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segunda-feira, julho 07, 2014

Capítulo 30

-Acorda, Hudgens. –Ian tentou acordá-la mais uma vez.
-Não. Estou com a cabeça quase estourando de tanta dor.
-Mas você tem que ir para o treinamento.
-Eu não quero.
-Acontece que você não tem querer. –Disse puxando as cobertas que estavam sobre ela. –Agora, vamos! Te dou dez minutos para sair da cama, ou então vou te levar assim mesmo para a academia. –Avisou saindo do quarto. Ela bufou e se levantou. Tomou um banho e se vestiu com o primeiro "uniforme" que viu. Não estava com cabeça para treinar, nem para nada. A cada passo que dava, sentia sua cabeça pesar ainda mais. Trancou a porta do quarto e se encaminhou até o elevador. O dia seria longo.

[...]

-Ok, já chega por hoje. –O agente Franco disse. –Bom trabalho, iniciante.
-Obrigada. –V disse tirando as luvas. –Tem algum telefone por aqui?
-Sim, ali no canto.
-Posso fazer uma ligação?
-Claro, mas seja breve. O Agente Somerhalder deve está para chegar e eu tenho certeza de que ele não gostaria nada de te ver telefonando para o Agente Efron. –Disse se afastando, fazendo ela questionar-se silenciosamente se era tão obvia assim. Resolveu ignorar e se encaminhou ao telefone. Discou o número conhecido. Chamou... chamou... Já estava pensando em desligar quando ouviu a voz que tanto almejava.
-Sim?
-Oi, sou eu. Vanessa. –Ela disse. –Eu sei que não deveria estar te ligando, mas onde você está?
-Vanessa...
-Não, Zac! Eu preciso de você. Não aguento mais ficar com o Ian. Ele é tão grosseiro e rude. Parece que está zangado com alguma coisa.
-E está.
-Mas eu não fiz nada de errado, então não pode ser comigo.
-Não se preocupe, ele não está zangado com você.
-Então, porque ele desconta em mim?
-Por que você é o motivo!
-Eu?
-Sim. –Ele pareceu perder o fôlego e ela imaginou o que ele estaria fazendo. –Ele brigou com Nina por sua causa e bem, ele está aqui e ela lá. Na França. É isso que o irrita.
-Mas ele vive dizendo que não tem nada com ela.
-E não tem mesmo, mas isso não significa que não gostaria de ter.
-Ah...
-O mesmo acontece conosco.
-Como?
-Não estava falando com você. –Parece perder o fôlego novamente. –Estou ocupado agora. Te ligo depois...
-Te espero no apartamento, hotel, seja lá para onde Ian vai me levar.
-Tudo bem. –Disse revirando os olhos. Sabia que ela não desistiria de tentar vê-lo. –Até. –E desligou, fazendo-a encarar o telefone.
-O que você pensa que está fazendo? –Ian questionou irritado atrás dela.
-Eu..han, eu ia ligar para você. Que demora, hein?
-Não minta. Nem meu número você tem, como iria me ligar? –Ela engole em seco. –Vanessa...
-Eu ia chamar um táxi. Satisfeito? –Tentou parecer convincente.
-Não muito. –Disse, acreditando nela. –Vamos.
-Para onde?
-Não interessa.
-Se não interessa-se, eu não estaria perguntando.
-Se te interessa-se, eu estaria respondendo. Agora, ande! –V gruniu e o acompanhou. Estava tão cansada e sentia seus músculos pesarem, mas sabia que se não acompanhasse Ian, ele a deixaria para trás. Seguiu-o até um furgão preto antigo e sujo, mas exitou antes de entrar. –O que foi agora?
-Não tem um carro melhor?
-Ora, ora. Quem diria que a doce Hudgens teria nojo de um carro só por ele ser velho. –Ironizou.
-Não é nojo, eu apenas não acredito que isso seja muito seguro.
-Mas é!
-Não acho que o Agente Smith vá pensar o mesmo.
-Foi ele mesmo quem mandou eu usar isso. Não podemos chamar a atenção como o Agente Efron faz, afinal, antes de tudo, você é uma protegida nossa.
-Mas acredito que a segurança deve estar em primeiro lugar!
-Muito segura aquela moto do Agente Efron. –Ironizou.
-Boa jogada, mas eu não me sinto segura nisso. Se os vidros fossem fumê...
-Pare de arranjar desculpas esfarrapadas e entre no carro.
-Mas...
-Vanessa, não me obrigue a fazê-lo.
-Encoste um dedo em mim e você entrará em problemas.
-Acredito que o Agente Smith vai me compreender.
-Mas o Zac não!
-E? O Agente Smith está servindo o governo há muitos anos, ou seja, tem mais crédito que o seu queridinho.
-Não minta para mim. Zac já me contou que ele entrou antes do Agente Smith. Mesmo se fosse o contrário; nós dois sabemos muito bem quem sairia ileso caso fosse necessário levar o assunto para os diretores gerais. O Agente Smith é mais velho, sim, mas isso não ajuda em nada.
-O Agente Efron tem dito muitas coisas há você...
-E?
-E isso é proibido.
-Proibido ou não, são fatos.
-Fatos ou não, você precisa entrar no carro.
-Está bem, eu entro. Mas se algo acontecer comigo...
-Não vai acontecer nada.
-Espero. –Disse entrando relutante no automóvel. Ian fechou a porta e seguiu para o banco da frente. O caminho que estava sendo traçado era desconhecido para Vanessa e ela logo imaginou que deveria ser para o "seu" novo lar. Respirou fundo e sentiu cansaço novamente. Estava com tantas dores musculares e aquela pequena discussão com Ian apenas serviu para lhe trazer uma nova dor de cabeça. Sentiu um nó se formar em sua garganta, mas logo tratou de engoli-lo. Não iria chorar na frente de Ian. Ele não entenderia, e o pior: Iria rir dela. Fungou disfarçadamente e se endireitou no banco. Sentiu o carro diminuindo a velocidade, mas manteve os olhos fechados. Estava tão cansada...
-Merda! Não saia daqui, Lopes.–Ian gruniu baixinho para o motorista. –O que você está fazendo aqui? –Questionou descendo do carro.
-Eu te pergunto o mesmo. –Ela ouve a voz grave de Zac e logo se abaixa. Se ele visse seu estado, logo saberia. Droga! –Achei que você iria levá-la de volta para o hotel.
-Bem, eu não a levei. O que você faz aqui? –Repetiu.
-Vim deixar umas coisas para ela, mas já estou indo. –Ouvindo essas palavras, V se levanta e tenta sair do carro. –Han, acho que ela precisa de ajuda.
-Ela só vai sair de lá quando você for embora.
-Somerhalder. –Z o repreendeu. –Não maltrate-a. Ela não merece.
-Não se meta.
-Não estou me metendo, estou apenas lhe comunicando.
-Eu consegui aturá-la por uma noite e o dia de hoje também. Posso cuidar dela sozinho. –Zac apenas o ignorou e deu um passo há frente para abrir a porta do furgão. –Efron!
-Você tem tanta capacidade para cuidar dela que não sabe que ela tem uma leve claustrofobia. –Murmurou pegando-a no colo. –Depois conversaremos sobre o lixo que está esse pedaço de lata velha, e claro, sobre esse pedaço de lata velha. –Avisou levando-a para dentro da casa. Ela apertou com mais força os braços que estavam envoltos no pescoço dele e soluçou. –Ei, o que houve?
-Estou tão cansada. –Ela murmurou baixinho.
-Imagino, mas não pense que vai dormir. Ainda precisamos repassar o seu treinamento.
-Eu não consigo nem abrir os olhos e você quer que eu treine?
-Você só foi pega de surpresa, baby. Não está tão cansada quanto acha que está. Isso é psicológico.
-Continuo dolorida.
-Levanto em consideração o choque que você sofreu ontem a noite, eu até entendo a sua vontade de voltar pra cama. Mas você não pode. Tem que tomar um banho e vestir uma roupa limpa. Juro que não passará de cinco minutos.
-Você não entende! –Disse sem conseguir controlar o soluço. –É fácil pra vocês que já estão acostumados com isso, mas eu não.
-Só tente, ok? –Disse tentando coloca-la no chão. –Ei.
-Eu não consigo ficar em pé, minhas pernas...
-Estão um pouco inchadas, eu percebo, mas você precisa tomar banho.
-Não consigo sozinha.
-Mas...
-Fica comigo. –Abraçou-o mais ainda. Ele pareceu refletir por um instante e depois deitou-a na cama e entrou no que parecia ser um banheiro. Ela olhou ao redor e percebeu que estavam no andar de cima da casa e pelo tamanho do quarto, imaginou que deveria ser o principal. Ouviu um barulho de água e engoliu em seco. Será que ele tinha entendido errado e tentaria dar banho nela? Ela só queria que ele ficasse com ela por alguns instantes até que se sentisse melhor, mas isso? Será que ele teria coragem? Respirou fundo várias vezes. Não seria uma má ideia... seria? Oh, céus. Ouviu passadas e ele já estava de volta, colocando-a no colo novamente. Pensou em protestar, mas queria vê até onde isso iria dar. Zac levou-a até o banheiro e pôs sentada na borda da banheira antes de colocar os dedos no zíper macacão de malha que ela estava usando. Se abaixou para tirar os tênis dos pés dela e as meias. Vanessa estava quase desmaiando de tensão.
-Eu vou buscar as suas roupas. –Ele avisou indo até a porta. –Demore o tempo que precisar e qualquer coisa, estarei aqui do lado. –Disse fechando a porta. Ela colocou as mãos na cabeça e percebeu que estava tremendo. Nunca havia ficado tão vulnerável na frente de Zac, nem de homem algum. Respirou fundo e tratou logo de terminar de tirar o macacão. Precisava realmente de um banho de banheira. A água estava tão quentinha e ele tinha feito o favor de colocar sais de banho... Ah, Zac.

[...]

-Melhor? –Ele perguntou assim que encontrou-a na sala.
-Sim, obrigada.
-Pelo que?
-Por ter preparado o banho, e bom, por estar aqui comigo e ter me dado um tempo.
-Você precisava tanto do banho e dessa "pausa". –Disse sentando-se do lado dela. –Quer alguma coisa? Um suco, uma fruta?
-Estou bem, obrigada. A governanta já veio se apresentar e perguntou a mesma coisa. Falando nisso, tenho uma pergunta para te fazer.
-Faça.
-O que uma governanta está fazendo aqui? –Perguntou exasperada.
-Governando?!
-Não banque o engraçadinho. Você me entendeu.
-Você já viu o tamanho dessa casa? Ela é enorme! Precisa de uma pessoa para organizá-la.
-Bem lembrado: Por que essa casa é deste tamanho?
-Bom, isso você vai te que perguntar para o arquiteto, mas eu acho que é porque ele quis.
-Zac, é sério. –O empurrou de leve. –Quem mais vai morar aqui?
-Além de mim e de você?
-Você vai ficar comigo de novo?
-Sim. Não é o que você tanto queria?
-Obrigada! –O abraçou. –Agora responda.
-Só eu e você, e a governanta, claro.
-Leslie o nome dela, certo?
-Sim, senhora Leslie Rosalla. É latina.
-Percebi.
-Ela também vai cozinhar!
-Ótimo. Adoro comida latina.
-Tem certeza de que não quer comer?
-Tenho. Han...
-Mais perguntas?
-É a última, eu prometo.
-Ok.
-Onde está o Ian? Não vai mais ficar conosco?
-Porquê? Está com saudades?
-Não, engraçadinho. Apenas não entendo. Ele já abriu mão de mim?
-Não tão rápido, baby. Ele apenas tirou uma folga. Forçada, admito, mas ainda assim uma folga.
-De quantos dias?
-Uma semana, coisa boba.
-E depois eu vou voltar para os cuidados dele?
-Sim, mas não se preocupe. Vou estar sempre por perto. –Disse lhe dando um beijo na testa. –Tem certeza de que não quer comer nada?
-Tenho. Ainda vamos treinar?
-Achei que as perguntas tinham acabado.
-E acabaram. É apenas uma dúvida.
-Hmmm... Você quer treinar?
-Vamos ter alguma parte teórica?
-Talvez.
-Então sim, eu quero. Han...
-Vanessa!
-Eu só queria saber se você está com fome. –Sorriu sem jeito.
-Não, obrigado. Quer conhecer a casa?
-Você me carrega?
-Deixa para próxima. –Riram. –Gostou do seu quarto?
-É interessante. E o seu, qual é? –Ele olhou para ela como se perguntasse se ela era alguma débil mental. –O que?
-O que você acha?
-Comigo?!
-Lógico. Achou que aquela cama iria ser somente sua?
-Ahhh! –O abraçou novamente. –Obrigada. Sério. Eu não mereço esse cuidado que você dedica a mim, mas ainda assim agradeço. –O beijou delicadamente nos lábios. –Vamos?
-Para onde?
-Para a cozinha. Acho que a senhora Rosalla me ignorou. Não está sentindo?

[...]

-Zac! –Gritou pela milésima vez.
-O que?
-Mais devagar.
-Se eu for mais devagar do que isso, eu paro, Vanessa!
-Uma pausa, então. –Bufou tirando as luvas. –Você é muito mole.
-Você que é bruto demais.
-É um simples exercício de atenção, apenas isso.
-Dolorido demais para ser um simples exercício de atenção.
-E você queria o que? Estou te preparando para uma coisa séria. Acha que durante uma luta corporal o inimigo vai ficar avisando para você como ele vai te atacar?
-Não, mas com certeza vai ser mais leve...
-Mais duro! –Avisou. –E para a sua informação, estou pegando leve com você. Esse treino é para crianças iniciantes.
-Que culpa eu tenho de ser frágil?
-Nenhuma, e é por isso que você tem que começar a fazer levantamento de peso para ganhar uma certa resistência. –Disse colocando as luvas novamente. –Vamos.
-Mas eu nem terminei de beber a água...
-Vamos! A senhora Rosalla já deve ter feito o jantar.
-Certo. –Disse revirando os olhos. –Espere um instante: Você me comparou com uma criança?
-Não, eu só disse que o seu treino é igual ao de crianças. Agora, me ataque. –Ela respirou fundo e lhe deu um soco de direita, seguido por um chute nas partes baixas. –Ah! Pausa, pausa! –Gritou ele enquanto caia no chão, perto das flores.
-Me desculpa! –Disse se abaixando ao lado dele. –Perdão, eu... eu não sei o que deu em mim. Leslie! –Gritou para a governanta que segundos depois surgiu no jardim pela porta lateral da casa. –Por favor, trás gelo, água, remédio pra dor, qualquer coisa!
-O que houve senhorita? –Leslie, que aparentava ter no máximo 40 anos, perguntou nervosa.
-Eu machuquei ele sem querer. Eu vou... eu vou levá-lo para o sofá. Me ajuda aqui. –Disse levantando-o com a ajuda da governanta. Enquanto Leslie preparava um chá para dor, Vanessa ajudava-o a tirar a roupa no andar de cima. –Desculpa mais uma vez, eu não tinha a intenção.
-Tinha sim. E isso é bom, significa que você tem uma força aí, mas que não sabe administrá-la muito bem. Precisamos treinar isso.
-Desculpa!
-Pare de se desculpar.
-Ok, me des... –Ele lançou-lhe um olhar zangado. –Está bem, desculpa.
-Vanessa!
-É mais forte do que eu, des... Eu vou vê se a banheira já encheu. –Disse fazendo-o sorrir.
-Eu sabia que você era forte, mas não tanto! –Falou alto o suficiente para ela escutar de dentro do banheiro.
-Pare de falar nisso, me deixa mal.
-Não, o erro não foi seu. Foi meu por não usar proteção. Achei que não ia acontecer.
-Mas aconteceu.
-E já passou, não se preocupe tanto com isso. –Disse vendo-a entrar no quarto novamente. –Ok, você já pode ir.
-O que?
-Você já me ajudou demais.
-Mas...
-Você quer me vê nu? Por que é isso o que vai acontecer se você continuar aqui.
-Está bem, está bem. Eu vou vê se a Leslie precisa de ajuda. Qualquer coisa grite. –Disse saindo do quarto nervosa. Era a segunda vez naquele mesmo dia que ficava tão nervosa na frente de Zac e pelo mesmo motivo. Foi até a cozinha beber um pouco de água. Sentia suas pernas fracas. "Porque eu estou assim? Não foi nada demais, Vanessa." Pensava consigo mesma enquanto se servia de um copo de água. –Só um homem belo que ia ficar nu na sua frente, depois de quase te ver nua também. –Murmurou.
-Como? –Rosalla tirou-a de seu desvaneio fazendo Vanessa perceber que não estava sozinha.
-Ah, nada. Me desculpe, eu estava pensado alto. –Preocupada com o que a governanta poderia ter ouvido e o que iria pensar. Ela olhava para os dois como se soubesse algo que eles mesmos não sabiam. –O que temos para jantar?
-Espaguete.
-Ai que delícia. –Disse vendo a bandeja que estava sobre a mesa. –Eu achava que você era latina. –Confessou.
-E eu sou, mas a minha mãe era italiana e acabou me ensinando algumas receitas maravilhosas.
-Ah, sim.
-O senhor Efron está melhor?
-Sim, ele está tomando um banho agora.
-E a senhora, como se sente? –Perguntou docemente e Vanessa logo imaginou que ela devia ter a visto chegar.
-Melhor, obrigada.
-Eu tenho que ir regar as plantas, mas qualquer coisa me chame. –Avisou saindo pela porta dos fundos. Vanessa suspirou e começou a brincar com um garfo. Se ela não fosse tão educada...
-O que você está fazendo? –Z perguntou surgindo atrás dela, fazendo-a se perguntar há quanto tempo ela estava ali. –Não está comendo, certo?
-Não, mas bem que eu deveria. Você é pior do que mulher. –Resmungou.
-Ui, zangadinha. Se alguém deveria estar zangado aqui era eu e não você. O que foi? –Abraçou-a por trás.
-Nada, eu estou com fome. Minha mãe poderia ter feito o favor de não me educar, certo? Assim eu poderia estar no meu terceiro prato em vez de ficar te esperando.
-Ah, entendi. Mas você poderia ter se servido há muito tempo.
-Não, por que é feio comer sem esperar o companheiro, que no caso é você.
-Que biquinho lindo. –Disse dando-lhe um beijo rápido. –Pode se servir, baby.
-Ótimo. –Disse atacando o espaguete, fazendo-o rir. –Do que você está rindo?
-De nada. Depois nós vamos ver uns vídeos, ok?
-Do meu pai?
-Sim. –Ela apenas concordou com a cabeça e continuou a comer. Jantaram em silêncio, o que fazia Vanessa ficar cada vez mais tensa. Será que ela queria realmente vê os outros vídeos de despedidas de seu pai? E aquele maldito último vídeo, será que estava entre eles?

[...]

-Estou ficando preocupada. –Ela disse deitada na cama.
-Porquê? –Z perguntou sem entender.
-Você está me mimando demais. Estou começando a me preocupar com o conteúdo dos vídeos.
-Não há nada fora do comum neles, só a minha beleza.
-Você mudou muito, sabia? Digo, você com meu pai era uma coisa e agora é outra. Você brinca sim, mas nem sempre. Foi a dor?
-A culpa também. Se eu estivesse mais focado naquela noite...bem, eu já te contei isso.
-Não se culpe.
-Vanessa, não vamos tocar nesse assunto, por favor!
-Só se você parar se de culpar. Eu, que sou a filha dele, não te considero culpado.
-Você não sabe a história toda.
-Mas sei a parte importante e é isso o que importa. –Disse se curvando para beijar as costas dele.
-Esse é o primeiro vídeo que ele fez, bom, eu acho, né. –Disse tentando mudar de assunto. –Ele quase nunca tocava no assunto e eu respeitava isso. Ele me disse depois de anos onde os guardava, bom, os mais "atuais" digamos assim. Tem até um em que ele falava de mim. –Sorriu.
-Você viu os vídeos?
-Sim, eu precisava conhecer o conteúdo antes de trazer para você.
-Entendi. –Eles se deitaram e ela logo tratou de se aconchegar nele. Eram no total 45 fitas de vídeos. Zac sorria com nostalgia e Vanessa apenas absorvia tudo quanto podia. A voz, as feições... tudo. Queria memorizar bem o rosto do pai para poder dar um rosto as suas memórias fictícias da infância. As vezes ela imaginava que ele a buscava na escola, que eles iam ao parque. Coisas simples, mas importantes para ela, e bom, agora ela tinha uma face e uma voz para o pai que tanto imaginou. Depois de vê os 20 primeiros, as pálpebras da morena começaram a pesar, juntamente com sua cabeça. Queria pedir para Zac deixar os próximos vídeos para depois, mas ele estava tão envolvido em seus pensamentos e lembranças que preferiu apenas fechar os olhos.

[...]

-Bom dia e bom treino. –Zac disse dando-lhe um beijo na testa. –Toda sua, Agente Franco.
-Ótimo. O senhor quer um relatório no final da semana, certo?
-Sim. –Disse dando mais um beijo em V. –Até a hora do almoço. –E saiu.
-Pelo visto a noite foi proveitosa, hein?
-Sim, foi. Dormi que nem um bebê. –Ela respondeu.
-Imagino. –Sorriu maliciosamente, fazendo Vanessa ignorar as segundas intenções explícitas na voz dele.
-Antes de iniciarmos eu gostaria de fazer uma pergunta.
-Adoraria ajudar.
-Seja sincero: Você acha que eu posso ser uma boa lutadora?
-Sim, acho. Você tem força, mas não sabe muito bem como usá-la e é para isso que você está aqui.
-Entendi. Han, será que você poderia dificultar mais os exercícios?
-Para que? Ontem você reclamava o tempo inteiro de que estava muito pesado.
-Eu sei, mas eu quero mudar. Quero me esforçar mais, afinal, corro risco de vida.
-Eu fiquei sabendo. Bem, eu não aconselho fazermos essa mudança de uma hora pra outra. Acho melhor aumentarmos o nível de dificuldade gradativamente, como eu combinei com o Agente Efron.
-Vamos fazer um teste, ok? Somente isso.
-Tudo bem. –Respondeu relutante e ela logo sorriu. Sabia que essa mudança não seria uma boa ideia, mas queria aprender a se controlar para não machucar outra pessoa sem ter a intenção como aconteceu com Zac.

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Hey girls, como vão? Está aí mais um capítulo prontinho. Desculpem a demora, eu estou atolada na escola (como sempre). Eu queria agradecer a quem comentou e bom, eu esqueci de responder um comentário que foi postado no capítulo anterior. Eu li todos, juro, mas estava com tanta pressa para postar que nem me lembrei de respondê-lo. Paula A. me perguntou por que o Zac dormia com a Vanessa se tinha apartamento, e bom, é por que ele quer! Ele meio que gosta de dormir com ela por um motivo, mas depois eu revelo a vocês o porque! (= Agora respondendo aos comentários desse capítulo!
Sim, Paula, eu pensei nessa hipótese, mas deixa pra próxima, hein? Outras oportunidades para a Vanessa ser a senhora Efron vão surgir.
Não foi a intenção, Rafaela, mas bem, é minha vingança pelo que você faz comigo com o seu blog!
Obrigada por ter gostado Anne, e espero que goste desse também!
Obrigada pelo apoio Julia e já te enviei um e-mail haha! Bom, respondendo a sua pergunta: Eu posto sempre que dá. Não tenho um dia fixo. Antes era aos sábados, mas como eu estou tendo aula até nos dias de sábado fica difícil.
Well girls, eu estava pensando em uma coisa que talvez as agrade e eu queria a opinião de vocês. Como eu estou tendo essa dificuldade para postar com uma certa frequência, o que vocês acham de durante a semana eu postar alguns spoilers do capítulo para vocês não ficarem tão por fora do que eu estou planejando? O que vocês acham, hm? Me digam o que acham da ideia!
Enjoy Xx