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segunda-feira, março 31, 2014

Capítulo 26 + Divulgação

Antes de mais nada eu quero divulgar o blog da Rafaela Diniz. É um blog de postagem de mini fics. Espero que gostem. Ainda não tive tempo de ler, mas sei que deve ser divino. Passem lá no Mini Fics Zanessa e deem suas opiniões.

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-Ham, olá. –Zac falou sonolento e surpreso ao mesmo tempo. Gabriela e James sorriram constrangidos pela nudez superior dele.
-Podemos entrar? –Ela pediu.
-Ah, claro. Desculpem. A metade do meu cérebro ainda dorme. –Disse dando passagem para eles e logo fechou a porta atrás de si. –Aconteceu alguma coisa?
-Não, não aconteceu nada. –James disse. –Não que nós saibamos.
-Como assim? –Z perguntou fazendo sinal para eles sentarem.
-Você já deve ter percebido as mudanças de humor da Vanessa nos últimos dias, certo? –Gabriela disse vendo Zac ficar com uma expressão confusa. –Não pense que somos intrometidos, por favor. Estamos preocupados, é diferente.
-Se as mudanças de humor fossem boas, nós não estaríamos aqui. –Disse James. –Na maior parte do tempo em que ela está conosco ela fica deprimida ou zangada. Acredito que não seja diferente com você.
-Digamos que o humor dela não é dos melhores. –Z disse. –E vocês vieram aqui por que...?
-Nós achamos que você tem a resposta.
-Que resposta?
-A resposta para o motivo de ela estar assim ou a resposta de como fazer ela voltar ao normal. –Ele ficou sério. –Você sabe, não é?
-Eu não quero ser grosseiro, mas esse não é um assunto em que eu deva me meter, sabe? A vida é dela e eu não quero manipular nada, por que também não gostaria que fizessem isso comigo.
-Mas nós precisamos saber. –Gabriela insistiu.
-Perguntem a ela.
-E você acha que ela falaria?
-Não vejo motivos para não o fazer. Eu entendo que vocês queiram ajudar, eu também quero o melhor para ela, mas não acho que seja eu quem deva dizer o que está acontecendo. Eu respeito a privacidade dela assim como ela respeita a minha.
-Eu não queria dizer isso, mas ela não respeita tanto assim a sua privacidade.
-Sim, ela respeita. O que ela fala de mim para vocês é com o meu consentimento, por isso, não tente me manipular, Gabriela. Você é melhor do que isso.
-Zac, ignore ela, por favor. –James pediu. –Nós realmente queremos o melhor para ela como você disse. Se você não pode nos falar o que se passa com ela, pelo menos nos diga como ajudá-la. –Zac respirou fundo como se pensasse no assunto.
-Certo, eu vou tentar ajudar sem entrar em detalhes. Mas que fique claro que é por que eu não estou sabendo lidar com a situação sozinho. É uma assunto delicado. –Disse fazendo sua melhor expressão de pena.
-Pode nos dizer o que o envolve?
-Só um minuto. –Ele disse indo até o quarto se deparando com Vanessa mexendo no celular ainda deitada. –Bonito, hein? –Ele sussurrou fechando a porta.
-Eu sei que sou. –Disse fazendo-o sorrir. –Ouvi vozes. Quem está aí?
-Gabriela e James. Eles querem saber o por que da sua mudança de humor. –Disse se sentando na cama.
-E você disse o que?
-Fiz minha melhor expressão de preocupado e deixei-os sozinhos por algum tempo para deixá-los preocupados pensando se é certo ou não se intrometerem na sua vida.
-Mas você vai contar?
-Vou, mas antes preciso arrumar o terreno antes de jogar a "bomba". Estou pensando em começar falando de mudanças de vida e preocupações e depois falar sem querer querendo sobre uma viajem.
-É, parece ser uma boa forma de jogar a "bomba". Será que eles vão aceitar bem?
-Acho que sim, afinal, realmente estão preocupados com você. Vou fazê-los acreditar que o melhor será te apoiar nesse grande passo.
-Tudo bem. Se eu fosse você, voltava logo antes que Gabriela vem atrás.
-Eu vou voltar. Só vim te avisar para caso acordasse, não saísse do quarto.
-Pode deixar. Posso escutar, pelo menos?
-Pode, mas não faça barulho.
-Ok. –Ele deixou a porta entreaberta para que ela escutasse e voltou para a sala.
-Eu fui checar se ela realmente estava dormindo. Não gosto de ser surpreendido. –Ele disse sentando novamente na poltrona que ficava de frente para o sofá. –Aonde parei?
-Você ia nos dizer o que envolve o assunto delicado. –James disse e Zac percebeu que ele estava desconfortável por ele estar sem camisa.
-Ah, sim. –Disse pigarreando. Falou que eram mudanças grandes e que envolviam o futuro dela. Falou também das preocupações que ela tinha com a opinião dos amigos a respeito das mudanças.
-E essas mudanças seriam por que motivo?
-Não posso dizer o motivo, mas posso dizer que envolve uma viajem.
-Uma viajem? Mas para onde? Para que? –Gabriela perguntou se alterando.
-Eu não posso dizer. Eu já disse o máximo que podia, até mais na verdade. Ela tem medo da opinião de vocês a respeito dessas mudanças por serem grandes e importantes demais para o futuro dela. Eu, como amigo e namorado, acredito que ela tem que escolher o que é melhor para ela.
-E o melhor seria...?
-Seria seguir em frente com essas novas oportunidades, afinal, é um progresso para ela e para o futuro dela e eu tenho certeza de que ela pensa o mesmo.
-Ela te disse que está interessada nessas oportunidades? –James perguntou.
-Não, mas eu sei que ela está. Se ela não estivesse, não pensaria tanto nisso e nem se deixaria afetar pelos prós e contras que existem. –Respondeu.
-E você a acompanharia nessa tal viajem?
-Sim, sem dúvida. Não quero perdê-la novamente, não depois do que construímos juntos. Eu sei que estamos juntos a poucos dias, mas avançamos muito na nossa relação que está ficando cada vez mais séria. Tenho medo desses avanços, confesso, mas sei que a minha felicidade depende da Vanessa. Quero apoiá-la em tudo o que ela escolher.
-Vocês estão indo rápido demais nessa relação. –James disse e Zac se controlou para não revirar os olhos pela intromissão na sua vida privada. –Eu sei que as suas intenções são boas, mas não posso deixar de ter medo de que ela se magoe.
-Eu faço de tudo para não magoá-la, tenha a certeza disso. Por isso que apesar de ter uma opinião formada sobre essas mudanças, não fico tentando convencê-la ou apressá-la para tomar logo uma decisão. A vida é dela e ela me fez um favor de me deixar fazer parte dela. O mínimo que posso fazer para agradecer é respeitar e apoiar as escolhas dela. –Disse da forma mais convincente possível. Se fosse assim, eles logo concordariam e iriam embora para ele poder dormir novamente.
-Você realmente acha que é uma boa escolha? –Gabriela perguntou apreensiva.
-Sim, acho. Tanto profissionalmente como psicologicamente. Ela precisa avançar em algumas áreas da vida dela e creio que está é uma ótima oportunidade.
-Você me garante que não quer que ela aceite somente para poder tê-la somente para você? –James perguntou. –Digo, para poderem viverem juntos sem ter ninguém para vigiar ou impedir certas coisas? –Zac logo percebeu a indireta nas últimas palavras.
-Sim, posso te garantir e até jurar se você quiser. Vocês podem pensar que não, mas eu a respeito. Não sou do tipo que força as coisas. Eu não faço nada que não gostaria que fizessem comigo.
-Entendi. Você poderia tentar fazer ela nos contar? –Gabi perguntou.
-Não. Não quero que ela pense que a estou forçando a nada. Por que vocês não se juntam quando ela estiver em casa e fazem um tipo de intervenção anti-deprimente?
-Nós podemos tentar, não é? –Perguntou olhando para James.
-Pode ser. –Ele respondeu indiferente.
-Se quiserem, eu participo também. –Zac disse com tanta solidariedade que ele quase acreditou que queria fazer parte daquilo.
-Agradecemos, mas preferimos que seja somente entre nós, afinal, ela pode se incomodar com a sua presença.
-Tudo bem. Se vocês... –Ouviram um barulho de algo caindo no quarto e ele logo levantou sendo seguido por Gabriela.
-Será que ela acordou? –Ela perguntou apreensiva.
-Não, acho que não. Ela dormia profundamente. –Ele afirmou indo para o quarto com Gabriela ainda o seguindo. Vanessa ouviu os passos e a primeira coisa que passou pela cabeça dela foi se jogar na cama calculando que não daria tempo para se cobrir. –Amor? –Zac chamou-a fazendo de tudo para não rir da forma que ela estava. Deu a volta na cama sobre os olhares de Gabriela e foi para o lado para onde o rosto dela estava. –V? –Ela abriu os olhos e ele lhe deu um selinho como se dissesse "continua dormindo". A cobriu e saiu do quarto. –Acho que foi engano. –Avisou fechando a porta.
-Por que ela está com as suas roupas? –Gabriela perguntou sem rodeios.
-Por que ela não gosta de vestir a mesma roupa depois do banho.
-E por que ela tomou banho?
-Por que ela estava suada.
-E por que ela estava suada?
-Por que estava quente.
-E por que estava quente?
-Mas que diabos, Gabriela. Pergunta o que você quer logo, caramba.
-Ok. –Disse fazendo-o se surpreender por ela continuar com o assunto. –Vocês transaram?
-Acho que isso não é da sua conta. –Disse indo para a cozinha.
-Sim, é. Ela é minha amiga e eu tenho a obrigação de saber.
-Pergunte a ela, então.
-Até parece que ela vai dizer alguma coisa, né?
-Pois então ficarei calado como ela.
-Hmmm. –Ele olhou para ela com uma expressão de confuso. –Quem cala consente.
-Pense o que quiser.
-Pois muito bem.

[...]

-Eu não vou falar nada. –Vanessa disse pela milésima vez. Zac tinha acabado de estacionar na frente da república.
-Você tem que falar.
-E se eu falar algo que não condiz com o que você disse?
-É por isso mesmo que eu vou estar com você. Quando você tiver dúvidas, me peça ajuda pelo olhar que eu falarei.
-Pode não funcionar.
-Do mesmo jeito que pode funcionar. Vamos, eu ainda tenho que ir buscar os seus documentos falsificados.
-Para que?
-Para que o Flecher não saiba para onde você está indo.
-Certo. –Ela respirou fundo e eles logo entraram na república. Gabriela logo a puxou para se sentar no sofá e lançou um olhar para Zac como se mandasse ele sair. –Não, ele fica. –Vanessa ordenou. –Se ele sair, eu vou com ele.
-Você já está muito apegada a ele. Você já parou pra pensar que pode não da certo? –Gabriela disse.
-Gabriela, pare de amaldiçoar o meu relacionamento. Fale o que você quer logo que eu tenho que dormir.
-Você não acha que já dormiu o suficiente no apartamento do Zac?
-Como você sabe que eu estava dormindo lá?
-Eu supus. –Ela disse gaguejando.
-Não minta para mim. O Zac não iria te contar nada, então... –V fingiu pensar. –Você foi lá?
-Não, eu não...
-O seu olhar de culpa te entrega. Como você descobriu onde ele mora?
-O James que sabia. –Disse ficando atrás de James.
-Você a levou até lá? –Vanessa perguntou com indignação ao amigo.
-Sim, mas... –Ele respondeu.
-E como você sabia onde ele morava? Me seguiu por acaso?
-Não, eu não. O Alex que nos convenceu de que você não estava bem e que isso vem acontecendo desde que você começou a namorar com o Zac e como ele sabia o endereço...
-Você foi ameaçá-lo?
-Não, de maneira nenhuma. Fui pedir para ele nos dar uma forma de te ajudar.
-E como o Alex sabia o endereço? –Olhou para o loiro que estava jogado no sofá. Ele somente ergueu a sobrancelha. –Você nos seguiu, não foi? –Ele continuou calado. –Responda.
-Para que se você já sabe?
-Você...
-Vanessa... –Zac disse puxando-a para perto.
-Tudo bem, tudo bem. O que vocês querem tanto saber a ponto de seguir a mim e ao Zac?
-Por que você está tão temperamental? –Alexandra se manifestou pela primeira vez desde que os dois haviam entrado na república.
-Querem a verdade? Eu não quero saber de ninguém arrependido depois.
-Não vamos. –Tyler disse.
-Pois então lá vai. A história é um pouco longa. Começou com um cliente normal que eu servi na cafeteria. Ele me elogiou e disse que o meu atendimento era quase perfeito e perguntou se eu era francesa pela minha perfeição na pronuncia. Eu disse que não, que era americana e que morava na França desde os meus 17 anos. Ele perguntou por que e eu disse que tinha conseguido uma bolsa para cursar administração, mas que na metade do curso aconteceu um imprevisto com a venda do apartamento que eu tinha no Brooklyn e que tive que voltar para a América para resolver isso e acabei ficando mais tempo do que o previsto e assim perdi a bolsa. Eu não sou de contar a minha vida, mas algo me dizia que eu tinha que contar para ele. O telefone dele tocou e ele foi embora. Dois dias depois eu fui passear com o Zac pelas redondezas do Rio Siena e encontrei-o. Ele me disse que era um empresário que buscava jovens para uma filial que estava sendo construída nos EUA e disse que tinha se interessado por mim e que percebeu que eu tinha talento pra coisa e me ofereceu o cargo de administradora de finanças além de pagar o resto do meu curso em Harvard. Eu fique tentada a aceitar, mas não queria deixar vocês. Sim, queria, no passado. Eu conversei com o Zac e lógico que ele me ofereceu apoio em qualquer decisão. O prazo que o empresário me deu se encerra hoje e eu ia ligar para negar o pedido, pois não queria deixar meus amigos, mas depois de descobrir o que vocês fizeram eu vou aceitar. Eu vou aceitar esse emprego e vou terminar a minha faculdade. Vocês não tiveram consideração por mim, por que eu teria por vocês?
-Vanessa... –Alexandra tentou argumentar.
-Então é isso, não é? –Alex disse se levantando. –Você realmente vai leva-la para longe de nós. Era isso o que você queria desde o princípio. Tirá-la de nós.
-Alex... –Vanessa tentou acalmá-lo quando assim que viu a veia do pescoço dele inchando. Sabia que ele iria explodir a qualquer momento e logo se pôs na frente do Zac.
-Você nunca me enganou. Sempre soube que você queria isso. Nunca me enganou com esse papinho de "é o melhor para ela".
-Alex, por favor. Se acalma. Se quiser, nós podemos conversar, mas eu não vou mudar de ideia.
-Vanessa, sai. –Ele ordenou.
-Não, vocês não vão brigar.
-Sai logo.
-Não.
-Sai. –Ordenou pela terceira vez.
-Eu não vou sair. Você acha que tem algum direito de se meter na minha vida? Eu sou maior de idade e pago as minhas contas. Você não tem direito nenhum sobre o que eu faço com a minha vida ou deixo de fazer. Essa decisão foi minha e você vai ter que aceitar, gostando ou não.
-Eu sei que não foi sua.
-Você está enganado. Foi minha sim.
-Você ama esse lugar.
-Mas odeio a forma como vocês tentam me controlar, principalmente você Alex. Eu não sou nenhuma criança para precisar que os outros tomem decisões por mim. Eu sei o que é o melhor para mim e o melhor é a América. O lugar onde eu nasci e cresci. A França sempre será como a minha segunda casa, mas eu preciso voltar para os EUA. Preciso sentir o aroma de água e sal que só a Califórnia tem. Se vocês não gostarem da ideia, sinto muito, mas eu vou do mesmo jeito. –Ela disse antes de subir as escadas junto com o Zac. –O que foi? –Ela estava incomodada pelo modo que ele a olhava.
-Wow.
-Ah, para. Nem fui tão dramática.
-Sim, você foi. Eles vão acabar me culpando pela sua mudança. Estou te dando muito apoio moral.
-Eu sempre fui desbocada mesmo e eles sabem.
-Mesmo assim.
-Você está se preocupando antes da hora. O "show" ainda não acabou e você sabe.
-Não acha melhor parar por aqui?
-Mas a ideia foi sua.
-Eu sei, mas...
-Relaxe. Eles não vão fazer nada contra você. –Assegurou-lhe.
-Eles não, mas e o Jason? Quero só vê a reação dele ao saber que nós vamos para a América. Não duvido nada de que o Alex vai fazer questão de contar.
-Eu concordo, mas de qualquer maneira ele vai acabar sabendo. –Ela disse terminando de fechar a mala. –Vamos?
-Vamos. Você tem certeza?
-Tenho. Eu não vou me mudar para a sua casa de vez, se é com isso que você está preocupado. Eu deixei algumas coisas aqui que vou buscar no dia da viagem. –Eles desceram as escadas e Zac logo avistou Jason parado na porta. Ele parecia zangado. Vanessa engoliu em seco. Zac estava vulnerável já que estava há alguns degraus acima dela com a mala dela nas mãos. Se Jason o atacasse, Zac seria o prejudicado, pois Alex com toda a certeza também iria ajudar o francês.
-Onde você pensa que vai? –Alex perguntou assim que notou a mala.
-Não que eu te deva explicações, mas vou para o apartamento do Zac. Assim vocês se acostumam logo com a minha ausência durante a noite, afinal, eu só venho para dormir mesmo.
-Você quis dizer "vinha" não é?
-Alex, me poupe das suas ironias. Não tenho paciência pra isso. –Disse indo até a porta sem sair da frente do Zac.
-Quando você viaja? –Gabriela perguntou e Vanessa viu os olhos vermelhos da amiga.
-Por que você quer saber? Não me diga que quer ir na casa do piloto pra ele mudar a rota da viagem. –Disse irônica. Não queria ser tão dura, mas tinha que ser. Não podia mais voltar a trás.
-Vanessa. –Alexandra a repreendeu. –Só queremos saber a data para te acompanhar até o aeroporto.
-Ah, claro. –Disse abrindo a porta para o Zac passar e viu Jason sendo segurado pelo James. –Nós vamos viajar no próximo fim de semana. Boa noite. –Fechou a porta deixando os amigos perplexos. –Fui muito rude?
-Você se saiu bem. –Z disse colocando a mala dela no porta-malas do carro. –Vamos logo antes que Jason venha querer brigar comigo. –Disse abrindo a porta do carro pra ela. –Quer que eu te deixe no Ian?
-Não. Ele é um cara legal, mas eu prefiro ficar sobre a proteção dele somente nos EUA.
-Certo. –Disse arrancando com o carro.

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Hey girls. Antes de mais nada eu quero pedir desculpas pelo meu sumiço. Eu acho que já disse para vocês que as minhas aulas começaram e eu estou sem tempo de escrever por que estou tendo aula até nos sábados. Espero que entendam e me desculpem. Perdoem os erros ortográficos do capítulo. Eu terminei de escrevê-lo agora e tenho que começar a fazer o de Whatever Will Be. Aconteceram algumas coisas e eu não consegui nem começá-lo. Acho que posto lá amanhã ou segunda. Eu tenho mais facilidade de escrever aquela história por que já tenho a ideia formada sobre ela, diferente dessa fic que era compartilhada com a Line e a ideia é toda dela. Bom, espero que gostem e agradeço a quem comentou.
Xx

domingo, março 23, 2014

Capítulo 25

Ela ouvia seu nome ser pronunciado em forma de sussurro em seu ouvido enquanto sentia a respiração quente e falha do seu companheiro no seu pescoço.
-Você tem certeza? –Ele perguntou na escuridão.
-Sim, eu... eu tenho. –Respondeu ofegante, mas certa da sua decisão.
-Se acontecer alguma coisa desagradável lembre-se de que a culpa é sua. –Ela riu e logo sentiu o resto de suas roupas sendo arrancadas por ele. Respirou fundo preparando-se para ser “invadida”. Mordeu o lábio assim que o sentiu dentro de si pronto para rompê-la. Logo sentiu a dor crescendo gradativamente até não aguentar mais e gritar.

-Para. –Ela ouviu-se gritando enquanto despertava suada e ofegante. Zac logo apareceu na porta do quarto.
-O que houve?
-Na-nada. –Respondeu gaguejando. –Eu só...
-Teve um pesadelo? –Ela assentiu e ele se aproximou. –Com o que você sonhou?
-Eu prefiro não comentar. Eu nem sei se realmente foi um pesadelo, eu só...
-Se assustou. –Completou novamente a frase para ela que assentiu. –Não importa o que foi, o importante é que já passou. –Disse se sentando ao lado dela. –Quer alguma coisa? Uma água com açúcar ou um suco de maracujá?
-Não quero nada, obrigado.
-Quer que eu fique aqui com você?
-Sim, por favor. –Ele a abraçou.
-Você está quente. Se sente bem?
-Sim, só estou um pouco nervosa. O que você estava fazendo?
-Tinha ido beber um pouco de água. Eu estava deitado com você.
-Sério? –Ele assentiu. –Eu falei alguma coisa enquanto dormia? –Perguntou temerosa. Sabia que às vezes falava dormindo e se isso tivesse acontecido durante esse “sonho” seria bem embaraçoso.
-Não, não disse nada.
-Mas? Sua expressão indica que tem um “mas”.
-Mas você fez coisas. –Disse depois de suspirar. –Por um momento pensei que você estava acordada.
-Que tipo de coisas?
-Bom, quando eu me deitei você logo me agarrou enquanto beijava o meu pescoço e o meu peitoral. Se estou sem camisa a culpa é sua que logo a arrancou.
-E o que mais?
-Você subiu os beijos e depois se acalmou.
-Não fiz mais nada?
-Não. Por quê?
-Por nada.
-Vai dormir de novo ou vai levantar?
-Que horas são?
-São 17:30 ainda.
-Posso tomar um banho? Estou grudenta.
-Pode, até agradeceria se fizesse isso. –Disse a fazendo beliscá-lo. –Estou sendo sincero.
-Guarde seus pensamentos para quem se importe. –Disse se levantando. –Tem alguma toalha no banheiro?
-Sim, tem. Eu também vou tomar banho, mas no apartamento ao lado. O agente a quem pertence o apartamento está viajando numa missão e me pediu para que cuidasse dele.
-Cuidar e não utilizar.
-Calada. –Ordenou a fazendo rir e logo correr para o banheiro.

[...]

-Me empresta uma camisa sua?
-Você sabe aonde eu as guardo. Pode escolher.
-Obrigado. Han, posso pedir outra coisa?
-Depende. O que é?
-Digamos que não sou do tipo que usa a mesma roupa depois de tomar banho e o mesmo se repete com as peças intimas. Você tem alguma cueca box que não tenha usado ou algo assim?
-Você tem uma sorte incrível. Eu ganhei umas de aniversário, porém são muito pequenas. Estão nessa segunda gaveta e se quer saber, eu nem precisei experimentar para saber que não serviriam.
-Acho bom mesmo. –Disse sorrindo. –Eu sei que pode parecer estranho, mas eu gosto de peças íntimas masculinas. Não me sinto apertada e nem nada do tipo. Achei uma loja que vendia peças do meu tamanho, mas com o tempo as funcionárias começaram a me tratar de modo grosseiro e percebi que elas pensavam que eu era homossexual. O que me irritou foi o preconceito e não o que elas pensaram.
-E você parou de ir lá?
-Sim. Fiquei com tanta raiva que joguei as peças que tinha fora e voltei a usar as "normais", mas mesmo assim elas que saíram perdendo. Eu era uma cliente muito presente.
-Eu imagino. Se quiser ficar com essas peças, fique a vontade. Eu nem sei o que fazer com elas mesmo.
-Certo, obrigado. Já pode entrar, eu já estou vestida. –Ela disse e ele logo abriu a porta. –Serviu como uma luva. –Apontou para a box que vestia que ficava parcialmente escondida pela camisa que usava.
-Que bom. Escolhe uma para mim, por favor. –Disse indo para o outro lado do quarto para passar desodorante.
-Escolher o que?
-Uma camisa.
-Ah, sim. Isso eu escolho. Achei que você estava pedindo para eu escolher uma box e isso não vai acontecer. Uma coisa é eu pegar em cuecas nunca usadas, outra coisa é pegar nas suas.
-Engraçadinha.
-Eu sei. –Ouviram a campainha. –Quer que eu atenda?
-Não, eu vou. –Disse soltando a toalha fazendo-a gritar enquanto cobria os olhos. –Ei, exagerada. Eu estou vestido.
-Ah, sim. Eu não sabia. –Disse sem graça enquanto ele vestia o short que estava estendido na cama.
-Pois estou, ou você achou mesmo que eu ia sair de outro apartamento só de toalha? Eu já fiz uma pessoa andar sem nada pelo colégio e não quero que isso aconteça comigo.
-Você toma banho de roupa, então? –Fez piada.
-Não, mas sempre levo no mínimo uma box. –Disse vestindo a camisa que ela tinha escolhido. –Já volto. –Disse indo para a sala. Ela foi até a penteadeira dele procurando algum perfume. Tinham vários. Pegou o primeiro que encontrou e borrifou algumas vezes em si mesma. Como tinha lavado o cabelo, enrolou-o numa toalha para não molhar tanto a camisa. Sentiu a barriga roncar e foi procurar Zac para saber o que ele tinha para ela comer.
-Zac o que você tem para... Han, olá. –Disse assim que se deparou com diversos rostos conhecidos, possivelmente agentes.


-Eu tinha uma reunião com eles sobre o nosso almoço com o mafioso e não queria deixar você sozinha e transferi a reunião para cá. –Ele explicou se aproximando.
-Ah, tudo bem. O apartamento é seu mesmo. Eu só vim perguntar se você não tem nada para comer. Estou com fome.
-Também estou. Acordei com fome, na verdade.
-Então sabe como eu me sinto. E o que tem?
-Não sei bem. Olha lá. Vou buscar alguns equipamentos. –Avisou indo para o quarto onde ele guardava o armamento. Sobre os olhares de todos, ela se encaminhou a geladeira onde encontrou morangos cobertos de chocolates e uma lata de chantili.
-Encontrou algo? –Ele perguntou atrás dela.
-Morangos com chocolate e essa lata de chantili. O que tem para beber?
-Água.
-Nada melhor do que água.
-Você quer participar da reunião?
-Eu posso?
-Pode, claro. É melhor do que ficar trancada dentro do quarto.
-Sendo assim, eu participo. –Disse sorrindo antes de lhe dar um selinho rápido. –Eu não quero vestir short e me sinto desconfortável somente de camisa. Tem como você pegar algum pano para eu me cobrir?
-Tudo bem. Deixas essas coisas lá no sofá e vem comigo. –Disse e ela assim o fez. No quarto, ela observou ele subindo em cima da cama para pegar uma caixa na parte superior do armário. Desceu com o objeto nos braços e logo tirou um pano dentro de um saco plástico. –Essa é a manta com que saí enrolado da maternidade. –Disse entregando para ela.
-E você ainda tem?
-Você está me chamando de velho?
-Você não é novo. –Disse tirando a manta do saco plástico e percebeu que ela estava em bom estado de conservação e tinha um cheiro suave. –Gostei.
-É para você se cobrir.
-Tens certeza? E se eu sujar?
-Eu mato você. –Disse num tom brincalhão, mas ela sabia que ele falava sério. Voltaram a sala e sobre os olhares confusos, ele informou que Vanessa ia participar da reunião. Ela se sentou entre as pernas dele e de vez em quando eles dividiam um morango. Depois de relembrarem todas as ações de Enzo no almoço e do que tinham descoberto sobre a ida dele até a França, Zac se levantou e foi explicar o que planejava para uma missão nos EUA. –É isso que eu planejei. –Disse ao finalizar. –Sugestões?
-Eu tenho uma. –Vanessa disse levantando a mão fazendo todos olharem para ela. –O que?
-Ele só pede sugestões por educação, pois não tem modos do plano ser melhor. –Uma agente loira explicou com desdém.
-Quem disse?
-Você tem sugestões para melhorar o plano?
-Achei que tinha deixado isso bem claro quando levantei a mão. –Disse bufando. Não tinha gostado nada do estilo "sabe tudo" daquela loira magricela.


–Pois bem, Zac. Eu pensei assim: Já que você acha que eles vão saber os agentes que vão invadir o estabelecimento e por onde vão invadir, por que não arma uma cilada?
-Como assim? –Ele perguntou se interessando.
-Bom, vocês planeja invadir por cima e eles pensam que vocês vão invadir por baixo, mas mesmo assim vão reforçar a segurança em cima. Eu acho que você poderia agir como se fosse realmente invadir por baixo e assim tira toda a atenção deles enquanto invade por baixo. Daqui que alguém possa avisar que a invasão real é por cima, vocês já vão estar muito avançados.
-E como enganaríamos eles?
-Procure agentes ou pessoas que topam tudo por dinheiro que sejam parecidas com os agentes dessa missão. Eles fazem uma falsa invasão por baixo e chamam a atenção enquanto os agentes "reais" invadem tranquilamente por cima.
-Você pensou nisso tudo sozinha?
-Não, pesquisei no Google "maneiras de surpreender o Zac para ele me deixar dormir com ele hoje" e no primeiro link tinha o seu plano e os modos de melhorá-lo. –Disse fazendo ele sorrir.
-Até que é uma boa ideia. –Disse sincero. –Podemos começar com as buscas dos sósias hoje mesmo. Nos arquivos do governo devem ter as pessoas muito semelhantes, agentes até. A Nina tem uma sósia que é agente na Alemanha, só que diferente da Nina, ela não é uma cobra.
-Cala a boca. –Vanessa pediu.
-Muito bem, Vanessa. –Disse o agente Smith. –Vejo que você herdou a inteligência do seu pai.
-Só isso mesmo, por que no quesito força... –Deixou a frase no ar e Zac negou com a cabeça. –O que?
-Eu não sou de reclamar, mas você tem um tapa pesado, viu?
-Você é você.
-Apesar da sua ideia ser um bom complemento, acredito que o agente Efron vá negar o seu pedido de dormir com ele. –O agente Smith disse interrompendo os dois. –Você está sobre a proteção do agente Walter.
-Eu queria conversar com o senhor sobre isso mesmo, agente Smith. O Zac lhe informou?
-Sim, mas eu não vejo razão nenhuma.
-Eu vejo várias. Podemos conversar em particular?
-Não, não vejo o por que. Não tenho segredos com filhas de agentes.
-Pois muito bem. –Disse não se intimidando. –Eu sei que foi o Zac que pôs na sua cabeça que o melhor para mim seria se eu ficasse sobre a proteção do agente Walter, sabe se lá Deus o por que. Eu, como melhor representante de mim mesma, acho que o efeito é contrário.
-E por que eu aceitaria sua opinião?
-Por que não aceitaria? Só por que eu sou filha de um agente em vez de uma? Eu continuo sendo um ser humano. Todos os meus atos geram consequências para mim mesma e eu acho que se eu tenho que ficar sobre a proteção de alguém, eu que tenho que escolher, afinal, sou eu que vou sofrer as consequências dessa escolha. Não estou dizendo que esse agente tem que ser o Zac. Se ele não quer mais "cuidar" de mim, pena, mas acredito que ele não seja o único agente simpático no mundo. O senhor mesmo poderia cuidar de mim, certo? Não sou nenhuma criança, sou uma mulher. Não pedi a proteção de vocês, mas vocês que se ofereceram sem me dar a chance de escolha. O que eu "preciso" de vocês é um teto seguro para dormir, apenas isso, e é por isso mesmo que eu acho que qualquer um que não seja o agente Walter, pode me dar isso.
-E por que não o agente Walter?
-Eu não me sinto segura com ele. Por que diabos ele ronda a casa durante a noite? E não venha me dizer que é por proteção, por que eu vi seguranças rondando a área e as trancas da casa são muito fortes.
-Você tem é que agradecer por ter onde dormir.
-Eu não tenho que agradecer nada, por que não estava dormindo na rua. Eu tenho um lar e tenho um emprego. Não preciso nada de ninguém. Eu prefiro ficar na minha casa, com os meus amigos, mesmo que não tenha a proteção "adequada", pois eu sei que sou bem vinda lá. Essa é a minha deixa: Ou vocês mudam o meu "protetor" ou vão ficar devendo as promessas que fizeram para o meu pai. –Disse ficando de pé demonstrando que falava sério.


-Ela é sempre assim? –O agente Smith perguntou encarando Zac.
-Na maioria das vezes, sim.
-E na minoria?
-Na minoria ela não avisa e se é contrariada, parte para a agressão física. –Sorriu. –É a filha de Gregory Hudgens, com toda a certeza.
-Sem sombra de dúvidas. –O agente Smith concordou. –Pois muito bem, senhorita Vanessa. Se é assim que a senhorita quer, mas já aviso que eu não vou ficar entrevistando agentes para saber o que será mais "adequado" para você.
-Não se preocupe. –Ela disse. –Eu já tenho um escolhido.
-E posso saber quem será o felizardo?
-Agente Ian Somerhalder.
-E por que ele?
-Por que o Zac não aceitaria a Nina e o Ian é o terceiro agente confiável da minha lista.
-E o primeiro?
-Não é da sua conta. –Disse e por mais que fosse uma afronta, ele não pode deixar de sorrir pela forma doce como tinha sido.
-Pois muito bem. O seu protetor no momento, agente Walter, vai conversar com o agente Somerhalder para vê se ele concorda e se para saber como proteger você.
-Eu mesma vou falar com o agente Somerhalder, afinal, o único conselho que o agente Walter pode passar para ele sobre mim é "faça o oposto de tudo o que eu fiz".
-Você é muito grosseira, sabia?
-Minha mãe sempre me dizia isso e me mandava dormir, pois sabia que isso era sono. Então, boa noite. –Disse indo até Zac para lhe dar um beijo rápido antes de se trancar no quarto.
-Ela é sempre assim? –A agente loira perguntou.
-Sim. –Zac respondeu.
-E você não se importa?
-Não, já vi piores. –Disse sorrindo.
-E esse beijo? –O agente Smith perguntou.
-Coisa nossa. –Disse acompanhando-os até a porta.

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Hey girls. Aí está o capítulo 25. Eu ia postar ontem a tarde, mas fui comprar o meu material escolar (minhas aulas começam amanhã, pois é, moro no Acre mesmo) e a noite fui para a igreja e fiquei sem tempo de concluir o capítulo. Agradeço a quem comentou e a quem leu. Espero que gostem desse também.
Xx

sábado, março 15, 2014

Capítulo 24

-Eu estou? –Fingiu inocência e pôs a mão na parte detrás da calça que usava. Percebeu que Vanessa estava tensa e apertou a cintura dela levemente como se para acalmá-la. –Eu devo ter esquecido de tirar. É que ontem eu trabalhei com essa calça e só tive tempo de tomar um banho e ir encontrar vocês.
-Ah, sim. Você está com uma aparência cansada mesmo, mas eu não quis comentar. –Alexandra disse com meio sorriso. –Mas está bonito do mesmo jeito. Posso ver?
-Ver o que? –Ele perguntou desconfiado.
-A arma. Eu quero vê se consigo identificar. Eu estou vendo um seriado policial e eles falam muito sobre armas.
-Eu acho que você não vai conseguir identificar. –Disse olhando Enzo de rabo de olho. –Esse seriado com toda a certeza é americano, diferente do meu armamento.
-Mas me deixa vê. –Pediu erguendo a mão e Zac mexeu na orelha e depois no cabelo nervoso.
-Ela não está montada.
-Mas mesmo assim eu quero vê.
-Acredito que nem todos vão ficar a vontade.
-Fechem os olhos. –Alexandra disse com a mão ainda erguida. –Eu quero vê, por favor. Você mesma disse que não está montada. –Ele suspirou e mexeu no cabelo de novo.
-Ok, ok. –Disse apertando a cintura de Vanessa como se pedisse ajuda.
-Eu não quero vê. –A morena disse. –Eu já disse que não gosto que você fique armado perto de mim.
-Só um pouquinho, Vanessa. –Alexandra pediu.
-Alexandra, por favor. Eu tenho pavor dessas coisas e você sabe disso. Eu não tenho uma relação nada boa com essas coisas mesmo sem nunca ter visto uma de perto, imagine se eu vê.
-Eu sei que isso te incomoda por culpa do passado, mas eu só quero vê. Só um pouquinho, ok?
-Só um pouquinho e nada mais. –Disse vencida. Alexandra ia ficar perseguindo Zac caso ela negasse. –Amor, mostra. –Disse tapando os olhos com as mãos.
-Tudo bem. É uma Walther MPL. –Disse colocando o cartucho sem fazer movimentos bruscos.
-É linda, mas não reconheço. –Alexandra confessou.
-É de origem alemã e todos sabemos que os alemãs e os americanos não se dão muito bem. –Disse tentando fazer piada.
-É. –Disse sorrindo e Zac logo guardou a arma.
-Espero que não se incomodem por eu tê-la montado para mostrar para a Alexandra. –Disse mexendo o pescoço. –Pensem pelo lado positivo: Estamos todos protegidos.
-É, digamos que sim. Contanto que a arma não pare nas mãos erradas, não é? –Gabriela disse insinuando para Alexandra fazendo todos rirem.
-Ele percebeu? –Vanessa perguntou sussurrando para Zac.
-Ele sabe que tem algo errado, mas ainda não está totalmente convencido. Vai começar a fazer perguntas, por isso, deixe que eu responda. –Respondeu no mesmo tom de voz que ela. A comida foi servida e Enzo observava como Zac tratava Vanessa.
-Vocês se conhecem a muito tempo? –Susana perguntou para o casal depois de uma troca de olhares deles.
-Sim, desde o primário. –Zac respondeu enquanto ela bebia o suco.
-E quando perceberam que se gostavam?
-Nós nos separamos quando ela veio para a França estudar, aos 17 anos. –Zac contou. –Perdemos contato, mas o destino nos uniu novamente e eu entendi que nossos caminhos não se cruzaram em vão.
-Aw, que fofo. –Gabriela e Susana falaram juntas.
-E você tem quantos anos, rapaz? –Enzo perguntou.
-Eu tenho 25, senhor. –Disse fazendo Vanessa encará-lo.
-Como 25? A Vanessa nos disse que você tinha 24. –Alexandra disse.
-E eu tinha até a última quarta-feira. –Confessou com meio sorriso.
-Por que vocês não nos disse nada? –Alexandra perguntou olhando pra Vanessa. –Nós devíamos ter comemorado. Que péssima namorada que você é.
-Eu não sabia. –Disse olhando para Zac como se exigisse uma explicação.
-Como assim? –Enzo perguntou desconfiado.
-A Vanessa não é muito boa com datas. –Zac respondeu. –Muito menos aniversários.
-É, é isso mesmo. –Concordou de mau grado. Ela era ótima com datas e lembrava o aniversário de gente que nem conhecia. –O que “ajuda” na situação é que o Zac é daqueles que não liga muito pra idade, sabe? Ele prefere viver a vida. A idade não passa de um número pra ele.
-É, claro. Eu tenho esse pensamento feminino de meia idade, com toda a certeza.


-É o que eu digo, mas você não muda, né amor? –Falou brincando com as bochechas dele.
-E você, Vanessa. Tem quantos anos? –Susana perguntou.
-Tenho 23. Faço 24 no final do ano.
-Ah, sim. E vocês estão juntos a quanto tempo?
-Hoje completa uma semana. –Zac respondeu sorridente a pegando de surpresa.
-Já? –Ela questionou. –Passou tão rápido.
-É assim mesmo quando se está apaixonado. –Alexandra disse.
-Pra mim essa semana passou arrastada. –Zac disse fazendo todos rirem.
-Que gracinha. –V disse falsamente.
-Eu sabia. –Gabriela disse olhando o calendário do celular.
-O que você sabia?
-Eu sabia que você não iria dormir na casa do Zac atoa. O aniversário dele foi naquela quarta-feira. E você tentando nos enganar fingindo que não sabia quando era o aniversário dele. Vanessinha, Vanessinha... –Disse fazendo todos rirem e ela corar.
-E você como amiga deveria me ajudar.
-Você foi tão convincente que eu achei que era verdade.
-Ok, você me pegou. –Disse sem jeito.
-Enfim. –Enzo disse. –Qual o seu nome completo, rapaz?
-Por que?
-É que o seu rosto não me é estranho.
-O senho deve estar me confundindo.
-Deixe eu confirmar, afinal, não tem nada de mais em você me falar o seu nome, certo?
-É, não tem, amor. –Vanessa disse fazendo carinho na perna dele.
-Mas amor...
-Qual é, Zac? Você está muito na defensiva hoje. –James comentou.
-Não é isso, é que vocês não estão nada fáceis. Primeiro meu trabalho, depois a arma e agora isso. Estão envolvendo demais a minha vida pessoal e eu sou bem reservado.
-Mas estamos entre amigos, ou não? –Tyler perguntou.
-O Zac tem um certo ódio pelo nome dele. –Vanessa disse. –Eu acho um nome comum, mas ele...
-Eu tenho um rosto muito bonito para ter esse nome.
-Dramático...
-Não deve ser tão feio assim. –Alexandra disse incentivando-o. –Vamos, diga.
-Eu também fiquei curiosa agora. –Gabriela disse.
-Se vocês rirem, eu me retiro. –Ele ameaçou.
-Ok, ok. –Concordaram.
-Meu nome completo é Zachary. Zachary David Alexander Efron. –Disse encarando Enzo e o viu empalidecer levemente.
-David Efron? –Ele repetiu meio rouco.
-Sim, David Alexander Efron. É o nome do meu pai e do meu avô. Isso que da ser filho único com muita gente pra homenagear. –Disse fazendo todos rirem.
-Não é tão feio. –Alexandra disse.
-É o que eu digo. –Vanessa erguendo um pouco a cabeça para beijá-lo.
-Ok, pare de esfregar seu namorado em mim. –A loira disse. –Zac, por que você não tem nenhum irmão?
-Não tive oportunidade. –Disse sorrindo falsamente. Novamente os amigos de Vanessa falavam da vida privada dele e isso o incomodava.
-Alexandra, pare de tarar o meu namorado, por favor. –Disse percebendo a tensão de Zac. Sabia que ele não gostava de falar da vida privada e tentou mudar de assunto. –Primeiro o chamou de bonito e agora isso.
-Eu só estou falando a verdade. Ele é bonito, ué. Zac, você usa colete ou o seu corpo é assim mesmo?
-É assim mesmo. –Ele respondeu sem entender onde a loira queria chegar.
-Não, não pense nada de mais. É que uma noite dessas você estava com uma camisa um pouco mais apertada e seus músculos estavam muito definidos para serem reais.
-Alexandra! –Vanessa exclamou fazendo todos rirem.
-O que foi? Eu só estou matando uma curiosidade. Amiga, eu preciso andar mais contigo. Você só arranja gatos.
-Chega, Alexandra, por favor.
-Hmmm, ciúmes no ar. –Gabriela disse.
-Não é ciúmes, mas é que incomoda.
-Sei, sei.
-Eu só estou brincando, Vanessa e mesmo se não fosse brincadeira, não tem por que você se preocupar. É mais que óbvio que se não der certo entre vocês, eu seria a última pessoa no mundo que o Zac procuraria. Eu e você somos totalmente o oposto. –Alexandra disse.
-Nunca se sabe.
-Por favor. Ele te deu um anel de diamante. –Gabriela disse. –Duvido muito isso não dá certo.
-Ele te deu um anel de diamantes? –Susana perguntou assustada. –É esse no seu dedo? –Vanessa acenou com a cabeça. –Nossa. Vou confessar que quando o vi pensei que fosse de compromisso, mas quando ele disse que vocês estão apenas a uma semana juntos, passei a pensar que era um anel de família.
-Garota sortuda, não é mamãe? –Gabriela disse fazendo graça.
-É só um anel, por favor. –Vanessa disse escondendo o rosto no pescoço de Zac. –Cheiroso. –Disse fazendo todos rirem.
-Só um anel? É mais que óbvio que ele quer algo sério com você, querida. –Susana disse. –Sua mãe deve ter concordado comigo.
-Se ela estivesse viva, quem sabe. –Vanessa disse deixando o clima mais tenso ainda.
-Ela... –Engoliu em seco.
-Ela morreu quando eu estava próxima de completar 18 anos.
-Eu sinto muito. –Disse a Vanessa que assentiu silenciosamente abraçando Zac mais forte. –E seu pai?
-Morreu antes de eu nascer.
-Nossa, que vida trágica. Mas acredito que a família do Zac deve ter sido uma segunda família pra você, certo?
-Meus pais morreram quando eu tinha 9 anos. –Zac disse. –Morei com meus tios que morreram no ano passado.
-Eu sinto muito. Vocês são tão novos e já passaram por tanta coisa.
-Tudo bem, é a vida. –Disse com um sorriso educado. A tensão que estava no ar tinha triplicado. Fred serviu a sobremesa e eles logo se dissiparam pela sacada para observar o rio Siena enquanto conversavam. –Você está bem? –Ele perguntou pra V. Eles estavam mais afastados dos outros.
-Sim, estou. Ela não é a primeira e nem a ultima a agir desse modo depois de saber da minha trágica vida.
-Ela pode ser há ultima se você quiser. Só precisamos avançar com o plano.
-Como?
-Seus amigos já devem ter percebido que você não está bem, mas não devem estar ligando isso ao fato de que o aniversário da morte da sua mãe está chegando, e sim há algo que me envolva. Quando eles questionarem, diga que é uma coisa irrelevante. Eles vão me questionar e eu vou dizer que você está meio tensa por culpa de uma oferta de trabalho que você recebeu de um cliente do café e que você está em dúvidas por que não quer deixá-los. Eu vou saber convencê-los a aceitar que o melhor é você aceitar o emprego e que quando der, você vem visitá-los. Não vai ser tão difícil, afinal, é só comparar os benefícios de você seguir carreira numa empresa e de continuar na cafeteria.
-Hm.
-Você não está bem. O que houve?
-Eu não sei, eu já te expliquei.
-Vem cá, meu bebezinho protegido. –Disse a puxando para o colo dele fazendo-a derramar algumas lágrimas.
-Vão fazer sete anos e a dor continua a mesma. As pessoas disseram que com o tempo passaria, mas não. Elas mentiram. Não está passando, Zac.
-Passa, Vanessa. No momento que você decidir seguir com sua vida, ela vai passar. Não completamente, mas vai diminuindo razoavelmente. Você fica pensando em como as coisas seriam se ela estivesse viva. Você tem que parar com isso. Tem que seguir adiante e imaginar que ela está te olhando lá de cima e torcendo para você fazer as escolhas certas. Você não pode ficar se lamentando mais, por que isso não ajuda em nada.
-Mas...
-Mas nada. Você tem que fazer isso, é o melhor para você.
-Tudo bem. Eu vou tentar. –Disse enxugando as lágrimas.
-Não pense que eu quero mudar o seu jeito de ser ou de pensar. Eu só quero te ajudar, entende?
-Uhum.
-Certo. Daqui a pouco nós vamos, ok? Você está muito manhosa e isso é sinal de sono. –Disse beliscando levemente as bochechas dela.
-Eu não sou criança.
-É sim.
-Por que você não me disse que o seu aniversário tinha passado?
-Não achei que fosse importante, afinal, a idade não passa de um número de mim. –Falou irônico.
-Apenas retruquei. Eu sou ótimas com datas, principalmente de aniversários.
-E só por isso fez parecer que eu tenho pensamentos iguais aos de mulheres que estão na meia idade?
-Deixe de ser machista.
-Vai ter volta.
-Pode parar com essas vinganças. Sabia que o rancor envelhece as pessoas?
-Que conversa afiada é essa, Vanessa? Por favor, né. –Disse antes de rir.
-Não é conversa afiada, é fato. Se você continuar assim, daqui há 5 anos, você vai aparentar ter 40.
-Estou muito preocupado com isso, nossa. –Disse irônico. –Vamos?
-Vamos. –Disse antes de iniciar um beijo que logo foi intensificado. O que era para ser um simples beijo se transformou em um beijo nunca trocado por eles antes com direito a carícias e sentimentos nunca permitidos. Gabriela e Alexandra olhavam chocadas a troca de carinho do casal.

-Será que eles esqueceram que nós estamos aqui? –Gabriela perguntou sussurrando.
-É bem provável. Eu nunca vi eles agirem assim.
-Eu também não. Devem estar passando pouco tempo juntos mesmo. –Assim que Gabriela terminou de falar eles pararam o beijo. O fato de precisarem de ar era uma droga, mas ainda assim ele era necessário. Zac encarou aqueles olhos castanhos que tanto lhe impressionavam. Eles eram bem expressivos, mas ele nunca entendia o que eles queriam lhe dizer. Vanessa saiu de seu colo e começou a arrumar o cabelo.
-Eu vou me despedir das meninas. –Ela avisou antes de lhe dar as costas.

-WOW. O que foi aquilo? –Alexandra perguntou assim que ela se aproximou.
-O que? –Fingiu inocência.
-Não se faça de boba. Aquilo que vocês... –Tentou gesticular com as mãos. –Aquela pegação.
-Vocês estão com um fogo, hein? –Gabriela perguntou a empurrando de leve.
-Eu não estou entendendo.
-Ah, está sim. Ou vai me dizer que a falta de ar é tanta que afetou o seu cérebro?
-Foi só um beijo bobo.
-De bobo aquilo não teve nada, só as mãozinhas. Sinceramente, eu achei que vocês iam começar a se despirem na nossa frente. –Alexandra disse.
-Que horror. –Vanessa disse. –Como vocês são dramáticas.
-Fala sério, até a minha mãe ficou chocada. –Gabriela disse.
-Deixem a menina, por favor. –Susana pediu controlando o riso. –Eles são um casal apaixonado, isso é mais do que normal.
-Mamãe, a senhora não entende. Eles mal se abraçam na nossa frente, imagine um beijo daqueles.
-É normal entre os casais perderem o controle as vezes.
-Mas...
-Vocês estão constrangendo a amiga de vocês. –Repreendeu-as assim que percebeu que Vanessa corava. –Não é de se estranhar o por que deles serem reservados. Olhem como vocês estão reagindo.
-Tudo bem, tudo bem, mas que isso foi estranho, foi.
-Eu só vim me despedir. Nós já vamos. Eu estou cansada e ele também. –Vanessa disse.
-Cansados, sei. –Alexandra falou irônica.
-Sim, Alexandra, estamos cansados.
-Você vai para a republica ou... ?
-Vou para o apartamento dele e antes que pensem coisas indevidas, eu tenho coisas importantes a tratar com ele.
-Importantes, sei. –Gabriela disse com um sorriso maroto.
-Não dá para conversar sério com vocês. –V disse depois de bufar.
-Ignore, Vanessa. –Susana disse. –Espero que o relacionamento de vocês dê certo. Vocês parecem estar muito apaixonados.
-É, claro. –Disse tentando não olhá-la nos olhos. Odiava mentir, muito menos para as pessoas que a tratavam bem.
-Algum problema? Eu sei que mal nos conhecemos, mas eu posso te aconselhar, sabe? Tenho algumas experiências. –Sorriu amigavelmente.
-Não se preocupe, não...
-O Alex que não supera o relacionamento dela com o Zac. –Gabriela disse a interrompendo. –Ela e o Alex sempre foram muito próximos, mas desde que o Zac apareceu, eles estão em crise na amizade.
-Gabriela. –Vanessa a beliscou.
-Ai, estou tentando ajudar.
-Fazendo fofoca?
-Não é fofoca, é a realidade.
-Eu acho que uma boa conversa deve resolver isso, sabe? –Susana disse interrompendo-as. –Devias conversar com o Alex primeiro e abrir o seu coração e depois colocá-lo frente a frente com o seu namorado e falar o que espera deles e depois deixá-los falar o que os incomoda e depois o que os agrada. Eles são homens, devem ter algo em comum além do carinho por você.
-Eu acho bem difícil, mas eu vou pensar no assunto. O Alex está irredutível. –Vanessa confessou. –O que me incomoda não é o fato dele falar mal do Zac para mim nem nada, por que isso não muda meu modo de pensar, mas sim o fato dele provocá-lo. Ele sempre arruma um jeito de tentar tirar o Zac do sério e eu realmente não sei como ainda não aconteceu.
-Ciúmes é algo bem complicado.
-Eu sempre disse que o Alex tinha uma queda pela Vanessa, mas ela nunca acreditou. –Gabriela disse.
-Ele não me vê desse jeito.
-Vê sim. –Alexandra concordou com Gabriela.
-Não vê. Somos amigos e ele sempre soube disso.
-Eu sei do que estou falando, Vanessa. No início ele pedia para mim e para a Alexandra falar bem dele para você. Só que você sempre o via como amigo e nós não mandávamos o recado por que iria para o vento. Ele só parou de nos procurar quando você começou a sair com aquele francês.
-Não, isso não aconteceu. Parem com isso, blah blah blah. –Vanessa disse fechando os olhos tentando ignorar o que tinha ouvido. Parou assim que ouviu uns resmungos. Olhou em volta e viu que era Alex novamente provocando Zac. –Mas que droga. –Bufou indo até os meninos. –O que está acontecendo aqui?
-Nada, Nessa. Eu só estou querendo vê o seu namoradinho em ação com a arma. Pedi para ele atirar para cima e ele ficou na defensiva. Não sabe usar a arma ou o que? –Alex perguntou.


-Já se despediu das meninas? –Zac perguntou ignorando Alex completamente.
-Já. –Ela respondeu.
-Então nós podemos ir. Foi um prazer, Fred. –Disse passando por Alex e cumprimentando-o.
-Que mal educado, hein? –Alex comentou.
-Alex, por favor. –Vanessa pediu.
-O que foi que eu fiz?
-Alex, para de provocar ele. Por mim.
-Se ele não sabe brincar, o problema não é meu.
-Você não faz por brincadeira e você sabe disso.
-Você é ridícula. –Sussurrou puxando-a para perto de si. –Prefere ficar do lado de quem mal conhece do que do lado de um amigo.
-Você faz por merecer. Se me ajudasse, eu não te trataria assim. Sabes que eu não tenho escolha e mesmo assim fica contra mim. –Respondeu no mesmo tom.
-Quem foi que te disse que você não tem escolha? Você já tentou argumentar com o superior do Zac?
-Não, mas...
-Então não fale antes de tentar. Tenho certeza de que se você fazer aquele discurso sobre "cada um sabe o melhor para si mesmo" que só você sabe fazer, eles vão mudar de ideia. Não foi assim que você conseguiu continuar na França?
-Mas o que vai acontecer depois? Cedo ou tarde eu terei que voltar para a América.
-Prefiro tarde.
-Alex... –Ela encarou o amigo. Ela não queria voltar para os Estados Unidos, mas sabia que não tinha escolha. Não podia iludir Alex com a hipótese de que algo mudaria, por que ela sabia que no fim das contas, ele sairia magoado.
-Vamos? –Zac perguntou olhando para ela.
-Sim, vamos. –Respondeu olhando Alex. –Depois nós conversamos.
-Quando eu chegar na republica, eu te procuro.
-Eu não vou voltar para a republica.
-Como? Já não basta aquela noite desnecessária, tem que ser hoje também? –Perguntou se alterando.
-Alex, nós precisamos resolver algumas coisas e...
-Não, Vanessa. Quer saber? Eu cansei. Você faz parte disso por que você quer, não por que é obrigada. Ninguém te obriga a fazer o que você não quer, muito menos quem você mal conhece.
-Alex, por favor. –Tentou pedir.
-Não, não começa. Quando você realmente quiser tentar, me procura. Antes disso, não. –E virou-lhe as costas. Ela olhou para Zac com os olhos marejados e ele somente negou com a cabeça antes de puxá-la até a saída.

-Sinceramente, eu não sei por que você insiste. –Ele confessou abrindo a porta do carro pra ela. –Você sabe que ele não vai aceitar, para que continuar tentando?
-Ele não aceita por que acha que no fundo é real.
-E isso acontece por que ele gosta de você.
-Até você? Isso não acontece entre nós dois. Somos apenas amigos. –Disse colocando o cinto de segurança.
-Exatamente como nós somos.
-Nosso caso é diferente. Somos amigos por obrigação, mas eu e Alex...
-Somos amigos por obrigação? –Interrompeu-a e ela pode perceber que o tinha magoado.
-Bom, digamos que sim. No inicio eu não fui com sua cara e nem você com a minha. Se não fossem as ordens do agente Smith, nós nos evitaríamos até hoje.
-E você acha que eu te trato bem por obrigação e não por gostar de você?
-Eu não disse isso.
-Não foi preciso.
-Zac...
-Não diz nada, por que só vai piorar as coisas pra você. –Ele disse arrancando com o carro.

[...]

-Você vai ficar com raiva? –Vanessa perguntou enquanto ele procurava a chave certa para abrir o apartamento.
-Não faço mais do que a minha obrigação. –Falou irônico.
-Zac, por favor. Eu gosto de você e sei que você também gosta de mim. Eu só usei as palavras de modo errado. Desculpa. –Acariciou o rosto dele.
-Ok, Vanessa. –Bufou.
-Não está nada ok. Me dá um beijinho, vai. –Pediu abraçando ele pela cintura enquanto ele fechava a porta atrás de si.
-Vanessa...
-Só um, vai. Só assim eu vou ter certeza de que você não está zangado.
-Você abusa, sabia?
-Sabia. –Disse erguendo-se para um beijo que eles aproveitaram até ouvirem uma voz pouco conhecida.
-Oh meu Deus. –Disse a jovem empregada de Zac fazendo eles se separarem. –Je m'excuse, monsieur. (Sinto muito, senhor.)
-Que faites-vous ici? (O que você está fazendo aqui?) –Zac perguntou abraçando Vanessa pela cintura percebendo o desconforto dela.
-J'ai perdu la notion du temps tout en faisant le nettoyage de leur armes, monsieur. Je sais que vous n'aimez pas les choses dans le mauvais endroit. Il m'a fallu pour cela que je mettre tout à sa place. (Perdi a noção do tempo durante a limpeza de sua armas, senhor. Eu sei que você não gosta das coisas no lugar errado. Demorei porque eu coloquei tudo em seu lugar.) –A empregada explicou enquanto vacilava o olhar entre Zac e Vanessa.
-D'accord, vous pouvez y aller maintenant. (Ok, você pode ir agora.) –Disse e ela assentiu antes de sair. –O que foi? –Perguntou quando Vanessa se desprendeu de seus braços.
-Não, nada. É que... e se ela contar a alguém? –Perguntou sentando-se no sofá.
-Contar o que?
-Como o que? O que ela viu, não é?
-E o que ela viu?
-Uma desconhecida beijando um agente. Eu não quero te meter em problemas.
-Olha, eu não vou me meter em problemas. Ela sabe que trabalha para agentes do FBI e ela foi treinada para isso. Ela sabe que tem que se calar e que tem que ignorar o que vê, por que isso pode trazer problemas para ela.
-Mas mesmo assim...
-Relaxe, ela não vai dizer nada a ninguém.
-Pense bem: Até pessoas que levam uma vida "normal" precisam desabafar as vezes. Você não acha que uma pessoa que vive sobre pressão não deva fazer o mesmo?
-Pode até ser, mas meu apartamento é o ultimo a ser limpo. Amanhã ela já vai ter esquecido isso.
-Será?
-Se você quiser, eu ponho ela na parede e...
-Não, Zac. Não é isso. Eu acho melhor nós termos mais cuidado da próxima vez.
-Nós? Foi você que me beijou.
-Por que eu achei que nós estávamos sozinhos.
-E a culpa é minha por não saber que ela estava aqui?
-Eu não disse isso. O que eu quero dizer é que se formos fazer certas coisas, nós devemos nos certificar antes. Até mesmo se for uma simples conversa.
-Tudo bem, entendi. Quer algo para comer? –Perguntou indo até a cozinha.
-Não, eu estou sem fome. Vou me deitar, você se incomoda?
-Não, pode ir.
-Han, Zac? –Chamou já dentro do quarto.
-O que foi?
-Você vai demorar?
-Não, eu só vou fazer uma ligação. Por que?
-Eu preciso falar com você. Pedir um favor, na verdade.
-Se quiser alguma camisa...
-Não é isso. Vem cá. –Ele foi para o quarto e encontrou-a deitada na cama. –Você pode marcar uma reunião com o agente Smith com nós dois?
-Por que?
-Eu não quero entrar em detalhes por que eu não sei se você vai concordar e isso vai te dar tempo para planejar algo para me deter, mas eu quero falar sobre o agente Walter.
-Falar o que?
-Não é nada de mais, mas eu quero mostrar para o agente Smith que somente eu posso saber o que é melhor para mim e ficar sobre a proteção do agente Walter não é nada bom. Ele me estressa, me deixa angustiada e eu acho que qualquer um vai concordar que isso não é bom nem fisicamente e nem mentalmente.
-Tudo bem, eu vou tentar. Mas você poderia tentar também.
-Ele é pré-histórico. O que eu devo tentar com ele?
-Tente fazer o que ele pede. Hoje...
-Eu não vou dormir com ele de novo. Ele me assusta. Eu não quero passar por essa experiencia de novo e nem sou obrigada.
-Vanessa...
-Eu prefiro dormir debaixo de uma ponte do que dormir debaixo do mesmo teto do que ele.
-Tudo bem. Relaxa e tenta dormir um pouco. Eu já volto. –Lhe de um selinho rápido e logo saiu.
-Relaxar, Vanessa. Relaxar. –Ela pensava consigo mesma enquanto se ajeitava melhor na cama.

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Olá meninas, como estão? Está aí mais um capítulo prontinho. Mesmo esse sendo o dia "certo" da postagem, eu quero esclarecer algumas coisas. O meu computador foi pro concerto e só voltou ontem de noite. Eu tinha começado o capítulo sábado passado e continuei pelo notebook, mas meus arquivos ficam nesse outro e por isso não postei antes. Ainda não escrevi o capítulo de Whatever Will Be por que estava empolgada com esse, mas vou começá-lo agora e prometo tentar postar o mais tardar segunda-feira. Não abri nenhuma rede social ou site me focando somente nos blogues e espero que isso vala a pena. Obrigado a quem comentou e gostou do outro capítulo. Espero que gostem desse também.
Xx

segunda-feira, março 10, 2014

Capítulo 23

-Vamos, desça. –O agente Walter ordenou puxando o freio de mão.
-O Jason pode me ver. –Disse apontando para o amigo sentando na escada que ficavam na frente do apartamento dele.
-Isso não é problema meu. Eu tenho que trabalhar, então desça.
-Mas...
-Desça logo, garota. –Ela bufou antes de obedecer e logo correu até umas árvores que ficavam próximas a janela do quarto dela. Viu quando Jason seguiu curioso o carro do agente Walter indo até o final da rua e virar a esquina. Era o momento perfeito para escalar até a janela. Até que para quem sempre tinha sido péssima nas provas de escalamento de educação física, Vanessa tinha subido bem a parede. Claro que ela estava com os joelhos e cotovelos ralados e os dedos das mãos doloridos. Assim que alcançou a janela, jogou a mochila dentro do quarto e sentou-se no peitoral. Estava exausta. Não tinha dormindo nada na noite anterior e estava com dores por todo o corpo devido a dureza do sofá. Respirou fundo e deixou as lágrimas rolarem. Não sabia se chorava pela dor externa ou a interna, só sabia que queria chorar. Sentia falta do conforto que Zac lhe proporcionava e que ela sempre fazia questão de esnobar, mas não era por mal. Ela gostava de brincar com ele, mesmo sabendo que algumas de suas brincadeiras o afetavam de verdade. As lágrimas rolavam com força e ela sentia que o aperto no coração dela diminuía aos poucos, o que era bom por que assim ela não choraria na frente de ninguém. O celular dela vibrou dentro da bolsa e ela sabia que era o despertador avisando que era seis da manhã. Enxugou as lágrimas e se arrastou até o armário, mas logo perdeu as forças e se jogou na cama. “Só vou chorar mais um pouquinho” prometeu a si mesma.

[...]

-Bom dia, Zac. –Gabriela desejou assim que o viu esperando perto do carro.
-Bom dia, Gabriela. Bom dia a todos. –Cumprimentou-os sorrindo.
-A Vanessa já vai sair e conselho de amiga: Seja cuidadoso com as palavras. Acho que ela acordou de mal humor.
-Pode deixar, eu sei lidar com aquela dali. –Sorriu. Eles ficaram conversando enquanto esperavam Vanessa aparecer.
-Já está ficando tarde. –Alexandra comentou olhando no relógio de pulso.
-Se vocês quiserem ir na frente, podem ir. Eu espero por ela. –Zac disse.
-Tudo bem então. Qualquer coisa me ligue. –Gabriela disse enquanto eles iam até o carro de James. Ouviram um barulho e Vanessa logo saiu pela porta da republica vestindo um short jeans curto e uma blusa azul soltinha. Assim que viu Zac, correu-lhe ao encontro e o abraçou. A dor no peito dela havia voltado com todas as forças fazendo novas lágrimas descerem.
-Eu me sinto tão ruim. –Confessou pra ele.
-O que houve?
-Eu não quero vê –soluçou– nunca mais. Eu não posso –soluçou– na América, Zac. Ele é grosseiro e...
-Calma, eu não estou entendendo nada. Vamos dar uma volta e você vai me contar o que houve com mais calma, ok? –Ela assentiu com a cabeça e ele a abraçou mais forte. Zac fez sinal para os amigos dela irem na frente já que eles estavam espantados com a reação de Vanessa. –Seus amigos já foram, vem, vamos entrar.
-Não, eu prefiro ficar aqui fora. Preciso de ar fresco.
-Então vamos nos sentar na escada. –Eles sentaram e ela logo abraçou-o. –O que foi que aconteceu com você, baby?
-Estou tão cansada. Vocês ganham tão mal assim que não podem comprar móveis confortáveis? –Perguntou enxugando as lágrimas. Sentia-se mais calma perto dele, apesar do nó que estava preso na sua garganta.
-Não, muito menos se você faz serviços extras como execução. O agente Walter é mão de vaca, é diferente.
-Como que alguém prefere viver no desconforto?
-Ele diz que não fica nos lugares por muito tempo então prefere comprar o pior já que não vai usar.
-Por isso a cama foi a coisa mais confortável que eu encontrei.
-Exatamente.
-Ele é muito grosso, Zac. Primeiro me expulsou do quarto dele e depois ficou querendo controlar minhas ações. Eu só não fugi dali por que não sabia onde estava. Acredito que até o tal Flecher me trataria melhor do que ele.
-Não duvido. Você dormiu no sofá mesmo?
-Eu não dormi. Era uma pedra camuflada de sofá. Por um momento eu me deitei no chão pra vê se situação melhorava e até que funcionou, mas ele apareceu na sala e aquilo me incomodou. Se eu ficasse no chão, seria uma presa fácil, diferente do sofá.
-Ele não faria nada com você, Vanessa.
-Não tenho tanta certeza. Ele é bem esquisito pro meu gosto.
-Ele tem amor a vida e sabe muito bem o que aconteceria com ele caso encostasse em um fio de cabelo seu.
-Ele me fez acordar cinco da manhã e nem banho me deixou tomar. Fomos no Starbucks, mas não me ofereceu nenhum café. Ele me deixou trancada no carro. Ele é um monstro.
-Ele é dos antigos, Vanessa.
-E não existia educação naqueles tempos? Ele conhecia o meu pai?
-Sim, mas eles não se davam muito bem por esse motivo mesmo.
-Ele deve estar descontando em mim.
-É possível.
-Você não vai me deixar com esse cara, não é?
-Eu não tenho outra escolha.
-E o Ian?
-Ele cuida de outras coisas.
-E a Nina? –Ela logo engoliu em seco relembrando do que havia conversado com Nina na noite anterior. A confusão com o agente Walter havia feito ela esquecer do que Nina tinha lhe contato sobre Zac.
-A Nina não serve pra isso. Ela é bastante explosiva.
-Hm. –Murmurou mexendo nos cabelos.
-Aconteceu alguma coisa entre vocês duas? –Percebeu a inquietação dela.
-Não.
-Não minta pra mim. O que houve?
-Nada de mais, nós só conversamos.
-Sobre?
-Algumas coisas.
-Que coisas?
-Coisas de mulher.
-O que ela disse sobre mim?
-Por que os homens acham que sempre falamos sobre eles?
-Por que vocês falam. O que ela disse?
-Não foi nada.
-Você vai me dizer por bem ou eu vou ter que perguntar pra ela por mal?


-Ela me contou sobre a sua famosa reputação. –Disse por fim.
-De gato e perverso? –Negou com a cabeça se levantando. –Ela não cansa de contar essa história, não?
-Então é verdade?
-Sim, e dai? Algum problema?
-Não. –Respondeu assustada com a grosseria dele.
-Não precisa você ficar assim, eu não vou te fazer mal. Achei que já tinha te mostrado isso.
-Eu sei que não, Zac, mas... Você é muito explosivo as vezes.
-Por que você me tira do sério, Vanessa.
-Eu não faço nada de mais.
-Ah, não? Como achas que eu me sinto quando você age desse modo? Você prefere acreditar nos outros que já mentiram pra você do que em mim que te acolhi e dei tudo o que você precisa.
-Você acabou de confessar que é verdade o que ela me disse.
-Se eu negasse, você acreditaria? Vamos ser sinceros um com o outro: Você só me usa, não é? Você só se aproveita da promessa que eu fiz à seu pai e me faz de gato e sapato.
-Não é bem assim.
-Então por que você me ligou ontem a noite? Sentiu minha falta, por acaso? Duvido muito. Você só me ligou para saber se podia ir para o conforto do meu apartamento. Eu não sou trouxa, Vanessa. Eu sei muito bem o que se passa por aqui e foi por isso mesmo que te coloquei nas mãos do agente Walter. Ninguém nunca me tratou como tu me tratas e por isso você recebeu o seu castigo.
-Como é que é? –Se irritou ao perceber o joguinho dele.
-Eu não quero uma menina mimada ao meu lado e nem preciso de uma. Antes de voltarmos para a América, eu vou te consertar.
-Acontece que eu não estou com defeito.
-Pois é o que parece e olhe bem: Já destes os primeiros sinais de mudança. Até que minha ideia de te colocar nas mãos do agente mais carrasco que eu conheço funcionou.
-Você é um...
-Um ser belo e perverso. No começo eu te falei que queria respeito acima de tudo, mas você não me deu ouvidos. Só estou te dando o troco. Um dia você vai me agradecer por isso.
-Então quer dizer que eu vou continuar convivendo com o agente Walter até que você ache que estou consertada?
-Iria demorar muito, afinal, você não é nada fácil. Só até você começar a agir como uma mulher adulta de quase vinte e quatro anos.
-Eu odeio você. –Encheu-lhe de tapas no peito.
-Não é assim que uma mulher adulta age, mas continue tentando.


-Tudo bem Zac. –Disse depois de se controlar. –Vamos logo? Já estamos atrasados.
-Vamos, baby. –Falou irônico fazendo-a encará-lo. –Outra coisa: Nada de ficar me tratando mal nesse almoço. Você tem que começar a aprender a disfarçar as coisas. Você diz que eu sou explosivo, mas eu me controlo mais do que você.
-Tudo bem, eu vou tentar, senhor perfeito.


-Sem ironias. –Ela gargalhou.

[...]

-Olha só. Achei que não viriam mais. –Alexandra disse assim que os viu.
-Problemas com o trânsito. –Zac disse desculpando-se. Cumprimentaram a todos.
-E seus pais, Gabi? –Vanessa perguntou abraçando a amiga.
-Também tiveram problemas com o trânsito, mas avisaram que já estão chegando. –Respondeu feliz pela mudança de humor da amiga.
-Hmmm. Quer ajuda com algo, Fred?
-Não, lady Vanessa. Hoje é o nosso dia de folga. –Respondeu sorridente.
-É o seu também, mas isso não te impediu de cozinhar.
-Eu sou eu, lady Vanessa.
-Eu sou útil nos fins de semana também, Fred. –Pôs as mãos na cintura fazendo todos rirem.
-Eu sei, lady Vanessa. Já que você quer tanto fazer alguma coisa, leve essas toalhas lá pra sacada e coloque-as nas mesas, oui (sim)?
-Oui. –Concordou feliz por sentir-se útil.
-E você, Zac, por que não a acompanha? Pelos honorários que a Vanessa cumpriu essa semana, acredito que vocês mal tiveram tempo de se verem. Se quiserem, aproveitem para namorar um pouco. A vista é linda.
-Obrigado, Fred. –Disse indo atrás de Vanessa pelas escadas.
-O amor é lindo. –Gabriela comentou assim que eles saíram da vista deles.
-Amor. –Alex repetiu num tom debochado.
-Alex, você ainda não superou o relacionamento deles? Por favor.
-Eu não disse nada, Gabriela. Pare de querer ser a sabe tudo.
-Não me venha com essa, Alex. Eu te conheço muito bem.
-Nada de brigas hoje. Vamos comemorar a chegada dos pais da Gabriela, ok? –James pediu.
-Ok. –Concordaram com um bico. Na sacada o clima era outro.

-But mama, I'm in love with a criminal, and this type of love isn't rational, it's physical... Mama, please don't cry, I will be alright.. All reason aside, I just can't deny, I love that guy. –Vanessa cantarolava sorridente a música "Criminal" da Britney Spears e Zac só observava. –Vai ficar só olhando ou vai me ajudar?
-Você que disse que queria fazer alguma coisa, não eu.
-E só por isso você vai me deixar fazer todo o trabalho sozinha?
-Eu fui dormir tarde ontem, Vanessa.
-Pelo menos você dormiu.
-Chantagem não vale.
-Não é chantagem, é a realidade. Ande, ponha essa toalha na mesa de centro.
-Estou ocupado.
-Fazendo o que? Respirando?
-Estou tentando te entender.
-Por que os homens sempre preferem descobrir as coisas sozinhos? Ninguém melhor do que eu para falar de mim, certo?
-Você não vai me dizer a reposta.
-Experimente. –Disse jogando a toalha de mesa nele, fazendo-o se levantar e ajudá-la.
-Por que você mudou de humor tão rapidamente? Nada de bom te aconteceu.
-Eu já chorei o suficiente ontem e hoje. Não tenho que ficar me lamentando mais, afinal, estou com você agora.
-O que você está aprontando?
-Eu? Nada. –Respondeu assustando-o.


-Nada? Depois da minha confissão você está me tratando como se nada tivesse acontecido. O que você planeja?
-Nada, Zac. Não é você mesmo que diz que tenho que agir como uma adulta? É o que eu estou fazendo.
-Sim, eu sei, mas sem um ataque primeiro? Aqueles tapas que você tentou me dar há minutos atrás não devem ter sido o suficiente.
-Esquece isso, ok?
-Desiste, Vanessa. –Zac disse sorrindo. –Esse seu joguinho não vai funcionar. Você é uma ótima atriz, mas eu fui treinado para lidar com pessoas como você.
-Eu não sei do que você está falando.
-Sim, você sabe. Você está tentando agir como uma adulta para me convencer a tirar o agente Walter do seu caminho. Ele não é tão mal assim, Vanessa.
-Não, imagine. Eu passei a noite inteira chorando por que não tinha mais o que fazer. –Disse debochada.
-Você chorou a noite?
-Por que você acha que eu estou maquiada? Por que eu gosto? Só me maquio na semana por que a dona Elise nos obriga dizendo que não podemos assustar os clientes pela manhã que é quando a cafeteria tem o maior movimento, mas somente por isso. Eu odeio maquiagem, me sinto outra pessoa. Eu não sou perfeita, então por que me esconder atrás de corretivos ou sombras? Se eu não me aceitar, quem é que vai? Por que eu estou falando isso pra você? Você nem liga.
-Ei, eu me importo com você.
-Pois não parece. Em vez de sentar-se comigo para termos uma conversa civilizada, você preferiu me colocar nas mãos de um desconhecido que não sabe respeitar ninguém.
-Eu conheço ele.
-Pois eu não e ele não deixa de ser um grosseiro. –Zac começou a rir fazendo-a irritar-se. –Do que você está rindo?
-De nada, continue o seu desabafo.
-Está vendo por que eu digo que você não liga?
-Eu já disse que me importo com você. Que mais provas você quer?
-Um pouquinho de respeito seria um bom começo.
-Você quer falar de respeito? Sério? Com que moral?
-Com a mesma moral que você teve para me pedir honestidade sendo que fez o que fez. Isso deveria ser somente profissional.
-E é profissional.
-Você chega ao cúmulo do ridículo falando isso. Você quer mudar meus conceitos e meu jeito de ser. O que isso tem a ver com o seu trabalho?
-Muita coisa.
-Me diga uma dessas coisas.
-Não é o momento.
-Nunca é o momento.
-Se você fosse mais madura, já saberia metade das coisas.
-Eu não quero discutir com você, não aqui. –Ouviram barulhos de passos e vozes se aproximando e como de costume ficaram um do lado do outro.
-Olá casal. –Gabriela disse sendo a primeira a aparecer. –Estão vestidos, que bom.
-Engraçadinha. –Vanessa ironizou fazendo todos rirem.
-Mãe, pai, esses são Zac e Vanessa, o único casal do grupo. Vanessa, Zac, essa é Susana, minha mãe e esse é Enzo, o meu pai. –Apresentou-os sorridente.
-É um prazer conhecê-los. –Vanessa estendeu a mão sorrindo.
-Igualmente. –Susana foi a primeira a lhe cumprimentar. Logo todos estavam sentados na mesa em que comeriam.
-É uma linda vista. –Enzo comentou apreciando o lugar.
-Sim, o rio Siena é um dos mais bonitos que eu já vi. –Gabriela comentou.
-Você é uma ótima atriz. –Zac sussurrou no ouvido de Vanessa.
-Não melhor do que você. Lobo em pele de cordeiro. –Retrucou.
-Pois da próxima vez que quiser conversar, esqueça do lobinho aqui e ligue para a cobra da sua amiga.
-Uma cobra mais fiel do que você.
-Pois então peça para essa cobra te abrigar na toca dela da próxima vez. –Disse fazendo ela beliscar a perna dele por debaixo da mesa.
-Vanessa. –Gabriela chamou-lhe a atenção estalando os dedos.
-Han?
-Estou falando com você. Deixem para namorar depois.
-O que foi, Gabi? –Perguntou cansada e Zac acariciou as costas dela.
-O meu pai quer saber onde que vocês trabalham.
-Eu trabalho na mesma cafeteria que o Fred e o Zac trabalha como segurança numa loja.
-Não era numa cafeteria? –Tyler perguntou desconfiado.
-Eu faço reversamentos com um amigo. –Zac disse. –As vezes eu fico na cafeteria e ele na loja e as vezes é o contrário.
-E isso é permitido?
-Eles não se importam com quem protege os estabelecimentos e sim se tem proteção. É um pequeno negócio de família, então não tem problemas.
-Ah, entendi.
-Qual a família, rapaz? –Enzo perguntou.
-Família Gonzáles. –Disse e viu que Enzo ficou desconfiado.
-Gonzáles? É uma família conhecida, não deveria dizer que é um pequeno negócio.
-Eu só sei o que me disseram quando me contrataram, senhor.
-Hm.
-É uma família muito conhecida, papai? –Gabriela questionou.
-Digamos que sim. Onde ficam os estabelecimentos?
-Se o senhor conhece a família Gonzáles, deve saber onde ficam os estabelecimentos. –Disse fazendo Vanessa olhá-lo de olhos arregalados. Ele apenas lhe deu um selinho fazendo-a segurar o riso.
-O que ele quis dizer é que se vocês estiverem falando da mesma família Gonzáles, o senhor deve saber onde ficam os estabelecimentos. –Vanessa tentou corrigir.
-Não, eu não...
-Zac, cala a boca. –O encarou.
-Sem DR casal, por favor. –Tyler pediu.
-Sabe o que é isso? É falta. Por que vocês não vão namorar um pouquinho ali e na hora de comer vocês voltam? –Alexandra sugeriu.
-Alexandra. –Vanessa a repreendeu.
-Concordo com ela. –Gabriela disse. –Vocês estão passando pouco tempo juntos e isso não é bom já que vocês já... bom, vão logo, sim? –Vanessa viu que não tinha jeito e se levantou sendo seguida por Zac.
-Elas estão impossíveis hoje. –Vanessa comentou se afastando.
-Só fazem isso por que sabem que você não vai cometer nenhuma garfia na presença dos pais da Gabriela.
-Não mereço essas coisas. –Disse o abraçando.
-Merece sim. Você é uma péssima pessoa as vezes. –Retribuiu o abraço. –Elas pensam que nós já...
-Sim, pensam.
-Você é tão fácil assim?
-Não, seu idiota. Eu dormi pela “primeira vez” na sua casa e depois perdemos a hora, lembra?
-Hmmmm, sei.
-Para.
-Que sentimental. Você está na TPM de novo?
-Não.
-Pois parece.
-Mas não estou. Por que vocês homens culpam a pobre da TPM por tudo?
-Nós não. Vocês mulheres que usam a TPM como desculpa para serem imprevisíveis.
-Você tem útero?
-Não.
-Então sem opiniões.
-Comediante. –Ela suspirou. –Algum problema?
-Eu não sei. Eu estou com medo. E se eu fizer algo que ponha meus amigos em risco?
-O lugar está protegido, não se preocupe. –Ela passou as mãos pelas costas dele, mas parou assim que sentiu algo.
-Você está armado?
-Eu disse que usaria arma.
-Que horror. Fique longe de mim com isso. Ande, quero a posição de Jack e Rose.
-Não posso.
-E por que não?
-Você mexeu na minha arma. No instante que eu me virar, ela vai ficar visível.
-Por que você não usa aquele negócio que serve pra colocar a arma?
-Por que eu acho o porte armamento ridículo e em situações de emergência ele só serve pra atrapalhar com todos aqueles velcros e botões.
- Arrume a arma, então.
-O Enzo vai perceber algo de estranho, então não. Essa posição está boa. –A abraçou.
-O seu peitoral está tapando a minha visão do rio Siena.
-Você já não o viu? Eu particularmente, já estou enjoado de tanto vê esse rio.
-Ele é lindo.
-Não passa de litros e litros d'água acumulados num buraco.
-Você é tão insensível.
-Eu tenho a cabeça no lugar.
-Ok, senhor perfeição.
-Já pedi para você não me chamar assim. Eu não sou perfeito.
-Mas aparenta querer ser.
-Eu só gosto das coisas bem feitas.
-Tudo bem. –Ela disse antes de beijá-lo.
-Hm, meu primeiro beijo do dia. Fiz o que para merecer isso? –Perguntou após o beijo.
-Beijar você me acalma, eu já disse. –Disse limpando o gloss que havia deixado nele. –E você? O que te faz relaxar? Um cafuné, uma massagem? O que é? –Disse fazendo cafuné nele.
-Eu não costumo relaxar. Acho que isso atrapalha o meu desenvolvimento. Eu prefiro ficar tenso por que isso me deixa em estado de alerta o tempo todo.
-Quem foi que te disse isso? Seu chefe? Sabia que as pessoas são diferentes? Eu, por exemplo, funciono melhor relaxada.
-Você é um caso a parte. Eu funciono melhor tenso e prefiro ficar assim. Eu procuro evitar tudo o que poderia me acalmar ou relaxar.
-E isso não te dá pesadelos?
-As vezes, quando eu me permito sonhar.
-Você já tentou relaxar alguma vez?
-Já e é por isso que eu prefiro ficar tenso. Dá ultima vez que me acalmei, coloquei toda a missão a perder.
-Como assim? –Ele respirou fundo e ela percebeu que era difícil pra ele falar sobre isso. Ele raramente falava sobre ele e quando acontecia ele respirava fundo.
-Lembra que eu te falei que saí com uma mulher a meses atrás?
-Lembro.
-Eu só estou te falando isso por que o nosso relacionamento não é de verdade, por que eu sei que mulheres odeiam quando os parceiros falam dos relacionamentos passados. Enfim. Eu saí com essa mulher e digamos que eu me permiti aproveitar o momento e relaxar. Ela dizia que eu era muito tenso e isso a deixava desconfortável. Naquela mesma noite mais tarde eu tinha uma missão para participar e eu estava diferente, digamos assim. Isso deixou o seu pai, Greg, desconfiado e eu contei pra ele o que tinha acontecido e ele, bom, ficou bastante desconfortável por que sabia da minha teoria de funcionar melhor tenso. Em vez de eu me preparar para o pior naquela noite, eu saí com aquela mulher e depois fui para a missão confiante, o que foi um erro. Mesmo estando em maior número, nós ficamos em desvantagem por que eu estava confiante demais. Seu pai morreu naquela missão e eu me sinto culpado por isso. Eu não devia ter feito o que fiz, sabe? Não devia ter perdido tempo achando que tudo daria certo. Por isso eu odeio pessoas otimistas demais.
-É por isso que você se sente culpado?
-Mas a culpa foi minha.
-Não, Zac. Não se culpe assim. Aconteceu por que tinha que acontecer. Olha, pensa assim: Não tem nenhum mal que não traga o bem. Se você pensar bem, vai vê que é assim que funciona. Eu, por exemplo, perdi a minha mãe e isso me aproximou dos meninos. Eu não morava com eles, você deve saber, mas depois da morte da minha mãe eu fiquei com medo de ficar sozinha e como eu só usava o apartamento pra dormir mesmo, vendi e fui morar com eles. A morte do meu pai também trouxe benefícios. Se ele não tivesse morrido, eu não teria te conhecido. E você? Está a onde está por que o seus pais morreram. Você tinha a escolha de seguir a carreira que seus pais tinham ou viver normalmente.
-Não é assim, Vanessa. Eu tinha 10 anos quando saí do colégio militar. Para onde eu iria? Não tinha ninguém no mundo. O governo aproveitou minha necessidade e me estendeu a mão, por que eu não tinha como negar. E mesmo se eu me arrepende-se depois eles dariam um jeito de me manter no emprego. Eles me estenderam a mão e eu sempre vou dever a eles e por isso trabalho para o governo. Não gosto de dever nada a ninguém.
-Mas Zac...
-A sua teoria funciona bem para você, mas não pra mim.
-Tudo bem. –Disse respirando fundo. Logo sentiu as lágrimas molhando o seu rosto.
-O que foi? –Levantou o rosto dela assim que sentiu sua camisa molhada.
-Eu não sei. Por mais que eu me sinta bem com você, eu tenho um nó na minha garganta. Em alguns momentos eu consigo controlar, mas em outros como agora... Eu me sinto tão sozinha, sabe? A minha mãe me faz tanta falta. Eu penso que se ela estivesse aqui, eu não estaria passando por isso. Ela me educou, mas eu que escolhi esse meu jeito de ser. Eu tenho essas atitudes de criança por que foi a melhor época da minha vida. Por que nós crescemos? Por que tudo não pode continuar sendo como se fossemos todos crianças? Sem preocupações, sem preconceitos, só diversão e alegria. Eu queria que inventassem logo a máquina do tempo ou uma fonte da juventude para eu ser criança pra sempre.
-Sabe o que eu acho mais lindo em você?
-O que?
-Sua ingenuidade. A sua alma é de uma criança, Vanessa, e o seu coração também. Claro que existem alguns pestinhas que só com muita paciência, mas você... Você é linda, de verdade.
-Para. –Afundou seu rosto no peitoral dele enquanto sentia o seu rosto corar.
-Eu só estou sendo sincero.
-Eu adoro você. –Olhou pra ele. –De verdade. Você aparenta ser tão fechado e desconfiado com os outros, mas comigo é diferente. Eu vejo um lado seu que os outros não tem o privilégio de conhecer. Obrigado por isso.
-Você é diferente dos outros. Você é sempre sincera, mesmo nos momentos inoportunos e isso é bom. É uma boa qualidade.
-E defeito.
-É. –Trocaram um riso e o beijo parecia inevitável.


-Chega, casal. –Alexandra pediu se aproximando. –O almoço já vai ser servido.
-Então vamos. –Zac disse, mas Vanessa o segurou.
-Ainda não. Alexandra, nos dá licença? –Ela pediu.
-Fazer o que, né. Só não se esqueçam que não estão sozinhos. –Advertiu antes de se afastar.
-O que foi? –Ele perguntou.
-Você ainda não me respondeu.
-O que?
-O que te faz relaxar?
-Pra que isso importa? Eu não gosto de relaxar.
-Me responde.
-Para que?
-Me diz logo.
-Vanessa...
-Estou começando a pensar que aquela coisa te faz relaxar.
-Que coisa?
-Aquela.
-Mas... Sua pervertida. –Disse fazendo-a gargalhar. –Meu Deus, você é terrível. Sua alma pode até ser de criança, mas sua mente...
-Nada a vê. Eu só estou falando o que penso. Sou sincera, lembra?
-Muito sincera pro meu gosto. –Disse a erguendo pela cintura e sentando ela na barra de proteção da sacada.
-Eu sou irresistível assim mesmo. –Fez graça e ele a inclinou. –Não, não, não. Não faça isso. Eu tenho medo de altura.
-Retire o que disse.
-Não vou retirar nada. Me ponha no chão.
-Ah, você quer o chão? O lá de baixo? Quer vê se fica irresistível lá? –A inclinou mais ainda.
-Não, Zac, por favor. Não faz isso, por favor. Eu não gosto de altura. Eu não tenho asas, não sei voar. Me poem no chão.
-Está com medo? Mas você não é a super-mulher? –Perguntou vendo as lágrimas se formando nos olhos dela.
-Não, eu não sou. Eu não sei voar, me tira daqui.
-Retire o que disse.
-Por que você está fazendo isso?
-Eu já expliquei que você faz coisas comigo que ninguém faz e por isso recebe seus castigos. Meus braços estão se cansando, então se apresse.
-Zac. –Gritou.
-Retire o que disse.
-Eu retiro. Me desculpa, ok? –Ele sorriu e a trouxe de volta para seu peitoral. –Eu odeio você. –Sussurrou sentindo as lágrimas escorrerem.
-Coitada, Zac. Você não sabe que ela tem medo de altura? –Alexandra disse se aproximando com um copo. –Aqui, água com açúcar para você se acalmar. –Entregou para Vanessa e viu que ela tremia. –Coitada.
-Ela mereceu. –Ele se defendeu.
-Espera aí. –Gabriela disse. –O que é isso na sua cintura? –Perguntou chamando a atenção de todos.
-Você está armado? –James perguntou fazendo Zac colocar Vanessa na sua frente como um escudo enquanto Enzo se levantava.

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Está aí mais um capítulo. Hmm, o que será que vai acontecer? O que eles temiam aconteceu, hein? Como será que vai ficar o clima depois dessa? Vocês viram que o Zac é meio malvadinho as vezes, mas com suas razões. O que será que ele vai fazer com a Nina? Não sei, não sei u.u Obrigado a quem comentou. Espero que gostem desse capítulo também. Desculpem a demora. Para não acontecer novamente agora que a fic está ficando boa, eu vou começar a escrever o próximo capítulo agorinha mesmo e já vou passar para o de Whatever Will Be que também está pegando fogo.
Xx