Páginas

segunda-feira, abril 13, 2015

Capítulo 47 – DEDICADO A MIGA ÍNDIA

ANTES DE TUDO: Capítulo dedicado a índia mais kenga que eu conheço. Nayla, é pra vc miga.
************************CAPÍTULO************************

-Italia, la mia bella Italia. (Itália, minha bela Itália.) –Gabriela bradou saindo do jato privado de braços abertos.
-Desde quando você fala italiano? –Vanessa questionou sorrindo.
-Não falo nada além do básico. Mamma, papá e pizza.
-Pizza é universal. –Riu.
-Quase universal. –Z disse abraçando a namorada. –Querem ir para o hotel ou para a casa dos Garcia?
-Hotel? Para que? Vamos todos nos hospedar na casa da mamãe, certo?
-Não. –V disse sorrindo sem jeito. –O Zac e eu...
-De jeito nenhum! Ele eu até entendo, mas você? Somos amigas e a casa é grande; podemos dormir juntas de novo.
-Mas ele é meu noivo e...
-E nada! Vocês já moram juntos e bem longe de mim, então, você vai dormir comigo.
-Não, eu preciso...
-Precisa de nada. –Bufou. –Você dorme comigo e depois vocês saem pra passear. –V encarou o namorado e negou com a cabeça. Gabriela saiu na frente deles, que sorriram comemorando silenciosamente. O plano estava correndo como planejado. –A propósito, meu pai disse que quer conversar com você, Zac. –Ela avisou se virando e os dois se encararam. O que Enzo poderia querer com Zac? –Eu acho que é sobre a Vanessa, afinal, ele gostou muito dela e se comoveu com a história de perder os pais e tal.
-Não gostei de nada disso. –V disse segurando na mão do namorado assim que a amiga se virou novamente.
-Nem eu, muito menos da desculpa que ela deu. Preocupado com você? –Debochou. –Ele vai te encurralar na primeira oportunidade.
-Já estou pronta pra chorar, não se preocupe. –Suspirou. –Mas você...
-Eu vou ficar bem. Deve ser uma conversa sobre meu pai e o seu. Se ele se comoveu com você, o que acho difícil porém não impossível, vai querer saber se isso é alguma armação do FBI e se eu vou te largar.
-Também quero saber isso. –V sorriu com a careta que ele fez. –O que?
-Eu devia te bater por ter falado isso.
-Mas não se pode bater numa mulher grávida.
-Você não está grávida de verdade.
-Estou até que se prove o contrário. –Fez bico.
-Não se lembrou disso ontem a noite, não é? –Ela riu.
-O que eu fiz ontem a noite?
-Você encheu a cara.
-Isso eu lembro; e o que mais? Acho que foi tão insignificante que eu esqueci.
-Mais tarde eu te lembro, pode deixar.
-Ui, toda noite agora, é?
-De dia também.
-Você gosta da coisa, hein? –O olhou maliciosamente.
-Depende de quem faz também.
-Hmmm, gostei da ideia, sabia? Mas acho que precisamos tomar cuidado com essas “conversas” quando colocarmos as escutas.
-Eu dou o meu jeito, não se preocupe.
-Posso fazer uma pergunta? –Ela perguntou e Zac estranhou a mudança no tom de voz.
-Claro.
-Você pensa em assumir a gente? Seja sincero.
-Não no momento. Precisamos nos dedicar e fazer um bom trabalho em dupla, aí então, nós vemos isso.
-Entendi.
-Não pense que eu não quero, é só que... Todos vão falar, entende? Não quero você passando por isso.
-Eu entendi, não se preocupe. –Forçou um sorriso e Z a abraçou. –É sério, amor. Também não quero ninguém falando da gente.
-De verdade? Você não está me enganando, certo?
-Não. –Sorriu.
-Olha lá. Se eu te ouvir choramingando por aí, vou te dar um cascudos.
-Você não vai ouvir nada, não se preocupe.
-Vanessa...
-É sério. –Riu. –Estou bem. Deixa essas oferecidas darem em cima de você o quanto quiserem. –Se aproximou do ouvido dele. –Quem dorme nua na sua cama, sou eu. –Depositou um beijo no canto da boca dele e se afastou.
-Você não deveria fazer essas coisas. –Z disse respirando fundo. –É difícil, sabia?
-O quê? As imagens aparecem na sua mente enquanto eu falo, é isso?
-Sim.
-Bom saber. –Sorriu maliciosamente e o arrastou pelo saguão do aeroporto.
-Você sabe aonde estamos indo?
-Estou seguindo a Gabriela.
-E ela sabe pra onde está indo?
-Deve saber. –Z assobiou alto. –Ei.
-O quê? É melhor do que gritar.
-E agora todos estão olhando pra gente.
-E a Gabriela está vindo, ué.
-Você já foi mais discreto.
-E você mais liberal.
-Amadureci com o trabalho.
-E eu apodreci com você.
-Ridículo. –Riu. –Eu amo você. –Lhe deu um beijo rápido.
-Ok, me chamaram pra isso? –Gabriela perguntou cruzando os braços.
-Temos que pegar as malas. –Z disse.
-E porquê você não pega? Não é cavalheiro?
-Qual é o seu problema? –V se posicionou na frente dele como se para protegê-lo. –Do nada ficou azeda.
-E não tenho razão? Você quer dormir num hotel barato com ele!
-Eu dormiria debaixo de uma ponte se fosse preciso. Ele é o meu noivo e pai do meu filho, que coisa. –Bufou. –Achei que já tínhamos decidido isso.
-Decidimos o que? Que fui idiota pedindo pra arrumarem um quarto pra nós duas?
-Você deveria ter me consultado. –Fingiu pensar. –Posso até dormir com você, mas apenas uma noite.
-Nem sabemos quanto tempo vamos ficar aqui.
-Você pode não saber, mas eu tenho um emprego e data pra voltar. Três dias no máximo, ouviu?
-E você não pode dormir hoje e a última noite comigo?
-Não é tão simples. Eu durmo com o Zac há quase um ano, então, é difícil me afastar.
-Mas ele não tem trabalhos noturnos?
-E dai? Eu mantenho contato com ele o máximo possível, até por que, a maioria dos serviços noturnos são nos finais de semana.
-Quer dizer que em vez de trabalhar, vocês ficam de papinho?
-Quando ela decide dormir, eu fico falando por que ela só dorme assim. –Z disse colocando as malas num carrinho.
-Assim como?
-Com minha voz ou meus braços. –Deu de ombros.
-E você adora essa dependência, não é?
-Se você diz.
-Parem. –V pediu. –Se eu sou dependente do Zac ou não, isso já não é da conta de ninguém.
-Tudo bem, não vou falar mais nada, mas só porque eu prometi. Do contrário, você ia se ver comigo.
-Ok, Gabi; vamos?
-E para onde?
-Fazer a minha reserva. –Z disse.
-Deixe a gente em casa e depois veja isso. –Gabriela falou de cara amarrada.
-Eu preciso escolher o hotel junto com ele.
-Mamãe e papai podem indicar algum hotel bom e barato.
-Eu não ganho tão mal assim, Gabriela, e mesmo se fosse. –Z disse se zangando.
-Não entendi aonde você quer chegar.
-Não quero chegar a lugar nenhum; só quero que você entenda que a Vanessa não passa nenhum tipo de necessidade comigo e nem vai passar.
-Claro que não, Don Juan, por que você tem dinheiro suficiente para se hospedar no Caesar Augustus. –Ironizou.
-Sim, eu tenho, até no JK Capri se ela quiser, mas eu prefiro um simples, de duas estrelas, como o Capri Wine.
-Um hotel no meio de uma plantação de uva? Sério?
-Qual o problema?
-Ela está grávida, é esse o problema!
-Porquê a gravidez dela é um problema pra você?
-Não estou falando da gravidez em si, e sim da grávida. A Vanessa ama vinho, e estamos na Itália, o lugar das massas e dos vinhos. –Bufou. –Ela não pode beber.
-Eu sei disso.
-E ainda quer levá-la para o Capri Wine?
-É um lugar pequeno, calmo e aconchegante; perfeito para nós dois.
-Mas...
-Eu sou adulta, Gabriela. Não preciso de babás me dizendo o que posso ou não fazer. –V disse para a amiga. –E eu prefiro esse do que o JK.
-Você só pode estar de brincadeira. O lugar é lindo!
-Eu sei, mas o preço é absurdo. €700.00 por noite? Isso é um roubo! Prefiro pagar €85.00 no outro que fica bem no centro da cidade.
-Você só fala isso pra não perturbar seu noivinho.
-Gabriela, o Zac não é pobre. Eu não sei de onde vocês tiraram isso por que nunca falei nada do salário dele ou algo do tipo. –Negou com a cabeça. –Só porque ele é segurança particular? Ele ganha muito com isso, sabia? Mais do que a Alexandra com seu currículo cheio de cursos e diplomas. Experiência é o que realmente importa nos dias de hoje, sem contar que já deixei claro que é ele quem me mantém e mantém a casa.
-E quem garante que é verdade? Se ele que administra as finanças, talvez use o seu dinheiro e você nem sabe.
-Ele tem um apartamento num condomínio fechado na França junto com um carro de ultima linha e, uma moto. Em Los Angeles tem outro apartamento, outro carro, uma moto que eu faço questão de deixar na garagem, sem contar o sistema de segurança, os móveis, a governanta, os treinos... –Disse enquanto enumerava com os dedos.
-E o que tem demais nisso? Financiamentos existem.
-Ele me deu um anel de diamante na primeira semana de namoro, e que eu saiba, isso não se financia. Porquê você acha que ele é pobre?
-Ele não faz o seu tipo!
-Meu tipo?–Riu. –Eu já namorei um cara que sobrevivia com meio salário.
-Eu não quis dizer só por isso. Sei lá, Vanessa. Vocês parecem tão diferentes um do outro.
-Os opostos se atraem, sabia?
-Mas ele não faz seu tipo. É frio e calculista, e que eu saiba, você sempre viveu no limite da vida.
-As pessoas mudam, Gabi, e mesmo correndo o risco de levar uns cascudos eu vou falar: ele pode ser frio pra vocês, mas pra mim, é como o inferno.
-Você tem razão. –Z disse puxando Vanessa com o braço livre. –Você vai levar uns cascudos sim. –A beijou na testa e ela o abraçou. –Não adianta ficar de chamego, não.
-O que eu falei de errado?
-Você falou, esse é o problema! Quem te deu autorização pra ficar fazendo minha propaganda por aí, mocinha?
-Ué, e precisa? Estou fazendo um favor de anunciar o produto sem cobrar nada.
-Favor? Certo. Vou começar a gritar suas qualidades por aí pra vê se aparece um comprador.
-Não estou a venda.
-É verdade; está meia acabadinha e ninguém gosta de coisas usadas.
-Só você, né?
-Sou um colecionador de mão cheia.
-A mão tem que ser cheia mesmo pra compensar a cabeça vazia. –Z fingiu estar bravo e ela o beijou sorrindo. –Eu amo você, meu bonequinho raivoso.
-Se você falar isso de novo...
-Falar o que, bonequinho? Já tá com raivinha, é?
-Vanessa...
-É pelo Hudgens. –Relembrou-o se afastando do abraço. –E além do mais, é um apelido fofo.
-É ridículo!
-Veio do fundo do meu coração! –V se fingiu de ofendida. –Vamos embora, Gabi. Não quero mais casar com esse troglodita.
-Mas vai, nem que seja arrastada pelos cabelos.
-Ai que selvagem.
-Você não viu nada. –Falou com a voz rouca.
-Pior que eu vi sim, e até demais, sabia? Não quero nem pensar nos hematomas.
-Vou te mostrar o que são hematomas de verdade quando chegarmos no Capri.
-Pena que não vai ser dessa vez, né, amor? Vou dormir com a Gabi hoje.
-Vamos ver. –V riu e o abraçou.
-Meu tchutchucu”.
-Queria saber o que deu em você pra me chamar dessas coisas.
-Não foi bem o que me deu, e sim o contrário.
-Vanessa Hudgens! –Ela gargalhou. –Você está terrível, menina. –A abraçou. –Caladinha durante o resto do caminho. –Z falou parando ao lado de um carro prata. O bagageiro se abriu e ele colocou as malas lá.
-E esse carro é de quem? –Gabriela perguntou ao notar que estava sem placa.
-Meu. –Z respondeu abrindo a porta do passageiro e em seguida a do carona.
-Então tá né. –Entrou desconfiada.
-Amor...
-Não. –Z choramingou ligando o carro e Vanessa começou a rir. –Fala.
-Só ia falar que amo você.
-Sei.
-É sério.
-Aham.
-Que totosa essa bochecha, meu Deus. –Apertou o namorado e Z gemeu. –Que coisa mais linda.
-Você vai pagar por isso.
-Pode vim, bebezão. –Riu e Gabriela começou a tossis descaradamente. –Doente? –Perguntou encarando a amiga.
-É só uma alergia a “besteirol de apaixonados”.
-Acho melhor eu ficar no hotel com o Zac mesmo. Não quero que se agrave.
-Engraçadinha.
-----x-----x-----x-----x-----x-----

 Hey hey hey, como estão? Capítulo novo em folha. Estava pronto há alguns dias, mas eu não tive tempo de corrigir pelo pc antes, mas enfim, consegui postar agora. Se vou chegar um caco na faculdade amanhã? Provavelmente, mas a gente segue em frente haha. Será que a Gabriela está aprontando algo mesmo ou só quer a Vanessa pra ela com inocência? ¯\_()_/¯ Não sei de nada. Bem, estou desmaiando de sono aqui. Quero agradecer aos comentários, sério, vocês me divertem. Paula A, que bom vê você por aqui de novo. Espero que esteja tudo nos conformes agora e que você goste do capítulo. Nayla, você não tem querer sua kenga. Julia Andrade, quem sabe o que essa viagem reserva? Outra Paula, para de desejar menino, que coisa. IT'S NOT TIME. Not yet... Anyway, espero que gostem do capítulo. Não prometo nada muito rápido já que as provas estão na porta, aff.
Xx

quarta-feira, abril 01, 2015

Capítulo 46

-Sim, Smith, eu sei o que eu tenho que fazer. –Vanessa ouviu a voz baixa de Zac, mas se recusou a abrir os olhos. –Ah, me desculpe, mas eu não posso fazer nada a respeito do horário. {...} Sim, eu sei que deveria ter acordado antes, mas estava ocupado cuidando de uns assuntos com a Vanessa. {...} Ah claro, eu transei com ela, com certeza. –Ironizou e V deu um pulo da cama. –Ela acordou; nos dê meia hora. –Desligou e ela o encarou. –Bom dia! –Sorriu alegremente.
-O que aconteceu?
-Perdemos o voo, mas não se preocupe, eu consegui vagas no próximo. –A beijou rapidamente. –Você tem quinze minutos pra se aprontar.
-Que história foi essa de "eu transei com ela"?
-Ele perguntou se tinha acontecido algo entre a gente por conta do atraso e eu ironizei.
-E ele?
-Riu e mandou a gente se apressar. Desculpe, mas o café-da-manhã na cama vai te que ficar pra próxima. –Se levantou.
-Aonde vai?
-Terminar de conferir umas coisas. Por favor, não demore.
-Certo.
-Ah, a Gabriela ta lá fora.
-Na sala?
-Não, lá fora mesmo. Eu não sabia se devia deixar ela entrar e correr o risco de te ver assim.
-Não sou tão monstruosa como você pensa. Está frio, então, deixe-a entrar.
-Certo, madame, mas se apresse.
-Já vou. –Se enrolou num lençol e correu para o banheiro.

Tinham perdido a hora, que droga! Mentir pro Smith até que seria fácil, mas Gabriela desconfiaria assim que a visse. Os cabelos estavam mais rebeldes do que nunca, as bochechas coradas além da conta pra quem tinha acabado de acordar e o corpo mole, dolorido e... marcado?!

-Zachary Efron! –Vanessa gritou de frente pro espelho e a cabeça dele logo surgiu pela porta. –O que diabos você fez comigo?
-Fiz o que? Está doendo?
-Estou toda chupada, olha só. –Apontou para as marcas. –Seu monstrinho sugador de peles alheias!
-A das maçãs você consegue esconder, e a do pescoço até que é fácil. –Deu de ombros. –Cachecóis e lenços é o que você mais tem.
-Só por que não quero ser vista como uma maníaca sexual, mas você trate de mudar esses hábitos agressivos.
-Certo.
-Isso vai durar semanas e eu tenho treinos. Não posso usar cachecol em pleno verão.
-Isso não dura cinco dias, Vanessa, e existe maquiagem.
-Ainda está vermelho, depois vem o roxo, o verde e só então o amarelo. –Bufou.
-Deixe de manha e vá tomar banho; não temos tempo.
-Vai ter volta.
-Quero só descobrir como. Minhas costas estão sem espaço para arranhões.
-Nem me olhe assim por que eu nem cheguei perto delas.
-Não que se lembre, né? Estava ocupada demais gritando. –Negou com a cabeça. –Depois eu te mostro, mas se apresse ou eu mesmo vou aí te dar um banho.
-Não seria má ideia.
-Vanessa!
-Ai que chatinho. –Resmungou largando o lençol no chão. –Esperava mais de você hoje de manhã.
-Deixa pra próxima, já disse. Não temos tempo agora. –Fechou a porta e ela revirou os olhos.

A água quente era relaxante e ao mesmo tempo a ajudava disfarçando as marcas avermelhadas. Se ensaboou debaixo d'água mesmo e evitou molhar os cabelos. Iria precisar deles secos para esconder melhor o pescoço.
Vanessa sabia que não tinha tempo para ficar provando roupa, então, montou um look na mente sem esquecer do cachecol, claro. Resmungou ao perceber que não tinha levado a toalha novamente, só que dessa vez não poderia sair nua pelo apartamento sabendo que tinha visitas. Provavelmente Gabriela não estava sozinha. Revirou os olhos e gritou o nome do namorado de novo.

-Sim? –Ele perguntou com a cabeça na porta.
-Preciso de uma toalha.
-Ok. –Dois minutos depois a mão dele apareceu pela porta com um roupão longo e V teve a certeza de que Gabriela não estava sozinha.
-Bom dia Gabi, Jason, Alex... Juan Pablo? –Se assustou com o ultimo. –O que é isso? Reunião do Clube TCZ aqui e eu nem fiquei sabendo?
-Clube TCZ? –Gabriela perguntou.
-Todos Contra Zac. –Deu de ombros. –O que fazem aqui?
-Com certeza não vieram te vê só de toalha; some. –Z a empurrou até o quarto e fechou a porta.
-Estou com um roupão, querido, e ele vai até o pé.
-Continua nua aí debaixo. –Bufou. –Se vista ou vamos perder o voo de novo.
-Desde quando você ficou tão ciumento e mandão?
-Mandão eu sempre fui, e ciumento desde as duas da madrugada ou algo assim. –Falou a puxando pelo braço. –Já disse que você é só minha.
-Eu sei e até gosto da ideia. –Puxou o braço. –O que me desagrada é esse ciúme bobo.
-Seu ex ta lá fora junto com um que gosta de você e já te agarrou a força e o outro que só gosta de você. É escadinha, é?
-Idiota. –Revirou os olhos. –Vou me vestir; dê licença.
-Se apresse ou não vamos ter tempo nem de comprar café.
-Ah não, amor. Estou com muita fome. –Pulou no pescoço dele.
-Imagino, mas não tenho nada na geladeira além de frutas e mel.
-Faz uma salada de frutas então. –O beijou. –Você é ótimo nisso que eu sei.
-Só porque é algo rápido. –Se soltou dela. –Mas se apresse ou nada de salada nem de fruta nenhuma.
-Ok.
-Ah, Vanessa? –Chamou da porta. –Quer maçã?
-Sai daqui. –O empurrou pra fora gargalhando.

Zac não esqueceria esse assunto tão cedo. Além de ser a primeira vez deles, foi a transa mais estranha que ele tinha tido. Primeiro ela o seduziu de todas as formas possíveis enquanto o embriagava, depois resolveu chamar as preliminares de "exploração" como se os corpos fossem territórios; em seguida falou de frutas e o seduziu novamente para logo depois fez pesquisas sobre o assunto. Definitivamente, Vanessa era imprevisível. Riu sozinho enquanto cortava as frutas na cozinha.

-Vocês não querem nada mesmo? –Z perguntou para os amigos dela mais uma vez.
-Não, obrigada. –Gabriela respondeu sorrindo falsamente. –Você não tem medo de se cortar?
-Tenho treino. –Sorriu e brincou com a faca assustando os amigos ela. –Facas e lutas corporais são meu ponto forte, tirando o tiro ao alvo, claro.
-Vous essayez de me faire peur? (Você está tentando me assustar?) –Juan Pablo perguntou.
-Vous êtes dans mon territoire, petit garçon. (Você está no meu território, garotinho.) –Sorriu e colocou a faca na boca enquanto misturava as frutas.
-Buh. –Vanessa surgiu por detrás dele. –Odeio quando você não finge que se assusta. –Tirou a faca da boca dele e espetou um pedaço de maçã com a ponta.
-Seja discreta da próxima vez. –Ela tentou espetar mais um pedaço e Zac lhe deu um tapa. –Não está pronto.
-Chato.
-O chato vai precisar arranjar outro avião por que a senhorita quer comer.
-Você acordou tarde e a culpa é minha?
-Você sabe que é. –A olhou pelo rabo de olho enquanto espalhava mel pelas frutas.
-Ah, claro. –Ficou na ponta do pé e fez bico. –Beijinho. –Pediu com voz manhosa. Z revirou os olhos e fingiu não ouvir. –Beijnho. –Pediu de novo. –Se você não me obedecer eu vou te furar. –Ameaçou com a faca e ele riu. Vanessa bufou e tentou aplicar o golpe, mas ele foi mais rápido a virando e colocando a faca perto do pescoço dela.
-Como disse?
-Bobo. –Z lhe deu um beijo rápido e a soltou. –Custava dar logo?
-Sim. –Pegou uma colher e começou a servir dois copos médios. –Você não está merecendo.
-Fui tão mal assim?
-Você foi ótima, mas depois nos fez perder dois voos e colocou a empresa de cabeça pra baixo.
-Só porquê perdemos os voos?
-Eles estavam monitorando e o Axel encontrou alguma coisa errada naquele seu documento. Não podíamos ter perdido o voo.
-E agora?
-Vamos precisar ir num privado.
-Mas e a...
-Ainda estou pensando no que fazer. –Ela concordou com a cabeça e voltou para o quarto.

A “empresa” significava agência e o “documento” era algo relacionado ao Flecher. Será que ele estava na França ou tinha embarcado pra Itália e estava esperando por eles? Logo uma outra pergunta pairava na mente de Vanessa: Enzo seria amigo ou conhecido de Flecher? Impossível não era, afinal, máfia e um procurado do FBI são caras que se dariam muito bem. Nenhum gostava do FBI e do seu trabalho, logo, não gostavam dos agentes. E o mais difícil: Como iriam colocar Gabriela num jato privado do FBI sem que ela questionasse nada? V já tinha visto um deles de longe e sabia que eram mais do que diferentes por dentro.

-Ai que susto, homem. –Pôs a mão no peito assim que se virou. –Zachary, você precisa parar de me assustar assim.
-Você tem que observar mais o seu redor, Vanessa. Prestar mais atenção nos sons e nas pessoas sem deixar transparecer. –Entregou um copo pra ela. –Seu café da manhã.
-Como vamos colocar a Gabriela num jato privado?
-Não sei ainda, mas o Smith está pensando em dopá-la.
-De jeito nenhum. –Se levantou. –E o que o Flecher fez dessa vez?
-Bom, ele não está na casa que estava há dois dias atrás.
-Vocês sabiam o paradeiro dele?
-Achávamos que sim; começamos a receber pistas que nos levaram direito para o ex esconderijo dele, mas descobrimos que ele só quis brincar com a gente e nos distrair.
-E não deixou nenhuma mensagem?
-Escreveu com o sangue de algum animal duas letras em todos os cômodos.
-Quais letras?
-VH. –Vanessa sentiu um arrepio pelo corpo. –Ele está atrás de você, e talvez esteja mais perto do que imaginamos.
-Ele e o Enzo não são amigos, ou sei lá, conhecidos?
-Enzo é um mafioso mas quer o bem da filha e só se mete com gente do mesmo nível.
-E o Flecher está abaixo dele?
-Acima. Flecher sabe fazer coisas como bombas com pouca coisa e seria perigoso demais para o Enzo ou qualquer outro integrante da máfia se meter com alguém tão incontrolável e inconstante como ele.
-Agora estou mais do que nervosa em levar a Gabriela. E se ela acordar no meio da viagem? E se o Enzo descobre? E se acontece alguma coisa com ela e o Enzo fica contra a gente?
-Assim como o Flecher está acima do Enzo, nós também estamos. Ele pode fazer o que for, mas o FBI sempre estará um passo a frente dele e do resto do mundo. Não se preocupe; esses seus e se's não vão acontecer.
-Ainda tenho medo. –Disse olhando a salada de frutas intocável. –Perdi até a fome.
-Mas vai comer nem que seja a força. Você precisa se alimentar depois de ontem a noite. Bebeu tanto que eu até estou estranhando você não estar de ressaca.
-Desde que eu te conheço que eu não sei o que é uma ressaca, não importa o quanto eu tenha bebido. –Deu de ombros.
-Eu também já percebi isso. –Se aproximou dela. –Coma.
-Mas...
-Ficar sem comer não vai mudar nada. –Fez carinho nos cabelos dela. –Nós temos apenas trinta minutos para chegar no aeroporto e pegar o jato.
-E a Gabriela não vai estranhar?
-Axel está tentando alugar um jato particular normal e seguro, só que não me deu notícias ainda.
-Achei que ele estava fora da missão.
-E está, mas teve que ser convocado para ajudar nessa nossa escapada desde o aviso do Flecher.
-Aviso. –Zombou. –Lembrete, isso sim. Fiquem de olho na Hudgens por que quero plateia quando for matá-la.
-Come meu bebezinho. –Fez bico e afastou o cachecol para poder beijar o pescoço dela.
-Meu pescoço já está bem marcado, senhor Efron.
-É só um beijinho de nada.
-Beijinho de nada, sei. –Ele riu e a abraçou. –Eu amo você e ontem foi... mágico! Muito obrigada, de verdade. –Sorriu com a cara de espanto dele. –O que foi?
-Porquê isso agora?
-Não tive tempo antes. –O beijou e em seguida devorou a salada de frutas em poucos segundos. –Vamos lá pra sala vê o que eles querem; precisamos ganhar tempo de qualquer jeito.
-Se você tiver um problema de indigestão mais tarde lembre-se de que a culpa foi sua por comer tão rápido. –A abraçou mais forte.
-Zac, não me ignore.
-Eles só querem pedir desculpas, Vanessa, mas depois vão soltar piadas e você vai se irritar e será aquela confusão. –Suspirou. –Vamos adiar isso, sim?
-Eu prometo que serei madura o suficiente pra ficar te agarrando em vez de brigar. –Brincou, mas ele não sorriu. –Qual é, amor. Quer fazer o que aqui olhando pro nada?
-Não posso ficar te abraçando olhando pro nada? –Zac parecia ofendido e Vanessa estranhou. Desde cedo ele estava diferente e ela sabia que não era por conta do Flecher e muito menos pelos atrasos. Ele estava carente e protetor demais, quase num nível obsessivo.
-Zac, o que aconteceu? Não me entenda mal mas é que... bem, você está muito grudento.
-Não posso querer passar um tempo a mais com você antes de te entregar de bandeja nas mãos de um mafioso por sei lá quanto tempo?
-Pode, mas não é só isso. Você sempre me pareceu meio machista na realidade.
-Eu só não sou de ficar me declarando na frente dos outros, mas sempre te papariquei na nossa intimidade.
-Mas nunca desse jeito.
-Vanessa, o que aconteceu ontem a noite?
-Nós fizemos amor.
-E eu te falei o que depois?
-Não estou reclamando disso, e nem vou. Na verdade só quero vê como vai ser com as nojentas que dão em cima de você no trabalho, mas enfim. Quero falar sobre a sua mudança repentina. Você está me escondendo alguma coisa?
-Eu tenho o que esconder?
-Você está na defensiva, carente e com proteção obsessiva, então acho que sim. –Cruzou os braços.
-Não houve nada, você está imaginando.
-Zachary, eu não sou idiota!
-São só problemas, Vanessa. –Resmungou. –Vou ficar longe de você sem saber como está indo e se devo interferir. –Bufou. –Maldita tradição de noivo não poder ver vestido.
-Na hora certa você vai ver.
-Dane-se, ninguém liga pra isso a não ser vocês mesmas. Queremos saber o que tem debaixo dos panos. –Subiu uma mão pela coxa dela que prendeu a respiração.
-Problema seu. –Se afastou. –Sorte que a Alexandra só vai amanhã e olhe lá. Ainda acho que ela não vai ou não se decidiu se vai.
-É seu vestido de noiva, lógico que ela vai.
-Espero. Querendo ou não, somos amigas. Me dói brigar com eles, mas é como se fosse necessário para poder crescer.
-E é necessário. –Deu de ombros.
-E aquele seu amigo do colégio militar?
-Não tenho amigos. –Disse friamente.
-Zachary, o que ele fez com você depois?
-Não é da sua conta!
-Eu sou sua namorada e vamos nos casar!
-Não é da sua conta, Hudgens! Fique fora disso. –Ordenou abrindo a porta do quarto. –Vou esperar no carro, por isso, não demore.
-Zachary! –Foi atrás dele. –Espera, Zac. Porquê não quer me contar? É tão ruim assim?
-Não é da sua conta, não entendeu ainda?
-Eu só quero saber...
-Pois não vai; fim de conversa! Você tem dez minutos. –Alex tentou puxá-la, mas ela foi atrás.
-Eu só quero me inteirar da sua vida como você faz com a minha.
-Querer não é poder.
-Zac!
-Hudgens, você está perdendo tempo. Sabe que eu não vou ceder.
-Só diz que não vai ficar com raiva de mim por isso.
-De você não, e sim de mim por ter falado além da conta. Vai conversar com seja amigos, vai.
-Me promete que depois vamos conversar?
-Não!
-Estou falando sobre nós e não sobre você.
-Não, e vai logo. –Ela se aproximou e o abraçou. –Não vou ceder.
-Pois não saio daqui. –Apertou os braços em torno dele.
-Vanessa, eu tenho coisas pra fazer.
-Não quero saber. –Imitou o tom de voz dele e o sentiu relaxar um pouco, porém continuava bastante rígido.
-Ok, foi engraçado, agora sai.
-Estou falando sério, Efron. Não vou sair daqui, até por que eu não tenho nada pra fazer mesmo. –Deu de ombros e o beijou. Ele ficou imóvel no início, mas depois relaxou a medida que o beijo foi esquentando. Estavam ofegantes quando se afastaram. 
-Ok, depois nós conversamos. –Z disse mais calmo. –Mas não sobre isso. Não tenho amigos e fim de papo.
-Só por enquanto, Efron. Ah, se me chamar de Hudgens de novo, eu vou chutar a sua cara.
-Porquê Hudgens?
-Zachary...
-O que foi Hudgens? –V o olhou de cara feia e ele a puxou para um abraço. –Minha Hudgenzinha.
-Minha mão vai parar na sua cara. –Ele a beijou rapidamente. –Vai comigo, por favor.
-Eu não. Seus amigos, seus problemas.
-Chato.
-Vou ficar atento, não se preocupe.
-E as malas?
-Já estão no carro.
-Sério?
-Está vendo como você é desatenta? Vamos trabalhar nisso assim que voltarmos.
-Sim, senhor Efron. –Sorriu. –Ahn, posso fazer uma pergunta?
-Esquece esse assunto, Vanessa.
-Só uma, juro. –Z respirou fundo e assentiu. –Ele te machucou?
-Não fisicamente.
-Ele te traiu, não foi? –Ele continuou calado. –Não precisa responder; eu te conheço bem o suficiente pra saber que só uma traição pode te afetar.
-Que bom que você sabe disso, senhorita Hudgens. Me agrada muito que você saiba com quem está se metendo.
-Você já se vingou dele?
-Não o suficiente.
-Se quiser minha ajuda pra seduzi-lo e depois chutar as bolas dele, é só avisar.
-Vou anotar isso. –Depositou um leve beijo na testa da namorada. –Vai lá falar com os seus amigos pra gente ir.
-Ok, mas me socorre em dez minutos. –Pediu dando mais um beijo nele e entrou no apartamento respirando fundo. –Certo, podem iniciar a reunião do clubinho. –Falou sentando no sofá.
-Só quero saber se você tem certeza disso. –Alex disse sério.
-Achei que já tinha deixado bem claro minhas decisões.
-Ok, não foi isso que vocês vieram fazer, não foi Alex? –Gabriela o cutucou com o cotovelo. –Eles querem se desculpar por toda a intromissão na vida particular de vocês.
-Só eles? –V arqueou uma sobrancelha.
-Eu falo com você no avião. –Gabriela disse levantando. –E a propósito, posso saber porquê vocês perderam a hora se saíram do restaurante antes das 21h com a desculpa de que não queriam se atrasar?
-Imprevistos. –Disse sentindo o rosto corar. Droga, Vanessa. Controle-se!
-Eu vi embalagem de pizza na cozinha.
-Sim, nós pedimos para comermos na tranquilidade de casa já que não tivemos oportunidade no restaurante. –Fitou os dedos.
-Eu vi vinho também.
-Pizza combina com vinho.
-Eu sei, mas você lembrou que álcool e gravidez não combinam?
-Isso é uma verdade que muitas pessoas não respeitam.
-E então, o Zac tomou a garrafa toda sozinho ou o que?
-O que o que? –Bufou. –Não sou criança, Gabriela. Sei o que é certo e errado, principalmente se envolve meu filho.
-Mas você está com o rosto inchado mesmo depois do banho, e isso só acontece quando você se embriaga.
-A água estava quente e eu chorei de noite, só isso. –Improvisou.
-E porquê?
-É pessoal.
-Qu'at-il fait pour vous? (O que ele fez com você?) –Jason questionou.
-Me amou além da conta, só isso. –Se levantou sentindo o rosto pegar fogo. –É só isso que querem falar?
-Porquê está corando? –Gabriela perguntou analisando-a. –Vocês dois transaram na noite passada?
-Gabriela... –A voz de V falou e ela se repreendeu mentalmente por isso.
-Ok, isso é um sim. –Riu. –Quero vê a bagunça do quarto.
-Não, nós já estamos atrasados e isso não aconteceu. –Disse impedindo a passagem dela. –Vamos ou perderemos o voo.
-E em que companhia que nós vamos? Eu chequei e não tem nenhum voo indo para a Itália antes das 14h.
-O Zac deu um jeito.
-E como, posso saber? Nem meu pai conseguiu.
-Digamos que o Zac tem seus contatos.
-Meu pai também.
-Só confie no meu namorado.
-Noivo!
-É, você entendeu. Vamos logo.
-Ainda não terminamos de conversar.
-Fale então. –Cruzou os braços e suspirou.
-Você sabe que o aniversário do James é em três meses, não sabe? –Ela acenou com a cabeça. –Você vai estar com quantos meses?
-Contando de agora, que estou com quatro meses, e o aniversário dele é no finalzinho do mês... quase oito meses. –Deu de ombros. –E dai?
-Queremos saber se você vai vim pra cá para a nossa farra anual. –Jason disse sorrindo.
-Para que? Não vou poder beber.
-Fazemos isso desde os seus 17 anos, Vanessa! –Se alterou.
-E dai? Eu era de menor, o que nunca me impediu de fazer nada, mas agora estou grávida. Há uma grande ponte entre as duas coisas.
-Claro, agora tem esse bastardo.
-Meu filho não é bastardo, por isso, retire o que disse ou eu corto a sua língua.
-Um segundo os dois. –Alex disse erguendo as mãos. –Eu lembro que você tomava anticoncepcional, ou não?
-Sim, mas parei quando cheguei nos EUA.
-E porquê? –Alex se zangou. –Você planejou isso, garota?
-Lógico que não. Eu só não podia mais tomar.
-E porquê não?
-Eu comecei a me exercitar e tomar suplementos, e o anticoncepcional interferia no ganho de massa, então eu parei.
-E desde quando você se incomoda com sua massa muscular?
-Desde que comecei a treinar. Do que adianta se esforçar e não obter resultados?
-Mas se você tem a vida sexual ativa... –Gabriela começou.
-Não tenho, ou melhor, não tinha. –Suspirou nervosa. Não tinha ensaiado nada daquilo e rezava em pensamento para Zac estar ouvindo do outro lado da porta. –Aconteceu aqui sim, mas nós não queríamos que se tornasse frequente, afinal, ele foi o meu primeiro e se o relacionamento afundasse, queríamos continuar amigos.
-Só transaram uma vez aqui, então?
-Perdemos o controle algumas vezes. –Sorriu e encarou Alex. –Aí nós viajamos e decidimos que lá não aconteceria mais nada, e assim foi por longos meses. Só que bebemos demais no dia do noivado e no natal e aconteceu. –Deu de ombros.
-E você achou que não engravidaria?
-Quem é que pensa nisso nessas horas?
-Bem, sexo é igual à filhos, ou seja...
-A gente fez amor, amor! No meio da selvageria pode até ser que pensem, mas não durante trocas de amor e carinho.
-Aw, que fofos. –Alex ironizou se reclinando no sofá.
-Mas já que chegamos nisso, me diga você o que aconteceu com a Blake. Você não está usando-a para me atingir, não é?
-Não, Nessa. –Respondeu olhando os dedos. –A história é um pouco longa.
-Resuma.
-Ok. –A olhou de cara feia e negou com a cabeça. Sabia que Vanessa estava mudando de assunto para fugir da conversa. –Marquei de me encontrar com uns amigos numa sexta-feira e encontrei ela num barzinho. Alguns de nossos amigos tinham estudado juntos e resolveram juntar os dois grupos. Enchemos a cara e depois fomos pra gandaia.
-Ficaram nessa noite?
-Não, claro que não. Eu vejo ela como uma amiga, e bem, marcamos de sair mais vezes e nos divertimos, e pegamos outras pessoas algumas vezes, outras só olhávamos o outro ficar...
-E quando se pegaram?
-Só aconteceu essa semana. Ela queria dormir lá em casa pra te fazer uma surpresa; estávamos bêbados e rolou.
-Ela me pareceu interessada em você.
-Como todas as mulheres ficam depois de transar com alguém, mas vai por mim, isso só é coisa da cabeça feminina.
-Coisa da cabeça feminina?
-Se um homem transa com uma mulher, ele encara isso como uma transa e pronto. Se uma mulher transa, por conta desse feminismo, ela se sente no dever de ter sentimentos por esse homem.
-Nem todas são assim. –Gabriela protestou.
-Você é, a Vanessa também e a Blake está dividida. A Alexandra que não é assim.
-Enfim, vocês conversaram depois? –V questionou.
-A gente saiu pra dar uma volta depois daquele barraco que você fez lá em casa. –Sorriu ironicamente. –Decidimos que foi algo que não pode acontecer novamente até soubermos o que realmente se passou naquele quarto.
-Mas vocês não transaram?
-A gente acha que sim.
-Me diz que você lembra, Alex. –V pediu fechando os olhos.
-Não de muita coisa. Lembro de beijos e só, mas eu estava muito bêbado, assim como ela.
-E ela se lembra?
-Diz ela que não.
-Pelo que eu conheço a Blake, ela só não quer sair por baixo. Diz que lembra e que...
-E nada! Não quero nada com ela e nem com ninguém..
-Alex!
-Você quer que eu finja, Vanessa? Eu não gosto dela desse jeito. Nós sabemos que eu gosto de você.
-E você também sabe que estou com o Zac e que vamos nos casar.
-Só acredito vendo. –Cruzou os braços. –Vamos ser chamados?
-Já foram, não é mesmo?
-Achei que tinha mudado de ideia.
-Eu só não quero vocês por perto por um tempo e nem aparecendo antes de avisar e darmos permissão.
-Permissão. –Debochou. –Já está treinando, mamãezinha?
-Eu não sei o porque das pessoas adorarem usar o diminutivo comigo. –Semicerrou os olhos. –Já terminaram de pedir desculpas?
-Eu já.
-Mas você nem pediu! –Gabriela riu do amigo.
-Peço desculpas por me preocupar com você.
-Engole suas desculpas. –Mudou o foco. –Jason?
-Sinceramente? Espero estar errado a respeito desse cara. –O francês disse e V viu faíscas de sinceridade em seus olhos. –Se você gosta tanto dele assim, eu vou tentar respeitá-lo e torcer para que de certo.
-Muito obrigada. –Sorriu. –Juan Pablo?
-Eu não vou pedir desculpas, afinal, não fiz nada de errado.
-Passou a noite de ontem afrontando ele e acha que não fez nada de errado?
-Não, com certeza não. –Se ajoelhou perto dela. –Se il fait quelque chose de mal avec vous et votre gosse, vous pouvez me le dire et je serai là pour vous. Prendrait son fils pour nous. (Se ele fizer alguma coisa errada com você e o seu fedelho, você pode me dizer e eu estarei aqui pra você.)
-Oui, vous serez le premier que je me en souviendrai pour sûr. (Sim, você vai ser o primeiro que eu vou lembrar com certeza.) –Ironizou. –Je peux me en remettre, vous savez? (Eu posso superar isso, sabia?)
-Eu falei sério, baby. Assumiria o seu filho como...
-Você acha que o Zac iria deixar você assumir um filho dele?
-Se ele te abandonar...
-Você acha que ele vai me abandonar. –Gargalhou. –Você é ridículo!
-É uma possibilidade, Vanessa. Todos os casais estão sujeitos a problemas e...
-Eu sei aonde estou me metendo, Juan, sei até demais. O Zac é um anjo negro na minha vida e eu gosto disso.
-Anjo negro?
-Sim. Podemos brigar e até nos agredir, mas sempre um vai atrás do outro. Ele cuida de mim e por mais que puxe meu cabelo, ninguém pode fazer o mesmo e ele é capaz de entrar numa briga por isso. –Sorriu. –É o meu gato perverso.
-Masoquista. –Gabriela acusou sorrindo. –Vocês são um exemplo de casal estranho. Fofo, mas estranho também.
-Você deixa ele te agredir? –Juan Pablo questionou assustado.
-A gente treina juntos, ué. É normal.
-E você bate nele também?
-Quando eu consigo. –Sorriu. –Ele deixava no começo, mas agora fala que as minhas unhas machucam de verdade e me lasca toda.
-Que linguajar, hein?
-Enfim, já acabou o assunto?
-Como foi quando descobriram que você estava grávida? –Alex perguntou. –Digo, no trabalho.
-Uma confusão. Eu fiz alguns exames de rotina que a empresa exige e o resultado sai quase na hora, então, me chamaram depois do almoço e o Zac também pra uma reunião e contaram que eu estava grávida.
-O Zac? –Gabriela perguntou. –Mas porquê?
-Meu chefe conhece ele e sabe que a gente está noivo e tudo mais, só que eu sou nova lá e ele queria saber se eu teria o apoio do meu noivo ou não.
-E como o Zac reagiu?
-Vou detalhar a história. –Respirou fundo e tentou se lembrar de tudo o que Nina tinha falado na ordem certa. –Não tinham me avisado que o Zac estava lá, só que a reunião era à portas fechadas. Eu achava que tinha alguma coisa errada com algum trabalho já que eu estava saindo pra almoçar fora com uma colega e sempre atrasava um pouco. Quando eu entrei na sala e vi ele –sorriu– eu pensei “ok, tem alguma coisa errada aqui” e achei que eu poderia estar doente ou algo assim já que sentia mal-estar uma vez ou outra.
“Eu me sentei do lado dele e esperei o Smith terminar de organizar os exames que eu tinha feito pela manhã. Não trocamos nenhuma palavra, só ficamos olhamos um pra cara do outro. O meu chefe nos cumprimentou e perguntou como estava o nosso relacionamento. Ficamos tipo “é terapia de casal e ninguém avisou” mas falamos que bem apesar dos desencontros e tudo mais. Então, ele soltou: você sabia que está grávida, Vanessa? –Riu. –Eu fiquei “onde estão as câmeras?” e o Zac gelou. Meu chefe mostrou os exames e disse que sim, eu estava grávida e que deveria me demitir por engravidar tão fora de hora, mas que a lei estava do meu lado. –Revirou os olhos. –Então, ele me deixou sozinha com o Zac por alguns minutos e eu olhei pra ele e perguntei o que a gente ia fazer. Ele olhou pra mim –controlou o riso– e falou “eu vou querer o teste de DNA”. –Gargalhou.
-E você acha isso bonito?
-Eu tive a certeza de que estava tudo bem e que ele ia ficar do meu lado. Teste do DNA é uma das nossas piadas internas.
-Vocês são muito estranhos. –Juan Pablo disse.
-Eu sei, mas é bom ser assim com alguém que a gente ama. –Falou apaixonada.
-E você vai mesmo fazer o DNA?
-Claro que não. –Riu. –É uma piada. Ele sabe que foi o meu primeiro e bem, ele diz que desconfia que eu e minha mão temos um relacionamento porque... vocês não vão entender, são piadas internas.
-É melhor você parar de falar mesmo por que já estou achando que você ficou louca. –Gabriela disse e riu.
-Bem... –V ouviu um barulho vindo da sala de segurança e estranhou. Zac ainda estava lá fora e não deveria ter ninguém na casa além deles. Levantou devagar e pegou a arma que ficava entre o sofá e a almofada. –Nós simplesmente somos felizes. –Disse se preparando pra abrir a porta. –E também... –Girou a maçaneta e mirou. –Merda, Paul! Quer me matar de susto? –Abaixou o revólver e jogou uma almofada dele. –Idiota. Eu ia matar você.
-Ia nada. –Desdenhou e saiu do comodo. –Quem são?
-Meus amigos. O que você faz aqui?
-Só estou conhecendo a área.
-Ah claro. –V disse dando uma olhada nas telas antes de fechar a porta. –A área traseira da empregada dando banho no cachorro dos Jones está muito bem vigiada, né?
-Devemos fazer o bem sem olhar a quem. –V revirou os olhos e abriu a porta da frente. –O Efron não.
-O Efron sim. –Z disse entrando. –O que você faz aqui? Deveria vir somente pela tarde.
-Preciso do documento assinado.
-Como entrou? –V perguntou.
-Forro. –Deu de ombros.
-Só porque vou te alugar meu apartamento não significa que pode ir entrando por onde bem entende. –Z disse entrando na sala de segurança e olhando pra cima. –Você vai concertar isso e vai limpar o histórico das câmeras antes de colocar tudo em ordem. –Deu um tapa nele. –Vigie as entradas e as portas de todo o condomínio, e pare de perseguir a empregada.
-Assina logo o documento pra eu poder te expulsar daqui. –Entregou alguns papéis para Zac.
-Vou conferir. Se uma poeira estiver fora do lugar, eu mato você.
-Eu ajudo. –V disse. –Conserve e cuide daqui, entendeu? Leve suas amantes pro motel que fica no outro quarteirão. Nem a Julie eu quero aqui.
-É minha esposa!
-E a Vanessa é a minha. –Z disse se afastando.
-Viu?!
-Eu devia dedurar vocês.
-E umas fitas de motéis apareceriam na porta da Julie. –Falou semicerrando os olhos. –Imagine o escândalo?
-Você está igualzinha à ele, sabia? Que dó. Era tão boa moça. –Paul passou a mão no cabelo dela.
-Tire as patinhas daí antes que eu as corte fora. –Z bradou se aproximando.
-Vendo a Lolita ali eu tive uma ideia brilhante. –O agente disse com um sorriso malicioso. –Deveríamos colocar as novatas para lavarem carros durante um final de semana e doarmos o dinheiro pra uma instituição de caridade. Imagina a Vanessinha de roupinha curta e molhada que nem as ninfetas da faculdade? Deve ser uma delícia de se ver. –Z se aproximou e lhe deu um soco. –Ei, só estou pensando nas crianças carentes.
-Se você guardasse o dinheiro que gasta com essas suas amiguinhas de esquinas, conseguiria alimentar a África. –Z disse e V gargalhou. –Você deveria usar as garras nele. –Comentou olhando pra namorada.
-Nas bolas, né? Podia segurar assim e puxar até sair. –Vanessa disse brincando com o ar.
-Ou você poderia pegar essas mãozinhas e fazer um leve movimento de vai e vem; seria mais útil.
-Eu deixo você escolher o lado do soco dessa vez. –Z disse.
-Hmmm, direito. É mais forte.
-É, tem razão. Poderia quebrar o nariz dele, que tal?
-Concordo plenamente.
-Só estou comentando, cara. –Paul disse se afastando. –Vocês são muito agressivos.
-Que calúnia. –Z foi sarcástico e tirou o pé de cabra da parede. –Já falei pra tirar a Vanessa das suas brincadeiras.
-E quem disse que eu estava brincando?
-Paul, cala a boca! –V mandou. –Amor, eu chuto as bolas dele antes de irmos, relaxa.
-Devia ter chutado antes. –Voltou para o lado dela. –Se ele tem essa intimidade abusiva, é por que você deixou.
-Relaxa, eu sei o que estou fazendo. –O abraçou e retirou a ferramenta das mãos dele.
-O Smith adoraria isso. –Paul disse.
-A Julie também gostaria de descobrir que suas saídas noturnas não tem nada a ver com trabalho.
-Vai se ferrar, garota.
-Rudd, com quem você acha que está falando?
-Eu não te entendo, Efron. Se sou chato você reclama, se sou legal você vem e me bate. Quer eu trate ela como?
-Não trate; finge que ela nem existe.
-Mas é um desperdiço ignorar esse corpinho.
-Ok, já chega. –Se afastou dela. –Me dá o pé de cabra, Vanessa.
-De jeito nenhum! –Ela disse brava.
-Viu? –Paul ergueu as mãos. –Ela gosta de mim.
-É ruim, viu? Eu gosto da peça. É parte da decoração. –Disse colocando na parede novamente e Z gargalhou.
-Você está muito engraçadinha, Vanessinha.
-Vanessinha vai ser meu joelho nas suas partes baixas.
-Ah é? Vem pra você vê. –Se posicionou. –Não sou o Efron que só se defende. Vou te acertar também.
-Ô se vai. –Z disse. –Vai, acerta ela. –Tirou o revólver que estava na calça de Vanessa. –Mas vai com tudo mesmo e com vontade. –Paul o encarou. –Cuida logo, Rudd.
-Isso é golpe baixo, Efron. Já basta ela saber os seus truques.
-Vocês são dois babacas. –V disse encarando um e depois o outro. –Porquê não vão acertar logo o documento enquanto eu termino de conversar com meus amigos?
-O Axel ligou e disse que conseguiu, mas temos dez minutos para chegar no aeroporto. –Z disse.
-Já estamos terminando mesmo. –Se aproximou dele e colocou as mãos no rosto másculo. Virou para Paul que os encarava.
-Vão em frente. –O agente incentivou com cara de deboche e V revirou os olhos antes de dar um selinho no namorado. –Vocês podem fazer melhor que isso.
-Vai pro inferno, Paul.
-O que foi que eu disse dessa vez? Sério, acho que vocês são loucos.

Zac revirou os olhos e o guiou até a sala de segurança, e sem seguida, fechou a porta deixando Vanessa sozinha com os amigos na sala de estar.

-Então, onde estávamos? –V perguntou se sentando.
-Qu'est-il arrivé ici? (O que aconteceu aqui?) Jason questionou exasperado. Le pistolet...–apontou– vous êtes un criminel? (A arma... você é uma criminosa?)
-Tenha dó, Jason. Zac é segurança particular, la sécurité privée, e por isso me ensinou a me defender. Vocês sabem que durante a semana ele precisa fazer alguns serviços noturnos e eu fico sozinha.
-E ele não podia contratar seguranças para a casa?
-Poderia sim, mas eu preciso ser independente. Ele é muito preocupado com a minha segurança e seria capaz até de colocar guarda-costas para me proteger.
-E porquê você não deixa?
-Nem a Gabriela tem isso, e olha que o pai dela é rico e ela é filha única. Eu posso me defender, aliás, muito bem. Vocês conheceram meu treinador.
-Achei que o Zac te ensinava. –Juan Pablo disse arqueando uma sobrancelha.
-E ensina, mas nem sempre tem tempo e eu só reviso com ele o que aprendo durante o dia.
-Mas você parou, certo?! –Gabriela perguntou.
-E porquê eu faria isso?
-Você está grávida, Vanessa! E se ele te bater muito forte?
-Ele não me bate, já falei. Nós treinamos e ele me mostra como podem revirar meus golpes.
-E quem garante que ele não pode te bater um dia? –Jason perguntou.
-Se ele me bater, eu morro ué. –Deu de ombros.
-Você está amando esse cara de forma obsessiva.
-Não, Jason, eu não quis falar nesse sentido. Se ele me bater, eu literalmente morro. O Zac sabe muito bem como acabar com uma pessoa; o defeito dele é não saber parar. Se algum dia ele me bater, adeus vida.
-E você encara isso numa boa?
-Claro, por que eu sei que não vai acontecer. Confio no meu noivo de olhos fechados.
-Isso pode ser perigoso pra você.
-Que nada. –Levantou. –Agora o assunto acabou, não foi? Já pediram desculpas, outros nem tanto, e eu já contei o que faltava. Podemos ir?
-Achei que você não tinha uma relação muito boa com pistolas. –Alex disse.
-Isso é um revólver, e apesar das desgraças que essas coisas protagonizaram na minha vida, preciso ser adulta e admitir que ele é indispensável na defesa pessoal. –Deu de ombros.
-Vous avez changé beaucoup. (Você mudou muito.) –Juan Pablo disse negando com a cabeça.
-É, que seja, vamos.
-----x-----x-----x-----x-----x-----

Ei ei ei, como vão? Soooo, what do you think, girls? Flecher tinha que "dar as caras" né?! :emoji aff: Eu mal faço um hot e vocês querem mais? ENTENDAM QUE EU NÃO SEI FAZER HOT HSUHAUSHA Now, também estou apaixonada por essa primeira vez, sério <3 Paula, a Vanessa mal deu e você já quer um baby? MORTÍSSIMA, BESHA! Vai vim, mas beeeeem lá na frente :emoji olhos: Falando em avanços, vou tentar, pela milésima vez, concluir essa fic na minha cabeça, porque viu? Estou achando que vou fazer 8291820180182 capítulos e ainda assim não vou saber como terminar, but by the grace of God eu vou conseguir fazer um final digno. Sério, amo essa fic de tal maneira que EU MESMA fico lendo e pensando "e agora, o que vai acontecer?" e minhas unhas se vão. Anyway, o próximo sai por essa semana (acho) ou no final dela; preciso de programar de novo.
Enjoy Xx