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domingo, fevereiro 23, 2014

Capítulo 22

-Ele o que? –Perguntou alterada. –Será que ninguém é o que diz ser?
-Eu não devia ter te contado e por isso mesmo você vai ficar calada. Nada de contar para o Alex.
-Eu não vou contar, não se preocupe. Eu sei guardar segredos. Mas... como? Ele não é italiano.
-Para entrar na máfia não é necessário ser italiano de nascença e sim agir como tal e ele faz isso muito bem. Ele foi convidado por um conde que já havia feito negócios com ele e que gostou muito de Gabriela e do fato de ela ser filha única. O conde estava querendo aposentadoria e seu pai tomou o lugar dele, afinal, era isso ou a morte, pois ele já conhecia alguns truques da máfia. Ele logo se mudou para a Itália e esse foi o motivo da separação dos pais de Gabriela. A mãe dela achou muito arriscado para ela e a filha e por isso a Gabriela está aqui, na França.
-Parece história de filme.
-Concordo, mas não é. É bastante real, então tome cuidado. Com o passar do tempo, Enzo, pai da Gabriela, deixou se levar pelos poderes. Ele é muito educado, como eu disse, mas é mesquinho. Tente não enfrentá-lo ou encará-lo. Ele pode entender de maneira errada ou duplamente errada, se você me entende.
-Por que eu o encararia?
-Por que você faz isso e se me permite dizer, precisa mudar. Quando você não gosta ou tem medo de uma pessoa, você encara de um modo que incomoda, Vanessa. Tenha muito cuidado, ou ele vai pensar que você tem algo contra ele ou que você quer algo com ele.
-Não se preocupe. Eu não vou sair do seu lado.
-Ótimo. Então, vamos descer?
-Vamos. –Disse respirando fundo. –Eu vou saber lidar com isso... –Disse para si mesma. –Mas e o Fred? Agora fiquei preocupada.
-Ele não vai fazer nada com o Fred. O Fred é pobre, mas é educado, como eu já disse.
-Mas confia muito rapidamente e logo faz brincadeiras... E se esse tal de Enzo não gostar?
-Ele vai saber ignorar, afinal, é amigo da filha dele.
-E se ele desconfiar de você?
-Eu sou do FBI, um dos piores pesadelos de qualquer integrante da máfia. Ele saberia me respeitar, mas eu não vou deixar transparecer. Claro que eu vou armado...
-Não quero você armado perto de mim ou dos meus amigos.
-Eu fui treinado e sei muito bem como e quando usar meus armamentos. Eu seria estúpido se não usasse arma ou não contasse com a proteção dos outros agentes.
-Mas...
-Não foi você que disse que só de conversar comigo percebeu que sou diferente? Eu vou fazer o máximo possível para não deixar transparecer, mas ele é da máfia a muito tempo e pode me descobrir. Claro que se acontecer, nós não vamos travar uma guerra, mas a situação vai ser bastante perigosa. Preciso estar preparado.
-Tudo bem. –Disse respirando fundo mais uma vez. Voltaram a sala e Gabriela estava ao telefone.
-Eu já vou indo. –Zac disse assim que Gabriela pôs o telefone do gancho.
-Tão cedo?
-É, eu tenho que trabalhar. Que horas vai ser esse almoço?
-Combinei com o Fred de ser 12:00 em ponto, por que meu pai tem hora marcada pra tudo o que faz.
-E onde vai ser? –Vanessa perguntou.
-Na casa do Fred. Ele disse que tem um terraço com uma vista linda do Rio Sena.
-Você ter certeza de que não quer levar seu pai para um restaurante?
-Não, não. Ele quer saber como eu vivo e bem, é assim. Raramente nós vamos á restaurantes.
-Você que sabe. –Vanessa disse dando de ombros. –Vou deixar o Zac. –Disse o puxando até a porta.
-Tchau, até amanhã. –Gabriela disse acenando com a mão. Ele sorriu e Vanessa fechou a porta.
-Você está muito mal educada. –Ele comentou se posicionando na escada.
-Estou nervosa. Se algo acontecer com o Fred, a culpa vai ser sua por ter tido uma ideia tão idiota.
-Não vai acontecer nada de errado com o Fred e nem com o restante dos seus amigos. O FBI vai estar vigiando o local. Você precisa aprender a lidar com essas coisas, Vanessa.
-Tudo bem, tudo bem.
-Se acalma, vai ficar tudo bem, ok? –Disse massageando as bochechas dela com os polegares.
-Ok. –Disse respirando fundo. Num impulso, ela o beijou.
-Vanessa... –Ele tentou argumentar depois do beijo.
-Beijar você me acalma, eu não sei por que.
-Sabia que existe calmante?
-Mas beijar você é mais fácil e rápido. –Ele fez uma careta. –O que foi? Não gosta de me beijar?
-Não é isso, você até que beija bem, mas...
-Mas eu sou uma pirralha e você prefere mulheres.
-Você não é pirralha.
-Mas ajo como uma.
-Para com isso, Vanessa. Pode até agir, mas só as vezes.
-Eu posso agir como uma mulher, sabia?
-Sim, eu sabia. Já te vi vestida como tal antes, mas isso não vem ao caso.
-Zac, você namoraria com uma garota como eu?
-Como você? –Questionou não entendendo a pergunta.
-Sim, como eu: Uma garota que apesar da idade tem espírito e atitudes de criança.
-Não entendo o por que da pergunta.
-Responde: Namoraria ou não?
-Acredito que sim. Se ela for realmente fiel a si mesma e eu gostar dela, não vejo o por que de não ter um relacionamento.
-Hm.
-Eu não mandei você parar de pensar nisso? –Percebeu aonde ela queria chegar. –Nós somos amigos, nada mais do que isso.
-Eu sei que sim, mas...
-Por mim você pode morrer com esse peso na consciência, mas eu não vou namorar com você.
-E pra que esse escândalo? Eu só fiz uma pergunta.
-Nunca mais repita isso, entendido?
-Deixe de drama, Zac, eu hein. E o que você tem pra me contar?
-Te conto no apartamento.
-Mas...
-Mas nada. Eu tenho que montar minha equipe para a sua proteção para amanhã. Até daqui a pouco. –Se virou.
-Ei, e o meu beijo? –O puxou de volta.
-Você está levando isso muito a sério.
-Estou aproveitando. –O beijou. –É diferente.
-Tudo bem, boa noite. –Disse se afastando. Ela suspirou e voltou para a república.

[...]

-Você? –Perguntou assim que Nina apareceu na janela dela.
-Se serve de consolo, eu também não queria estar aqui. –Disse entrando. –Já está pronta?
-Estou, mas cadê o Zac?
-Numa reunião com os outros agentes. Que ideia estúpida foi essa de almoçar com um mafioso, Vanessa?
-Eu não sabia que ele era da máfia, e outra, foi o Zac que sugeriu almoçarmos todos juntos.
-Ele disse que tinha dito pra vocês almoçarem com o Fred.
-Sim, mas houve uma mudança de planos, mas a culpa não foi minha. A ideia de almoçarmos todos juntos, incluindo o Fred, foi do Zac.
-E você aceitou?
-O que eu poderia fazer? O estrago já estava feito e se eu negasse, a Gabriela ia se zangar e aí que faria o almoço mesmo.
-Que idiotice. Por que eu não escolhi um emprego mais fácil? Não mereço aturar essas coisas.
-Calada e vamos logo. Vai me deixar no apartamento do Zac ou vamos para a agência?
-O que você faria na agencia? Vou te levar pro apartamento do agente Walter. Você tem que se acostumar logo com ele.
-O que? Está louca, Nina? Não, de jeito nenhum. Eu nem conheço esse tal de agente Walter.
-Conhece sim. Ele estava naquela reunião que você deu um show e naquela outra que você foi apresentada.
-E dai? Nunca falei com ele e outra, está calor, Nina. Eu escolhi um pijama mini para dormir. E se ele for algum tarado?
-Não seja idiota, Vanessa. É só você se trancar.
-Mas...
-Espera aí. Pra que diabos escolheu um pijama mini se você dorme com o Zac? O que está rolando entre vocês?
-Nada, Nina. –Revirou os olhos.
-Sei. Você não me engana. O que há?
-Nada, eu já disse. Estamos estranhos, na verdade. Ele acha que eu estou levando esse “namoro” muito a sério. –Disse rabugenta.
-E o que você fez pra ele pensar assim? –Perguntou arqueando a sobrancelha. Conhecia Zac muito bem. Ele podia se estressar facilmente, mas não explodir. Era bem controlado.
-Eu não fiz nada, ué.
-Eu te conheço, Vanessa, e conheço o Zac. Você é muito impulsiva e ele é muito reservado. O que aconteceu pra ele dizer isso?
-Eu só disse que o beijar me acalmava, ué.
-E você agarrou-o? –Perguntou boquiaberta.
-O que eu posso fazer? Ele beija bem.


-Você está caidinha por ele.
-De jeito nenhum, está louca?
-Agora eu tenho certeza, você está.
-Nina...
-Oh meu Deus. Nunca te vi apaixonada. –Encolheu os ombros.
-Eu não gosto dele desse jeito.
-Por favor, Vanessa. Você acabou de confessar que ele beija bem.
-E dai?
-Desde quando você elogia alguém?
-Nina, cala a boca. Vamos? Estou cansada.
-Vamos então. –Disse sorridente.
-Pode tirar esse sorriso do rosto, sua boba.
-Tudo bem. –Sorriu ainda mais.
-Nina...
-Que? Deixe de chatice.
-Eu posso dormir na sua casa?
-Não, não pode.
-E por que não?
-Por que não. Ordem do agente Smith.
-Estou começando a odiar esse homem.
-Bem vinda ao clube. Entre na fila para pegar sua senha. –Disse se apoiando no peitoral da janela antes de pular.

[...]

-Bom, está entregue. –Avisou puxando o freio de mão.
-Entra comigo, Nina. Eu nem conheço o cara.
-Ele não está no apartamento. Só volta depois da reunião.
-E por que eu não posso esperar no apartamento do Zac?
-Ordens são ordens, Vanessa.
-Você sabe o que o Zac tem de importante pra me falar?


-Não sou eu que cuido de você, é ele. Não posso passar por cima da autoridade dele e contar pra você. Não posso nem me aproximar de você sem a permissão dele.
-E o que aconteceria se você passa-se por cima da autoridade dele?
-Perderia meu emprego, ficaria com uma péssima reputação com o governo e na lista negra do Zac. Ele está nesse ramo a mais tempo do que eu e posso te afirmar que o que ele tem de legal e bonito, tem de rancoroso e perverso. Você pode achar que pegou o agente mais bonzinho, mas se o teu pai escolheu ele para fazer parceria...
-O que tem meu pai?
-Ele não era nenhum Robin Hood se você quer saber. Ninguém que trabalha pro governo é. Todos tem seu lado obscuro e por isso estão nesse ramo, seja na CIA, no FBI, SWAT... Não importa de qual agencia ou país pertença. Todos tem o seu “lado ruim”. Um conselho: Se alguém te disser que é um agente por amor a pátria, ria e se afaste, por que essa pessoa é mentirosa e perigosa.
-Mas o Zac...
-Não se deixe levar pelo rosto bonito que ele tem. O Zac tem um passado muito obscuro.
-Só por que ele frequentou um colégio inglês e um colégio militar?
-Isso é o que ele te diz. Muito cuidado, Vanessa. O Zac não é o que aparenta ser.
-Como assim?
-Eu falei demais. Eu tenho que voltar a tempo para a reunião. –Disse olhando no relógio de pulso.
-Agora eu quero saber.
-Eu falei demais, já disse. Esquece isso e nada de comentar com o Zac, ouviu?
-Então me conte o que ele esconde.
-Ah, se eu soubesse... –Disse rindo. –Ele é um buraco negro, Vanessa. Ele absorve coisas, não o contrário.
-Então ele tem um segredo?
-Um? Um milhão, isso sim. O que se sabe dele é: Nome, idade, país de origem e o pai e a mãe. Se ele tem outros parentes ou inimigos, é mistério.
-Ele me disse que tinha uma prima. –Vanessa disse pensando se não estaria falando demais. Nina parecia ter alguma mágoa com o Zac.
-Prima? –Perguntou interessada.
-Bom, ele não falou que era prima. Disse que era uma mulher e eu deduzi que fosse isso pra ele não manter contato.
-Hm, bom saber.
-Não vai comentar isso com ninguém.
-Pode deixar. –Disse com um sorriso.
-Eu já vou indo. Se algo me acontecer, a culpa será sua.
-Não seja besta. Ele é um agente e não um estuprador.
-Nunca se sabe. –Disse saindo o carro. Nina revirou os olhos e logo acelerou. Ela respirou fundo e pôs a chave na fechadura. Destrancou a porta e entrou. O lugar estava deserto. Respirou fundo e trancou a porta novamente. Andou pelo corredor até encontrar um quarto. Parecia bem confortável. Trocou de roupa e tratou de se deitar logo. Não queria encontrar o tal agente Walter.

[...]

Ela acordou suada. Tinha tido um pesadelo. Levou um susto quando alguém bateu na porta no quarto com força e aparentemente irritado.
-Que-quem é? –Perguntou gaguejando.
-Quem é pergunto eu. –Uma voz grossa respondeu. Com certeza o dono da voz estava irritado. –Destranque essa porta agora. –Ela respirou fundo e levantou da cama. Destrancou a porta que logo foi empurrada contra a parede.
-Quem é você? –Ela perguntou assustada.
-Quem é você e por que está no meu quarto?
-Eu sou a Vanessa. –Disse engolindo em seco. –Quem é você?
-Ah, Vanessa. –A olhou de cima a baixo. –Sou o agente Walter. Quem te deu autorização para entrar no meu quarto? –Perguntou tirando uma mochila das costas para jogá-la no canto do quarto.
-Seu quarto? Não é quarto de hóspedes?
-Não, não é.
-Eu achei que era por que não tinha nada aqui e...
-E você acha que eu vou deixar meus pertences espalhados?
-Não foi isso que eu quis dizer, mas...
-Escuta, garota. Eu estou muito cansado para conversar com você. Pode fazer o favor de sair?
-E onde eu vou dormir?
-Tem um sofá lá na sala.
-Você quer que eu...
-É, agora sai. –Disse apontando para a porta. Vanessa pegou sua mochila e saiu pisando fundo e ele bateu a porta.
-Mal educado. –Resmungou indo para a sala. O sofá era minúsculo. –Como alguém pode chamar isso de sofá? –Sentou-se e percebeu o quanto era desconfortável. Procurou o celular dentro da bolsa e quando ia ligar para Zac viu o horário. –Três e quarenta e cinco? –Bufou. Pôs pra chamar enquanto tentava achar uma posição confortável.

-Alô? –Ele atendeu com a voz cansada.
-Zac, onde você está?
-Vanessa? O que você faz acordada?
-Estou tentando achar uma posição confortável nesse sofá que mais parece uma pedra.
-Você está no sofá?
-É, no sofá. Ele me expulsou do quarto.
-Você é louca? Quem mandou ir para o quarto dele?
-Eu não sabia que era dele.
-E de quem mais seria?
-Mesmo assim, eu pensei que ele seria cavalheiro e me cederia a cama.
-A minha espécie está em extinção, baby. Você tem sorte dele ter cedido o sofá.
-Por que eu não estou com você, afinal?
-Ordens.
-Mas...
-Com quem você está falando? –A voz grave do agente Walter surgiu atrás dela, fazendo-a se tremer.
-Com o Zac, por que?
-Quem está cuidando de você sou eu e não ele. Desligue e vá dormir.
-Você não manda em mim.
-Você está debaixo do meu teto, é melhor me obedecer.
-Você está me ameaçando?
-Estou te avisando. Desligue e volte a dormir e não me faça voltar aqui novamente. –Disse antes de voltar ao quarto.
-Que filho da...
-Vanessa! –Zac exclamou.
-Você ouviu como ele me tratou?
-Eu não posso fazer nada. Ordens...
-São ordens, eu sei. –Revirou os olhos. –Você vem me buscar?
-Vanessa...
-Pelo menos isso, Zac. Por favor.
-Eu vou ver o que posso fazer.
-Tudo bem. Boa noite.
-Boa noite. –A chamada foi encerrada.

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Está aí mais um capítulo. Quem odiou o agente Smith e o agente Walter levanta a mão o/ Que grosseiro, hein? Mas tudo tem o seu lado bom, por exemplo: A Vanessa já está dando mais valor ao Zac, mesmo que seja por interesse. Hm, o que será que a Nina tem contra o Zac? Quais serão os segredos dele? Como será que vai ser esse almoço? E a convivência da Vanessa com o agente Walter? Será que ela vai obedecer as regras do agente Smith tão facilmente? Hmm, não sei não sei. Deem seus palpites.
Xx

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Capítulo 21

-Que milagre é esse? O Alex acordado às seis da manhã numa sexta feira? –Vanessa perguntou sorridente enquanto fechava a porta da republica.
-Eu não dormi, na verdade. –Ele respondeu dando um gole no café.
-E por que não, baby? Teve insônia? –Perguntou abraçando Gabriela.
-Estava preocupado, Vanessa. Por que não avisou que não dormiria em casa?
-Meu celular descarregou e eu acabei adormecendo minutos depois de chegar ao apartamento do Zac. Estava muito cansada.
-Sei, sei.
-Alex, eu tenho que subir e me trocar para não me atrasar. Vem comigo. –Pediu se despendido do restante dos amigos que estavam na mesa. Já no quarto dela, ela perguntou: –O que aconteceu?
-Não aconteceu nada, eu só estava preocupado.
-Mas você sabia que eu estava com o Zac e também sabia que não seria a primeira vez que eu dormiria com ele.
-Você gosta dele? –Perguntou fazendo ela encará-lo.
-Que tipo de pergunta é essa?
-Uma daquelas que exigem uma resposta sincera. Gosta ou não?
-Nós somos apenas amigos, Alex.
-Pois não parece.
-Mas é o que é. Você não deveria nem duvidar disso, afinal, você sabe de toda a verdade.
-Então por que estavam se beijando ontem? Pegamos vocês de surpresa, por isso não venha com essa de “foi de mentirinha”.
-Foi coisa do momento.
-Coisa do momento? Você está gostando desse cara, Vanessa.
-Não estou, Alex. Se fosse, você seria o primeiro a saber.
-Eu sei que está, Vanessa, percebo no seu olhar quando você fala dele ou quando está com ele. Só você que ainda não percebeu isso.
-Cala a boca, Alex, você não sabe de nada. Você está enganado. Nós somos apenas amigos, não temos sentimentos um pelo outro.
-Então por que ficam sem precisão? Por hábito?
-Eu estava meio bêbada, foi por isso.
-Não culpe o álcool por que você até que estava lúcida.
-Alex, eu já te falei o que aconteceu. Se você não acredita, o problema é todo seu. Eu tenho que me arrumar, me da licença. –Ele resmungou algo que ela não entendeu e saiu. Ela tomou um banho rápido e se arrumou para o trabalho. Finalmente era sexta-feira. Desceu as escadas e encontrou os amigos na frente da televisão. –Vou indo, até a hora do jantar. –Disse abrindo a porta.
-Mas já? –James perguntou. –Você nem tomou café.
-Eu como alguma coisa pela cafeteria. Bom dia. –Disse saindo.
-Aconteceu alguma coisa entre vocês dois? –Tyler perguntou olhando para o Alex.
-Nada de mais. –Disse dando de ombros. Lá fora...

-Ele não fez isso. –Zac disse batendo no volante.
-Fez. Queria me obrigar a sentir algo por você. Acho que estamos sendo convincentes demais.
-E é essa a intenção. Se ele não aguenta, que caia fora.
-Mas Zac...
-Mas nada, Vanessa. Já que ele se considera tanto seu amigo, deveria te conhecer melhor. Até eu sei que o que você sente por mim é mais ódio do que amor. Quando você está apaixonada é mais boba e simpática, o que você obviamente não anda sendo.
-Cala a boca.
-Está vendo?
-Ai, Zac. O problema não é esse e sim o Alex. –Disse revirando os olhos. –E se ele se irritar e por tudo a perder? Não quero meus amigos correndo perigo por culpa dele.
-Vocês já correram perigo maior sendo amigos do Alex. Os “amiguinhos” dele poderiam muito bem ter posto qualquer um de vocês, ou todos, na parede e obrigar a dizer se sabiam algo a mais sobre o Alex. Você não tem com o que se preocupar. Nós somos o FBI e não a máfia.
-Mas eu tenho a impressão de que o agente Smith não gostaria nada nada caso os meus amigos descobrissem a verdade.
-Ele não tem que gostar de nada.
-Mas ele ia me culpar.
-Ia me culpar por deixar você tomar as decisões e claro, ia acertar as contas com o Alex. Você não tem que se preocupar. Não faremos mal há seus amigos.
-Mas e se eles não suportarem a verdade como está sendo com o Alex? Em grande parte a culpa é minha por considerá-lo tão forte.
-Nisso você tem razão.
-Mas eu pensei que por ele ter escondido que fez parte de uma gangue, ele saberia enfrentar bem a situação.
-Um dos defeitos do ser humano: Não dão o melhor de si para os outros e somente para si mesmo.
-Mas ele é meu amigo, poxa.
-Tome isso com uma lição: Nunca confie totalmente em uma pessoa; nunca.
-Mesmo se me dever algum favor?
-Principalmente se te dever um favor. A pressão de ter aquele segredo ou favor na boca de outra pessoa pode levar uma pessoa fraca demais a loucura. Você sabe diversos segredos do Alex, mas nenhum é tão grande como o do passado dele. Não pense que isso pode te ajudar a suborná-lo para ficar calado, por que não pode. Ele pode muito bem inverter o jogo e dizer que isso foi antigamente ou que você não tem provas, mas que você os engana atualmente.
-Isso está indo longe demais, baby. –Disse pensativa.
-Só mais um mês, Vanessa, e tudo estará acabado. Nós vamos para os EUA e essa situação vai ser amenizada.
-Não totalmente.
-Mas grande parte e isso já aliviará o peso da sua consciência.
-Só aliviaria caso nós namorássemos de verdade.
-Nunca mais repita isso. –Falou sem elevar o tom de voz, mas ela sabia que havia um tom de ordenança.
-Por que não?
-Por que você vai acabar pensando muito nisso e pode confundir as coisas.
-As coisas já estão bastantes confusas, Zac.
-Seu pai era um agente do FBI e morreu há meses atrás pela mão de um inimigo que também matou a sua mãe e que quer ceifar a sua vida. Eu também sou um agente do FBI e prometi para o seu pai que te protegeria do Flecher e por isso inventamos esse namoro, para podermos voltar para a América e lá seguir adiante com o plano. O que é confuso nisso?
-Todos esses planos me confundem muito.
-Mas você só sabe de dois.
-E tem mais?
-Na hora certa nós falaremos sobre isso.
-Ah, não. Eu quero saber. O que mais você vai fazer comigo? Vai mudar meu visual?
-Não exatamente isso.
-O que é?
-Depois, Vanessa.
-Agora.
-Depois, nós chegamos. –Disse encostando o carro.
-Você adora me deixar curiosa, não é?
-Você que é fuxiqueira. Esqueceu do que quase aconteceu da última vez que ficou me fazendo perguntas?
-Não esqueci, mas aquilo não tinha muito a ver comigo.
-Não tinha nada a ver com você.
-Mas isso tem.
-Não interessa. Na hora certa você vai saber.
-Mas...
-Você pode se apressar? Eu não posso me atrasar, pois tenho uma entrevista com o agente Walter, que será responsável por você nos EUA.
-Quando voltarmos para a América, vamos nos separar?
-Não é bem assim, mas ele será o responsável por você e a sua segurança. Eu vou cuidar de outras coisas, mas eu vou continuar por perto.
-Ah. Eu achei que você iria continuar cuidando de mim.
-Houve uma mudança de planos, mas não se preocupe: Eu vou ficar por perto, mas de um modo diferente.
-De que modo?
-Na hora certa. Bonjour (Bom dia). –Desejou se inclinando para beijá-la.
-Bonjour. –Disse saindo do carro.

[...]

-O que você está fazendo aqui? –Ela perguntou assim que ele entrou na cafeteria. Faltavam no mínimo quatro horas para a cafeteria fechar.
-Vim tomar um café.
-Você me parece preocupado. Aconteceu alguma coisa?
-Não, nada.
-Você não me engana. Veio aqui faltando horas para meu expediente acabar e ainda está tenso. O que houve? –Insistiu se sentando. –Se você não quisesse que eu soubesse, não tinha vindo aqui.
-É que eu não sei como te dar essa notícia.
-Diga do modo que gostaria que te contassem.
-Ai, Vanessa... Você vai se zangar de um jeito ou de outro.
-Não parece ser boa notícia, então, provavelmente. Prefere me contar depois?
-Eu não sei se haverá tempo depois.
-Como assim? –O celular dele apitou e ele deu uma olhada na mensagem que havia recebido.
-Eu tenho que ir. –Disse lhe dando um beijo rápido antes de sair.
-Mas... –Tentou argumentar, mas ele já havia saído da cafeteria. –Homens. –Disse revirando os olhos e indo atender aos outros clientes.

[...]

-Mademoiselle Hudgens, je veux vous parler. (Senhorita Hudgens, eu quero falar com você.) –A dona da cafeteria disse entrando na área dos funcionários.
-Oui, madame. (Sim, senhora.) –Ela disse seguindo-a até a sala do gerente.
-J'ai entendu parler d'une situation qui s'est passé aujourd'hui et qui ne me plaisait pas du tout. (Ouvi falar de uma situação que aconteceu hoje e eu não gostei nada.) –Elise, chefe de Vanessa comentou assim que Vanessa fechou a porta atrás de si.
-Qu'est ce que c'est, madame? (O que é, madame?)
-Un garçon est entré dans la cafétéria, et secondes après vous avoir parlé, laissé sans rien acheter. Il avait été ici avant, mais toujours acheter un café. Quelque chose est arrivé que je devrais s'inquiéter? (Um rapaz entrou na cafeteria, e segundos depois de falar com você, saiu sem comprar nada. Ele tinha estado aqui antes, mas sempre comprava um café. Alguma coisa aconteceu que eu deveria me preocupar?)
-Oh, non. Rien ne s'est passé trop. Il est un de mes amis et je voulais me dire quelque chose mais il y avait un imprévu. (Oh, não. Não aconteceu nada demais. Ele é um amigo meu e queria me dizer alguma coisa, mas houve um imprevisto.)
-Vou falar em inglês para ter a certeza de que você entendeu. –A chefe de V começou com seu inglês arranhado e falho. –Ouça, Vanessa. Eu não quero que você use a cafeteria como praça para bater papo com seus amigos.
-Je sais, madame. Je ne savais pas qu'il allait venir ici. Pardon. Il ne sera pas répétée. (Eu sei, senhora. Eu não sabia que ele estava vindo para cá. Perdão. Não vai ser repetir.) –Vanessa falou no seu francês perfeito, mas com uma pontada de raiva. Zac ia pagar. Além de tê-la deixado curiosa, há havia posto numa situação muito delicada com sua chefe.
-Não quero tornar a falar sobre isso, ok?
-Ok. –Disse concordando com a cabeça. –Avec leur licence. (Com sua licença.) –Pediu saindo da sala.
-E então, lady Vanessa? Como foi com a nossa chefinha? –Fred perguntou assim que ela voltou a área dos funcionários.
-Ela ameaçou me demitir se o episódio com o Zac acontecer de novo. –Resmungou.
-Que episódio?
-Ele veio aqui rapidinho e depois saiu. Ela pensou que eu tinha me desentendido com ele, até por que ele é um cliente e ela já o havia visto antes.
-E você? O que disse?
-O que eu poderia dizer? Que não tinha ideia de que ele viria aqui e prometi que não iria se repetir.
-E como ela reagiu quando você disse que ele era seu namorado?
-Normal, por que eu não disse. Queria que ela me demitisse mesmo, é? Ela já comparou a cafeteria com uma praça por eu dizer que era amigo, se eu falasse que somos namorados ela diria que era um bordel por eu sair com os clientes. E outra, eu ainda vou descobrir quem foi que me dedurou.
-Acho que foi a novata. Ela não foi muito com a sua cara, fora que eu já vi ela babando no Zac quando ele vem te buscar.
-Hm. Ele já chegou?
-Não, ainda não. Quer que eu espere com você?
-Não, não precisa. Pode ir para casa. –Sorriu.
-E o meu convite para almoçar amanhã? O que me diz?
-Fred...
-Por favor, lady Vanessa. Um pouco de diversão, oui (sim)?
-Oui, Fred. –Concordou revirando os olhos.


-Ótimo, lady Vanessa. Prometo que não vai se arrepender. –Disse dando um beijo no rosto dela.
-Urhum. –Zac pigarreou na porta.
-Ah, olá Zac. A Vanessa aceitou o convite para vocês almoçarem comigo amanhã. Espero vocês na minha casa. Tenho que ir. Bonne nuit. (Boa noite.) –Disse saindo.
-Então, vamos? –Ela perguntou tirando o casaco do cabide.
-Vamos. –Disse dando passagem para ela. –E aquele beijo?
-Foi no rosto.
-Hm.
-Foi de agradecimento, poxa. Não comece com isso.
-Mesmo sendo de mentirinha, eu quero respeito.
-E eu te respeito, ou não?
-Não sei.
-Não seja bobo. –Disse o puxando para um beijo na porta da cafeteria.


-Eu não...
-Me entende, já sei. –O interrompeu sorrindo. –Vamos logo? Estou exausta e você ainda tem que me dizer alguma coisa.
-Tudo bem. –Disse respirando fundo.

[...]

-Olá, casal. –Gabriela disse assim que eles entraram na república.
-Olá. –Responderam.
-Agora que vocês chegaram, eu posso falar. –Ela disse se endireitando no sofá.
-Aconteceu alguma coisa? –Vanessa questionou.
-É que meus pais vão vim fazer uma visita rápida amanhã e pediu que eu os convidasse para almoçar para poder conhecer os meus amigos.
-Seus pais? –Alexandra perguntou. –Mas eles não moram na Itália?
-Sim, moram, mas resolveram vim visitar a única filha. O que vocês acham? Vão poder me acompanhar?
-Eu tenho um serviço extra pra fazer amanhã, mas acho que posso dar uma escapada e almoçar com vocês. –Alexandra concordou.
-Eu tinha que fazer uns relatórios, mas acho que posso escapar também. –Alex concordou.
-Ótimo. Eu sei que posso contar com o James e o Tyler, mas e vocês? –Perguntou olhando para Zac e Vanessa.
-Eu não sei, Gabi. É que o Fred chamou nós dois para um almoço e eu acabei aceitando. –Vanessa disse. –Mas se você quiser, eu posso cancelar, afinal, não é sempre que seus pais veem.
-Não, não precisa. Se você aceitou antes, tem que honrar com seu compromisso. –Gabriela disse.
-Mas...
-Por que não almoçamos todos juntos? –Zac sugeriu. –Afinal, você é amiga do Fred também.
-É, pode ser. –Gabriela disse pensando no assunto.
-Zac, no meu quarto agora. –Vanessa disse se levantando e o puxando até o andar de cima. –Você é maluco? –Perguntou batendo a porta com força.
-O que foi que eu fiz de errado?
-Que ideia foi essa de almoçarmos todos juntos? Isso está fora de cogitação.
-E por que não?
-Os pais da Gabriela são ricos e o Fred... Não é desmerecendo ele, mas a Gabriela quando chegou aqui era super mimada e metida. Mudou depois de um tempo. Já dá pra imaginar como é a família dela, hum?
-Eu pesquisei sobre os pais dela, de todos os seus amigos, e eles são ricos sim, mas são educados.
-Sim, eles são, mas não deixam de ser de outro nível.
-Não há grande diferença de nível.
-Você diz isso por que também pertence a esse nível. Só de falar com você, eu percebi isso, por isso, não há diferença pra você, mas o Fred é pobre desde sempre. Veio para a França através bolsa de estudos.
-Eu sei, Vanessa, mas ele é educado.
-Ele é um cozinheiro, Zac.
-Vanessa, os pais da Gabriela vão saber lidar com ele, eu posso te afirmar isso.
-E como tens tanta certeza?
-Não vai ser a primeira pessoa de classe baixa que eles conviverão e nem a última.
-Como assim?
-Eu não deveria te falar isso, mas...
-O que foi, Zac? O que você sabe?
-O pai da Gabriela pertence a máfia, Vanessa.

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Está aí o capitulo, meninas, Desculpem a demora. Eu podia jurar que tinha postado o capítulo, mas quando vim aqui para postar o 22 vi que faltava o 21 ainda rç. Enfim, espero que gostem. Agradeço a quem comentou e gostou do outro capítulo.
Xx

terça-feira, fevereiro 11, 2014

Capítulo 20

-A cada dia você sai mais tarde. –Zac comentou assim que ela entrou no carro.
-A cafeteria fica agitada nessa época. O inverno tem um gostinho de café quente. –Ela disse se aconchegando mais a ele. –O único problema é o frio.
-Por que você não usa uma jaqueta?
-Por que cobre o “uniforme”.
-Vocês deveriam ter um uniforme padrão.
-Já pensei nisso, mas é melhor assim. É só sair do trabalho, retocar a maquiagem e já estou pronta pra ir pra qualquer lugar.
-Qualquer lugar, até parece. –Negou com a cabeça.
-Calado. E como foi o dia na agencia?
-Normal.
-O Fred disse que queria almoçar com a gente nesse fim de semana.
-E você?
-Disse que não, ué. O que ele me aprontou hoje de manhã... Isso não se faz. E se fôssemos namorados de verdade? Você estaria zangado comigo sem razão.
-Com razão.
-Sem razão, afinal, passado é passado.
-Passado de catraca não.
-É sim e eu não sou catraca.
-Tá legal. –Falou debochado.
-Você nunca falou das suas namoradas.
-Por que não é algo de que eu deva falar.
-O FBI deixa os agentes namorarem? Não imaginava. E onde você as conhecia?
-Eu não vou te responder, Vanessa, pode esquecer.
-Ah, não. Eu mereço saber.
-Não merece não.
-Você é meu namorado e é meu direito saber das minhas antigas concorrentes.
-Vou fingir que não ouvi isso. –Disse parando no sinal.
-Zac, eu tenho que saber mais de você.
-Você já sabe o suficiente.
-Está na defensiva, interessante. –O analisou.
-Eu não estou na defensiva.
-Está sim, eu te conheço.
-Está vendo? Acabou de confessar que me conhece. Quer mais pra que?
-Pra que, ué. Hm, por que será que o Zac está na defensiva? –Perguntou pensando alto.
-Ninguém merece, Vanessa.
-Vai me dizer que nunca namorou?
-Também não é assim.
-É assim, sim. Você era uma criança quando entrou no colégio inglês e só tinha 10 anos quando saiu do colégio militar. Até que faz sentido.
-Mas eu tinha 15 anos quando saí da CIA e fui para o FBI. A CIA da mais liberdade do que o FBI. Por que eu estou te dando explicações? –Percebeu que tinha caído no jogo dela.
-Não, não pare. Conte-me mais. –Disse fazendo carinho no rosto dele.
-Você está me desconcentrando e eu não tenho nada pra contar pra você.
-Me fale da sua primeira namorada, eu quero saber.
-Não tem que saber de nada.
-Você vai me contar, você sabe disso. Eu vou te perturbar a noite inteira.
-Eu sei dormir sobre pressão.
-E sobre peso?
-Que?
-Nem que eu tenha que montar em cima de você e te chacoalhar, você vai me contar.
-Mas que fuxiqueira que você é.
-Não sou fuxiqueira, sou curiosa.
-Dá no mesmo.
-Não, por que fuxiqueira fala e eu sou mais daquelas que ouvem.
-Até parece.
-Cala a boca e me conta logo.
-Se decide: Ou eu falo ou eu calo a boca. –Disse rindo.
-Deixa de ser chato e me conta logo.
-Não tenho o que contar.
-Certo, certo. Tentei fazer do modo mais fácil, mas você não quis. Vou ter que apelar pra Nina. É isso que você quer, Zac? Tem certeza?
-A Nina não tem acesso às informações dos agentes transferidos de outras agencias.
-Mas o Ian tem e se eu perguntar pra ela, ela vai perguntar pra ele. Quer me dizer com a certeza de que vai ficar só entre nós dois ou vai querer que o Ian fale pra todo mundo? Você sabe que ele fala, até eu percebi isso.
-Ele adora me provocar. –Concordou.
-Pois é. Vai me contar ou não?
-Vanessa, me escuta bem. Eu não tenho nada pra te contar. –Falou olhando nos olhos dela.
-Está querendo me dizer que nunca namorou? Por que é isso que está nas entrelinhas. –Ele se calou e ela percebeu que tinha acertado. –Oh meu Deus.
-O que foi? Está passando mal?
-Eu fui à primeira garota que te beijou? –Pôs as mãos na cabeça.
-Não, nããããããão, também não é assim. Eu já tive meus rolos antes.
-Mas rolo não é namoro.
-Mas envolve beijos e algumas outras coias. Eu não quero entrar em detalhes, até por que não tenho muito o que falar, mas assim que entrei para o FBI o Gregory me aconselhou a não me envolver com mulheres para não correr o risco de isso interferir no meu trabalho. Eu tive pequenos rolos na CIA e há alguns meses me envolvi com uma mulher, mas nada de muito sério. Seu pai sempre me alertou e eu sempre segui seus conselhos por que ele era muito sábio.
-Eu fui sua primeira namorada? Ai que nojo.
-Hein? Você escutou tudo o que eu disse ou somente essa parte? Você está me ofendendo, sabia?
-O problema não é com você, é comigo.
-Nem vem com esse papinho, e não é você mesma que fala que nosso namoro é teatro? Não precisa dar esse show, o nosso namoro não é real.
-Mas...
-Mas nada, deixe de criancice.
-Não é criancice.
-Ah, não? É o que? Crise da meia idade?
-Deixe de palhaçada, o assunto é sério.
-Você torrou minha paciência até eu falar e agora não aguenta? Por favor, amadurece, Vanessa.
-Eu sou bem amadurecida.
-Percebe-se. –Ela bufou e o silêncio tomou conta do ambiente. Chegaram na república e ele puxou o freio de mão. –Quer que eu desça para cumprimentar seus amigos? –Perguntou sem olhá-la.
-Não, não é preciso. –Disse tirando o cinto de segurança. A porta da república abriu e eles viram os amigos de Vanessa romperem por ela.
-Olha lá, eles chegaram. –Gabriela disse apontando para o carro do Zac.
-O que houve? Que felicidade é essa? –Vanessa perguntou descendo do carro juntamente com o Zac.
-O James foi promovido e ganhou aumento de salário. –Alex disse a abraçando.
-Parabéns, James. –Disse se soltando Alex a abraçando o amigo.
-Obrigado. Vocês vão comemorar conosco? –James perguntou olhando para Zac.
-Como assim? Mal ganha aumento e já quer torrar tudo? O que a Gabriela fez com você? –Vanessa perguntou fazendo drama.
-O que eu aprendi com você, ué. –Gabriela disse fazendo-a rir.
-E então, vocês vão conosco ou preferem ficar sozinhos? –Alexandra perguntou.
-Hmmmmmm.
-Gabriela. –Vanessa disse revirando os olhos. –Estou precisando de um banho de banheira antes de pensar em qualquer coisa. Se vocês me esperarem...
-Claro, nós esperamos. Não teria graça sem você. –Tyler disse arrancando sorrisos de todos.–E você, Zac?
-É, pode ser. –Disse ignorando o olhar de reprovação de Vanessa. –Só não demora, amor. –Disse fazendo ela revirar os olhos e entrar para a república, batendo a porta com força.
-Vocês estão com algum problema? –Alex perguntou olhando para Zac que apenas deu de ombros voltando ao carro dele e dando ré, estacionando perto de umas árvores. –Acho que o casal teve DR.
-Você acha? –Gabriela perguntou. Depois de meia hora, os amigos já estavam cansados de esperar. Estavam todos sentados nas escadas da república e nada da Vanessa descer. Ouviram um barulho de motor e viram que Zac tinha ligado o carro. –Acho que ele cansou de esperar.
-Melhor ainda. –Alex disse antes de ser beliscado por Alexandra. –Ai, que foi? É minha opinião.
-Calado. Ela já está estressada. Se o Zac for embora, é aí que vai se estressar mesmo. –A loira disse.
-Não acho. –Disse esfregando o braço. Eles viram Zac acelerar o carro e parar na frente da porta da república. A porta se abriu e por ela Vanessa apareceu com calças jeans preta, camisa de manga longa azul escuro e um casaquinho bege.
-Onde vai ser a comemoração? –Ela perguntou trancando a porta.
-Naquele barzinho perto da cafeteria. –Tyler respondeu.
-Ok. –Disse abrindo a porta do carro.
-Eu falei para não demorar. –Zac resmungou.
-Não te perguntei nada. –Ela respondeu batendo a porta do carro com força antes da arrancada dele.
-Acho que não foi uma boa ideia convidar o Zac. –Gabriela disse se levantando.
-Você acha? –Alexandra perguntou.

[...]

O jantar ocorria bem na medida do possível. Zac e Vanessa não trocavam uma palavra com o outro, mas mesmo assim estavam sentados lado a lado.

-Então, Vanessa. Como foi na cafeteria hoje? –James perguntou.
-Do mesmo jeito de sempre.
-Você está saindo mais tarde ultimamente.
-A movimentação aumenta nessa época do ano.
-E você ganha pelas horas extras? –Alexandra perguntou.
-Até parece. Eles dizem que é descontado por eu usar calça jeans e não um vestido como é o combinado e eu prefiro deixar pra lá. –Disse dando um gole na sua cerveja.
-Isso por que você é besta. –Zac comentou olhando as horas no relógio de pulso.
-Guarde seus comentários para quem se importa.
-E você não se importa?
-Não.
-Ah,não?
-Não. Sua vida e a lata do lixo são o mesmo para mim. –Disse olhando pra ele.
-Não sabia que você achava o lixo tão interessante assim.
-E não acho.
-Então não compare minha vida com o lixo.
-Comparo, por que sua vida não é interessante.
-Se não fosse interessante, você não me perguntaria sobre ela. Se bem que ela se tornou um lixo quando você começou a fazer parte dela. Tantas horas treinando para acabar sendo babá e eu odeio ser babá.
-Então não seja.
-Se fosse tão fácil...
-Você que complica.
-Eu que complico? Eu tento fazer com que tudo ocorra de maneira pacífica. Você que faz as perguntas e não aguenta as respostas.
-Se você ficasse calado...
-Agora a culpa é minha? Você que fez as perguntas.
-Se você me conhecesse tanto como diz, teria ficado calado mesmo sobre pressão só para não me afetar, ou então teria mentido.
-Eu não minto, não sou como você. –Se levantou deixando algumas notas em cima da mesa, deixando-a de queixo caído. Ela semicerrou os olhos e logo foi atrás dele.
-Você não vai me deixar falando sozinha, Zachary. –Gritou indo atrás dele.
-Quando você crescer, a gente volta a tocar no assunto.
-Eu já sou bem grandinha pra conversar sobre suas idiotices.
-Minhas idiotices? Quem foi que ficou dando piti por um motivo idiota há algumas horas? Foi eu?
-Não era idiota.
-Era sim, Vanessa, mas é claro que você não escutou tudo. Só escutou o que te importou.
-Só escutei o que deveria escutar.
-Deixe de ser patética. O que faz atrás de mim? –Perguntou destravando o carro. –Você não queria que eu estivesse aqui, percebi pelo seu olhar. Já que quer tanto um tempo para pensar sobre o que “conversamos”, eu vou embora e você aproveita pra pensar nesse tempo. Quando for a hora, liga pra Nina ir te buscar e levar para o apartamento dela.
-Não, você não pode e nem vai fazer isso comigo. –Disse empurrando ele para longe do carro. –Você vai voltar pra lá e vamos fingir que isso nunca aconteceu.
-Acontece que eu não recebo ordens de ninguém, muito menos de uma mulher.
-Pois vai aprender a receber. Eu não sou nenhuma marionete, mas você pintou e bordou comigo desde que me conheceu e agora é a minha vez.
-Você não manda em mim e nunca vai mandar, poem isso na sua cabecinha e me deixa passar.
-Não. –Se posicionou na porta no carro dele impedindo a passagem.
-Vanessa...
-Zac, deixe de criancice.
-Quem é que não quer me deixar passar? A criança aqui é você.
-Vamos conversar.
-Não da pra conversar com você, Vanessa. Só quer saber impor sua opinião. Eu já ouvi o que você tinha pra me dizer, agora sai.
-Não vou sair.
-Vanessa...
-Vai me tirar a força? Tenta.
-Você sabe que eu consigo. –Ameaçou-a.
-Encosta um dedo em mim e eu faço sua caveira pro agente Smith até ele te tirar da missão e você não cumprir a promessa que fez para o meu pai.
-Você não seria capaz.
-Experimenta.
-Hudgens...
-Me da a chave. –Estendeu a mão. Ele relutou, mas acabou entregando. –Ótimo.
-Eu não entendo você. Queria que eu fosse embora e agora não me deixa ir.
-Eu não queria que você fosse embora.
-É verdade, não queria que eu vinhe-se.
-Eu queria ficar sozinha, mas já que você veio, vai te que ficar até o final.
-Ninguém merece.
-E agora, o que vamos dizer para o pessoal?
-Eu não vou dizer nada. Vou ficar aqui até a hora de ir embora.
-Você vai entrar comigo.
-Não vou não.
-Vai sim, por que eu não confio em você. Quem me garante que você não vai embora andando ou de táxi?
-E deixar o carro com você? Não estou tão louco assim.
-Mesmo assim você vai entrar comigo, até porque está frio aqui fora.
-Não me importo.
-Zac.
-Vanessa, me deixa. Você não nasceu grudada em mim, pode muito bem entrar sozinha. –Disse apoiando-se na parede do restaurante ficando de costas pra ela.
-Acontece eu não quero ir sozinha.
-Acontece que você não tem querer. –Disse imitando a voz dela. Ela revirou os olhos e o abraçou por trás.
-Vamos comigo, por favor.
-Se eu for, não vou te dar uma lição.
-Que lição?
-Cada ato gera uma consequência. Você tem que parar de ser tão impulsiva e pensar antes de falar. Tem que ser mais reservada e só falar o necessário mesmo se te fizerem perguntas.
-Mas eu nasci assim.
-Mas você pode mudar, é só ter força de vontade, até por que isso pode te meter em problemas.
-Como assim?
-Esse seu jeito pode magoar algumas pessoas, mas também pode irritar outras. O Flecher já quer acabar com você, não precisa de outras pessoas.
-Mas eu não faço por querer.
-Então pense antes de falar. Pense se suas palavras ou atitudes podem magoar outras pessoas. Se achar que não, pense novamente.
-Ok, ok. Acho que já entendi.
-Que bom.
-Entra comigo, vai. –O beijou no pescoço.
-Algo me diz que o que eu te disse entrou por uma orelha e saiu pela outra.
-Nada a ver. Eu ouvi tudinho e arquivei. Tenho que pensar antes de falar, repensar e ser menos impulsiva. Acontece que eu estou com frio e ainda quero sobremesa.
-Eu prefiro esperar aqui. Entra você, eu espero. –Virou-se pra ela.
-Mas eu quero ir com você. –O abraçou.
-Vanessa... Eu não entendo você, sinceramente.
-O que não entende? Eu não quero enfrentar as meninas sozinha. Se você for, elas não vão perguntar nada. Vamos, eu quero sobremesa.
-Tem chocolate lá em casa, se quiser. –Ela olhou pra ele fazendo biquinho. –Não faz essa cara.
-Você é um homem mal, Efron.
-Estou te oferecendo chocolate e sou um homem mal? Eu não sou de dividir, mocinha, muito menos comida. –Disse fazendo ela rir.
-Tudo bem, então. –Disse olhando nos olhos dele. –Vou me despedir do pessoal. –Disse antes de beijá-lo, assustando-o.
-Olha, o casal já fez as pazes. –Alexandra disse fazendo eles se separarem. –Continuem, eu não me importo.

-Nós já vamos. –Gabriela disse olhando para o casal com os olhos brilhando. –Vocês vão ficar?
-Não, nós também já vamos. –Vanessa respondeu.
-A sobremesa estava uma delícia, você perdeu. –Alex disse lambendo os lábios.
-Ain, não fala. –V pediu fazendo biquinho.
-Se quiser pedir pra viagem...
-Não, tudo bem. Me contento com a sobremesa do Zac. –Os amigos se olharam.
-Vanessa... –Tyler perguntou segurando o riso.
-Que foi? –Perguntou sem entender. –Ah não. –Disse quando a fixa caiu. –Não é isso, seus imorais. São barras de chocolate. Combinamos de ir até a casa dele já que eu perderia a sobremesa.
-Hm, a casa dele, hein?! Já estão assim? –Tyler perguntou cruzando os braços.
-Seu idiota. –Vanessa lhe deu um tapa.
-Eu só comentei, eu hein. –Disse esfregando os braços.
-Guarde seus comentários para você. –Disse voltando para os braços de Zac. –Vamos, amor?
-Vamos. –Disse. Se despediram dos amigos de Vanessa e partiram rumo ao apartamento de Zac.
-Algo que diz que ela não vai dormir em casa hoje. –Gabriela comentou assim que o carro de Zac virou a rua.
-Você acha? –Alexandra perguntou. –Quero só ver o estrago que ele vai fazer.
-Alexandra! –Alex, James e Tyler exclamaram juntos.
-O que foi? É o que eu acho. –Deu de ombros. Os meninos reviraram os olhos e seguiram até o carro de James.

[...]

-Bem vinda. –Zac disse abrindo a porta.
-Não seja patético. –Ela respondeu tirando o casaco.
-Vai querer a sobremesa agora?
-É por isso que estou aqui, não é? –Disse sorrindo. Ele sorriu e foi para a cozinha. –Que droga. –Resmungou.
-O que foi? –Ele perguntou da cozinha.
-Meu celular descarregou.
-Eu tenho uns carregadores ali, depois testamos. –Ele disse voltando para a sala com algumas barras de chocolate nas mãos.
-Me dá. –Disse estendendo as mãos e ele lhe deu uma barra, que ela logo tratou de abrir. –Hmmm.
-Você é uma piada mesmo. Está com frio? –Perguntou colocando as outras barras em cima da mesinha do centro.
-Um pouco.
-Vou buscar um cobertor. –Disse indo até o quarto. Voltou meio segundo depois e ela se aproximou dele, deitando no seu peitoral. Ele cobriu os dois e ela lhe ofereceu um pedaço. Ele ligou a televisão e pôs no jornal. No fim da programação, percebeu que ela havia dormido. –Nessa? –Perguntou chacoalhando-a um pouco.
-Hmmm.
-Tenho que te levar de volta para a república, mocinha, acorde.
-Hmmmm. –Resmungou pondo os braços no pescoço dele.
-Tudo bem, então. Você dorme aqui, mas amanhã cedo você volta para a república, entendido? –Ela não respondeu e ele percebeu que o sono tinha vencido ela novamente. Ele negou com a cabeça e a pegou no colo, levando-a para o quarto. Deitou ela na cama e embrulhou-a.
-Vai me deixar sozinha? –Perguntou abrindo um olho.
-Tenho trabalho pra fazer.
-Ah, não. Deita comigo, vai? Estou com frio.
-Mas e o meu trabalho?
-Amanhã você faz. Tenho certeza de que não é pra amanhã.
-É pra semana que vem, mas...
-Então deita comigo, anda. Nada de “mas”. Anda, vem. –Disse batendo no lado vazio da cama.
-Tudo bem. –Disse tirando a camisa e se deitando ao lado dela. Puxou-a para perto e beijou-lhe a cabeça. Ela suspirou. –O que foi?
-Você me desculpa?
-Pelo que?
-Pelo meu ataque. Eu não queria te ofender, mas é que você me pegou de surpresa.
-Tudo bem. O que passou, passou.
-Tão fácil assim? Achei que você fosse mais rancoroso.
-Depende da situação. Como eu convivo com você, só sairia perdendo.
-Entendi. Então estamos de bem?
-Sim, estamos.
-Ótimo. –Ergueu a cabeça e lhe deu um selinho demorado.
-Por que fazes isso? Não estamos com seus amigos, nem nada.
-Por que me da vontade, ué. Assim me acostumo logo.
-Se acostuma? Você está tirando uma casquinha que eu sei.
-Calado.
-Se aproveitando da situação, que coisa feia, Hudgens. –Disse fazendo ela rir.
-Preciso de um namorado de verdade, poxa.
-E enquanto não arranja um, me usa para aplacar seus desejos?
-É, fazer o que né? –Disse fazendo ele rir. –Sabe que é brincadeira, não é?
-Brincadeira, aham. –Disse ficando por cima dela.
-É brincadeira, sim. Somos apenas amigos.
-Amigos com benefícios. –A beijou no pescoço.
-Mas não de livre e espontânea vontade.
-Ah, não?
-Não. Acho isso coisa de colegial.
-Mas como eu já lhe disse, não frequentei o colegial.
-E por isso me usa para compensar o tempo perdido?
-Do mesmo jeito que você me usa para aplacar seus desejos.
-Mas é seu dever de namorado aplacar meus desejos.
-Mesmo sendo de mentirinha?
-Mesmo sendo de mentirinha. –O beijou novamente. –Se temos que fazer isso, que seja do modo divertido.
-Pela milésima vez: Eu não entendo você.
-Não tem que entender. –Disse fazendo carinho no rosto dele.
-Acho que você bebeu demais.
-Então aproveite. –Disse fazendo ele rir e beijá-la.

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Capítulo novinho em folha. Espero que gostem, garotas. Hm, a Vanessa anda bebendo muito ultimamente, não acham? HAHAHAHAHA. Não acho que seja totalmente efeito do álcool e sim de culpa, mas o importante é que teve beijo. A Vanessa é meio imatura ainda, mas com o tempo ela vai perceber como o Zac está sendo legal. Paula, se você achar um boy que nem o Zac, pergunta se ele tem irmão e de preferência gêmeo, por que eu também quero... Quem achar primeiro, que vença lol. Ok, Margarida, conselho gravado. A Vanessa vai aprender muito com o Zac, já está aprendendo na verdade. Eles são um casal não-casal, por isso tem seus momentos hahahaha. Bom, meninas. Obrigado a quem comentou. Enjoy.
Xx