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sábado, agosto 08, 2015

Capítulo 49

-Gabriela Garcia, que raios deu em você hoje? –Vanessa berrou. –Que susto!
-O que você aprontou, hein? Está muito assustada pro meu gosto.
-Depois nós conversamos, eu preciso sair.
-Porquê?
-Vou me encontrar com o Zac; a gente precisa conversar.
-Sobre?
-Não é da conta de ninguém. –Forçou passagem. –Eu volto logo.
-Não devia nem sair.
-Gabriela, por favor. Eu prometo que volto.
-Vanessa...
-Por favor!
-Tudo bem, mas fique com esse celular na mão. Vou te ligar pra saber se está bem; você está nervosa demais.
-Eu vou ficar bem, não se preocupe. –Abriu a porta e saiu correndo o mais rápido que pode.

     Ouviu passos pesados e resmungos logo atrás de si e correu mais ainda. Aproveitou que os seguranças estavam saindo e praticamente voou pela porta aberta correndo até o portão. Sentiu o peito doer quando estava na metade do caminho e gastou suas últimas forças pulando no colo do namorado.

-Calma aí, maratonista. –Z brincou. –Porquê o desespero?
-Você... Eu... Meu peito... Ar. –Tentou formar uma frase enquanto respirava fundo.
-Calma, Hudgens. Relaxa que está tudo bem. –A abraçou e ouviu o soluço. –Porquê você está chorando? O que aconteceu lá que eu perdi? Vanessa, me conta. –A morena só chorava e Z tirou a chave do bolso e a jogou para um homem que ela desconhecia. –Pietro, leva o carro. A gente vai na van.
-Efron, ele vai desconfiar.
-Ele já sabe. –Puxou Vanessa para uma van que estava um pouco distante dos portões da mansão. –Vai ficar tudo bem, viu? –A pegou no colo. –Você está me assustando, Hudgens.
-Seu mentiroso filho de uma chocadeira quebrada que faz ovo podre! –Gritou saindo dos braços dele e o socou. –Eu devia matar você, Zachary Efron!
-Vanessa...
-Não me toque! Só me tira daqui, mas não fala comigo. Entendeu?
-Jones, temos um problema. –Z disse pressionando a escuta. –A garota surtou.
-Surtou? Você não viu nada. É essa a van? –Apontou. –Como que abre esse negócio? –Z abriu a porta e entrou logo atrás de Vanessa. –Porquê está me olhando?
-O que deu em você?
-Zac, eles tem câmeras e escutas em toda essa área e eu sou a namorada enganada. Queria que eu te enchesse de beijos?
-Você poderia ter me avisado. –Passou as mãos no cabelo. –Que susto, Vanessa! Eu achei que você não tinha resistido a pressão da primeira missão. Sua fingida de primeira categoria. –A empurrou.
-Um segundo, Efron: não fingi nada. Você quase me fez ter um troço! Faz isso rápido antes que te peguem, faz aquilo antes que te peguem; corre que vão te pegar. –Imitou a voz dele. –Eu quase morri de antecipação.
-Eu só estava te alertando. Enzo correu sim atrás de você.
-Por que eu corri primeiro.
-Não; correu por que ele viu que você remexeu nas coisas. Tenho certeza que você não colocou nada no lugar.
-Claro que sim!
-Girou o fecho do envelope na mesma quantidade que estava?
-Que?
-Eles são perfeccionistas, Vanessa. Normalmente contam até quantos milímetros tem de um lápis para outro na mesa. A primeira coisa que Enzo deve ter visto quando você saiu foi o envelope premiado.
-O que são todos aqueles números?
-Diversas coisas.
-Como o que por exemplo? –Z a encarou. –Não me olhe assim. Eu fiz o trabalhinho sujo e tenho direito de saber.
-Bem, é todo um esquema. Fontes nos disseram que são números do registro dos criminosos, a quantidade de pessoas que enganaram ou executaram e quanto ganharam por isso.
-E porquê isso interessa pra vocês?
-Por que é a concorrência deles e os sócios também. Sendo inimigos ou não, eles se juntariam contra o FBI e a CIA.
-E por quê a CIA não se junta com a gente pra lidar com eles?
-Não é uma gangue, Vanessa, é todo um outro mundo. Isso mudaria muita coisa, inclusive o capitalismo. A gente só prende se aceitar o outro que vai ficar no lugar.
-É tudo uma farsa, então?
-Sim.
-A garotinha está sabendo demais, Efron.
-Jones, ela está envolvida. –Z o encarou.
-Garotinha. –V desdenhou. –Ir lá fazer o trabalho ninguém quis, né? Palhaços.
-Vanessa!
-Eu disse que não estava fingindo, Zac. Você e eu precisamos conversar.
-Só depois que você for diagnosticada por um psiquiatra.
-E porquê? Já fui em missões antes.
-Mas nunca diretamente, sem contar que você precisa voltar.
-Você disse que não era necessário!
-E não era, mas você prometeu pra sua amiguinha e eu que não vou ficar ouvindo você reclamar da consciência pesada por que não voltou.
-Nós precisamos mesmo conversar, Efron!
-Com certeza, Hudgens.

[...]

-E então, o que quer conversar? –Z cruzou os braços.
-Somente com privacidade.
-E mais essa. –Bufou, mas logo sorriu. –Vanessa! –Abraçou uma loira alta que aparentava ser da idade dela.
-Quando eu ouvi que Zac Efron estava aqui, precisei ver com meus próprios olhos. –A encarou. –E essa quem é?
-Filha de Gregory Hudgens.
-Que fim trágico do Greg. –A loira negou com a cabeça. –É um prazer, querida. –Sorriu. –E você, como vai? –Cutucou Zac com certa intimidade fazendo a morena os encarar.
-Bem. Poderia me emprestar sua sala? Preciso conversar com a Hudgens em particular, sabe como é.
-Eu sei; fique a vontade, a sala é sua. –Lhe entregou um molho de chaves. –Eu tenho uma reunião agora. Nos vemos no jantar?
-Talvez. Obrigado pela sala.
-Até breve. –Acenou antes de entrar no elevador.
-O que foi? –Z perguntou seguindo pelo corredor.
-Quem é essa?
-Uma amiga.
-E desde quando você tem amigos?
-Sentiu esse cheiro? Eu acho que é ciúme, e você?
-Não estou para brincadeira. Você sabe que me deve respeito por mais que seja tudo uma farsa, Efron!
-Vem aqui, garota. –A puxou pelo corredor e a prendeu entre a parede e a porta. Depois de destranca-lá, a empurrou e bateu a porta com força antes de tranca-la novamente. –Você é ótima, amor. –Tentou beijar Vanessa mas ela recuou. –Ei, o que foi? Te machuquei?
-Eu não estou fingindo.
-Vanessa, a Vanessa é só uma amiga, ok?
-E desde quando você tem amigas? E porquê Vanessa?
-Ok, não somos tão amigos assim, mas já fomos muito próximos. –Abraçou a morena. –O por que do nome dela você vai precisar perguntar para os pais.
-Ela é loira. –Comentou.
-E dai?
-Não se faça de idiota.
-Amor, a Vanessa tem idade para ser minha mãe.
-Aham, e a sua mãe te teve com dois anos? Acho que foi um.
-Ela não é tão nova quanto aparenta. –Sorriu do que parecia ser uma piada. –Existem cremes anti-rugas, plásticas e botóx sabia?
-Mesmo assim, Zachary. Você nunca me falou dela.
-Te incomoda eu não ter falado dela pra você ou é o contrário?
-Não seja patético.
-Eu te conheço muito bem, baby, por isso, não negue seu ciúme.
-Só não achei ela confiável.
-Ela cuidou de mim quando meus pais morreram.
-Achei que você estava num colégio militar.
-E estava, mas alguém precisava pagar para que eu continuasse lá, sabia? Ela foi amiga dos meus pais, principalmente da minha mãe, e cuidou de mim a distância.
-Quando vocês se conheceram?
-Eu já tinha cinco anos no FBI e quando virei agente Sênior, precisei de um treinamento mais intenso.
-E foi ela?
-Seu pai que me indicou. –Ergueu as mãos. –Nós só somos amigos e ela me contou mais sobre os meus pais. Ela era pra mim o que eu fui ou ainda sou pra você.
-Mas você conheceu seus pais!
-E os vi pela ultima vez com oito anos. Você viveu com sua mãe até os dezesseis.
-Já conversamos sobre isso; é difícil para os dois. –Cruzou os braços. –E não é esse o assunto!
-Certo: eu não tenho nada com a Vanessa, nunca tive e provavelmente nunca vou ter, por que a única Vanessa que me interessa é uma morena baixinha que é beeem chatinha e tem Hudgens no sobrenome. Conhece?
-Não, mas pelas características ela me parece ser legal. Vocês deviam ficar juntos.
-Ah, é?
-Sim. –O abraçou. –Não tem mais nenhuma outra desconhecida que vai ficar te cutucando pelo corredor com tanta intimidade como aquela loira aguada?
-Não, ou pelo menos, eu espero que não. E ela é loira original.
-Não chamei de falsificada e sim de aguada. –Deu de ombros e suspirou.
-O que foi?
-Porquê você me chamou de Hudgens na frente dela? Fiquei com ar de desinteressante pra você.
-Amor, você sabe o por que. –Lhe deu um selinho rápido. –Eu só não falei dela pra você antes por que tinha me esquecido.
-Esquecido da sua amiga tiazona próxima?
-Amor...
-Só perguntei.
-Sei.
-Podemos dar uns amassos agora ou só depois?
-Eu quero te levar pra fazer compras.
-E porquê?
-Vamos ter um bebê e você precisa de um bom motivo pra chegar tarde.
-Você sabe que eu não estou grávida de verdade, não é?
-Sim, mas com certeza o Enzo mandou alguém pra nos vigiar que deve estar lá fora só esperando pela gente. Precisamos aparentar felicidade e você estar confusa, mas que aceita a situação, pelo menos por enquanto. Quando ele te questionar, você fica calada. Só precisa atuar essa noite.
-E se ele não se convencer?
-Você inventa dores e eu te tiro de lá.
-Porquê tudo tem que envolver lágrimas e sofrimento pra vocês? Não posso sentir dores; Gabriela vai querer me seguir.
-É só uma hipótese, amor. Você também pode optar por me chamar e eu invado a propriedade com uma equipe e te tiro de lá a força.
-Ok, eu não quero pensar nisso agora. Na hora sempre acontecem imprevistos.
-Então vamos?
-Para onde?
-Vamos alugar alguns filmes e depois fazer compras numa loja infantil.
-Ok. –Suspirou e o beijou levemente. –Eu te amo.
-Se a gente se apressar, acho que teremos um tempo pra ficarmos sozinhos no apartamento treinando algumas coisas. –Piscou pra ela.
-Eu queria ouvir um "eu te amo" de volta, mas isso até que é interessante. –O abraçou.

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Oi. Vivas? Eu sei que deixei o blog as moscas, mas os dias foram passando e o capítulo aqui pegando poeira.... Me perdoem! Vou tentar me esforçar para postar como deveria ser. Quero agradecer a todos os comentários e dizer que vocês mereciam um prêmio por me esperar. Sem mais delongas, espero que gostem.
Xx

terça-feira, maio 19, 2015

Capítulo 48

-Eu amo você.
-Eu amo mais.
-Não, eu amo mais.
-Não, eu que amo.
-Eu te amo assim oh... –V abriu os braços o máximo que pode.
-Pois multiplica dez vezes e será o meu amor!
-E multiplica infinitamente e será o meu.
-Vocês querem parar com isso? –Gabriela resmungou. –Que saco!
-Filha, deixe sua amiga namorar, que coisa. –Susana a repreendeu.
-Namorar é uma coisa, mãe, mas isso já é demais. Ridículo, até. –Encarou Vanessa. –Nunca pensei que veria você fazendo isso, logo você, a durona.
-E eu pensava que você era mais amor e menos ódio. –Cruzou os braços. –Quem era a fã numero um desse relacionamento mesmo?
-Acontece que vocês extrapolam. É muita “melação” pra um casal só; fica até forçado.
-Mas meu amor é tão bonitinho, olha só essa carinha. –Apertou as bochechas do namorado. –Essa boquinha rosadinha que eu amo beijar. –Lhe deu um selinho. –Meu lindinho.
-Vocês dois se veneram, na verdade, só você, por que eu nunca vi ele retribuir.
-Você não tem que ver nada mesmo. –Deu de ombros.
-Isso é ótimo! Não tenho vontade nenhuma de saber as posições que vocês usam.
-Diz isso mas tentou invadir nosso quarto não tem nem 24 horas. –V provocou olhando as unhas.
-Vocês estavam lá?
-Não, mas...
-Então não diga isso. –Se levantou. –Estou ficando com fome. O estilista vem ou não?
-Até parece que a noiva é você. –Susana riu. –Ele já deve estar chegando.
-Acho bom mesmo. –Cruzou os braços se sentando novamente.
-Ninguém está te obrigando a ficar aqui, então... –V disse.
-Olha aqui, Vanessa, você cale a boca! –Mandou. –Não estou com paciência pra você hoje.
-Ai que medo.
-Você está na minha casa e eu não vou tolerar...
-Eu que não vou tolerar você falando com a minha noiva desse jeito. –Z disse autoritário. –Que eu saiba, a casa é dos seus pais, talvez seja sua quando eles falecerem, mas até lá, a propriedade é deles! Outra coisa; você quem insistiu para que nós viéssemos pra cá, por isso, abaixe o seu tom antes de dirigir a palavra à ela.
-Escuta aqui...
-Escuta aqui você: não estou de brincadeiras nem hoje e nem em qualquer dia quando o assunto é o bem estar da Vanessa, por isso, pense bem antes de falar e fazer alguma coisa, capire? (Compreendeu?)
-Que nervosinho você. É falta de sexo, é?
-Gabriela Garcia, que linguajar e modos são esses? –Susana perguntou irritada.
-Ela que está sem sexo e quer descontar no meu noivo. –V disse.
-Eu achei que ela apoiava a relação.
-Também achava isso, mas pelo que pude perceber, as coisas mudaram.
-O que mudou foi que vocês dois ficaram insuportáveis. –Gabriela resmungou cruzando os braços. –E seu “noivo” nem deveria estar aqui. Ele não pode ver o vestido, lembra?
-Sim, eu sei, mas eu quero que ele fique comigo o máximo possível por que eu vou dormir aqui, lembra?
-Não sei se isso ainda vai acontecer.
-Gabriela, pare de agir como uma criancinha mimada! –Susana a repreendeu. –A Vanessa é a sua amiga há anos e dormiu com você mesmo sem ser obrigação dela.
-Acontece que ela deixou de dormir comigo desde que conheceu esse carinha, e foi daí pra pior. –Resmungou. –Ela me trocou, trocou á todos os amigos, por um cara!
-É o noivo dela, amigo de infância...
-Nem me venha com desculpas, mamãe, se nem ela mesmo nega. Diz que se não apoiarmos, ela para de falar com a gente e continua bem.
-Eu nunca disse isso! –V se defendeu. –Apenas disse que não ia discutir com vocês e que se não aprovam meu casamento, então, deverão se afastar por que vai acontecer, vamos formar uma família e eu não quero nenhum transtorno pro meu filho.
-E ela tem razão.
-Mamãe!
-Minha filha, você está querendo crucificar sua amiga por quê está com ciúme do noivo dela ou do filho? –Encarou Gabriela que engoliu em seco. –Por que se for de um bebê indefeso que só merece amor...
-Ora, mamãe, você me conhece.
-E é por conhecer que faço a pergunta. Até uns dias atrás você me dizia que queria um relacionamento igual ao da sua amiga e...
-Não me diga que você também está afim do Zac, garota. –V a puxou pelo braço.
-Lógico que não! –Gabriela tentou puxar o braço, o que foi em vão. Vanessa estava bem mais forte do que ela. –Você me conhece e sabe que eu jamais faria isso com você.
-Acho bom mesmo, por que você não me conhece e não sabe do que eu sou capaz de fazer. –Puxou Gabriela para mais perto. –Meu noivo é só meu, entendeu?
-Me larga! –Se afastou e V precisou se controlar para não rir da cara de espanto da amiga. –Você está obcecada por esse cara e nem se lembra do que ele fez lá com a namorada do amigo dele.
-O passado é passado, agora ouça bem: não se meta no meu futuro.
-Você está completamente perturbada, Vanessa! Eu sou Gabriela, sua amiga, que nunca nem sonhei com esse carinha pra mim. Confesso que acho bonito, mas desde aquela noite na república...
-Ok, Gabi, não quero seu discurso. Só quero deixar claro que se alguém interferir nessa relação, ou ao menos tentar, vai sofrer consequências, e eu não estou para brincadeiras.
-Sim, eu já entendi isso; todos nós já entendemos! –Suspirou. –Já parou pra pensar que ele pode não ser tudo isso?
-De novo esse assunto?! Sério? Troca o disco pelo menos. –Pediu indo pro colo de Zac. –Eu o conheço mais do que vocês imaginam.
-Será mesmo? E ele por acaso te conhece? Vocês podem ter sido amigos de infância, mas as coisas mudam e...
-Chega. –Susana disse. –O estilista chegou e eu não quero um “pio” sequer a respeito desse assunto, está claro?
-Tanto faz. –Gabriela revirou os olhos e recebeu um olhar negativo de Susana.
-Valentino, querido. –Susana o saudou com dois beijinhos e tanto Zac quanto Vanessa arregalaram os olhos.
-Minha bela Susana, como está? E Enzo? –O estilista saudou entrando na casa. –Buon pomeriggio a tutti. (Boa tarde a todos). –Sorriu. –É este o casal? –Puxou Vanessa pelas mãos, colocando-a de pé. –La mia bella, sono magnific, e sarà bellissima in nessuno dei miei vestiti. (Minha bela, você é magnífica, e ficará belíssima em qualquer um dos meus vestidos.
-Grazie, ma mi perdoni. Non sarò in grado di usarli. (Obrigada, mas me perdoe. Eu não vou ser capaz de usá-los.) –Puxou as mãos.
-E por quê não? –Valentino questionou ofendido.
-Ela quis dizer que não vai poder usar qualquer um pois está grávida e logo a barriguinha vai aparecer. –Susana tentou consertar.
-Ah, un bambino. –O estilista sorriu. –Eu posso fazer adaptações dependendo do modelo que você escolher e...
-Não, me desculpe. –Olhou para Zac pedindo ajuda. –Eu não quero que a Dona Susana gaste tanto comigo se nem ao menos a filha dela está a favor do meu casamento; não quero problemas e pode nem dar certo e...
-Amor, relaxa. –Z a abraçou. –Está tudo bem, ninguém vai te obrigar. Se quiser, pode casar de moletom que eu nem ligo.
-Come è romantico, ma anche di cattivo gusto. (Como é romântico, mas também de mau gosto.) –Valentino negou com a cabeça. –Escuta, meu jovem, a sua noiva é linda demais para casar com roupas de ficar em casa.
-Non i vestiti, ma il modello. Non ci piace cose fi fantasia o appariscente, di fatto, la nostra vita è molto tranquilla. (Não é a roupa, mas o modelo. Nós não gostamos de coisas extravagantes ou chamativas, de fato, a nossa vida é muito tranquila.)
-Claro. –V riu e ele logo a encarou.
-Okay, non è così tranquilla come pure, ma noi siamo calmi. (Ok, não é tão tranquila, mas somos calmos.) –V gargalhou. –Tesoro, sto cercando di aiutare, ma se non volete, è lì con loro. (Querida, eu estou tentando ajudar, mas se você não quiser, fica com eles.) –V encarou o namorado e não conseguiu controlar a risada. –Lo sposo non può vedere il vestito, giusto? (O noivo não pode ver o vestido, certo?) –Sorriu erguendo uma sobrancelha.
-Nem pense nisso. –V semicerrou os olhos.
-Arrivederci.
-Não seja chato, amor. –O puxou. –Eu só estava me divertindo.
-Com o que, posso saber?
-O modo que você enrola a língua pra falar italiano é tão fofo. –Roubou um beijo rápido.
-Que belo casal, mas o noivo ainda não pode ver o vestido. –Valentino disse.
-Nós sabemos, e ele já estava de saída, certo? –Gabriela provocou.
-Sim, eu tenho coisas para vê. –Beijou Vanessa novamente. –Até logo.
-Vou sentir saudade. –Falou melancólica e viu a amiga revirar os olhos.
-Também. –Lhe deu um selinho. –Buon pomeriggio. (Boa tarde) –Desejou se afastando e logo saiu pela porta.
-Vocês são maus.
-Da azar o noivo ver o vestido antes do casamento. –Susana disse sentando ao lado dela. –Bem, Valentino, me diga o que trouxe.
-O que a ragazza gosta?
-Simplicidade. –V respondeu dando de ombros. –Nada de coisas grandes estilo princesa pra mim ou muito brilho.
-Para quando é o casamento?
-Bem, estamos tentando organizar tudo para o início do mês que vem, o mais tardar, claro. É só o civil mesmo.
-Civil? –Valentino encarou Susana. –E terá festa depois, certo?
-Sim, algo para amigos íntimos; não são nem cem pessoas. –Sorriu.
-E o religioso?
-Então, é por isso que eu não queria algo tão refinado agora. Planejamos um religioso pra depois dos filhos, talvez daqui há cinco anos, por que até lá já vamos ter tudo organizando.
-E só estão se casando por quê você está grávida?
-Não, ele tinha me pedido antes. Na verdade, eu acho que engravidei na noite de comemoração. –Sorriu sentindo o rosto corar apesar de ser mentira. –Ou no natal, mas ele me pediu em casamento no meu aniversário, dia quatorze de dezembro.
-Ok. Bem, ragazza, eu trouxe alguns modelos mais simples, só que não combinam com qualquer lugar. Onde será a recepção?
-No quintal da nossa casa. –Valentino a encarou com desagrado. –Bom, não é um simples quintal e nem uma simples casa. Eu tenho uma foto aqui. –Disse retirando o celular do bolso. –Tirei dele brincando com os pulguentos, mas da pra ver mais ou menos como é.
-É uma área grande. Dependendo da ornamentação, da pra fazer algo bonito e simples.
-Sim, por isso que nós planejamos ser lá. –Guardou o aparelho.
-E a lua-de-mel?
-O Zac está cuidando desses detalhes. –Sorriu forçada. Ian tinha comentado sobre eles terem uma invasão para fazer na semana do que deveria ser a lua-de-mel.
-Entendi. –Sorriu. –Os esboços que eu trouxe que podem te agradar são esses. –Lhe entregou algumas folhas e Vanessa suspirou. A tarde seria longa.

[...]

-E então?
-Estou fazendo o melhor que posso. –Suspirou pressionando a escuta. –Gabriela não sai da minha cola e nem a Susana.
-E o Enzo?
-Ele chegou, mas está trancado no escritório com três amigos. Tenho certeza que são da máfia também. O modo que eles olharam pra mim...
-Então eles sabem.
-O que? De você?
-De nós. Tome cuidado e não fique sozinha.
-E como não vou ficar sozinha se o plano é...
-Já basta um mafioso ficar te cercando, Vanessa, não quero outros três.
-Não sabia que você tinha tantos inimigos para eu me preocupar.
-Não sou eu, é o FBI, e na verdade, tenho poucos inimigos, mas eles não servem pra nada.
-Por isso estão vivos?
-Sim. –Ouviu Vanessa suspirar. –Com medo de mim?
-Não, só estou pensando se aquele do colégio militar é...
-Não pense. –Z a interrompeu. –Escuta, o que eu quero que você faça agora é que invente uma dor, depois drama e me ligue.
-Mas o plano...
-Pro inferno esse plano! Você já escolheu o vestido, certo?
-Já, mas...
-Então não tem mais motivo para ficar aí. Não quero você correndo riscos pelo FBI sendo que não lhes deve nada.
-Eles me protegeram por anos!
-Seu pai e eu que te protegemos.
-Zachary, eu me comprometi e vou cumprir.
-Não, Vanessa, você vai... –A porta foi aberta num rompante. –Quem está aí?
-Senhor Enzo, em que posso ajudar?
-Com quem está falando? –Zac ouviu a voz grave do mafioso e engoliu em seco.
-Com meu bebê. –V respondeu nervosa. –Parece loucura por ele ser minúsculo e provavelmente nem ter as orelhas ainda, mas eu gosto de conversar com ele.
-E por quê está nervosa?
-Por que parece que ninguém nessa casa aceita meu filho ou meu casamento. Na verdade, eu tenho quase certeza de que o senhor veio aqui só pra repetir o discurso da Gabriela, tentar me fazer pensar melhor e terminar com o Zac ou adiar o casamento e...
-Não, você sabe que não é por isso.
-Bem, a Gabriela mentiu então. –Deu de ombros. –Ela me falou que o senhor queria falar com o Zac e que provavelmente seria sobre isso.
-Envolve o seu noivo, sim, mas por outros motivos.
-Se é sobre o bebê, saiba que nós não vamos tirar.
-Que bom que tocou no assunto. O bebê realmente existe?
-Claro que sim! Porquê eu mentiria sobre isso?
-Por que a sua vida é uma teia de mentiras. –Deu de ombros e a encarou enquanto fechava a porta.
-Porquê diz isso? Você nem me conhece.
-Mas conheço seu noivo.
-Sério? –Cruzou os braços. –E desde quando?
-Não se faça de tonta, garota. Você sabe muito bem o passado do seu noivo e o que ele é de verdade.
-O passado? E de que passado o senhor insinua?
-De uma criança problemática que foi expulsa de um colégio interno e em seguida, um colégio militar. Isso antes dos dez anos de idade. Um verdadeiro demônio! –V gargalhou. –Do que ri?
-Acho que o senhor se enganou de Zac, senhor Enzo. –Riu mais ainda. –Ele pode até estar diferente de quando eu o conheci, mas não acho que seja esse monstro.
-Outro belo ponto. Amigos de infância em que vida? Ele foi uma criança solitária e não teve nenhuma amizade, nem mesmo no internato ou no colégio.
-Fomos amigos, sim. Confesso que me lembro de pouca coisa da minha infância, mas éramos amigos até ele precisar viajar para algum lugar. –Sentou-se na cama. –Perdemos contato por isso, mas graças ao destino nós nos reencontramos novamente. –Sorriu. –E vamos ter um bebê. Daria um belo filme, não acha?
-Você quer mesmo insistir nisso? Acha que eu não sei que você sabe que o seu noivo, se é que é noivo mesmo, é um vermezinho nojento do FBI?
-O Zac? Do FBI? –V perguntou séria, mas logo gargalhou. –Eu não sabia que o senhor era tão engraçado, senhor Enzo.
-Você sabe que não é mentira.
-Isso é ridículo! Ele é apenas um agente particular, ganha seu dinheiro honestamente e...
-Você é uma deles também, tenho certeza. Fala com todo vigor, mas o seu olhar te entrega. Você pisca duas vezes mais do que uma pessoa normal e respira em falso as vezes; sinais típicos de mentirosos.
-Pisco por que o clima daqui é seco e sou obrigada a hidratar meus olhos, e não acho que estou respirando diferente. Um deles? Eles quem? Humanos?
-Agentes do FBI.
-Uma ex atendente de cafeteria sendo agente do FBI? Quão absurdo isso parece pra você?
-O mundo da voltas.
-Sim, mas não se chacoalha para tirar uma garota de um canto e colocá-la em outra totalmente nada a ver.
-Então o relacionamento é real?
-Claro que é. Porquê eu mentiria sobre isso, ou melhor, sobre qualquer coisa? Não devo satisfação da minha vida para ninguém, e nem se devesse eu não mentiria.
-Será mesmo? Gabriela disse que você mudou muito.
-E dai? Ela também mudou ficando contra o Zac. Não entendo o porque. A única coisa que mudou foi que eu vou ser mãe, mas ela até chorou quando ele me pediu em casamento.
-Filho é algo sério, ainda mais se o pai do bebê é uma total farsa.
-Você não conhece o Zac.
-Mas conheci a família dele. David Efron, já ouviu falar?
-O pai dele, e dai?
-Agente Senior da CIA, um grande problema para mim.
-Mas...
-E Alexander Efron é um nome conhecido pra você?
-O avô dele. –Deu de ombros.
-Não apenas o avô dele. Era um Agente Senior bem sucedido no FBI, mas por ser algo que praticamente o matou, David decidiu ir para a CIA, algo mais “leve”.
-Eu não sei do que você está falando. –E não era mentira. Vanessa sabia pouco dos pais de Zac, mas do avô só sabia que carregava o nome dele.
-Será mesmo? O Zachary é do FBI, mas já foi da CIA por que o pai o instruiu a ser de lá, já que não queria que o filho passasse pelo que ele passou, ou até mesmo os netos, mas Gregory Hudgens fez com que ele deixasse isso de lado e fosse para o lado pesado.
-Claro, meu pai também tinha que fazer parte disso. –V disse. –E minha mãe e a mãe do Zac faziam o que? Selecionavam as missões? Eles eram o quarteto fantástico por acaso? Me desculpe pela grosseria, mas você está sendo mais do que ridículo, senhor Garcia.
-Não estou mentindo, senhorita Hudgens.
-Tá, suponhamos que seja verdade. O senhor seria o que? O vilão? É o que parece já que fala com tanto ódio.
-Quase isso. –Deu passos para trás. –Não estou convencido de que você realmente não sabe dessa história.
-Desculpe, minha mãe só lia histórias de princesas para mim; nada de “O incrível mundo de agentes”.
-O que me confunde é o fato do Efron ter te pedido em casamento. O FBI não permite relacionamentos, então, temos duas hipóteses: ou eles estão te enganando, ou vocês estão me enganando. Seja qual for, eu não gostei de nenhuma das duas.
-Eu só sei que o senhor está meio maluquinho da cabeça. O Zac um agente?! –Riu. –Ouviu isso, filho? Seu pai é um agente. Como será que isso funciona? É tipo o exército que os filhos são obrigados a fazer parte porque o pai foi? Se for verdade, nós fugimos. Deve ser horrível ser obrigado a fazer algo que não quer... Mas deve ser ótimo saber da vida dos outros. Vamos conversar sobre isso na hora certa.
-Garota, você realmente não sabia?
-Saber do que? O senhor não quer que eu acredite nisso, né? É ridículo.
-Vai me dizer que nunca notou a super proteção?
-E dai? O Zac sempre foi assim; desde criança ele me colocava embaixo do ombro dele e me arrastava pelos cantos. Era um pouco ruim por que eu era mais alta, mas agora que ele está grande e forte, é até fofo.
-É perceptível que você está apaixonada, mas e ele?
-Bem, isso o senhor vai precisar perguntar pra ele, mas acredito que só por ele ter me pedido em casamento e ter me apoiado, já é...
-Motivo pra achar que tudo faz parte de um plano, mas isso não faz sentido; Gregory era amigo dele.
-Claro, meu pai morto era amigo do Zac, com certeza. –Ironizou.
-Seu pai morreu não tem um ano.
-E minha mãe mentiu por dezesseis anos? Desculpe, mas isso eu não admito. Pode falar o que quiser do Zac, do pai dele, do meu pai, de quem quer que seja; mas nunca fale da minha mãe. O senhor pode me expulsar, mas eu não vou permitir isso. –Apontou o dedo e Enzo a analisou.
-Certo, talvez você realmente não sabia dessa história e seja mais uma vitima das mentiras do FBI.
-Que FBI que nada. É mais provável você ser da máfia do que o Zac ser do FBI.
-Como disse? –Enzo se alterou.
-Oras, faz todo o sentido. Quem está morando na Itália e vive nessa mansão estilo “O Poderoso Chefão” é o senhor, e o Zac só foi para a América por que eu quis ir aceitar o emprego. Por ele, nós ainda estávamos na França.
-E você acha que o FBI é limitado aos Estados Unidos?
-E eu sei lá? Me diga o senhor que sabe tanto desse mundo.
-Pelo visto, você é apenas uma ignorante mesmo. –Constatou. –A América está te usando para alguma coisa, tenho certeza, só não sei para que. No fundo, eu tenho pena. Não quero que morra, afinal, minha filha sofrerá.
-Só vou morrer na hora certa. –Deu de ombros. –No momento, estou gerando uma vida. Meu filho e meu noivo são as duas pessoas mais importantes no mundo para mim, por isso, não tente fazer minha cabeça contra eles. Não vai acontecer.
-Esqueça a conversa que tivemos aqui.
-Vou fazer o contrário; vou contar pro meu filho antes de dormir. –Riu. –Ele vai se divertir, tenho certeza.
-Você está rindo agora, mas no final, talvez não seja assim.
-Eu confio no meu noivo de olhos fechados.
-Ele continua mentindo pra você.
-Pode ser que sim, pode ser que não. Quem sabe? O mundo da voltas, não é verdade? –Enzo concordou com a cabeça e saiu. –Ai meu Deus.
-Shiiiu, antes de falar alguma coisa, verifique se não tem nenhuma escuta por aí. –Z ordenou. –Olhe o chão, os móveis, as paredes. Se quiser falar comigo, fale como se fosse com o bebê. O quarto não é seguro até a vistoria.
-Filho, é cada uma que inventam. Claro que se o seu pai fosse um agente, eu mataria ele, ou talvez não. Poderia fazer ele me contar os segredos das “nojentinhas” do trabalho, que tal?
-Isso, seja fútil. –Z concordou e V revirou os olhos. –Não revire os olhos para mim.
-É melhor esquecer isso, né, bebê? E se a gente ligasse pro papai antes de tirar um cochilo? É capaz dele ligar primeiro já que me conhece tanto que até assusta.
-A Gabriela está subindo; arranje um modo de ir atrás do Enzo para colocar as nossas escutas.
-Filho, será que eu fui muito rude com ele? Talvez ele só tenha inventado por que queria me testar. Devemos pedir desculpas? Sim, é devemos por que nós vamos juntos, não adianta reclamar.
-Vanessa, eu quero falar com você. –Gabriela avisou rompendo pela porta.
-E eu preciso falar com o seu pai.
-Sobre?
-Assunto nosso. Você sabe aonde ele está?
-Escritório.
-Ele gosta de chocolate?
-Sim. –Respondeu sem entender.
-Vou levar dois pra ele. –Disse mexendo nas malas. –Nos vemos mais tarde.
-Vanessa...
-Eu volto logo.

     Encontrou alguns seguranças e empregados pelos corredores e perguntou aonde ficava o escritório. Os seguranças não queriam permitir a passagem, mas Vanessa fez sua melhor cara de cachorro abandonado e conseguiu entrar.

-Ok, você vai colocar as escutas debaixo da mesa e vai procurar os documentos. –Z avisou. –Nada de falar comigo.
-Ok, filho, vamos testar o que falar. –V disse dando uma olhada no lugar atrás de câmeras escondidas. –Belo escritório, senhor Garcia; tudo na sua casa é muito bonito e requintado. Sua mesa é belíssima, a madeira é de boa qualidade e é lisa debaixo. –Encaixou as escutas. –Não, está errado. Os chocolates que eu coloquei aqui... Aonde eu coloco os chocolates? –Começou a revirar alguns papéis. –Não, perto de algum quadro é melhor! Um de família para deixar claro que eu só quero o bem da minha família, assim como ele quer o da dele. –Ouviu a porta se abrir. –Ai meu Deus, Gabriela, que susto!
-O que você faz aqui? Papai está na sala.
-Você me disse que ele estava aqui, eu vim procurar e agora estou esperando.
-E você avisou pra ele que estava aqui?
-Não.
-E como ele ia saber?
-Ah, sei lá. Eu poderia só escrever um bilhete e sair. Bem melhor. –Começou a revirar os papéis de Enzo novamente.
-Não, Vanessa; isso é errado por dois motivos. Primeiro: nem minha mãe manda bilhetes, quem dirá você; segundo: meu pai gosta de conversas olho no olho. Se você foi capaz de falar ou fazer algo olhando pra ele, vai te que fazer o mesmo para se desculpar.
-E eu que achava que você era difícil.
-Você acostuma. –Deu de ombros. –O que vocês conversaram?
-Nada demais, só que eu fui rude e me senti mal depois, entende?
-Você está sendo muito rude ultimamente.
-Cala a boca.
-Viu?
-Culpe os hormônios como todo mundo.
-Vanessa, tenha dó. Você já teve desculpas melhores.
-O que você quer falar comigo afinal?
-Só queria me desculpar. Sei que foi errado ser contra o bebê, mas sei lá, só me pareceu certo ser assim. Tive medo do Zac te largar sozinha.
-E descontar no meu filho faria o Zac não me largar?
-De certa forma sim; vocês estão mais unidos agora.
-Não estamos não; somos os mesmos de sempre, só não temos vocês nos babando. –Cruzou os braços. –Não quero continuar nesse assunto; sem brigas. –Começou a abrir as gavetas. –Acho que tem papel em branco por aqui.
-Desista da ideia de recadinhos; meu pai vai ficar zangado. Na verdade, ele já vai se irritar por você estar mexendo nas coisas dele.
-Em vez de dar palpites, porque você não vai chamar ele pra mim? Assim eu me desculpo e saio logo daqui. Esse lugar me da arrepios.
-Bem vinda ao clube. –Gabriela disse saindo.
-Seja rápida. –Z mandou. –Enzo vai passar a trancar a porta assim que souber que você entrou aí. Tire as fotos agora!
-Não estou achando folha em branco, filho.
-Deve estar dentro de algum desses envelopes.
-Acho que procurar folhas em branco dentro de envelopes é loucura, bebê.
-Vanessa... 
-Mas já que não tem nada aqui fora, quem sabe, né? Do jeito que esse povo é meio pirado. –Abriu um envelope e não encontrou nada. –Só tem vento nesse. –Abriu outro. –Achei.
-Tire as fotos e saia dai. –V tirou a mini câmera do bolso da jaqueta e tirou as fotos. Guardou os documentos novamente e abriu um dos chocolates que tinha levado.
-O que você pensa que está fazendo aqui? –Enzo questionou entrando no escritório eufórico.
-No momento, estou procurando um lixo. –Mostrou a embalagem. –Bem, eu vim aqui pedir desculpas e trazer chocolates, mas fiquei com fome e não resisti.
-Saia da minha sala!
-Sim, senhor. –Correu para fora do escritório. –E agora?
-Pegue sua bolsa e saia da casa antes que ele perceba que você mexeu em alguma coisa.
-Ok. –V correu pro quarto e pegou a bolsa que tinha deixado sob a cama. Ouviu a porta do quarto fechar num rompante e alguém passar a chave. Engoliu em seco e ouviu Zac respirar fundo.
-Aonde pensa que vai?
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HEY HEY YOU YOU I DONT LIKE YOUR GIRLFRIEND!!!! Girs, como vão? Sei que a música da Avril não tem nada a ver, masss eu sou assim mesmo. Depois de mil anos sem postar, aqui está. Juro que não consigo vê esse capítulo como legal, bom e nem razoável, mas é o que saiu. Demorei mais por isso também: tentei mudar, mas não saía nada. Perdoem a merda que está e só pra me redimir: já tenho o próximo pela metade e acho que está interessante. Well, agradeço aos comentários e a quem gostou e quem esperou haha. Bem vinda Ponny <3 Espero não decepcionar com esse apesar de tudo. Anyway, acho que é só isso. Vou fazer o possível pra postar sábado!!
PS.: Girls, segunda temporada de Whatever Will Be já começou. Corram pra lá, juro que tá beeem legal e eu tenho capítulo de estoque.
Xx

segunda-feira, abril 13, 2015

Capítulo 47 – DEDICADO A MIGA ÍNDIA

ANTES DE TUDO: Capítulo dedicado a índia mais kenga que eu conheço. Nayla, é pra vc miga.
************************CAPÍTULO************************

-Italia, la mia bella Italia. (Itália, minha bela Itália.) –Gabriela bradou saindo do jato privado de braços abertos.
-Desde quando você fala italiano? –Vanessa questionou sorrindo.
-Não falo nada além do básico. Mamma, papá e pizza.
-Pizza é universal. –Riu.
-Quase universal. –Z disse abraçando a namorada. –Querem ir para o hotel ou para a casa dos Garcia?
-Hotel? Para que? Vamos todos nos hospedar na casa da mamãe, certo?
-Não. –V disse sorrindo sem jeito. –O Zac e eu...
-De jeito nenhum! Ele eu até entendo, mas você? Somos amigas e a casa é grande; podemos dormir juntas de novo.
-Mas ele é meu noivo e...
-E nada! Vocês já moram juntos e bem longe de mim, então, você vai dormir comigo.
-Não, eu preciso...
-Precisa de nada. –Bufou. –Você dorme comigo e depois vocês saem pra passear. –V encarou o namorado e negou com a cabeça. Gabriela saiu na frente deles, que sorriram comemorando silenciosamente. O plano estava correndo como planejado. –A propósito, meu pai disse que quer conversar com você, Zac. –Ela avisou se virando e os dois se encararam. O que Enzo poderia querer com Zac? –Eu acho que é sobre a Vanessa, afinal, ele gostou muito dela e se comoveu com a história de perder os pais e tal.
-Não gostei de nada disso. –V disse segurando na mão do namorado assim que a amiga se virou novamente.
-Nem eu, muito menos da desculpa que ela deu. Preocupado com você? –Debochou. –Ele vai te encurralar na primeira oportunidade.
-Já estou pronta pra chorar, não se preocupe. –Suspirou. –Mas você...
-Eu vou ficar bem. Deve ser uma conversa sobre meu pai e o seu. Se ele se comoveu com você, o que acho difícil porém não impossível, vai querer saber se isso é alguma armação do FBI e se eu vou te largar.
-Também quero saber isso. –V sorriu com a careta que ele fez. –O que?
-Eu devia te bater por ter falado isso.
-Mas não se pode bater numa mulher grávida.
-Você não está grávida de verdade.
-Estou até que se prove o contrário. –Fez bico.
-Não se lembrou disso ontem a noite, não é? –Ela riu.
-O que eu fiz ontem a noite?
-Você encheu a cara.
-Isso eu lembro; e o que mais? Acho que foi tão insignificante que eu esqueci.
-Mais tarde eu te lembro, pode deixar.
-Ui, toda noite agora, é?
-De dia também.
-Você gosta da coisa, hein? –O olhou maliciosamente.
-Depende de quem faz também.
-Hmmm, gostei da ideia, sabia? Mas acho que precisamos tomar cuidado com essas “conversas” quando colocarmos as escutas.
-Eu dou o meu jeito, não se preocupe.
-Posso fazer uma pergunta? –Ela perguntou e Zac estranhou a mudança no tom de voz.
-Claro.
-Você pensa em assumir a gente? Seja sincero.
-Não no momento. Precisamos nos dedicar e fazer um bom trabalho em dupla, aí então, nós vemos isso.
-Entendi.
-Não pense que eu não quero, é só que... Todos vão falar, entende? Não quero você passando por isso.
-Eu entendi, não se preocupe. –Forçou um sorriso e Z a abraçou. –É sério, amor. Também não quero ninguém falando da gente.
-De verdade? Você não está me enganando, certo?
-Não. –Sorriu.
-Olha lá. Se eu te ouvir choramingando por aí, vou te dar um cascudos.
-Você não vai ouvir nada, não se preocupe.
-Vanessa...
-É sério. –Riu. –Estou bem. Deixa essas oferecidas darem em cima de você o quanto quiserem. –Se aproximou do ouvido dele. –Quem dorme nua na sua cama, sou eu. –Depositou um beijo no canto da boca dele e se afastou.
-Você não deveria fazer essas coisas. –Z disse respirando fundo. –É difícil, sabia?
-O quê? As imagens aparecem na sua mente enquanto eu falo, é isso?
-Sim.
-Bom saber. –Sorriu maliciosamente e o arrastou pelo saguão do aeroporto.
-Você sabe aonde estamos indo?
-Estou seguindo a Gabriela.
-E ela sabe pra onde está indo?
-Deve saber. –Z assobiou alto. –Ei.
-O quê? É melhor do que gritar.
-E agora todos estão olhando pra gente.
-E a Gabriela está vindo, ué.
-Você já foi mais discreto.
-E você mais liberal.
-Amadureci com o trabalho.
-E eu apodreci com você.
-Ridículo. –Riu. –Eu amo você. –Lhe deu um beijo rápido.
-Ok, me chamaram pra isso? –Gabriela perguntou cruzando os braços.
-Temos que pegar as malas. –Z disse.
-E porquê você não pega? Não é cavalheiro?
-Qual é o seu problema? –V se posicionou na frente dele como se para protegê-lo. –Do nada ficou azeda.
-E não tenho razão? Você quer dormir num hotel barato com ele!
-Eu dormiria debaixo de uma ponte se fosse preciso. Ele é o meu noivo e pai do meu filho, que coisa. –Bufou. –Achei que já tínhamos decidido isso.
-Decidimos o que? Que fui idiota pedindo pra arrumarem um quarto pra nós duas?
-Você deveria ter me consultado. –Fingiu pensar. –Posso até dormir com você, mas apenas uma noite.
-Nem sabemos quanto tempo vamos ficar aqui.
-Você pode não saber, mas eu tenho um emprego e data pra voltar. Três dias no máximo, ouviu?
-E você não pode dormir hoje e a última noite comigo?
-Não é tão simples. Eu durmo com o Zac há quase um ano, então, é difícil me afastar.
-Mas ele não tem trabalhos noturnos?
-E dai? Eu mantenho contato com ele o máximo possível, até por que, a maioria dos serviços noturnos são nos finais de semana.
-Quer dizer que em vez de trabalhar, vocês ficam de papinho?
-Quando ela decide dormir, eu fico falando por que ela só dorme assim. –Z disse colocando as malas num carrinho.
-Assim como?
-Com minha voz ou meus braços. –Deu de ombros.
-E você adora essa dependência, não é?
-Se você diz.
-Parem. –V pediu. –Se eu sou dependente do Zac ou não, isso já não é da conta de ninguém.
-Tudo bem, não vou falar mais nada, mas só porque eu prometi. Do contrário, você ia se ver comigo.
-Ok, Gabi; vamos?
-E para onde?
-Fazer a minha reserva. –Z disse.
-Deixe a gente em casa e depois veja isso. –Gabriela falou de cara amarrada.
-Eu preciso escolher o hotel junto com ele.
-Mamãe e papai podem indicar algum hotel bom e barato.
-Eu não ganho tão mal assim, Gabriela, e mesmo se fosse. –Z disse se zangando.
-Não entendi aonde você quer chegar.
-Não quero chegar a lugar nenhum; só quero que você entenda que a Vanessa não passa nenhum tipo de necessidade comigo e nem vai passar.
-Claro que não, Don Juan, por que você tem dinheiro suficiente para se hospedar no Caesar Augustus. –Ironizou.
-Sim, eu tenho, até no JK Capri se ela quiser, mas eu prefiro um simples, de duas estrelas, como o Capri Wine.
-Um hotel no meio de uma plantação de uva? Sério?
-Qual o problema?
-Ela está grávida, é esse o problema!
-Porquê a gravidez dela é um problema pra você?
-Não estou falando da gravidez em si, e sim da grávida. A Vanessa ama vinho, e estamos na Itália, o lugar das massas e dos vinhos. –Bufou. –Ela não pode beber.
-Eu sei disso.
-E ainda quer levá-la para o Capri Wine?
-É um lugar pequeno, calmo e aconchegante; perfeito para nós dois.
-Mas...
-Eu sou adulta, Gabriela. Não preciso de babás me dizendo o que posso ou não fazer. –V disse para a amiga. –E eu prefiro esse do que o JK.
-Você só pode estar de brincadeira. O lugar é lindo!
-Eu sei, mas o preço é absurdo. €700.00 por noite? Isso é um roubo! Prefiro pagar €85.00 no outro que fica bem no centro da cidade.
-Você só fala isso pra não perturbar seu noivinho.
-Gabriela, o Zac não é pobre. Eu não sei de onde vocês tiraram isso por que nunca falei nada do salário dele ou algo do tipo. –Negou com a cabeça. –Só porque ele é segurança particular? Ele ganha muito com isso, sabia? Mais do que a Alexandra com seu currículo cheio de cursos e diplomas. Experiência é o que realmente importa nos dias de hoje, sem contar que já deixei claro que é ele quem me mantém e mantém a casa.
-E quem garante que é verdade? Se ele que administra as finanças, talvez use o seu dinheiro e você nem sabe.
-Ele tem um apartamento num condomínio fechado na França junto com um carro de ultima linha e, uma moto. Em Los Angeles tem outro apartamento, outro carro, uma moto que eu faço questão de deixar na garagem, sem contar o sistema de segurança, os móveis, a governanta, os treinos... –Disse enquanto enumerava com os dedos.
-E o que tem demais nisso? Financiamentos existem.
-Ele me deu um anel de diamante na primeira semana de namoro, e que eu saiba, isso não se financia. Porquê você acha que ele é pobre?
-Ele não faz o seu tipo!
-Meu tipo?–Riu. –Eu já namorei um cara que sobrevivia com meio salário.
-Eu não quis dizer só por isso. Sei lá, Vanessa. Vocês parecem tão diferentes um do outro.
-Os opostos se atraem, sabia?
-Mas ele não faz seu tipo. É frio e calculista, e que eu saiba, você sempre viveu no limite da vida.
-As pessoas mudam, Gabi, e mesmo correndo o risco de levar uns cascudos eu vou falar: ele pode ser frio pra vocês, mas pra mim, é como o inferno.
-Você tem razão. –Z disse puxando Vanessa com o braço livre. –Você vai levar uns cascudos sim. –A beijou na testa e ela o abraçou. –Não adianta ficar de chamego, não.
-O que eu falei de errado?
-Você falou, esse é o problema! Quem te deu autorização pra ficar fazendo minha propaganda por aí, mocinha?
-Ué, e precisa? Estou fazendo um favor de anunciar o produto sem cobrar nada.
-Favor? Certo. Vou começar a gritar suas qualidades por aí pra vê se aparece um comprador.
-Não estou a venda.
-É verdade; está meia acabadinha e ninguém gosta de coisas usadas.
-Só você, né?
-Sou um colecionador de mão cheia.
-A mão tem que ser cheia mesmo pra compensar a cabeça vazia. –Z fingiu estar bravo e ela o beijou sorrindo. –Eu amo você, meu bonequinho raivoso.
-Se você falar isso de novo...
-Falar o que, bonequinho? Já tá com raivinha, é?
-Vanessa...
-É pelo Hudgens. –Relembrou-o se afastando do abraço. –E além do mais, é um apelido fofo.
-É ridículo!
-Veio do fundo do meu coração! –V se fingiu de ofendida. –Vamos embora, Gabi. Não quero mais casar com esse troglodita.
-Mas vai, nem que seja arrastada pelos cabelos.
-Ai que selvagem.
-Você não viu nada. –Falou com a voz rouca.
-Pior que eu vi sim, e até demais, sabia? Não quero nem pensar nos hematomas.
-Vou te mostrar o que são hematomas de verdade quando chegarmos no Capri.
-Pena que não vai ser dessa vez, né, amor? Vou dormir com a Gabi hoje.
-Vamos ver. –V riu e o abraçou.
-Meu tchutchucu”.
-Queria saber o que deu em você pra me chamar dessas coisas.
-Não foi bem o que me deu, e sim o contrário.
-Vanessa Hudgens! –Ela gargalhou. –Você está terrível, menina. –A abraçou. –Caladinha durante o resto do caminho. –Z falou parando ao lado de um carro prata. O bagageiro se abriu e ele colocou as malas lá.
-E esse carro é de quem? –Gabriela perguntou ao notar que estava sem placa.
-Meu. –Z respondeu abrindo a porta do passageiro e em seguida a do carona.
-Então tá né. –Entrou desconfiada.
-Amor...
-Não. –Z choramingou ligando o carro e Vanessa começou a rir. –Fala.
-Só ia falar que amo você.
-Sei.
-É sério.
-Aham.
-Que totosa essa bochecha, meu Deus. –Apertou o namorado e Z gemeu. –Que coisa mais linda.
-Você vai pagar por isso.
-Pode vim, bebezão. –Riu e Gabriela começou a tossis descaradamente. –Doente? –Perguntou encarando a amiga.
-É só uma alergia a “besteirol de apaixonados”.
-Acho melhor eu ficar no hotel com o Zac mesmo. Não quero que se agrave.
-Engraçadinha.
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 Hey hey hey, como estão? Capítulo novo em folha. Estava pronto há alguns dias, mas eu não tive tempo de corrigir pelo pc antes, mas enfim, consegui postar agora. Se vou chegar um caco na faculdade amanhã? Provavelmente, mas a gente segue em frente haha. Será que a Gabriela está aprontando algo mesmo ou só quer a Vanessa pra ela com inocência? ¯\_()_/¯ Não sei de nada. Bem, estou desmaiando de sono aqui. Quero agradecer aos comentários, sério, vocês me divertem. Paula A, que bom vê você por aqui de novo. Espero que esteja tudo nos conformes agora e que você goste do capítulo. Nayla, você não tem querer sua kenga. Julia Andrade, quem sabe o que essa viagem reserva? Outra Paula, para de desejar menino, que coisa. IT'S NOT TIME. Not yet... Anyway, espero que gostem do capítulo. Não prometo nada muito rápido já que as provas estão na porta, aff.
Xx

quarta-feira, abril 01, 2015

Capítulo 46

-Sim, Smith, eu sei o que eu tenho que fazer. –Vanessa ouviu a voz baixa de Zac, mas se recusou a abrir os olhos. –Ah, me desculpe, mas eu não posso fazer nada a respeito do horário. {...} Sim, eu sei que deveria ter acordado antes, mas estava ocupado cuidando de uns assuntos com a Vanessa. {...} Ah claro, eu transei com ela, com certeza. –Ironizou e V deu um pulo da cama. –Ela acordou; nos dê meia hora. –Desligou e ela o encarou. –Bom dia! –Sorriu alegremente.
-O que aconteceu?
-Perdemos o voo, mas não se preocupe, eu consegui vagas no próximo. –A beijou rapidamente. –Você tem quinze minutos pra se aprontar.
-Que história foi essa de "eu transei com ela"?
-Ele perguntou se tinha acontecido algo entre a gente por conta do atraso e eu ironizei.
-E ele?
-Riu e mandou a gente se apressar. Desculpe, mas o café-da-manhã na cama vai te que ficar pra próxima. –Se levantou.
-Aonde vai?
-Terminar de conferir umas coisas. Por favor, não demore.
-Certo.
-Ah, a Gabriela ta lá fora.
-Na sala?
-Não, lá fora mesmo. Eu não sabia se devia deixar ela entrar e correr o risco de te ver assim.
-Não sou tão monstruosa como você pensa. Está frio, então, deixe-a entrar.
-Certo, madame, mas se apresse.
-Já vou. –Se enrolou num lençol e correu para o banheiro.

Tinham perdido a hora, que droga! Mentir pro Smith até que seria fácil, mas Gabriela desconfiaria assim que a visse. Os cabelos estavam mais rebeldes do que nunca, as bochechas coradas além da conta pra quem tinha acabado de acordar e o corpo mole, dolorido e... marcado?!

-Zachary Efron! –Vanessa gritou de frente pro espelho e a cabeça dele logo surgiu pela porta. –O que diabos você fez comigo?
-Fiz o que? Está doendo?
-Estou toda chupada, olha só. –Apontou para as marcas. –Seu monstrinho sugador de peles alheias!
-A das maçãs você consegue esconder, e a do pescoço até que é fácil. –Deu de ombros. –Cachecóis e lenços é o que você mais tem.
-Só por que não quero ser vista como uma maníaca sexual, mas você trate de mudar esses hábitos agressivos.
-Certo.
-Isso vai durar semanas e eu tenho treinos. Não posso usar cachecol em pleno verão.
-Isso não dura cinco dias, Vanessa, e existe maquiagem.
-Ainda está vermelho, depois vem o roxo, o verde e só então o amarelo. –Bufou.
-Deixe de manha e vá tomar banho; não temos tempo.
-Vai ter volta.
-Quero só descobrir como. Minhas costas estão sem espaço para arranhões.
-Nem me olhe assim por que eu nem cheguei perto delas.
-Não que se lembre, né? Estava ocupada demais gritando. –Negou com a cabeça. –Depois eu te mostro, mas se apresse ou eu mesmo vou aí te dar um banho.
-Não seria má ideia.
-Vanessa!
-Ai que chatinho. –Resmungou largando o lençol no chão. –Esperava mais de você hoje de manhã.
-Deixa pra próxima, já disse. Não temos tempo agora. –Fechou a porta e ela revirou os olhos.

A água quente era relaxante e ao mesmo tempo a ajudava disfarçando as marcas avermelhadas. Se ensaboou debaixo d'água mesmo e evitou molhar os cabelos. Iria precisar deles secos para esconder melhor o pescoço.
Vanessa sabia que não tinha tempo para ficar provando roupa, então, montou um look na mente sem esquecer do cachecol, claro. Resmungou ao perceber que não tinha levado a toalha novamente, só que dessa vez não poderia sair nua pelo apartamento sabendo que tinha visitas. Provavelmente Gabriela não estava sozinha. Revirou os olhos e gritou o nome do namorado de novo.

-Sim? –Ele perguntou com a cabeça na porta.
-Preciso de uma toalha.
-Ok. –Dois minutos depois a mão dele apareceu pela porta com um roupão longo e V teve a certeza de que Gabriela não estava sozinha.
-Bom dia Gabi, Jason, Alex... Juan Pablo? –Se assustou com o ultimo. –O que é isso? Reunião do Clube TCZ aqui e eu nem fiquei sabendo?
-Clube TCZ? –Gabriela perguntou.
-Todos Contra Zac. –Deu de ombros. –O que fazem aqui?
-Com certeza não vieram te vê só de toalha; some. –Z a empurrou até o quarto e fechou a porta.
-Estou com um roupão, querido, e ele vai até o pé.
-Continua nua aí debaixo. –Bufou. –Se vista ou vamos perder o voo de novo.
-Desde quando você ficou tão ciumento e mandão?
-Mandão eu sempre fui, e ciumento desde as duas da madrugada ou algo assim. –Falou a puxando pelo braço. –Já disse que você é só minha.
-Eu sei e até gosto da ideia. –Puxou o braço. –O que me desagrada é esse ciúme bobo.
-Seu ex ta lá fora junto com um que gosta de você e já te agarrou a força e o outro que só gosta de você. É escadinha, é?
-Idiota. –Revirou os olhos. –Vou me vestir; dê licença.
-Se apresse ou não vamos ter tempo nem de comprar café.
-Ah não, amor. Estou com muita fome. –Pulou no pescoço dele.
-Imagino, mas não tenho nada na geladeira além de frutas e mel.
-Faz uma salada de frutas então. –O beijou. –Você é ótimo nisso que eu sei.
-Só porque é algo rápido. –Se soltou dela. –Mas se apresse ou nada de salada nem de fruta nenhuma.
-Ok.
-Ah, Vanessa? –Chamou da porta. –Quer maçã?
-Sai daqui. –O empurrou pra fora gargalhando.

Zac não esqueceria esse assunto tão cedo. Além de ser a primeira vez deles, foi a transa mais estranha que ele tinha tido. Primeiro ela o seduziu de todas as formas possíveis enquanto o embriagava, depois resolveu chamar as preliminares de "exploração" como se os corpos fossem territórios; em seguida falou de frutas e o seduziu novamente para logo depois fez pesquisas sobre o assunto. Definitivamente, Vanessa era imprevisível. Riu sozinho enquanto cortava as frutas na cozinha.

-Vocês não querem nada mesmo? –Z perguntou para os amigos dela mais uma vez.
-Não, obrigada. –Gabriela respondeu sorrindo falsamente. –Você não tem medo de se cortar?
-Tenho treino. –Sorriu e brincou com a faca assustando os amigos ela. –Facas e lutas corporais são meu ponto forte, tirando o tiro ao alvo, claro.
-Vous essayez de me faire peur? (Você está tentando me assustar?) –Juan Pablo perguntou.
-Vous êtes dans mon territoire, petit garçon. (Você está no meu território, garotinho.) –Sorriu e colocou a faca na boca enquanto misturava as frutas.
-Buh. –Vanessa surgiu por detrás dele. –Odeio quando você não finge que se assusta. –Tirou a faca da boca dele e espetou um pedaço de maçã com a ponta.
-Seja discreta da próxima vez. –Ela tentou espetar mais um pedaço e Zac lhe deu um tapa. –Não está pronto.
-Chato.
-O chato vai precisar arranjar outro avião por que a senhorita quer comer.
-Você acordou tarde e a culpa é minha?
-Você sabe que é. –A olhou pelo rabo de olho enquanto espalhava mel pelas frutas.
-Ah, claro. –Ficou na ponta do pé e fez bico. –Beijinho. –Pediu com voz manhosa. Z revirou os olhos e fingiu não ouvir. –Beijnho. –Pediu de novo. –Se você não me obedecer eu vou te furar. –Ameaçou com a faca e ele riu. Vanessa bufou e tentou aplicar o golpe, mas ele foi mais rápido a virando e colocando a faca perto do pescoço dela.
-Como disse?
-Bobo. –Z lhe deu um beijo rápido e a soltou. –Custava dar logo?
-Sim. –Pegou uma colher e começou a servir dois copos médios. –Você não está merecendo.
-Fui tão mal assim?
-Você foi ótima, mas depois nos fez perder dois voos e colocou a empresa de cabeça pra baixo.
-Só porquê perdemos os voos?
-Eles estavam monitorando e o Axel encontrou alguma coisa errada naquele seu documento. Não podíamos ter perdido o voo.
-E agora?
-Vamos precisar ir num privado.
-Mas e a...
-Ainda estou pensando no que fazer. –Ela concordou com a cabeça e voltou para o quarto.

A “empresa” significava agência e o “documento” era algo relacionado ao Flecher. Será que ele estava na França ou tinha embarcado pra Itália e estava esperando por eles? Logo uma outra pergunta pairava na mente de Vanessa: Enzo seria amigo ou conhecido de Flecher? Impossível não era, afinal, máfia e um procurado do FBI são caras que se dariam muito bem. Nenhum gostava do FBI e do seu trabalho, logo, não gostavam dos agentes. E o mais difícil: Como iriam colocar Gabriela num jato privado do FBI sem que ela questionasse nada? V já tinha visto um deles de longe e sabia que eram mais do que diferentes por dentro.

-Ai que susto, homem. –Pôs a mão no peito assim que se virou. –Zachary, você precisa parar de me assustar assim.
-Você tem que observar mais o seu redor, Vanessa. Prestar mais atenção nos sons e nas pessoas sem deixar transparecer. –Entregou um copo pra ela. –Seu café da manhã.
-Como vamos colocar a Gabriela num jato privado?
-Não sei ainda, mas o Smith está pensando em dopá-la.
-De jeito nenhum. –Se levantou. –E o que o Flecher fez dessa vez?
-Bom, ele não está na casa que estava há dois dias atrás.
-Vocês sabiam o paradeiro dele?
-Achávamos que sim; começamos a receber pistas que nos levaram direito para o ex esconderijo dele, mas descobrimos que ele só quis brincar com a gente e nos distrair.
-E não deixou nenhuma mensagem?
-Escreveu com o sangue de algum animal duas letras em todos os cômodos.
-Quais letras?
-VH. –Vanessa sentiu um arrepio pelo corpo. –Ele está atrás de você, e talvez esteja mais perto do que imaginamos.
-Ele e o Enzo não são amigos, ou sei lá, conhecidos?
-Enzo é um mafioso mas quer o bem da filha e só se mete com gente do mesmo nível.
-E o Flecher está abaixo dele?
-Acima. Flecher sabe fazer coisas como bombas com pouca coisa e seria perigoso demais para o Enzo ou qualquer outro integrante da máfia se meter com alguém tão incontrolável e inconstante como ele.
-Agora estou mais do que nervosa em levar a Gabriela. E se ela acordar no meio da viagem? E se o Enzo descobre? E se acontece alguma coisa com ela e o Enzo fica contra a gente?
-Assim como o Flecher está acima do Enzo, nós também estamos. Ele pode fazer o que for, mas o FBI sempre estará um passo a frente dele e do resto do mundo. Não se preocupe; esses seus e se's não vão acontecer.
-Ainda tenho medo. –Disse olhando a salada de frutas intocável. –Perdi até a fome.
-Mas vai comer nem que seja a força. Você precisa se alimentar depois de ontem a noite. Bebeu tanto que eu até estou estranhando você não estar de ressaca.
-Desde que eu te conheço que eu não sei o que é uma ressaca, não importa o quanto eu tenha bebido. –Deu de ombros.
-Eu também já percebi isso. –Se aproximou dela. –Coma.
-Mas...
-Ficar sem comer não vai mudar nada. –Fez carinho nos cabelos dela. –Nós temos apenas trinta minutos para chegar no aeroporto e pegar o jato.
-E a Gabriela não vai estranhar?
-Axel está tentando alugar um jato particular normal e seguro, só que não me deu notícias ainda.
-Achei que ele estava fora da missão.
-E está, mas teve que ser convocado para ajudar nessa nossa escapada desde o aviso do Flecher.
-Aviso. –Zombou. –Lembrete, isso sim. Fiquem de olho na Hudgens por que quero plateia quando for matá-la.
-Come meu bebezinho. –Fez bico e afastou o cachecol para poder beijar o pescoço dela.
-Meu pescoço já está bem marcado, senhor Efron.
-É só um beijinho de nada.
-Beijinho de nada, sei. –Ele riu e a abraçou. –Eu amo você e ontem foi... mágico! Muito obrigada, de verdade. –Sorriu com a cara de espanto dele. –O que foi?
-Porquê isso agora?
-Não tive tempo antes. –O beijou e em seguida devorou a salada de frutas em poucos segundos. –Vamos lá pra sala vê o que eles querem; precisamos ganhar tempo de qualquer jeito.
-Se você tiver um problema de indigestão mais tarde lembre-se de que a culpa foi sua por comer tão rápido. –A abraçou mais forte.
-Zac, não me ignore.
-Eles só querem pedir desculpas, Vanessa, mas depois vão soltar piadas e você vai se irritar e será aquela confusão. –Suspirou. –Vamos adiar isso, sim?
-Eu prometo que serei madura o suficiente pra ficar te agarrando em vez de brigar. –Brincou, mas ele não sorriu. –Qual é, amor. Quer fazer o que aqui olhando pro nada?
-Não posso ficar te abraçando olhando pro nada? –Zac parecia ofendido e Vanessa estranhou. Desde cedo ele estava diferente e ela sabia que não era por conta do Flecher e muito menos pelos atrasos. Ele estava carente e protetor demais, quase num nível obsessivo.
-Zac, o que aconteceu? Não me entenda mal mas é que... bem, você está muito grudento.
-Não posso querer passar um tempo a mais com você antes de te entregar de bandeja nas mãos de um mafioso por sei lá quanto tempo?
-Pode, mas não é só isso. Você sempre me pareceu meio machista na realidade.
-Eu só não sou de ficar me declarando na frente dos outros, mas sempre te papariquei na nossa intimidade.
-Mas nunca desse jeito.
-Vanessa, o que aconteceu ontem a noite?
-Nós fizemos amor.
-E eu te falei o que depois?
-Não estou reclamando disso, e nem vou. Na verdade só quero vê como vai ser com as nojentas que dão em cima de você no trabalho, mas enfim. Quero falar sobre a sua mudança repentina. Você está me escondendo alguma coisa?
-Eu tenho o que esconder?
-Você está na defensiva, carente e com proteção obsessiva, então acho que sim. –Cruzou os braços.
-Não houve nada, você está imaginando.
-Zachary, eu não sou idiota!
-São só problemas, Vanessa. –Resmungou. –Vou ficar longe de você sem saber como está indo e se devo interferir. –Bufou. –Maldita tradição de noivo não poder ver vestido.
-Na hora certa você vai ver.
-Dane-se, ninguém liga pra isso a não ser vocês mesmas. Queremos saber o que tem debaixo dos panos. –Subiu uma mão pela coxa dela que prendeu a respiração.
-Problema seu. –Se afastou. –Sorte que a Alexandra só vai amanhã e olhe lá. Ainda acho que ela não vai ou não se decidiu se vai.
-É seu vestido de noiva, lógico que ela vai.
-Espero. Querendo ou não, somos amigas. Me dói brigar com eles, mas é como se fosse necessário para poder crescer.
-E é necessário. –Deu de ombros.
-E aquele seu amigo do colégio militar?
-Não tenho amigos. –Disse friamente.
-Zachary, o que ele fez com você depois?
-Não é da sua conta!
-Eu sou sua namorada e vamos nos casar!
-Não é da sua conta, Hudgens! Fique fora disso. –Ordenou abrindo a porta do quarto. –Vou esperar no carro, por isso, não demore.
-Zachary! –Foi atrás dele. –Espera, Zac. Porquê não quer me contar? É tão ruim assim?
-Não é da sua conta, não entendeu ainda?
-Eu só quero saber...
-Pois não vai; fim de conversa! Você tem dez minutos. –Alex tentou puxá-la, mas ela foi atrás.
-Eu só quero me inteirar da sua vida como você faz com a minha.
-Querer não é poder.
-Zac!
-Hudgens, você está perdendo tempo. Sabe que eu não vou ceder.
-Só diz que não vai ficar com raiva de mim por isso.
-De você não, e sim de mim por ter falado além da conta. Vai conversar com seja amigos, vai.
-Me promete que depois vamos conversar?
-Não!
-Estou falando sobre nós e não sobre você.
-Não, e vai logo. –Ela se aproximou e o abraçou. –Não vou ceder.
-Pois não saio daqui. –Apertou os braços em torno dele.
-Vanessa, eu tenho coisas pra fazer.
-Não quero saber. –Imitou o tom de voz dele e o sentiu relaxar um pouco, porém continuava bastante rígido.
-Ok, foi engraçado, agora sai.
-Estou falando sério, Efron. Não vou sair daqui, até por que eu não tenho nada pra fazer mesmo. –Deu de ombros e o beijou. Ele ficou imóvel no início, mas depois relaxou a medida que o beijo foi esquentando. Estavam ofegantes quando se afastaram. 
-Ok, depois nós conversamos. –Z disse mais calmo. –Mas não sobre isso. Não tenho amigos e fim de papo.
-Só por enquanto, Efron. Ah, se me chamar de Hudgens de novo, eu vou chutar a sua cara.
-Porquê Hudgens?
-Zachary...
-O que foi Hudgens? –V o olhou de cara feia e ele a puxou para um abraço. –Minha Hudgenzinha.
-Minha mão vai parar na sua cara. –Ele a beijou rapidamente. –Vai comigo, por favor.
-Eu não. Seus amigos, seus problemas.
-Chato.
-Vou ficar atento, não se preocupe.
-E as malas?
-Já estão no carro.
-Sério?
-Está vendo como você é desatenta? Vamos trabalhar nisso assim que voltarmos.
-Sim, senhor Efron. –Sorriu. –Ahn, posso fazer uma pergunta?
-Esquece esse assunto, Vanessa.
-Só uma, juro. –Z respirou fundo e assentiu. –Ele te machucou?
-Não fisicamente.
-Ele te traiu, não foi? –Ele continuou calado. –Não precisa responder; eu te conheço bem o suficiente pra saber que só uma traição pode te afetar.
-Que bom que você sabe disso, senhorita Hudgens. Me agrada muito que você saiba com quem está se metendo.
-Você já se vingou dele?
-Não o suficiente.
-Se quiser minha ajuda pra seduzi-lo e depois chutar as bolas dele, é só avisar.
-Vou anotar isso. –Depositou um leve beijo na testa da namorada. –Vai lá falar com os seus amigos pra gente ir.
-Ok, mas me socorre em dez minutos. –Pediu dando mais um beijo nele e entrou no apartamento respirando fundo. –Certo, podem iniciar a reunião do clubinho. –Falou sentando no sofá.
-Só quero saber se você tem certeza disso. –Alex disse sério.
-Achei que já tinha deixado bem claro minhas decisões.
-Ok, não foi isso que vocês vieram fazer, não foi Alex? –Gabriela o cutucou com o cotovelo. –Eles querem se desculpar por toda a intromissão na vida particular de vocês.
-Só eles? –V arqueou uma sobrancelha.
-Eu falo com você no avião. –Gabriela disse levantando. –E a propósito, posso saber porquê vocês perderam a hora se saíram do restaurante antes das 21h com a desculpa de que não queriam se atrasar?
-Imprevistos. –Disse sentindo o rosto corar. Droga, Vanessa. Controle-se!
-Eu vi embalagem de pizza na cozinha.
-Sim, nós pedimos para comermos na tranquilidade de casa já que não tivemos oportunidade no restaurante. –Fitou os dedos.
-Eu vi vinho também.
-Pizza combina com vinho.
-Eu sei, mas você lembrou que álcool e gravidez não combinam?
-Isso é uma verdade que muitas pessoas não respeitam.
-E então, o Zac tomou a garrafa toda sozinho ou o que?
-O que o que? –Bufou. –Não sou criança, Gabriela. Sei o que é certo e errado, principalmente se envolve meu filho.
-Mas você está com o rosto inchado mesmo depois do banho, e isso só acontece quando você se embriaga.
-A água estava quente e eu chorei de noite, só isso. –Improvisou.
-E porquê?
-É pessoal.
-Qu'at-il fait pour vous? (O que ele fez com você?) –Jason questionou.
-Me amou além da conta, só isso. –Se levantou sentindo o rosto pegar fogo. –É só isso que querem falar?
-Porquê está corando? –Gabriela perguntou analisando-a. –Vocês dois transaram na noite passada?
-Gabriela... –A voz de V falou e ela se repreendeu mentalmente por isso.
-Ok, isso é um sim. –Riu. –Quero vê a bagunça do quarto.
-Não, nós já estamos atrasados e isso não aconteceu. –Disse impedindo a passagem dela. –Vamos ou perderemos o voo.
-E em que companhia que nós vamos? Eu chequei e não tem nenhum voo indo para a Itália antes das 14h.
-O Zac deu um jeito.
-E como, posso saber? Nem meu pai conseguiu.
-Digamos que o Zac tem seus contatos.
-Meu pai também.
-Só confie no meu namorado.
-Noivo!
-É, você entendeu. Vamos logo.
-Ainda não terminamos de conversar.
-Fale então. –Cruzou os braços e suspirou.
-Você sabe que o aniversário do James é em três meses, não sabe? –Ela acenou com a cabeça. –Você vai estar com quantos meses?
-Contando de agora, que estou com quatro meses, e o aniversário dele é no finalzinho do mês... quase oito meses. –Deu de ombros. –E dai?
-Queremos saber se você vai vim pra cá para a nossa farra anual. –Jason disse sorrindo.
-Para que? Não vou poder beber.
-Fazemos isso desde os seus 17 anos, Vanessa! –Se alterou.
-E dai? Eu era de menor, o que nunca me impediu de fazer nada, mas agora estou grávida. Há uma grande ponte entre as duas coisas.
-Claro, agora tem esse bastardo.
-Meu filho não é bastardo, por isso, retire o que disse ou eu corto a sua língua.
-Um segundo os dois. –Alex disse erguendo as mãos. –Eu lembro que você tomava anticoncepcional, ou não?
-Sim, mas parei quando cheguei nos EUA.
-E porquê? –Alex se zangou. –Você planejou isso, garota?
-Lógico que não. Eu só não podia mais tomar.
-E porquê não?
-Eu comecei a me exercitar e tomar suplementos, e o anticoncepcional interferia no ganho de massa, então eu parei.
-E desde quando você se incomoda com sua massa muscular?
-Desde que comecei a treinar. Do que adianta se esforçar e não obter resultados?
-Mas se você tem a vida sexual ativa... –Gabriela começou.
-Não tenho, ou melhor, não tinha. –Suspirou nervosa. Não tinha ensaiado nada daquilo e rezava em pensamento para Zac estar ouvindo do outro lado da porta. –Aconteceu aqui sim, mas nós não queríamos que se tornasse frequente, afinal, ele foi o meu primeiro e se o relacionamento afundasse, queríamos continuar amigos.
-Só transaram uma vez aqui, então?
-Perdemos o controle algumas vezes. –Sorriu e encarou Alex. –Aí nós viajamos e decidimos que lá não aconteceria mais nada, e assim foi por longos meses. Só que bebemos demais no dia do noivado e no natal e aconteceu. –Deu de ombros.
-E você achou que não engravidaria?
-Quem é que pensa nisso nessas horas?
-Bem, sexo é igual à filhos, ou seja...
-A gente fez amor, amor! No meio da selvageria pode até ser que pensem, mas não durante trocas de amor e carinho.
-Aw, que fofos. –Alex ironizou se reclinando no sofá.
-Mas já que chegamos nisso, me diga você o que aconteceu com a Blake. Você não está usando-a para me atingir, não é?
-Não, Nessa. –Respondeu olhando os dedos. –A história é um pouco longa.
-Resuma.
-Ok. –A olhou de cara feia e negou com a cabeça. Sabia que Vanessa estava mudando de assunto para fugir da conversa. –Marquei de me encontrar com uns amigos numa sexta-feira e encontrei ela num barzinho. Alguns de nossos amigos tinham estudado juntos e resolveram juntar os dois grupos. Enchemos a cara e depois fomos pra gandaia.
-Ficaram nessa noite?
-Não, claro que não. Eu vejo ela como uma amiga, e bem, marcamos de sair mais vezes e nos divertimos, e pegamos outras pessoas algumas vezes, outras só olhávamos o outro ficar...
-E quando se pegaram?
-Só aconteceu essa semana. Ela queria dormir lá em casa pra te fazer uma surpresa; estávamos bêbados e rolou.
-Ela me pareceu interessada em você.
-Como todas as mulheres ficam depois de transar com alguém, mas vai por mim, isso só é coisa da cabeça feminina.
-Coisa da cabeça feminina?
-Se um homem transa com uma mulher, ele encara isso como uma transa e pronto. Se uma mulher transa, por conta desse feminismo, ela se sente no dever de ter sentimentos por esse homem.
-Nem todas são assim. –Gabriela protestou.
-Você é, a Vanessa também e a Blake está dividida. A Alexandra que não é assim.
-Enfim, vocês conversaram depois? –V questionou.
-A gente saiu pra dar uma volta depois daquele barraco que você fez lá em casa. –Sorriu ironicamente. –Decidimos que foi algo que não pode acontecer novamente até soubermos o que realmente se passou naquele quarto.
-Mas vocês não transaram?
-A gente acha que sim.
-Me diz que você lembra, Alex. –V pediu fechando os olhos.
-Não de muita coisa. Lembro de beijos e só, mas eu estava muito bêbado, assim como ela.
-E ela se lembra?
-Diz ela que não.
-Pelo que eu conheço a Blake, ela só não quer sair por baixo. Diz que lembra e que...
-E nada! Não quero nada com ela e nem com ninguém..
-Alex!
-Você quer que eu finja, Vanessa? Eu não gosto dela desse jeito. Nós sabemos que eu gosto de você.
-E você também sabe que estou com o Zac e que vamos nos casar.
-Só acredito vendo. –Cruzou os braços. –Vamos ser chamados?
-Já foram, não é mesmo?
-Achei que tinha mudado de ideia.
-Eu só não quero vocês por perto por um tempo e nem aparecendo antes de avisar e darmos permissão.
-Permissão. –Debochou. –Já está treinando, mamãezinha?
-Eu não sei o porque das pessoas adorarem usar o diminutivo comigo. –Semicerrou os olhos. –Já terminaram de pedir desculpas?
-Eu já.
-Mas você nem pediu! –Gabriela riu do amigo.
-Peço desculpas por me preocupar com você.
-Engole suas desculpas. –Mudou o foco. –Jason?
-Sinceramente? Espero estar errado a respeito desse cara. –O francês disse e V viu faíscas de sinceridade em seus olhos. –Se você gosta tanto dele assim, eu vou tentar respeitá-lo e torcer para que de certo.
-Muito obrigada. –Sorriu. –Juan Pablo?
-Eu não vou pedir desculpas, afinal, não fiz nada de errado.
-Passou a noite de ontem afrontando ele e acha que não fez nada de errado?
-Não, com certeza não. –Se ajoelhou perto dela. –Se il fait quelque chose de mal avec vous et votre gosse, vous pouvez me le dire et je serai là pour vous. Prendrait son fils pour nous. (Se ele fizer alguma coisa errada com você e o seu fedelho, você pode me dizer e eu estarei aqui pra você.)
-Oui, vous serez le premier que je me en souviendrai pour sûr. (Sim, você vai ser o primeiro que eu vou lembrar com certeza.) –Ironizou. –Je peux me en remettre, vous savez? (Eu posso superar isso, sabia?)
-Eu falei sério, baby. Assumiria o seu filho como...
-Você acha que o Zac iria deixar você assumir um filho dele?
-Se ele te abandonar...
-Você acha que ele vai me abandonar. –Gargalhou. –Você é ridículo!
-É uma possibilidade, Vanessa. Todos os casais estão sujeitos a problemas e...
-Eu sei aonde estou me metendo, Juan, sei até demais. O Zac é um anjo negro na minha vida e eu gosto disso.
-Anjo negro?
-Sim. Podemos brigar e até nos agredir, mas sempre um vai atrás do outro. Ele cuida de mim e por mais que puxe meu cabelo, ninguém pode fazer o mesmo e ele é capaz de entrar numa briga por isso. –Sorriu. –É o meu gato perverso.
-Masoquista. –Gabriela acusou sorrindo. –Vocês são um exemplo de casal estranho. Fofo, mas estranho também.
-Você deixa ele te agredir? –Juan Pablo questionou assustado.
-A gente treina juntos, ué. É normal.
-E você bate nele também?
-Quando eu consigo. –Sorriu. –Ele deixava no começo, mas agora fala que as minhas unhas machucam de verdade e me lasca toda.
-Que linguajar, hein?
-Enfim, já acabou o assunto?
-Como foi quando descobriram que você estava grávida? –Alex perguntou. –Digo, no trabalho.
-Uma confusão. Eu fiz alguns exames de rotina que a empresa exige e o resultado sai quase na hora, então, me chamaram depois do almoço e o Zac também pra uma reunião e contaram que eu estava grávida.
-O Zac? –Gabriela perguntou. –Mas porquê?
-Meu chefe conhece ele e sabe que a gente está noivo e tudo mais, só que eu sou nova lá e ele queria saber se eu teria o apoio do meu noivo ou não.
-E como o Zac reagiu?
-Vou detalhar a história. –Respirou fundo e tentou se lembrar de tudo o que Nina tinha falado na ordem certa. –Não tinham me avisado que o Zac estava lá, só que a reunião era à portas fechadas. Eu achava que tinha alguma coisa errada com algum trabalho já que eu estava saindo pra almoçar fora com uma colega e sempre atrasava um pouco. Quando eu entrei na sala e vi ele –sorriu– eu pensei “ok, tem alguma coisa errada aqui” e achei que eu poderia estar doente ou algo assim já que sentia mal-estar uma vez ou outra.
“Eu me sentei do lado dele e esperei o Smith terminar de organizar os exames que eu tinha feito pela manhã. Não trocamos nenhuma palavra, só ficamos olhamos um pra cara do outro. O meu chefe nos cumprimentou e perguntou como estava o nosso relacionamento. Ficamos tipo “é terapia de casal e ninguém avisou” mas falamos que bem apesar dos desencontros e tudo mais. Então, ele soltou: você sabia que está grávida, Vanessa? –Riu. –Eu fiquei “onde estão as câmeras?” e o Zac gelou. Meu chefe mostrou os exames e disse que sim, eu estava grávida e que deveria me demitir por engravidar tão fora de hora, mas que a lei estava do meu lado. –Revirou os olhos. –Então, ele me deixou sozinha com o Zac por alguns minutos e eu olhei pra ele e perguntei o que a gente ia fazer. Ele olhou pra mim –controlou o riso– e falou “eu vou querer o teste de DNA”. –Gargalhou.
-E você acha isso bonito?
-Eu tive a certeza de que estava tudo bem e que ele ia ficar do meu lado. Teste do DNA é uma das nossas piadas internas.
-Vocês são muito estranhos. –Juan Pablo disse.
-Eu sei, mas é bom ser assim com alguém que a gente ama. –Falou apaixonada.
-E você vai mesmo fazer o DNA?
-Claro que não. –Riu. –É uma piada. Ele sabe que foi o meu primeiro e bem, ele diz que desconfia que eu e minha mão temos um relacionamento porque... vocês não vão entender, são piadas internas.
-É melhor você parar de falar mesmo por que já estou achando que você ficou louca. –Gabriela disse e riu.
-Bem... –V ouviu um barulho vindo da sala de segurança e estranhou. Zac ainda estava lá fora e não deveria ter ninguém na casa além deles. Levantou devagar e pegou a arma que ficava entre o sofá e a almofada. –Nós simplesmente somos felizes. –Disse se preparando pra abrir a porta. –E também... –Girou a maçaneta e mirou. –Merda, Paul! Quer me matar de susto? –Abaixou o revólver e jogou uma almofada dele. –Idiota. Eu ia matar você.
-Ia nada. –Desdenhou e saiu do comodo. –Quem são?
-Meus amigos. O que você faz aqui?
-Só estou conhecendo a área.
-Ah claro. –V disse dando uma olhada nas telas antes de fechar a porta. –A área traseira da empregada dando banho no cachorro dos Jones está muito bem vigiada, né?
-Devemos fazer o bem sem olhar a quem. –V revirou os olhos e abriu a porta da frente. –O Efron não.
-O Efron sim. –Z disse entrando. –O que você faz aqui? Deveria vir somente pela tarde.
-Preciso do documento assinado.
-Como entrou? –V perguntou.
-Forro. –Deu de ombros.
-Só porque vou te alugar meu apartamento não significa que pode ir entrando por onde bem entende. –Z disse entrando na sala de segurança e olhando pra cima. –Você vai concertar isso e vai limpar o histórico das câmeras antes de colocar tudo em ordem. –Deu um tapa nele. –Vigie as entradas e as portas de todo o condomínio, e pare de perseguir a empregada.
-Assina logo o documento pra eu poder te expulsar daqui. –Entregou alguns papéis para Zac.
-Vou conferir. Se uma poeira estiver fora do lugar, eu mato você.
-Eu ajudo. –V disse. –Conserve e cuide daqui, entendeu? Leve suas amantes pro motel que fica no outro quarteirão. Nem a Julie eu quero aqui.
-É minha esposa!
-E a Vanessa é a minha. –Z disse se afastando.
-Viu?!
-Eu devia dedurar vocês.
-E umas fitas de motéis apareceriam na porta da Julie. –Falou semicerrando os olhos. –Imagine o escândalo?
-Você está igualzinha à ele, sabia? Que dó. Era tão boa moça. –Paul passou a mão no cabelo dela.
-Tire as patinhas daí antes que eu as corte fora. –Z bradou se aproximando.
-Vendo a Lolita ali eu tive uma ideia brilhante. –O agente disse com um sorriso malicioso. –Deveríamos colocar as novatas para lavarem carros durante um final de semana e doarmos o dinheiro pra uma instituição de caridade. Imagina a Vanessinha de roupinha curta e molhada que nem as ninfetas da faculdade? Deve ser uma delícia de se ver. –Z se aproximou e lhe deu um soco. –Ei, só estou pensando nas crianças carentes.
-Se você guardasse o dinheiro que gasta com essas suas amiguinhas de esquinas, conseguiria alimentar a África. –Z disse e V gargalhou. –Você deveria usar as garras nele. –Comentou olhando pra namorada.
-Nas bolas, né? Podia segurar assim e puxar até sair. –Vanessa disse brincando com o ar.
-Ou você poderia pegar essas mãozinhas e fazer um leve movimento de vai e vem; seria mais útil.
-Eu deixo você escolher o lado do soco dessa vez. –Z disse.
-Hmmm, direito. É mais forte.
-É, tem razão. Poderia quebrar o nariz dele, que tal?
-Concordo plenamente.
-Só estou comentando, cara. –Paul disse se afastando. –Vocês são muito agressivos.
-Que calúnia. –Z foi sarcástico e tirou o pé de cabra da parede. –Já falei pra tirar a Vanessa das suas brincadeiras.
-E quem disse que eu estava brincando?
-Paul, cala a boca! –V mandou. –Amor, eu chuto as bolas dele antes de irmos, relaxa.
-Devia ter chutado antes. –Voltou para o lado dela. –Se ele tem essa intimidade abusiva, é por que você deixou.
-Relaxa, eu sei o que estou fazendo. –O abraçou e retirou a ferramenta das mãos dele.
-O Smith adoraria isso. –Paul disse.
-A Julie também gostaria de descobrir que suas saídas noturnas não tem nada a ver com trabalho.
-Vai se ferrar, garota.
-Rudd, com quem você acha que está falando?
-Eu não te entendo, Efron. Se sou chato você reclama, se sou legal você vem e me bate. Quer eu trate ela como?
-Não trate; finge que ela nem existe.
-Mas é um desperdiço ignorar esse corpinho.
-Ok, já chega. –Se afastou dela. –Me dá o pé de cabra, Vanessa.
-De jeito nenhum! –Ela disse brava.
-Viu? –Paul ergueu as mãos. –Ela gosta de mim.
-É ruim, viu? Eu gosto da peça. É parte da decoração. –Disse colocando na parede novamente e Z gargalhou.
-Você está muito engraçadinha, Vanessinha.
-Vanessinha vai ser meu joelho nas suas partes baixas.
-Ah é? Vem pra você vê. –Se posicionou. –Não sou o Efron que só se defende. Vou te acertar também.
-Ô se vai. –Z disse. –Vai, acerta ela. –Tirou o revólver que estava na calça de Vanessa. –Mas vai com tudo mesmo e com vontade. –Paul o encarou. –Cuida logo, Rudd.
-Isso é golpe baixo, Efron. Já basta ela saber os seus truques.
-Vocês são dois babacas. –V disse encarando um e depois o outro. –Porquê não vão acertar logo o documento enquanto eu termino de conversar com meus amigos?
-O Axel ligou e disse que conseguiu, mas temos dez minutos para chegar no aeroporto. –Z disse.
-Já estamos terminando mesmo. –Se aproximou dele e colocou as mãos no rosto másculo. Virou para Paul que os encarava.
-Vão em frente. –O agente incentivou com cara de deboche e V revirou os olhos antes de dar um selinho no namorado. –Vocês podem fazer melhor que isso.
-Vai pro inferno, Paul.
-O que foi que eu disse dessa vez? Sério, acho que vocês são loucos.

Zac revirou os olhos e o guiou até a sala de segurança, e sem seguida, fechou a porta deixando Vanessa sozinha com os amigos na sala de estar.

-Então, onde estávamos? –V perguntou se sentando.
-Qu'est-il arrivé ici? (O que aconteceu aqui?) Jason questionou exasperado. Le pistolet...–apontou– vous êtes un criminel? (A arma... você é uma criminosa?)
-Tenha dó, Jason. Zac é segurança particular, la sécurité privée, e por isso me ensinou a me defender. Vocês sabem que durante a semana ele precisa fazer alguns serviços noturnos e eu fico sozinha.
-E ele não podia contratar seguranças para a casa?
-Poderia sim, mas eu preciso ser independente. Ele é muito preocupado com a minha segurança e seria capaz até de colocar guarda-costas para me proteger.
-E porquê você não deixa?
-Nem a Gabriela tem isso, e olha que o pai dela é rico e ela é filha única. Eu posso me defender, aliás, muito bem. Vocês conheceram meu treinador.
-Achei que o Zac te ensinava. –Juan Pablo disse arqueando uma sobrancelha.
-E ensina, mas nem sempre tem tempo e eu só reviso com ele o que aprendo durante o dia.
-Mas você parou, certo?! –Gabriela perguntou.
-E porquê eu faria isso?
-Você está grávida, Vanessa! E se ele te bater muito forte?
-Ele não me bate, já falei. Nós treinamos e ele me mostra como podem revirar meus golpes.
-E quem garante que ele não pode te bater um dia? –Jason perguntou.
-Se ele me bater, eu morro ué. –Deu de ombros.
-Você está amando esse cara de forma obsessiva.
-Não, Jason, eu não quis falar nesse sentido. Se ele me bater, eu literalmente morro. O Zac sabe muito bem como acabar com uma pessoa; o defeito dele é não saber parar. Se algum dia ele me bater, adeus vida.
-E você encara isso numa boa?
-Claro, por que eu sei que não vai acontecer. Confio no meu noivo de olhos fechados.
-Isso pode ser perigoso pra você.
-Que nada. –Levantou. –Agora o assunto acabou, não foi? Já pediram desculpas, outros nem tanto, e eu já contei o que faltava. Podemos ir?
-Achei que você não tinha uma relação muito boa com pistolas. –Alex disse.
-Isso é um revólver, e apesar das desgraças que essas coisas protagonizaram na minha vida, preciso ser adulta e admitir que ele é indispensável na defesa pessoal. –Deu de ombros.
-Vous avez changé beaucoup. (Você mudou muito.) –Juan Pablo disse negando com a cabeça.
-É, que seja, vamos.
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Ei ei ei, como vão? Soooo, what do you think, girls? Flecher tinha que "dar as caras" né?! :emoji aff: Eu mal faço um hot e vocês querem mais? ENTENDAM QUE EU NÃO SEI FAZER HOT HSUHAUSHA Now, também estou apaixonada por essa primeira vez, sério <3 Paula, a Vanessa mal deu e você já quer um baby? MORTÍSSIMA, BESHA! Vai vim, mas beeeeem lá na frente :emoji olhos: Falando em avanços, vou tentar, pela milésima vez, concluir essa fic na minha cabeça, porque viu? Estou achando que vou fazer 8291820180182 capítulos e ainda assim não vou saber como terminar, but by the grace of God eu vou conseguir fazer um final digno. Sério, amo essa fic de tal maneira que EU MESMA fico lendo e pensando "e agora, o que vai acontecer?" e minhas unhas se vão. Anyway, o próximo sai por essa semana (acho) ou no final dela; preciso de programar de novo.
Enjoy Xx