse.
-É o que eu digo. –Vanessa erguendo um pouco a cabeça para beijá-lo.
-Ok, pare de esfregar seu namorado em mim. –A loira disse. –Zac, por que você não tem nenhum irmão?
-Não tive oportunidade. –Disse sorrindo falsamente. Novamente os amigos de Vanessa falavam da vida privada dele e isso o incomodava.
-Alexandra, pare de tarar o meu namorado, por favor. –Disse percebendo a tensão de Zac. Sabia que ele não gostava de falar da vida privada e tentou mudar de assunto. –Primeiro o chamou de bonito e agora isso.
-Eu só estou falando a verdade. Ele é bonito, ué. Zac, você usa colete ou o seu corpo é assim mesmo?
-É assim mesmo. –Ele respondeu sem entender onde a loira queria chegar.
-Não, não pense nada de mais. É que uma noite dessas você estava com uma camisa um pouco mais apertada e seus músculos estavam muito definidos para serem reais.
-Alexandra! –Vanessa exclamou fazendo todos rirem.
-O que foi? Eu só estou matando uma curiosidade. Amiga, eu preciso andar mais contigo. Você só arranja gatos.
-Chega, Alexandra, por favor.
-Hmmm, ciúmes no ar. –Gabriela disse.
-Não é ciúmes, mas é que incomoda.
-Sei, sei.
-Eu só estou brincando, Vanessa e mesmo se não fosse brincadeira, não tem por que você se preocupar. É mais que óbvio que se não der certo entre vocês, eu seria a última pessoa no mundo que o Zac procuraria. Eu e você somos totalmente o oposto. –Alexandra disse.
-Nunca se sabe.
-Por favor. Ele te deu um anel de diamante. –Gabriela disse. –Duvido muito isso não dá certo.
-Ele te deu um anel de diamantes? –Susana perguntou assustada. –É esse no seu dedo? –Vanessa acenou com a cabeça. –Nossa. Vou confessar que quando o vi pensei que fosse de compromisso, mas quando ele disse que vocês estão apenas a uma semana juntos, passei a pensar que era um anel de família.
-Garota sortuda, não é mamãe? –Gabriela disse fazendo graça.
-É só um anel, por favor. –Vanessa disse escondendo o rosto no pescoço de Zac. –Cheiroso. –Disse fazendo todos rirem.
-Só um anel? É mais que óbvio que ele quer algo sério com você, querida. –Susana disse. –Sua mãe deve ter concordado comigo.
-Se ela estivesse viva, quem sabe. –Vanessa disse deixando o clima mais tenso ainda.
-Ela... –Engoliu em seco.
-Ela morreu quando eu estava próxima de completar 18 anos.
-Eu sinto muito. –Disse a Vanessa que assentiu silenciosamente abraçando Zac mais forte. –E seu pai?
-Morreu antes de eu nascer.
-Nossa, que vida trágica. Mas acredito que a família do Zac deve ter sido uma segunda família pra você, certo?
-Meus pais morreram quando eu tinha 9 anos. –Zac disse. –Morei com meus tios que morreram no ano passado.
-Eu sinto muito. Vocês são tão novos e já passaram por tanta coisa.
-Tudo bem, é a vida. –Disse com um sorriso educado. A tensão que estava no ar tinha triplicado. Fred serviu a sobremesa e eles logo se dissiparam pela sacada para observar o rio Siena enquanto conversavam. –Você está bem? –Ele perguntou pra V. Eles estavam mais afastados dos outros.
-Sim, estou. Ela não é a primeira e nem a ultima a agir desse modo depois de saber da minha trágica vida.
-Ela pode ser há ultima se você quiser. Só precisamos avançar com o plano.
-Como?
-Seus amigos já devem ter percebido que você não está bem, mas não devem estar ligando isso ao fato de que o aniversário da morte da sua mãe está chegando, e sim há algo que me envolva. Quando eles questionarem, diga que é uma coisa irrelevante. Eles vão me questionar e eu vou dizer que você está meio tensa por culpa de uma oferta de trabalho que você recebeu de um cliente do café e que você está em dúvidas por que não quer deixá-los. Eu vou saber convencê-los a aceitar que o melhor é você aceitar o emprego e que quando der, você vem visitá-los. Não vai ser tão difícil, afinal, é só comparar os benefícios de você seguir carreira numa empresa e de continuar na cafeteria.
-Hm.
-Você não está bem. O que houve?
-Eu não sei, eu já te expliquei.
-Vem cá, meu bebezinho protegido. –Disse a puxando para o colo dele fazendo-a derramar algumas lágrimas.
-Vão fazer sete anos e a dor continua a mesma. As pessoas disseram que com o tempo passaria, mas não. Elas mentiram. Não está passando, Zac.
-Passa, Vanessa. No momento que você decidir seguir com sua vida, ela vai passar. Não completamente, mas vai diminuindo razoavelmente. Você fica pensando em como as coisas seriam se ela estivesse viva. Você tem que parar com isso. Tem que seguir adiante e imaginar que ela está te olhando lá de cima e torcendo para você fazer as escolhas certas. Você não pode ficar se lamentando mais, por que isso não ajuda em nada.
-Mas...
-Mas nada. Você tem que fazer isso, é o melhor para você.
-Tudo bem. Eu vou tentar. –Disse enxugando as lágrimas.
-Não pense que eu quero mudar o seu jeito de ser ou de pensar. Eu só quero te ajudar, entende?
-Uhum.
-Certo. Daqui a pouco nós vamos, ok? Você está muito manhosa e isso é sinal de sono. –Disse beliscando levemente as bochechas dela.
-Eu não sou criança.
-É sim.
-Por que você não me disse que o seu aniversário tinha passado?
-Não achei que fosse importante, afinal, a idade não passa de um número de mim. –Falou irônico.
-Apenas retruquei. Eu sou ótimas com datas, principalmente de aniversários.
-E só por isso fez parecer que eu tenho pensamentos iguais aos de mulheres que estão na meia idade?
-Deixe de ser machista.
-Vai ter volta.
-Pode parar com essas vinganças. Sabia que o rancor envelhece as pessoas?
-Que conversa afiada é essa, Vanessa? Por favor, né. –Disse antes de rir.
-Não é conversa afiada, é fato. Se você continuar assim, daqui há 5 anos, você vai aparentar ter 40.
-Estou muito preocupado com isso, nossa. –Disse irônico. –Vamos?
-Vamos. –Disse antes de iniciar um beijo que logo foi intensificado. O que era para ser um simples beijo se transformou em um beijo nunca trocado por eles antes com direito a carícias e sentimentos nunca permitidos. Gabriela e Alexandra olhavam chocadas a troca de carinho do casal.

-Será que eles esqueceram que nós estamos aqui? –Gabriela perguntou sussurrando.
-É bem provável. Eu nunca vi eles agirem assim.
-Eu também não. Devem estar passando pouco tempo juntos mesmo. –Assim que Gabriela terminou de falar eles pararam o beijo. O fato de precisarem de ar era uma droga, mas ainda assim ele era necessário. Zac encarou aqueles olhos castanhos que tanto lhe impressionavam. Eles eram bem expressivos, mas ele nunca entendia o que eles queriam lhe dizer. Vanessa saiu de seu colo e começou a arrumar o cabelo.
-Eu vou me despedir das meninas. –Ela avisou antes de lhe dar as costas.

-WOW. O que foi aquilo? –Alexandra perguntou assim que ela se aproximou.
-O que? –Fingiu inocência.
-Não se faça de boba. Aquilo que vocês... –Tentou gesticular com as mãos. –Aquela pegação.
-Vocês estão com um fogo, hein? –Gabriela perguntou a empurrando de leve.
-Eu não estou entendendo.
-Ah, está sim. Ou vai me dizer que a falta de ar é tanta que afetou o seu cérebro?
-Foi só um beijo bobo.
-De bobo aquilo não teve nada, só as mãozinhas. Sinceramente, eu achei que vocês iam começar a se despirem na nossa frente. –Alexandra disse.
-Que horror. –Vanessa disse. –Como vocês são dramáticas.
-Fala sério, até a minha mãe ficou chocada. –Gabriela disse.
-Deixem a menina, por favor. –Susana pediu controlando o riso. –Eles são um casal apaixonado, isso é mais do que normal.
-Mamãe, a senhora não entende. Eles mal se abraçam na nossa frente, imagine um beijo daqueles.
-É normal entre os casais perderem o controle as vezes.
-Mas...
-Vocês estão constrangendo a amiga de vocês. –Repreendeu-as assim que percebeu que Vanessa corava. –Não é de se estranhar o por que deles serem reservados. Olhem como vocês estão reagindo.
-Tudo bem, tudo bem, mas que isso foi estranho, foi.
-Eu só vim me despedir. Nós já vamos. Eu estou cansada e ele também. –Vanessa disse.
-Cansados, sei. –Alexandra falou irônica.
-Sim, Alexandra, estamos cansados.
-Você vai para a republica ou... ?
-Vou para o apartamento dele e antes que pensem coisas indevidas, eu tenho coisas importantes a tratar com ele.
-Importantes, sei. –Gabriela disse com um sorriso maroto.
-Não dá para conversar sério com vocês. –V disse depois de bufar.
-Ignore, Vanessa. –Susana disse. –Espero que o relacionamento de vocês dê certo. Vocês parecem estar muito apaixonados.
-É, claro. –Disse tentando não olhá-la nos olhos. Odiava mentir, muito menos para as pessoas que a tratavam bem.
-Algum problema? Eu sei que mal nos conhecemos, mas eu posso te aconselhar, sabe? Tenho algumas experiências. –Sorriu amigavelmente.
-Não se preocupe, não...
-O Alex que não supera o relacionamento dela com o Zac. –Gabriela disse a interrompendo. –Ela e o Alex sempre foram muito próximos, mas desde que o Zac apareceu, eles estão em crise na amizade.
-Gabriela. –Vanessa a beliscou.
-Ai, estou tentando ajudar.
-Fazendo fofoca?
-Não é fofoca, é a realidade.
-Eu acho que uma boa conversa deve resolver isso, sabe? –Susana disse interrompendo-as. –Devias conversar com o Alex primeiro e abrir o seu coração e depois colocá-lo frente a frente com o seu namorado e falar o que espera deles e depois deixá-los falar o que os incomoda e depois o que os agrada. Eles são homens, devem ter algo em comum além do carinho por você.
-Eu acho bem difícil, mas eu vou pensar no assunto. O Alex está irredutível. –Vanessa confessou. –O que me incomoda não é o fato dele falar mal do Zac para mim nem nada, por que isso não muda meu modo de pensar, mas sim o fato dele provocá-lo. Ele sempre arruma um jeito de tentar tirar o Zac do sério e eu realmente não sei como ainda não aconteceu.
-Ciúmes é algo bem complicado.
-Eu sempre disse que o Alex tinha uma queda pela Vanessa, mas ela nunca acreditou. –Gabriela disse.
-Ele não me vê desse jeito.
-Vê sim. –Alexandra concordou com Gabriela.
-Não vê. Somos amigos e ele sempre soube disso.
-Eu sei do que estou falando, Vanessa. No início ele pedia para mim e para a Alexandra falar bem dele para você. Só que você sempre o via como amigo e nós não mandávamos o recado por que iria para o vento. Ele só parou de nos procurar quando você começou a sair com aquele francês.
-Não, isso não aconteceu. Parem com isso, blah blah blah. –Vanessa disse fechando os olhos tentando ignorar o que tinha ouvido. Parou assim que ouviu uns resmungos. Olhou em volta e viu que era Alex novamente provocando Zac. –Mas que droga. –Bufou indo até os meninos. –O que está acontecendo aqui?
-Nada, Nessa. Eu só estou querendo vê o seu namoradinho em ação com a arma. Pedi para ele atirar para cima e ele ficou na defensiva. Não sabe usar a arma ou o que? –Alex perguntou.


-Já se despediu das meninas? –Zac perguntou ignorando Alex completamente.
-Já. –Ela respondeu.
-Então nós podemos ir. Foi um prazer, Fred. –Disse passando por Alex e cumprimentando-o.
-Que mal educado, hein? –Alex comentou.
-Alex, por favor. –Vanessa pediu.
-O que foi que eu fiz?
-Alex, para de provocar ele. Por mim.
-Se ele não sabe brincar, o problema não é meu.
-Você não faz por brincadeira e você sabe disso.
-Você é ridícula. –Sussurrou puxando-a para perto de si. –Prefere ficar do lado de quem mal conhece do que do lado de um amigo.
-Você faz por merecer. Se me ajudasse, eu não te trataria assim. Sabes que eu não tenho escolha e mesmo assim fica contra mim. –Respondeu no mesmo tom.
-Quem foi que te disse que você não tem escolha? Você já tentou argumentar com o superior do Zac?
-Não, mas...
-Então não fale antes de tentar. Tenho certeza de que se você fazer aquele discurso sobre "cada um sabe o melhor para si mesmo" que só você sabe fazer, eles vão mudar de ideia. Não foi assim que você conseguiu continuar na França?
-Mas o que vai acontecer depois? Cedo ou tarde eu terei que voltar para a América.
-Prefiro tarde.
-Alex... –Ela encarou o amigo. Ela não queria voltar para os Estados Unidos, mas sabia que não tinha escolha. Não podia iludir Alex com a hipótese de que algo mudaria, por que ela sabia que no fim das contas, ele sairia magoado.
-Vamos? –Zac perguntou olhando para ela.
-Sim, vamos. –Respondeu olhando Alex. –Depois nós conversamos.
-Quando eu chegar na republica, eu te procuro.
-Eu não vou voltar para a republica.
-Como? Já não basta aquela noite desnecessária, tem que ser hoje também? –Perguntou se alterando.
-Alex, nós precisamos resolver algumas coisas e...
-Não, Vanessa. Quer saber? Eu cansei. Você faz parte disso por que você quer, não por que é obrigada. Ninguém te obriga a fazer o que você não quer, muito menos quem você mal conhece.
-Alex, por favor. –Tentou pedir.
-Não, não começa. Quando você realmente quiser tentar, me procura. Antes disso, não. –E virou-lhe as costas. Ela olhou para Zac com os olhos marejados e ele somente negou com a cabeça antes de puxá-la até a saída.

-Sinceramente, eu não sei por que você insiste. –Ele confessou abrindo a porta do carro pra ela. –Você sabe que ele não vai aceitar, para que continuar tentando?
-Ele não aceita por que acha que no fundo é real.
-E isso acontece por que ele gosta de você.
-Até você? Isso não acontece entre nós dois. Somos apenas amigos. –Disse colocando o cinto de segurança.
-Exatamente como nós somos.
-Nosso caso é diferente. Somos amigos por obrigação, mas eu e Alex...
-Somos amigos por obrigação? –Interrompeu-a e ela pode perceber que o tinha magoado.
-Bom, digamos que sim. No inicio eu não fui com sua cara e nem você com a minha. Se não fossem as ordens do agente Smith, nós nos evitaríamos até hoje.
-E você acha que eu te trato bem por obrigação e não por gostar de você?
-Eu não disse isso.
-Não foi preciso.
-Zac...
-Não diz nada, por que só vai piorar as coisas pra você. –Ele disse arrancando com o carro.

[...]

-Você vai ficar com raiva? –Vanessa perguntou enquanto ele procurava a chave certa para abrir o apartamento.
-Não faço mais do que a minha obrigação. –Falou irônico.
-Zac, por favor. Eu gosto de você e sei que você também gosta de mim. Eu só usei as palavras de modo errado. Desculpa. –Acariciou o rosto dele.
-Ok, Vanessa. –Bufou.
-Não está nada ok. Me dá um beijinho, vai. –Pediu abraçando ele pela cintura enquanto ele fechava a porta atrás de si.
-Vanessa...
-Só um, vai. Só assim eu vou ter certeza de que você não está zangado.
-Você abusa, sabia?
-Sabia. –Disse erguendo-se para um beijo que eles aproveitaram até ouvirem uma voz pouco conhecida.
-Oh meu Deus. –Disse a jovem empregada de Zac fazendo eles se separarem. –Je m'excuse, monsieur. (Sinto muito, senhor.)
-Que faites-vous ici? (O que você está fazendo aqui?) –Zac perguntou abraçando Vanessa pela cintura percebendo o desconforto dela.
-J'ai perdu la notion du temps tout en faisant le nettoyage de leur armes, monsieur. Je sais que vous n'aimez pas les choses dans le mauvais endroit. Il m'a fallu pour cela que je mettre tout à sa place. (Perdi a noção do tempo durante a limpeza de sua armas, senhor. Eu sei que você não gosta das coisas no lugar errado. Demorei porque eu coloquei tudo em seu lugar.) –A empregada explicou enquanto vacilava o olhar entre Zac e Vanessa.
-D'accord, vous pouvez y aller maintenant. (Ok, você pode ir agora.) –Disse e ela assentiu antes de sair. –O que foi? –Perguntou quando Vanessa se desprendeu de seus braços.
-Não, nada. É que... e se ela contar a alguém? –Perguntou sentando-se no sofá.
-Contar o que?
-Como o que? O que ela viu, não é?
-E o que ela viu?
-Uma desconhecida beijando um agente. Eu não quero te meter em problemas.
-Olha, eu não vou me meter em problemas. Ela sabe que trabalha para agentes do FBI e ela foi treinada para isso. Ela sabe que tem que se calar e que tem que ignorar o que vê, por que isso pode trazer problemas para ela.
-Mas mesmo assim...
-Relaxe, ela não vai dizer nada a ninguém.
-Pense bem: Até pessoas que levam uma vida "normal" precisam desabafar as vezes. Você não acha que uma pessoa que vive sobre pressão não deva fazer o mesmo?
-Pode até ser, mas meu apartamento é o ultimo a ser limpo. Amanhã ela já vai ter esquecido isso.
-Será?
-Se você quiser, eu ponho ela na parede e...
-Não, Zac. Não é isso. Eu acho melhor nós termos mais cuidado da próxima vez.
-Nós? Foi você que me beijou.
-Por que eu achei que nós estávamos sozinhos.
-E a culpa é minha por não saber que ela estava aqui?
-Eu não disse isso. O que eu quero dizer é que se formos fazer certas coisas, nós devemos nos certificar antes. Até mesmo se for uma simples conversa.
-Tudo bem, entendi. Quer algo para comer? –Perguntou indo até a cozinha.
-Não, eu estou sem fome. Vou me deitar, você se incomoda?
-Não, pode ir.
-Han, Zac? –Chamou já dentro do quarto.
-O que foi?
-Você vai demorar?
-Não, eu só vou fazer uma ligação. Por que?
-Eu preciso falar com você. Pedir um favor, na verdade.
-Se quiser alguma camisa...
-Não é isso. Vem cá. –Ele foi para o quarto e encontrou-a deitada na cama. –Você pode marcar uma reunião com o agente Smith com nós dois?
-Por que?
-Eu não quero entrar em detalhes por que eu não sei se você vai concordar e isso vai te dar tempo para planejar algo para me deter, mas eu quero falar sobre o agente Walter.
-Falar o que?
-Não é nada de mais, mas eu quero mostrar para o agente Smith que somente eu posso saber o que é melhor para mim e ficar sobre a proteção do agente Walter não é nada bom. Ele me estressa, me deixa angustiada e eu acho que qualquer um vai concordar que isso não é bom nem fisicamente e nem mentalmente.
-Tudo bem, eu vou tentar. Mas você poderia tentar também.
-Ele é pré-histórico. O que eu devo tentar com ele?
-Tente fazer o que ele pede. Hoje...
-Eu não vou dormir com ele de novo. Ele me assusta. Eu não quero passar por essa experiencia de novo e nem sou obrigada.
-Vanessa...
-Eu prefiro dormir debaixo de uma ponte do que dormir debaixo do mesmo teto do que ele.
-Tudo bem. Relaxa e tenta dormir um pouco. Eu já volto. –Lhe de um selinho rápido e logo saiu.
-Relaxar, Vanessa. Relaxar. –Ela pensava consigo mesma enquanto se ajeitava melhor na cama.

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Olá meninas, como estão? Está aí mais um capítulo prontinho. Mesmo esse sendo o dia "certo" da postagem, eu quero esclarecer algumas coisas. O meu computador foi pro concerto e só voltou ontem de noite. Eu tinha começado o capítulo sábado passado e continuei pelo notebook, mas meus arquivos ficam nesse outro e por isso não postei antes. Ainda não escrevi o capítulo de Whatever Will Be por que estava empolgada com esse, mas vou começá-lo agora e prometo tentar postar o mais tardar segunda-feira. Não abri nenhuma rede social ou site me focando somente nos blogues e espero que isso vala a pena. Obrigado a quem comentou e gostou do outro capítulo. Espero que gostem desse também.
Xx

5 comentários:

  1. Apenas amei :)
    Como sempre!
    Eles são tão lindos e fofos juntos ♥

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  2. Eu super amei o capítulo.
    O Zac é tãooo fofo!
    Amei demais ver os dois juntinhos.
    Super ansiosa pelo próximo capítulo.
    Posta logo
    Bjos

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  3. ai deus,não vejo a hora da Vanessa e do Zac ficarem juntos de vdd...
    posta logo amore,amei o capitulo...kisses

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  4. Acho que eles só vão ficar realmente juntos na américa , continua que tá emocionante demais !!!

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  5. Super emocionante sua história! Posta logo, morrendo de curiosidade!!
    Beijos

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