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domingo, dezembro 21, 2014

Capítulo 33

-Eu acho que você exagerou. –V disse assim que adentraram o lugar. A boate onde a festa seria realizada não tinha nada de simples. O estilo era bem "dark" e agora ela entendia o porque de Zac tê-la obrigado a usar aquele espartilho vampiresco. –Festa a fantasia?
-O Ian me disse que era o tema da noite, mas não imaginei que todos iriam segui-lo. Me sinto inadequado. –Confessou. Ele estava com uma calça jeans de lavagem escura, camisa social preta e um colete da mesma cor. –Preciso me trocar.
-Não ouse me deixar sozinha no meio desses desconhecidos.
-Seus amigos estão por aí.
-Ainda prefiro ir com você.
-Vou vê o que posso fazer. Talvez alguém faça a bondade de me emprestar uma máscara.
-O Ian devia ter avisado, você não acha?
-Acho sim e vou ter uma séria conversa com ele. –Ela apenas o encarou. –Estou falando sério, eu não sabia que seria assim.
-Espero. –Disse voltando a olhar a decoração. –Até que está bem feita.
-Concordo. –Disse um homem com um drinque. Pelo sotaque deveria ser alemão, pensou, mas a voz não lhe era estranha.
-Trate de limpar a minha barra. –V ouviu Zac dizer.
-Eu avisei, nem ouse jogar a culpa em cima de mim. –O homem disse e ela logo reconheceu.
-Ian! –O abraçou. –Senti saudade.
-Nossa, que bom. Está vendo, Efron? Não é o único de quem ela gosta. –Ele implicou retribuindo o abraço. –Muito obrigado e de nada. Que bom que aceitou usar o figurino; não sabe como deu trabalho achar uma fantasia que coubesse em você.
-Você que escolheu?
-Que escolheu, comprou, empacotou e carregou na bagagem. Você vai ter que ser muito doce para poder retribuir meu favor.
-Não te pedi nada. –Ela disse indo novamente para o lado de Zac.
-Vocês dois se merecem. –Ian disse revirando os olhos. –E então, estão gostando da festa?
-Acabamos de chegar. –Z disse. –Meio exagerada, não acha?
-Não.
-O Smith quer falar com vocês, venham. –Axel disse assustando-a. De onde eles estavam saindo?

A música alta e o jogo de luzes estavam deixando Vanessa tonta e ela precisou se segurar em Zac para não se perder na multidão.

-Seria melhor um jantar, não acha? –Falou para Z que sorriu.
-Quem sabe na próxima?
-Quem sabe agora? Podemos fugir.
-Dificilmente. –Disse colocando-a na sua frente. –Senhores.
-Efron. –Smith, Walter e outros dois homens que ela não conhecia responderam. –Chegaram agora? –Smith continuou.
-Sim.
-E já queremos ir embora. –V disse.
-Não despreze meu esforço. –Ian disse.
-Isso é demais; minha cabeça está começando a latejar.
-Tome uns drinques que passa.
-Somerhalder! –Zac exclamou.
-O que foi, Efron?
-Ela fica horrendamente chata quando está bêbada, por isso, não.
-Mas que chato que você é. –Ele disse. –Vou dar uma volta com a aniversariante enquanto vocês conversam. –Disse a puxando para si.
-Nada de bebidas alcoólicas. –Advertiu.
-Ela tem vinte e quatro anos, não comece. –E se afastou com Vanessa. –É impressão minha ou ele está mais chato do que de costume?
-Ele tem seus motivos.
-Pelo visto, vocês estão mais ligados.
-E não é pra menos. –Suspirou. –Viu meus amigos por aí?
-Vocês não vieram juntos?
-Sim, mas eles entraram primeiro. James me predeu lá fora.
-Ah.
-E então, como foi a viagem?
-Péssima. Nunca vi tanta incompetência em um grupo. Até você que não tem muita experiência se sairia melhor.
-Talvez tenha sido um teste.
-É uma possibilidade. E você, como se comportou?
-Como sempre.
-Terrível então.
-Engraçadinho. –Disse encostando no bar. –Duas tequilas por favor. –Falou para o barman.
-Nossa, que iniciativa. –Sorriu. –Ele vai querer colocar a culpa em mim.
-Ai já não é problema meu. –Sorriu antes de tomar o drinque. –Muito forte. –Reclamou.
-Vai com calma. –Disse pegando o outro copo.
-Ei, é meu.
-Você já bebeu o seu.
-Mas esse aí também é meu, pedi para mim. Se quiser para você, é só chamar o garçom.
-Você está muito saidinha para o meu gosto.
-Aproveitando o meu dia. –E logo tomou o outro drinque.
-Nesse ritmo, logo estará bêbada.
-Assim espero.
-Algum problema?
-Não diria problema, mas também não é agradável.
-Envolve o Efron?
-E toda a farsa.
-Entendo.

Depois de mais alguns drinques, Vanessa foi para a pista de dança com Ian. Percebeu os olhares dos amigos, mas preferiu ignorar, afinal, não estava fazendo nada de mais.

-Ih, Jason, seu plano fracassou. –Alexandra disse sorrindo. –Já tomaram seu lugar.
-Quem é ele? –O francês perguntou irritado.
-Não sei ainda, mas é um gato. –Gabriela disse. –Tenho que andar mais com a Vanessa.
-Onde será que o Zac se meteu? –Tyler perguntou. –Não sei se ele vai gostar disso.
-Ela sabe o que está fazendo. –Alex disse.
-Assim espero, por que lá vem ele. –James disse.
-Vocês viram a Vanessa? –Perguntou se aproximando. –Fui buscar a máscara e me perdi dela.
-Está ali na pista de dança. –Alex disse. –Conhece-o?
-Queria não conhecê-lo. –Disse. –Trabalhamos juntos. –Disse olhando para o loiro.
-Então ele...?
-Exatamente. –E pôs a mascara novamente. –Com licença.
-É, parece que ela está bem familiarizada com essa nova vida. –James disse assim que Zac se afastou.
-Ela está feliz, é o que importa. –Gabriela disse.
-Será?

-Pode me devolver a bela moça? –Z disse a abraçando por trás e encarando Ian.
-Talvez ela não queira ir. –O moreno disse sorrindo.
-Ela não tem querer. –E a beijou no rosto. –Se divertindo?
-Muito. Conseguiu enfim uma máscara!
-Sim, com Axel.
-Não gosto dele.
-E ele também não gosta de você. –A beijou novamente. –Vamos? Seus amigos não tiram os olhos de você.
-Eles estão do seu lado.
-Eu sei. –Impulsionada pela música romântica que ecoava pelo salão, ela o beijou.
-Ok, casal, estou sobrando. –Ian disse.
-Está mesmo. –Uma voz conhecida pelos três disse por cima do som e Vanessa logo se separou de Zac. –Não achou que eu deixaria essa data passar sem te dar um abraço, achou?
-Nina! –Correu para abraçar a amiga que também estava de máscara.
-Feliz aniversário!
-Muito obrigada!
-Esse mérito também é meu. –Ian disse. –Eu que a trouxe comigo.
-E se orgulha disso? –Z perguntou de cara amarrada. –Você e seu hábito de se envolver com cobras.
-Prefiro ser uma cobra sendo eu mesma do que um lobo que se esconde em pele de cordeiro. –Ela revidou.
-Parem vocês dois. –V pediu. –Pelo menos hoje, ok?
-Ele quem começou.
-Só quero vê a quantidade de veneno que você vai destilar. –Z disse irônico.
-Parem! Vem, vamos para perto dos meu amigos.
-E se eles me reconhecerem? –Nina perguntou.
-Você deve saber um sotaque ou até mesmo mudar a voz. É só não tirar a mascara.
-Certo. 

Vanessa entrelaçou a mão com a de Zac e Nina com a de Ian.

-E depois eu e você que somos um casal. –V disse baixo o suficiente para que somente Zac escutasse.
-Nem me fale.
-E o pedido?
-Não se preocupe, ainda está longe de acontecer. –Ela nada disse. –Olhem quem encontrei. –Z avisou sorrindo para os amigos de Vanessa.
-Ela estava se divertindo com um cara que não nos apresentou. –Gabriela disse e logo foi repreendida por Alexandra. –O que? Vai me dizer que não ficou curiosa?
-Ele esta bem atrás dela. –A loira disse entredentes.
-Eu sei e adivinhe: ele ainda não foi apresentado.
-Vocês deram bebida pra ela? –V perguntou.
-Eu a encontrei assim. –Alex disse de prontidão. Não queria que ela pensasse que ele tinha feito de propósito. –Você conhece a peça.
-Sim, conheço. –Disse se acomodando ao lado da amiga.
-Você ainda não apresentou...
-Eu já ia fazer isso. –Avisou revirando os olhos. –Galera, esses são Ian e Nikolina, uns colegas de trabalho.
-Mas o Zac disse que eles trabalhavam juntos. –James disse.
-Então, foi o que eu disse: colega de trabalho do Zac. –E sorriu antes de encara-lo. "Você devia ter me avisado" era o que ela queria dizer. –A Nikolina é...
-Apenas a namorada dele. –Z interrompeu-a. –Nem deveria estar aqui.
-Se o aniversário fosse seu, pode ter certeza de que eu estaria o mais longe possível, mas como não é... –Nina respondeu deixando a frase no ar. Sua voz estava mais rouca e com um sotaque que Vanessa não reconheceu. –Me chamem de Nina.
-Claro, Nina. –Alexandra disse e sorriu. –Bem, como se conheceram?
-O meu namorado tem a infelicidade de trabalhar com o Efron e durante um jantar em comemoração a promoção de um funcionário nós nos conhecemos. Pobre garota, tão linda e com um dedo tão podre.
-Nikolina, –Z exclamou com gosto pois sabia que ela detestava o nome– o veneno está escorrendo, faça o favor de limpar; e só se der, guarde seus comentários para quem realmente se importa: o famoso ninguém.
-Ah, não sabia que você se afetava tão facilmente.
-E não me afeto, muito menos com você.
-Sendo assim não vejo problema em continuar dando a minha nobre opinião.
-Claro, do mesmo modo que não haverá problema caso eu revidar com um belo tabefe, até deixo você escolher a mão.
-Isso mesmo, mostre-me suas garrinhas, lobão.
-Vocês podem parar com isso? –V pediu. –Só hoje.
-Eu estava quieto, ela quem começou.
-E você não poderia ignorar?
-Poderia, como você também poderia me defender.
-E porquê eu faria isso? Não sou igual a ela.
-Será mesmo?
-Não comece.
-Quem começou foi você. –E se levantou.
-Não ouse me deixar aqui.
-Já ousei. –E saiu.
-Zachary! –Tentou ir atrás dele, mas foi impedida.
-Deixa ele, só está enfezado. –Nina disse a puxando.
-Se você não me soltar, quem vai te bater sou eu.
-Isso, escolhe ele ao invés de mim. Ganhará o prêmio de otária do ano.
-Não se faça de santa, foi você quem começou.
-Eu?
-Sim, você. Pedi para parar três vezes e você continuou.
-Ele só está assim porque sabe que é verdade, por isso, não jogue a culpa em cima de mim. Lobo em pele de cordeiro, quantas vezes mais vou precisar dizer?
-Já deveria ter parado, sabe que não vai adiantar. Eu não tenho escolha.
-Você tem sim, só não quer trocá-lo.
-Tem razão, não quero.
-Você está apaixonada e isso é o cúmulo.
-Porquê você se incomoda tanto com isso? Porquê não me deixa viver em paz?
-Porque quero te proteger.
-Do que? De ser feliz?
-De cometer os mesmos erros que eu cometi. Ele não presta, não tem sentimentos; só sabe usar as pessoas e nesse momento está te usando.
-E como você pode ter tanta certeza?
-Por que já experimentei na pele o que é ser apaixonada por ele e vai por mim, só me restaram lágrimas e rancor. Os beijos podem ser doces e as juras de amor e fidelidade as mais bonitas, mas no final você anseia a morte. Não quero que você passe por isso, não posso permitir.
-Espera aí, o que você disse? Vocês dois...
-Esquece isso, eu falei demais, novamente. Eu vou embora, é isso o que ele quer.
-Não, você vai ficar e vai me explicar isso.
-Não tenho nada pra explicar.
-Ah, tem sim. Os dois. Venha.
-Vanessa.
-Venha–E Nina não ter outra saída a não ser segui-la.

[...]

-Então quer dizer que todo esse "ódio" já foi amor um dia.
-Nunca a amei, nem mesmo um simples carinho tive por ela. –Z disse friamente. –Foi tudo calculado; tudo parte de um plano do FBI.
-E você se orgulha disso?
-Já fiz muitas coisas das quais não me orgulho se você quer saber, mas também não me arrependo. Aprendi muito com essa missão e faturei também. Minha moto veio desse dinheiro.
-Como você pode ser tão frio? –V perguntou chocada. Quem era aquele homem que estava na sua frente e aonde ele tinha colocado o Zac que ela conhecia?

Precisou se apoiar na mesa do escritório que ficava no andar de cima da boate para poder se equilibrar. Odiava lugares fechados e todas essas informações estavam vindo rápido demais.

-Você está bem? –Ouviu ele perguntar.
-E você se importa de verdade ou é somente uma farsa como todo o resto?
-Porquê você está tomado as dores dela? Sabe muito bem que vocês são diferentes no meu vê. Eu realmente gosto de você e... –Foi interrompido pela risada irônica de Nina.
-Você? Gostar de alguém? O máximo que você pode sentir por ela é remorso por ter matado o Gregory.
-Eu não o matei.
-Matou sim; a missão só fracassou por sua causa. –Acusou com gosto. Sabia que esse era o único modo de atacá-lo.
-Ele não o matou, foi uma falha que poderia ter acontecido com qualquer outro. –V disse fraca.
-E você ainda o defende? Você sabe a história toda por acaso?
-Não preciso, já sei o suficiente.
-Acho que não, querida.
-Você deveria estar calada, garota. O que você afirma não passa de especulações sem base alguma. –Z disse.
-Se você não tem culpa no cartório então diga o que realmente aconteceu.
-Parem os dois, por favor. –Ian se manifestou pela primeira vez desde que tinham se trancado na sala. –A Vanessa não está em condições de ficar ouvindo vocês dois baterem boca.
-Estou bem, só um pouco confusa. –Afirmou. Não tinha outro meio de você conseguir esses arquivos? –V continuou com o interrogatório.
-Não, e eu precisava provar minha lealdade ao governo. Esse não foi o primeiro relacionamento que forjei na vida, mas sim o mais duradouro. Ela era fechada como pedra, mas água mole e pedra dura...
-Conseguiu meus arquivos e isso me custou o emprego. –Nina disse. –Só não perdi a vida porque consegui me exilar na Rússia, mas minha família não teve tanta sorte. Morreram um por um e eu seria a próxima se o governo americano não tivesse me trocado. –Disse perdida em lembranças. –E você ainda me pergunta o porque de odiá-lo. Ele nunca se desculpou por ter matado minha família.
-Mas não fui eu quem os matou.
-Mas foi por sua culpa.
-Não, a culpa foi sua por não ter escondido eles assim que percebeu que os arquivos tinham desaparecido.
-Claro, porque o cara que tinha me prometido casamento tinha sumido também. –Ironizou.
-Não ligou os pontos por que não quis.
-Eu confiava em você, mais do que em mim até. Nunca passou pela minha cabeça que você faria isso comigo. Eu era tão inocente.
-E burra. Como que eu, Zachary Efron, ia me casar com você?
-Você é tão estupido.
-Ah, claro. Eu sou o vilão da história, como sempre. Gato e perverso. Que mau que eu sou. –Debochou.
-Parem os dois. –V disse não aguentando mais. Nunca tinha visto Nina tão vulnerável e muito menos Zac tão rude. A situação estava lhe dando nos nervos e ela precisava sair logo daquele lugar. –Alguma coisa mais séria aconteceu entre vocês? –Perguntou Temerosa. "Que a resposta seja não" suplicava em pensamentos.
-Depende do sério. –Z sorriu.
-Não estou para brincadeiras, Efron; você sabe a que me refiro.
-Sexo?
-Sexo, amor, rapidinha... Aconteceu ou não?
-O que você acha?
-Se estou perguntando é por que não sei.
-Se está tão curiosa é por que tem uma suposição.
-Pelo ódio que ela sente por você, não estranharia. –"Que seja não".
-Mas não aconteceu. –Nina disse. –E isso é o que me alegra.
-Não se anime tanto, até por que se não aconteceu, foi por mim que não quis. Já me bastavam os beijos. –Z disse enojado.
-Me poupem dos detalhes. –V pediu. –Acho que já fiz todas as perguntas.
-E a única que te importava era a última, não negue.
-Não comece, Efron.
-Posso saber o porque dessa irritação?
-Ainda pergunta?
-Eu não te fiz nada, garota. Pare de tomar as dores dos outros, isso não te levará a lugar algum.
-Não enche.
-Tire esse bico da cara, pois somos um casal feliz e apaixonado e temos que fazer você sabe o que.
-Não quero mais, fica pra próxima.
-Você não tem mais querer, o prazo já acabou e eu não perdi tempo me preparando para nada. –V nada disse, apenas deu de ombros. –Vocês podem fazer o favor de nos deixarem a sós? –Pediu para Ian e Nina que só concordaram com a cabeça antes de se retirarem. –E então?
-Não tenho nada para falar com você.
-Tem sim, tem que me explicar o porque de tanta raiva. Achei que estivesse zangada com ela.
-Mas isso não significa que o que você fez foi certo.
-Mas também não justifica sua irritação. Está elevada demais. Parece até outra coisa.
-Não comece com suas gracinhas de que tenho ciúmes de você.
-Mas eu nem pensei nisso. –Disse sorrindo. –Como é bom quando você se entrega.
-Não me entreguei, mas como você já supôs isso antes eu não estranharia se fizesse de novo.
-Sei.
-Era só isso que queria falar?
-Vanessa, é sério. Vamos dialogar como adultos pelo menos uma vez. Sem pirraça, sem brigas desnecessárias, sem disfarces: porquê você está zangada comigo?
-Você acha que o que você fez foi certo? Eu não acho. Esperaria isso de qualquer um, menos de você. Eu achei que você era diferente, que não brincava com os sentimentos das pessoas.
-Estamos mentido para seus amigos.
-Eu sei, mas é diferente. Nunca imaginei que você, um homem que sempre está com a cabeça erguida e com um sermão na ponta da língua brincaria com os sentimentos de alguém em troca de alguns arquivos. Isso é tão... Insensível.
-Esses arquivos eram importantes, tanto é que logo fui promovido.
-E valeu a pena iludir alguém por uma promoção? Como você consegue dormir a noite?
-Vanessa, já fizeram coisas muito piores comigo por motivos insignificantes e eu não morri. Eu não tenho orgulho disso, mas eu não tive outra escolha. Você acha que é fácil fazer parte disso? "Ah, não concordo com o plano de vocês, então passem para outro." Isso não existe nesse meio. Ou você faz ou você faz e ainda leva por isso. No seu contrato está explícito que você não tem vontades e nem desejos; você existe para servir aos outros.
"Eu tinha acabado de ser transferido de agência, e fazia pouco tempo que tinha saído da CIA. Por mais que eu ajudasse o Gregory em algumas missões, não era suficiente. Eles ainda não confiavam em mim.
"Depois de chegar de uma missão internacional, o seu pai me chamou pra jantar fora. Estranhei, mas fui. Lá, ele disse que queria conversar comigo realmente a sós, sem as escutas que existem nos alojamentos.
"Conversamos sobre a opinião dos membros da diretoria a meu respeito e ele disse que o melhor que eu podia fazer era conseguir os arquivos confidenciais que envolvia os familiares dos Agentes de nível mais alto e algumas mortes secretamente forjadas, como a de John Lennon e etc. Essas informações tinham sido roubadas há quase um ano e mesmo com a junção do FBI e da CIA não haviam sido recuperadas.
"Eu falei que ia pensar e que possivelmente aceitaria, mas o Gregory me alertou que já tinha me indicado para essa missão. Fiquei em choque, afinal, era algo de alto escalão e eu estava "aprendendo a engatinhar" nesse trabalho. Ele disse que eu não precisava me preocupar já que ele me ajudaria.
"Uma semana depois, me chamaram pra fazer essa missão e eu aceitei. Walter me disse que era muito arriscado e nós debatemos por isso, –e é por essa razão que até hoje ele evita participar das missões que eu comando. Depois me reuni com o Gregory para fazer as pesquisas e descobrimos que um dos caras responsável pela proteção dos arquivos tinha uma enteada que era recém-admitida na máfia búlgara que era, e ainda é, desconhecida por muitos.
"Traçamos um plano: eu me aproximaria da garota e conseguiria me infiltrar na casa para conseguir descobrir aonde os arquivos estariam escondidos. O que ninguém sabia, muito menos eu, era que essa garota estava encarregada da proteção desses documentos.
"Me lembro de está reclamando para o Gregory que sempre que nos encontrávamos, ela usava um colar ridículo. Era bem antigo e tinha um pingente no formato de um sol. Nunca levei tantos tapas dele. –Sorriu com as lembranças. –Ele disse: "Zachary, é isso. Os arquivos estão nesse colar." E traçamos mais um plano para fazer ela tirá-lo.
"Eu fiz um teste primeiro, claro. Comprei um novo colar, também em formato de sol, e lhe dei. Ela agradeceu e quando ia guardar, fiz minha melhor cara de cachorro abandonado e pedi para ela experimentar. Relutantemente, ela o fez. Quando retirei o colar, ela tremeu e logo tive minha confirmação. A parte de trás do pingente era toda revestida de titânio.
"Contei para o Gregory e logo mandamos fazer uma cópia exata do objeto. Marcamos de jantar juntos e eu pedi ela em casamento. Disse que não tinha dinheiro para comprar uma aliança, mas que tinha mandado fazer um colar com as nossas inicias e pedi para ela experimentar. Assim que ela se virou, troquei a minha cópia pelo colar dela. Depois recebi uma "ligação urgente" do meu "tio" que tinha ido para o hospital e nunca mais a vi, até ela aparecer em uma reunião como uma das pessoas que haviam sido moedas de troca. Ela me olhava com tanto ódio que quase me senti culpado. Quase!
-Ela tem motivos para te odiar. –V disse.
-Eu sei, mas não tenho culpa. Somente os mais fortes sobrevivem nesse ramo.
-E você não ficou com pena do que aconteceria com ela? Se o padrasto não ia bater nela? Se a máfia búlgara não ia matar ela ou a família?
-Ela não devia cuidar de coisas tão importantes e muito menos confiar em desconhecidos. O erro foi dela.
-O erro foi do meu pai que te meteu nessa história.
-Não, ele só me ajudou. É assim que isso funciona, Vanessa. Você precisa pensar no bem do nosso país, sempre. E é por isso que não são permitidos relacionamentos aqui.
-Eu sei. –Disse pesadamente.
-E então, vai continuar zangada comigo?
-Não, eu não tenho por que me zangar, nem estou envolvida nisso. 
-Exatamente. –A puxou para um abraço. –A Nina tem razão, eu não sou o cordeiro da história.
-Mas não é o lobo mal. Acredito que ela faria a mesma coisa se estivesse no seu lugar.
-E fez. Iludiu um garoto para conseguir uns arquivos e pagar sua dívida com a Rússia.
-E a Bulgária, ainda quer ela morta?
-Não, ela também já pagou sua dívida. Eliminou diversos terroristas perigosos e deu o crédito para o país.
-Pelo menos isso. –O beijou. –Eu não quero me zangar com você, isso me deixa mal.
-Eu também. –E a beijou levemente. –Vamos descer, preciso te pedir em casamento.
-Contanto que depois você não receba a ligação de nenhum "tio"... –Riu.
-Ela vai querer matar você.
-Eu sei.
-E não se importa?
-Deveria?
-Não. –Sorriu pra ela.
-Me desculpa por não te defender? Eu só queria que vocês dois parassem.
-Eu sei, baby.
-Você me desculpa?
-Não. –Eles riram e ela o beijou. –Talvez...
-Bobo. Vamos?
-Vamos. Já sabe, não é? Nada de choro.
-Sim, senhor. –Desceram de mãos dadas. –Eu quero ir embora.
-Eu também, mas não podemos. Não agora.
-Eu sei. –O abraçou por trás. –Será que o Smith vai implicar se eu ficar agarrando você?
-Provavelmente sim, mas eu não me importo.
-Não se importa com a opinião dele ou comigo te agarrando?
-Com os dois.
-Você está muito saidinho, Efron.
-É o álcool. –Disse colocando Vanessa na sua frente. –Falando nisso...
-Ah, não.
-Você sabe que não deve.
-Só hoje, por favor.
-E se você falar demais?
-Juro que não vai acontecer.
-Vanessa...
-Por favor! –Repetiu o pedido diversas vezes enquanto o beijava por todo o rosto.
-Você fica toda sensível quando bebe e eu não quero que você chore, muito menos que se esqueça do meu pedido.
-Então eu paro por aqui.
-Ótimo.
-Mas em casa...
-Porquê esse desejo repentino de se embriagar sempre que saímos?
-Durmo melhor assim.
-Talvez seja por que me agride.
-Sério?
-Seríssimo, além de falar mais do que normalmente fala. É uma batalha sem fim.
-Perdão, eu não fazia ideia.
-Já pensei em trocar de quarto, mas não seria uma boa ideia; não para eles. –Insinuou para o chefe que estava os observando de longe.
-Como assim?
-Existem câmeras espalhadas pela casa, menos nos banheiros e no nosso quarto, claro. Eles veriam e logo tirariam conclusões precipitadas.
-Eles podem vê Gabriela e os outros?
-Podiam, mas fechei a imagem desses quartos também. Só as escutas que não posso tirar, como as que tem no nosso quarto.
-Zac, essa ideia de escuta não é legal.
-Se elas forem retiradas, eles pensariam que acontece algo entre nós dois.
-E acontece algo sim, de vez em quando. –Escondeu o rosto com vergonha. –É por isso que o James e o Ian ficam de piadinha. Eles sabem.
-Eles não sabem, eles supõem. –A tranquilizou. –As câmeras são acompanhadas 24 horas, mas não as escutas. Eu reviso antes de enviar para o arquivo.
-Você tem certeza?
-Absoluta. Quem cuida da segurança sou eu!
-Então tudo bem. –Disse relaxando.

Voltaram para perto dos amigos de Vanessa e encontraram Ian "explicando" a situação de amor e ódio que existia entre Nina e Zac. Vanessa apenas ignorou e se aconchegou nos braços dele. Sua cabeça parecia pesar meia tonelada com tantas informações.
Sua amiga e seu companheiro juntos em um relacionamento amoroso por troca de arquivos não era algo com que estivesse acostumada a lidar, muito menos a história de que era vigiada 24 horas por dia. Ela sabia das câmeras e dos Agentes que a seguiam para mantê-la protegida, mas escutas no quarto? O único lugar que ela achou que tinha um pouco de privacidade no mundo era com toda a certeza o mais observado. Todos deviam querer saber a respeito do que acontecia entre ela e o Zac entre quatro paredes.
E ainda tinha as afirmações de Nina que ela confirmou conscientemente. "Você está apaixonada..." Ela tinha dito. Apaixonada! Era o cúmulo Vanessa se apaixonar, ainda mais por ele. Ele! O amigo do seu pai, seu amigo e colega de trabalho. Mas ela não tinha culpa se caso houvesse confundido sentimentos. Ele sempre a tratou bem, pelo menos desde que se conheceram melhor. O primeiro encontro não foi dos mais românticos, e mesmo se tivesse sido, ele não fazia o tipo dela; não tinha nada em comum com seus ex namorados... E talvez seja por isso que não tenha dado certo com eles.

-Argh! –Ela resmungou no pescoço dele.
-O que foi? –Z perguntou.
-Você! Você me confunde.
-Com o que?
-Tratemos disso outra hora, aqui não é um bom lugar.
-Tudo bem. –Ele tentou decifrar o que se passava com ela através do olhar, Vanessa sabia e logo tratou de distraí-lo com beijos e mordidas. Não podia correr o risco de Zac descobrir. Ele logo se afastaria e colocaria Ian no seu lugar... Não, ela não suportaria. Amava a sua companhia apesar das brigas. Ele estava se tornando a sua droga; ou será que já era e só ela que não tinha notado?

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Hey girls. Aí está mais um capítulo prontinho. Como prometido, nesse final de semana. Estou de férias, mas passei por alguns problemas e não tive tempo. Bem, espero que gostem desse capítulo. Quem aí está passada com o rolo entre o Zac e a Nina? \O/ Acredito que todos (até eu fiquei). Muita coisa ficou clara depois disso, hein? Meninas, queria deixar aqui a divulgação do novo blog da Rafaela. Eu realmente gostei e queria muito acompanhar, mas envolve estupro e por motivos pessoais, não vou conseguir lê. Espero que compreenda, flor. You Are My Destiny está no seu segundo capítulo. Corram e comentem bastante. Aproveitando a oportunidade, queria avisar que a Letícia voltou com o blog depois de um ano, Destinos Cruzados está no seu décimo primeiro capítulo e está bombando (passada com a descoberta da Vanessa). Ainda não comentei porque por algum motivo o blogger não permite ZzZzZz sem falar que eu sigo, mas não aparece no meu painel. Aiai! Um grande beijo para quem comentou e gostou do capítulo. Espero que gostem desse também.
Xx

segunda-feira, dezembro 15, 2014

Spoiler do capítulo 33

Minhas deusas, como vão? Sei que sumi e peço desculpas. Estava com mil coisas para fazer, mas agora não estou mais. What time is it? Summertime! Its our vacation!!! Férias tão lindas e desejadas e por tempo indeterminado já que estou esperando o resultado do ENEM! \o/ Bem, como está no título, postarei um spoiler para vocês. "Mas você não disse que o capítulo estava pronto?" Sim, eu disse e está pronto, mas eu ainda estou finalizando o de Whatever Will Be e como sabem (ou deveriam saber) eu gosto de postar nos dois blogs ao mesmo tempo. Amanhã, dependendo da reação de vocês (e das minhas condições) postarei o capítulo. Como falei para algumas de vocês, tem treta BUT tem fofura no final (acho que vocês vão morrer junto comigo). Bem, curtam esse spoiler maravilindo que eu escolhi com todo carinho.
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O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: O SPOILER A SEGUIR CONTÉM O PODER DE DEIXAR VOCÊ MAIS CURIOSO PARA O CAPÍTULO 33. PROCURE COMENTAR NO FINAL DA POSTAGEM, LEIA COM CARINHO.
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~~~~~~~~~~~~~~~~~~~SPOILER~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

-Mas não fui eu quem os matou.
-Mas foi por sua culpa.
-Não, a culpa foi sua por não ter escondido eles assim que percebeu que os arquivos tinham desaparecido.
-Claro, porque o cara que tinha me prometido casamento tinha sumido também. –Ironizou.
-Não ligou os pontos por que não quis.
-Eu confiava em você, mais do que em mim até. Nunca passou pela minha cabeça que você faria isso comigo. Eu era tão inocente.
-E burra. Como que eu, Zachary Efron, ia me casar com você?
-Você é tão estupido.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~SPOILER~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

O capítulo conta um pouco mais a respeito do Zac e a relação dele com o pai da Vanessa. Me amem pelos dedos e comentem o que acharam.
Xx

terça-feira, novembro 11, 2014

Capítulo 32

-Esse jantar está um tédio e você deve estar cansado. Vamos.
-Ainda nem serviram a sobremesa.
-É quase meia noite, não serviram por quê não quiseram. Vamos. –A morena repetiu.
-Vanessa, nós não podemos.
-Como irmãos, já que é isso o que somos hoje, eu ordeno que você pare de reclamar e que obedeça.
-Quem disse que você é a irmã mais velha?
-Posso não ser a mais velha, mas sou a mais sensata. Vamos, Zac. Não quero aturar você reclamando de dor a noite inteira. Anda, aproveita que o Agente Smith foi ao toalete.
-Mas eu quero sobremesa.
-Eu te dou em casa.
-Hm, me dá o que?
-Você está pior do que criança.
-Criança que faz criança...
-Meu Deus, você está bêbado e eu até sei o motivo. Vou me despedir do James, não demoro.
-James. Já o está chamando pelo primeiro nome.
-Passamos dez horas juntos todos os dias, não tenho culpa de ter criado um laço.
-Hm.
-Deixe de besteira e pegue os nossos casacos. Já te encontro na porta. –Disse lhe dando as costas. –James! –V disse se aproximando dele. –Estamos indo. Ele está com dores. Pode dar o recado ao Smith?
-Claro, Anne. Ahn, eu não sei se vocês já foram apresentadas. Anne, essa é a Ciara, Agente transferida de Londres. –O Agente Franco apresentou.
-Ah, prazer. –V cumprimentou-a sem jeito. Havia percebido os olhares constantes da, agora identificada Ciara, que perseguia seu acompanhante. –Anne Efron.
-Ah, que bom finalmente conhecer a irmã do Zac.
-Sim, eu e o Agente Efron somos irmãos.
-De pai e mãe?
-Pois bem, tenho que ir. –Vanessa disse ignorando a pergunta. Não era da conta dela se eles eram irmãos de pai e mãe, e outra, nem ela mesmo sabia dessas informações. –Nos vemos no sábado? –Perguntou ao Agente Franco.
-Não prefere segunda? Assim você aproveita sua visita.
-Eu posso até estar com saudade, mas não quero me estressar e isso acontece quando passamos muito tempo juntos.
-Um fim de semana apenas, Anne.
-Quatro dias: Hoje, amanhã, sábado e domingo.
-Ainda acho pouco.
-Estou com uma leve impressão de que você quer se livrar de mim. Achei que já tínhamos passado dessa fase. –Brincou.
-Não é isso. Bem, se você quer ir, vá. Estarei lá de qualquer jeito.
-Estarei lá no mesmo horário de sempre.
-E o grande dia? Algum plano?
-Me embriagar, esse é o meu plano.
-Grande dia? –Ciara se intrometeu na conversa. –Alguma comemoração?
-Aniversário da bela moça. –Franco disse logo recebendo olhares repreensivos da morena.
-Ah, meus parabéns.
-É amanhã, não hoje. –Disse de mau grado. –Bem, tenho mesmo que ir. O Zac está com dores e eu tenho que levantar cedo amanhã. Até sábado.
-Até. –Os dois disseram em conjunto e Vanessa se encaminhou as portas principais.
-Demorou. –Z disse de cara feia.
-A sua admiradora da noite ficou fazendo perguntas inconvenientes e eu estava tentando fazê-la se mancar. –Respondeu enquanto ele a ajudava a por o casaco. –Somos irmãos de pai e mãe?
-O quê?
-Ela perguntou. Agente Ciara, transferida de Londres.
-Ah, novata. Está com medo de nós sermos uma farsa. Eles desconfiam de tudo e de todos no início.
-E com razão.
-Isso é irrelevante. Somos por parte de pai.
-Porquê?
-Caso algum imprevisto aconteça.
-Que tipo de imprevisto?
-Depois eu sou a criança.
-Eu me corrigi depois; você é o bêbado.
-Tão engraçadinha, nossa. Vamos. –Eles deram alguns passos, mas logo ouviram alguém os chamar. –Ah, não.
-Efron's, ei. –Ciara gritou novamente. –Eu queria saber se vocês podem me dar uma carona. Acabei de ficar sabendo que as outras Agentes com quem vim vão sair para a farra e diferente delas, eu tenho compromisso com o meu trabalho. –Disse encarando Zac. –Posso ir com vocês?
-Não. –Vanessa teve vontade de dizer, mas apenas olhou de cara feia para Z que retribuiu. Ele sabia que em hipótese alguma as outras novatas iriam para a farra em plena véspera de missão de teste e mesmo se fossem, elas não falariam em um jantar com os patrões. Das duas uma: ou ela queria falar mal das colegas de trabalho para conseguir chamar a atenção dele, ou queria testá-los. Pela cara que Vanessa fazia, com certeza era a primeira opção. Mulheres e seus dons de ler pensamentos.
-Eu não acho que seja uma boa ideia. –Ele disse. –Nós temos hora para chegar.
-E porquê? –A loira perguntou arqueando a sobrancelha.
-Não é da sua conta. –V disse antes que se desse conta. –Vamos? –Olhou para o "irmão" que estava com aquele sorriso misterioso. –Não pense nisso. Zac, é serio. Você vai dormir com os cachorros.
-Talvez seja interessante. –Ele disse e logo se arrependeu. Vanessa apenas fechou a cara ainda mais e caminhou até o carro. Estava zangada e ele sabia. Muito zangada. "Perfeito!"


[...]

-E então eu me formei na faculdade, mas o governo me procurou e disse que os trabalhos que eu fiz no colegial chamaram a atenção deles e que ficaram interessados em mim. É nessa casa aqui. –Ciara disse interrompendo-se. –É meio estranho morar sozinha, sabe? –Zac não disse nada, como em todo o caminho, muito menos Vanessa e Ciara logo desceu do banco de trás do veículo. –Se você quiser aparecer por aqui qualquer dia desses é só avisar. –Sorriu para ele. –Você também, Anne. –V apenas ignorou. –Não querem entrar? –Fechou a porta do carro.

-Não, obrigado. –Z disse. –Já está tarde.
-Tudo bem, obrigada pela carona. Tchau...zinho. –Disse, mas Zac já tinha arrancado com o carro.
-Será que dá para você tirar essa cara emburrada? Estou falando com você, garota!
-Você vai dormir na casinha do cachorro, bem longe de mim e do meu corpo. Eu quero matar você nesse momento. –V quase gritou.
-Eu só queria vê aonde ela queria chegar.
-E eu só queria chegar em casa antes da meia noite. Eu te falei isso; a noite inteira!
-E o que tem de tão importante em casa para você querer chegar antes da meia noite? É a Cinderela por acaso?
-Você é ridículo.
-Deixe de drama. Foi apenas uma carona.
-Desnecessária, diga-se de passagem. Você acha mesmo que as outras Agentes vão para alguma festa antes de uma missão importante? Foi tudo mentira! Ela só queria chamar tua atenção.
-E dai?
-E dai que ela conseguiu. Eu te pedi para ter respeito não foi?
-Você está dramatizando.
-Ah, claro. Estou mentindo por acaso?!
-Não, mas uma coisa foi ela fazer isso tudo e outra bem diferente foi ter conseguido alcançar o alvo. Em algum momento eu retribui os olhares ou até mesmo respondi algo?
-Não, mas eu sei que só foi porque eu estou aqui.
-Como se a sua presença me impedisse de algo.
-Você é um idiota.
-Se eu fosse você, tirava esse bico da cara. Estamos chegando e eu tenho quase certeza de que seus amigos estão acordados.
-Ah, você se lembrou dos meus amigos agora? –Z apenas revirou os olhos e segurou o riso. Tudo estava ocorrendo perfeitamente como planejado. –Parou porquê?
-O portão tem senha.
-E? Está esperando o que para digitar?
-Estou cansado. Digite você. O painel de controle está do seu lado.
-Exatamente como o seu. –Z apenas desceu o vidro que ficava na porta de Vanessa, que relutante, digitou o código de segurança.
-Morreu? –Ela apenas fechou mais a cara e ficou encarando-o até a porta de entrada. Ele estacionou e sorriu. V apenas revirou os olhos e abriu a porta do carro sem parar de encará-lo. Travou assim que mudou o foco do olhar. –Feliz aniversário, anjo. –Z disse aos sussurros no ouvido dela.
-Parabéns, Vanessa! –Os amigos gritaram.

[...]

-Eu não acredito que você organizou isso. –Ela disse assim que eles passaram pelas portas do quarto principal.
-Foi só um cupcake com vodka. Amanhã, ou no caso mais tarde, terá um bolo de verdade e o melhor champanhe do país.
-Eu me sinto muito mal por ter te tratado daquela maneira. –Confessou impedindo-o de passar. –Desculpa, de verdade.
-Não se preocupe. Eu planejei tudo, mas para que o impacto fosse real você tinha que se zangar comigo. Como que você achou que eu ia esquecer? Teu pai não deixava. Passava a semana inteira planejando coisas. Seus dias eram sempre os melhores na semana do seu aniversário e tudo graças a ele.
-Muito obrigada mesmo assim. –Disse o beijando.
-É melhor pararmos. –Disse se separando dela. –Já saímos bêbados da festa e bebemos vodka aqui. Você vai se arrepender amanhã.
-Tudo bem então. –Disse dando passagem para ele. –Amanhã tem festinha?
-É, ´´festinha``.
-Aqui?
-Em um clube.
-Quem vai?
-Seus amigos e algumas pessoas da agencia.
-Ah.
-Eu vou confessar: eu queria fazer uma surpresa, só nós dois. –Disse de dentro do banheiro. –Mas seus amigos chegaram e distorceram os meus planos, por isso fiquei tão zangado. E bem, por sorte nós temos escutas nos quartos e eu fiquei sabendo que eles estavam planejando uma surpresa pra hoje de madrugada e eu pedi para a Leslie falar com eles. Sorte que deu tudo certo.
-Não se preocupe, baby. Eu gostei, e muito. Nunca pensei que você fosse fazer algo assim para mim.
-Você age como se eu não gostasse de você.
-Não foi minha intenção. –Disse começando a tirar o vestido. –É que você estava muito normal essa semana e eu achei que você não se lembrava. Nem eu me lembrei.
-Mentirosa. Eu sei que você contou os dias. –Disse saindo só de cueca do quarto. –Ahn, eu vou voltar pro banheiro.
-Qual é, Zac. Até parece que nunca me viu de lingerie.
-Estou bêbado, por isso: fique longe.
-Tudo bem. Vai demorar? Eu preciso tomar banho.
-Eu só vou tomar uma ducha rápida. –Disse voltando pro banheiro, mas dessa vez deixou a porta aberta. –Se quiser tirar a maquiagem aqui, sinta-se a vontade. Vou fechar o box.
-Ok.

Depois de Z tomar banho, foi a vez de Vanessa tentar amenizar a ressaca que viria no dia seguinte. Voltou para o quarto e encontrou-o de olhos fechados.

-Já está dormindo?
-Não, só com dor de cabeça. E você?
-Também. –A morena disse se deitando. –Eu realmente queria te agradecer!
-Você já agradeceu.
-Não devidamente. –Bufou. –Eu te tratei tão mal e um simples "obrigado" não é suficiente pra mim.
-Para mim é. Você já fez pior!
-Ajudou muito. –Ironizou. –Me deixa agradecer de verdade. –Pediu se aproximando.
-Estamos bêbados. Não é uma boa ideia.
-Só uns amados bobos.
-Estamos bêbados! –Repetiu. –Perderemos o controle.
-Essa sua rejeição me faz pensar que não sou boa o suficiente pra você!
-E suas ações me fazem pensar que eu estou passando uma imagem errada; de que só faço coisas boas querendo algo em troca. Eu gosto de você, de verdade, e é por isso que não quero estragar nossa amizade. Você vai se arrepender assim que acordar. Só dorme, ok?
-Não estou tão bêbada assim! Eu sei o que eu quero e eu quero ficar com você.
-Se de manhã você estiver tão generosa como agora nós conversaremos, ok? –Ela nada disse, somente se virou e cobriu-se dos pés a cabeça.

 [...]

-Bom dia. –Ela ouviu debaixo das cobertas.
-Só se for pra você. –Resmungou saindo de seu "casulo". –Que gosto é esse na boca?
-Algo que diz que não deves beber tanto. És um pouco fraca. –Disse insinuando para as duas garrafas de vodka que estavam no quarto perto da porta. –Come algo que passa. –Lhe ofereceu a bandeja.
-Café da manhã na cama, nossa.
-É mais um lanche.
-Eu não dormi tanto assim. –Disse procurando o relógio de cabeceira.
-Dormiu sim. Nós dois na verdade. Foi uma noite e tanto. –Suspirou.
-Como assim; eu fiz algo? –V perguntou preocupada. Não lembrava-se de muita coisa por conta da bebida, mas sabia que ele tinha organizado uma surpresa com seus amigos, mesmo que ela não conseguisse lembrar de como havia reagido.
-Que cara de assustada é essa?
-É que eu não me recordo de muita coisa. Nós... –Engoliu em seco. Sabia que ficava muito "saidinha" quando tomava alguns drinques.
-Ah, claro. A noite inteira. Não lembra? Me chamava de amor e de garanhão... –Z disse caindo na gargalhada. Em menos de segundos, Vanessa havia passado de morena para branca.
-Isso é sério?
-Me diga você: Foi bom ou ruim? –Disse encarando a morena.
-Bem, levando em conta de que não consigo me lembrar de nada...
-Hmm, pelo menos não descarta o "bom".
-Efron!
-Não, Vanessa, não aconteceu. –Z disse sentando-se ereto. –Você até quis, mas claro, eu não permiti. Eu sei que sou irresistivelmente sexy e encantador... –Sorriu vendo Vanessa relaxar visivelmente. –Mas se tivesse acontecido, tenha a certeza de que teria sido mais do que bom.
-Pare com isso agora. –Rebateu fechando a cara.
-Estás tão mal humorada.
-É o que acontece quando se acorda e logo se depara com a versão humana do Chucky.
-Bem lembrado; tenho que fazer umas coisas. –Disse se aproximando até ficarem praticamente colados.
-E o que é? –Engoliu em seco.
-Alimentar os cachorros e tomar banho. –Sorriu antes de lhe dar um beijo na testa.
-Pois a humanidade agradece. –Disse tentando fazer graça. Sabia que tremia. "O que você tem na cabeça, Vanessa? Mas pensando bem... será que seria assim tão ruim?!"
-Você devia fazer o mesmo.
-Não com você, não mesmo. Nunca.
-Como?
-Você ouviu bem. Eu nunca tomaria banho com você.
-Mas eu nem sequer insinuei isso.
-Então...
-Existem outros banheiros, ou você se esqueceu disso também?
-Não, eu lembro. Argh! –Disse entrando no seu casulo novamente.
-Estás se sentindo bem? Estás estranha.
-Estou bem, só não acordei totalmente.
-Pois trate de fazê-lo. Temos uma coisa séria para conversamos depois.
-Do que se trata?
-Depois.
-Mas... –Bufou. Ele já tinha batido a porta.

Sem se importar com o tamanho do pijama ou com o estado do seu cabelo, V resolveu segui-lo. Encontrou-o na cozinha conversando com James.

-Eu não acho que será uma boa ideia. –Z disse. –Eles costumam estranhar.
-O máximo que pode acontecer é uma mordida.
-Eles foram treinados para matar.
-E você não consegue controlá-los?
-Nem sempre.
-Amor, onde você pensa que vai? –V perguntou se aproximando de Zac que agradeceu com os olhos. –Não está pensando em me trocar por aqueles pulguentos, não é?
-Eles precisam se alimentar.
-E eu preciso do meu namorado no meu aniversário. Eles podem ficar um dia sem comer. –Disse lhe roubando um beijo.
-Eles não comem há mais de três dias; estão praticamente morrendo.
-O problema não é meu. Você teve todo o tempo do mundo pra isso, hoje não.
-Mas Vanessa... -Ela lhe interrompeu com mais um beijo.
-Não quero nem saber.
-É rápido.
-Nem na velocidade da luz.
-Eu posso alimentá-los pra você. –James sugeriu sorrindo.
-Vocês vieram aqui para me vê ou para ficar babando esses cachorros? –Fez bico.
-Você vai ficar com o seu namoradinho nesse tempo. É rápido, Vanessa.
-Não mesmo. Não quero ninguém mexendo com aquelas pragas hoje. –Disse abraçando Zac novamente. –Se eu te ver por lá, você dorme no sofá. –Disse olhando para o "namorado".
-Então, pombinhos –Alex iniciou – vocês desceram pra tomar café ou pra ficar se pegando na nossa frente?
-Já tomamos café. –V disse se afastando de Zac.
-Onde que nós não vimos? –Alexandra perguntou.
-No quarto.
-Hm, café da manhã na cama, hein? –Gabriela sorriu maliciosa.
-E o que tem demais?
-Nada, só a música da Aguilera que me veio na memória. "Sex for Breakfast" conhece? –V apenas revirou os olhos e abriu a geladeira. Ouviu o sistema de proteção da casa sendo ativado e logo ergueu a cabeça.
-Ah, não. –Gruniu e correu para a sala, mas já era tarde demais. As postas já estavam trancadas e com as placas de titânio encaixadas no chão. –Efron!!!! –Gritou antes de gargalhar. –Isso não vale.

Os amigos olharam espantados a cena. Um pouco mais de cinco minutos depois, as portas começaram a subir e Zac entrava sorrindo pela porta de entrada.

-Isso é golpe baixo. –Ela reclamou quando ele se deitou por cima dela no sofá.
-Você não queria vê, pois não viu.
-Idiota. –Sorriu antes de lhe da um beijo. –Você precisa de um banho.
-Mas antes, preciso pedir para alguém vir treinar com eles hoje.
-Mas que obsessão!
-Você faz o mesmo com seu tempo com "o James". –Tentou imitá-la.
-Como faço com você.
-Mas eu sou exceção.
-E eu sou humana.
-Isso não vale. Eles são meus bebês.
-E eu sou sua namorada. Pare de se preocupar tanto com esses pulguentos.
-Eles são mais limpos que você.
-Levando em consideração o dono, eu tenho minhas duvidas. –Ele sorriu e trocaram mais alguns beijos. –Ok, você está me esmagando.
-Passo o mesmo todas as noites. –Disse antes de sair de cima dela. –Vou tomar banho. Com licença.
-Eu vou com você.
-Não, aniversariante. Passe um tempo com seus amigos.
-Eu tenho o resto do dia livre. –Ele apenas segurou o riso e subiu as escadas. –Bem, preciso tomar um banho também.
-Mas Vanessa... –Jason disse.
-Deixem ela. –Alexandra interrompeu. –É o seu dia especial e ele é o namorado. Somos apenas os amigos que estão de passagem.
-Bobos. Eu só preciso de uma ducha rápida; prometo que não demoro.
-Olhe lá hein. Nada de sexo no chuveiro.
-Gabriela!
-O que? Eu apenas comentei.
-Guarde seus comentários pra você. –V disse subindo as escadas o mais rápido que pode. A amiga era tão indiscreta as vezes e Alex não parava de fuzilar-lhe com o olhar. –Zachary, pode dizer o que você tem pra me contar. –Ordenou.
-Depois, Vanessa.
-Tudo bem. Vou tomar uma chuveirada no banheiro do corredor. Qualquer coisa, grite!
-Ok. –Separando somente o roupão e a lingerie, V saiu do quarto. Estava no meio do caminho quando sentiu aquele puxão.

-Ai que susto, Alex. –Disse dando tapas leves no amigo. –Quer me matar do coração?
-Do coração não, mas de porrada talvez. Você está se envolvendo, Vanessa.
-Não estou, Alex. –Revirou os olhos.
-Sim, está. Eu te conheço muito bem para saber disso.
-Eu já disse que não estou envolvida emocionalmente com o Zac, mas você não acredita e eu não sou nenhum papagaio para ficar repetindo isso.
-Se você assumir, eu paro de insistir, prometo.
-Assumir o que, pelo amor de Deus?
-Não acredito que você tem coragem de mentir na minha cara, Vanessa. Não depois de tudo o que passamos.
-Alex, pela milésima e ultima vez: Eu e Zac nunca passamos da zona de amizade. Se temos essa química é porque é um tipo de "bônus" que veio no meu pacote. Nem considero amizade já que não foi do modo convencional, mas mesmo assim. A gente se dar muito bem, pelo menos na maioria das vezes, e somente isso. Não tem sentimento algum envolvido.
-Mas eu vejo como você olha para ele.
-Com os mesmos olhos que olho para você, para o James, para Jason. –Suspirou cansada. –Vocês são meus amigos e eu agradeço por terem me apoiado nos momentos que precisei. Ele está fazendo o mesmo agora; está me ajudando e me dando todo o suporte que preciso nessa nova vida. Não posso ser ingrata e dizer que o que você quer ouvir. Ele me faz bem e eu gosto dele, mas não do modo que você diz.
-Me promete que nunca vai se envolver?
-Eu não posso te prometer isso, Alex.
-Viu? Isso significa que tem sentimento sim.
-Eu não posso prometer nada, porque não sei o dia de amanhã. Eu não tenho o controle sobre a minha vida, nunca tive. E nem se tivesse eu o faria. Não tenho que dar satisfação da minha vida a ninguém, muito menos a você que até no meu aniversário fica me azucrinando. Por favor, Alex. Já deu por hoje. –Se libertou do aperto do amigo e se trancou no banheiro.

Aquele banho foi o mais demorado que havia tomado. Lavou os cabelos e fez uma hidratação profunda em cada uma das mexas. Depois disso, mergulhou na banheira e ficou brincando com a espuma até seus dedos se engelharem mais ainda. Quando eles já estava sem nenhuma sensibilidade, resolveu repetir o processo de hidratação. Estranhou quando ouviu batidas na porta.

-O que é, Alex?
-Sou eu, Vanessa. –Zac resmungou. –Estás bem? Nunca demoraste tanto em um banho.
-Estou bem, só lavando o cabelo.
-Fio por fio? –Ironizou. –Saia logo dai que precisamos conversar.
-Estou no meio de uma hidratação, Zac. Vou demorar uns quinze minutos.
-Então abra a porta.
-Não mesmo.
-Quer que eu arrombe? –Desafiou-a.
-Me de cinco minutos que já estarei no quarto. –Respondeu depois de revirar os olhos. Ele sabia ser tão controlador as vezes.
-Quatro minutos e meio só por ter revirado os olhos. –E se afastou da porta deixando-a boquiaberta. Em pouca semanas de convivência ele já a conhecia muito bem. 

Lavou os cabelos as pressas e começou a vestir a peça que tinha levado. Combinaria perfeitamente com o vestido justo que tinha separado para usar durante o dia. Quando estava terminando de fechar o zíper, a porta se rompeu.

-Zachary Efron! –Berrou. –Privacidade.

-Pontualidade! –Disse puxando-a para o corredor. –Leslie, arranje alguém para concertar a porta. –Ordenou para a governanta que estava na sala com os amigos de Vanessa.
-Eu estava terminando, não precisava disso.
-Sim, precisava. Você passou quase uma hora e meia dentro daquele banheiro.
-Eu estava hidratando meu cabelo, ou melhor, tentando. Os cinco minutos não serviram nem para tirar o creme direito.
-Não me culpe, foi você quem escolheu o tempo. –Disse entrando no quarto. –Sente-se.
-Espero que seja algo realmente importante. –Bufou.
-Para mim é. –Disse respirando fundo e ela se preocupou. Ele parecia nervoso. –Não sei se você percebeu, mas eu fiquei distante essa semana. Não foi somente pelo seu aniversário. Durante uma reunião com os agentes seniores, o Agente Walter sugeriu que devíamos avançar na nossa relação. Já estamos aqui há doze semanas e nosso tempo está se esgotando. Precisamos que você se dedique mais nos treinamentos pois vamos te inserir aos poucos em missões de treinamento.
-E então? Avançaremos de que maneira? Vamos adotar um cachorro, um bebê?!
-É um pouco mais complexo. –Disse retirando uma pequena caixa do bolso.
-Zac? Não está pensando em... –Sorriu nervosa. Não! Isso era demais.
-Sim, Vanessa. Precisamos noivar. –Ela respirou fundo. "Bem, noivado não significa casamento" pensou.
-E o que eu tenho que fazer?
-Aceitar. –Disse não entendendo. –Você está bem?
-Ai, Zac. Mesmo que seja de mentira e que não signifique que realmente vamos nos casar, ainda me incomoda. É demais. A Gabriela vai se animar e até a Alexandra. Não podemos simplesmente adotar um cachorro, um papagaio ou um rinoceronte? Qualquer coisa.
-Calma, Vanessa. Em primeiro lugar: quem disse que não vamos nos casar? Você não queria um conto de fadas aos olhos de seus amigos? Nem que seja no civil vai acontecer.
-Ah, claro. Como eu não pensei nisso antes? –Ironizou. –Vocês forjam mortes, por que não casamentos? Acontece, Efron, que isso é demais. Além de brincarem com sentimentos, brincarão com Deus. Eu não sou religiosa, mas sei que isso é errado.
-Eu disse civil, Hudgens. Não sou tão frio a ponto de planejar um casamento na igreja, e quero lhe lembrar que estou fazendo o que você me pediu. Além do mais, não durará muito. Já estamos planejando um acidente fatal. Talvez na nossa lua-de-mel, não sei bem.
-Você pode achar que não, mas isso vai machucá-los ainda mais. Por quê não "morremos" logo?
-Por que seria obvio demais para Flecher. Não pense que estou contente com isso, pelo contrário. Fico sem dormir pensando no que isso causará aos seus amigos. Acredite ou não, mas eu gosto deles. Menos de Alex. A propósito, você me confundiu com ele. Por quê?
-Nós tivemos uma pequena discussão no corredor, nada de mais. –Disse se levantando. –Eu não estou preparada para isso. De verdade!  –Ela disse indo até as portas de vidro da sacada. Espiou pelas cortinas e viu os amigos perto da piscina conversando e brincando. –Vai ser difícil levar a mentira a esse nível.
-Eu sei, mas nós temos que continuar. Você não quer um "final feliz" para nós? Então, esse será o nosso "fim".
-Com morte! –Gruniu. –Porquê tudo tem que acabar em morte para vocês? Não cansam de forjá-la?
-Não.
-E medo? Nem uma faísca de medo de que aconteça de verdade?
-Só no início, depois você se acostuma.
-Claro, por quê é muito comum você chegar no trabalho as sete da manhã, se acomodar na sua mesa e enquanto toma um café, inicia o seu hábito de forjar a morte de desconhecidos ou até mesmo a sua própria morte, com certeza.
-Deixe de bobeira. Vamos ter um relacionamento lindo, como nos contos de fadas. Eles vão gostar, você vai ver.
-Espero... oh merda. –Disse fechando as cortinas novamente.
-O que foi?
-Acho que o Alex me viu.
-E?
-E eu já tenho problemas suficientes com ele achando que nós temos algo.
-Agora ele vai ter a certeza. –Sorriu.
-Não tem graça. –Disse fazendo bico.
-Ei, não me culpe. É você que está usando um espartilho sexy enquanto olha pelas janelas transparentes.
-Ele vai achar que nós... você sabe.
-E a culpa não é minha. Eu vim tomar banho, você que me seguiu.
-Não me amole, Efron.
-Não me amole você. Anda, me dá o seu dedo. Preciso vê se acertei no tamanho do anel.
-Pega qualquer um no meu porta jóias. Eu realmente não quero fazer parte desse plano sujo. –Disse se enrolando no robe.
-Não vai descer?
-Vou.
-E por quê pôs o robe novamente?
-Argh! É isso que você faz comigo; me confunde. –Disse largando a peça no chão. Vestiu a roupa que tinha separado e calçou as sapatilhas que estavam no canto. Prendeu o cabelo e depois de colocar os brincos, olhou para o companheiro de quarto que a observava. –O que foi?
-Você.
-O que tem eu?
-Você me confunde. –Bufou. –Eu tento te entender, mas... É complicado. Você age de uma maneira, mas depois diz coisas que não condizem com seus atos. Eu vou enlouquecer desse jeito.
-Não tente decifrar as mulheres, é tolice.
-Está vendo? –Gritou.
-O que foi dessa vez?
-Seu olhar e sua posturam falavam "eu te ajudo" mas suas palavras são críticas. Eu desisto, Vanessa. Vou pedir ao Ian que assuma a missão. E não se preocupe, nossa morte será em breve, como você pediu. –Disse indo até a sacada.
-Você está brincando comigo? –Questionou seguindo-o. –Você acha que pode fazer isso com as pessoas? Você que vai me enlouquecer, Efron. Me promete o céu e a terra e depois me critica como se eu não merecesse o ar que respiro. Eu... eu realmente não vou discutir com você com uma platéia. –Disse voltando para o quarto.
-Vanessa, nós precisamos conversar.
-Eu preciso descer...
-Para que? Quer ser questionada até explodir? Temos que resolver isso. Você diz que eu te confundo, mas você que faz isso comigo. Me diz como? Sempre procuro deixar tudo explícito.
-Ah claro. Então me diga: porquê você faz isso comigo?
-Isso o que?
-Isso. –Disse o beijando. No começo ele aceitou o beijo, mas logo se afastou. –Está vendo? Você me aceita e depois me despreza. É isso que me confunde.
-Vanessa... você não está se deixando envolver, está?
-Não, é claro que não. –Disse firme. –Mas querendo ou não, isso me confunde. Não sei se você fica comigo por que gosta de mim ou por obrigação.
-Nós já conversamos sobre isso. Temos uma amizade colorida, não foi assim que você disse?
-Sim, eu me lembro.
-Então, o que você quer mais? Flores, chocolates?
-Não, Zac. Quero mais atenção. Você só me conta as coisas quando não tem mais como esconder. Cansei disso. Detesto ser a última a saber dos assuntos que me envolvem.
-Tudo bem. Vou tentar te por apar de tudo a partir de agora.
-Obrigada. –O abraçou.
-A propósito, nós temos compromisso hoje a noite. Lembra?
-Sim, mas você até agora não me disse em que lugar será.
-Como a aniversariante está exigente. Será em uma boate, coisa simples. Ian quem decidiu isso.
-Nossa, obrigada por esclarecer. Não consigo imaginar você num lugar desses.
-Vou levar isso como elogio. –A beijou. –Além do mais, eu vou te pedir em casamento no meio da festa.
-Bom saber.
-Promete que não vai chorar. –Sorriu.
-Acho bem difícil. –O beijou novamente. O beijo se intensificou e Z precisou apoiar as costas na porta da sacada. Segundos depois, a porta abriu.
-Acho que vou ter que trocar essas fechaduras. Estão frágeis. –Ele disse observando os pedaços que sobraram. –Vamos, temos um almoço para ir.
-Onde?
-Surpresa.
-Odeio surpresas.
-Ai já não é problema meu. –Provocou fazendo ela lhe dar língua.

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Hey giiiiiirls. Zilhões de desculpas pela demora. Foram trabalhos, seminários, resumos e ENEM para fazer. Estou tão sem tempo que até desatualizada sobre meus ídolos estou. Graças a Deus já estamos em novembro \o/ Farei de tudo para postar mais frequentemente. Enfim, agradeço a quem comentou. Espero que gostem do capítulo. Eu queria agradecer a Margarida Oliveira por sua belíssima e gigantesca contribuição com esse capítulo. Ela escreveu uma bela parte para mim (que eu adaptei com a permissão dela, claro) e obviamente eu não poderia deixar de divulgar a nova fic dela chamada Um quarto em Paris que está no inicio e já me deixando descabelada de curiosidade. Leiam, sigam e comentem. Vale a pena. Por hoje é só.
Xx