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domingo, agosto 04, 2013

Capitulo 3

-Você só pode estar de brincadeira comigo. Meu pai? Agente do FBI?
-Não estou brincando, não tenho motivos para isso. Sim, seu pai, Gregory Hudgens, era um agente do FBI, e era um dos melhores.
-Ma-ma-mas como? –Perguntou ela ainda chocada.
-Se alistando no exército americano. Durante a guerra, perceberam que ele tinha talento, afinal, sempre bolava planos infalíveis e parecia saber o que o inimigo pensava. Então, o FBI o contratou, e então, a partir dai, ele passou a trabalhar conosco.
-Mas minha mãe disse que ele voltou para a casa depois do final da guerra.
-Seu pai não ficou ate o final da guerra. Apenas dois meses na guerra, o FBI entrou em contato com ele e disse que sua esposa havia falecido. O choque o fez querer voltar imediatamente para os Estados Unidos, mas claro, foi apenas uma mentirinha básica do governo. Conversaram com ele e lhe convidaram a fazer parte do FBI. Ele aceitou, afinal, era mais seguro e ele ficaria mais perto da sua mãe.
-Se ele só ficou dois meses, porque não foi pra casa?
-Porque nesse período, ele aprendeu as manhas desse emprego. Ele era super dedicado e aprendeu tudo rapidamente. Depois dele aparentemente voltar da guerra, passou um ano com sua mãe em casa. Foi nesse tempo que você foi gerada. Como todo bom agente, ele tinha inimigos e então, ele foi obrigado a se divorciar de sua mãe para não coloca-la em risco. Ele tinha medo de não adiantar, e por isso, forjamos sua morte. Gregory passou a monitorar a sua mãe 24 horas por dia, pois sabia que ela era um alvo fácil para seus inimigos, e sua morte não foi acreditada, afinal, não encontraram o corpo. O FBI também passou a proteger você e seus passos durante toda sua infância e adolescência.
-E onde você se encaixa nessa historia? Se meu pai era tão eficiente como você diz, pra que um parceiro?
-Por segurança.
-Então, um homem de 20 anos protegia meu pai? Esta explicado porque ele morreu. –Debochou.
-Não tenho 20 anos, tenho 24, e para sua informação, eu trabalho com seu pai desde meus 15 anos de idade. Eu era um agente da CIA e coletava informações do governo russo e as passava para nosso país. Diversas vezes salvei nossa pátria. Sabia que ate hoje os russos não perdoaram os EUA pelo cancelamento do Plano Marshall? Sabe quantas vezes avisei para nosso presidente que os russos planejavam por os tanques em campo para iniciar uma batalha? Sabe quantas vezes forjei uma pane no sistema russo para impedir que eles roubassem informações confidenciais?
-Não, e não quero saber.
-Não ia lhe contar, porque são informações confidencias. Entretanto, estamos fugindo do verdadeiro assunto. Seu pai. Ele me procurou e me convidou para trabalhar com ele. Aceitei e então, fomos parceiros por quase 9 anos. Aprendi muito com ele, e posso te garantir que ele não te perdia de vista em nenhum momento. Sabia que nós presenciamos seu primeiro beijo? –Falou serio, mas sorria com os olhos.
-O QUÊ?
-Você pode falar tudo do seu pai, menos que ele era ausente.
-Você esta blefando.
-Não blefo.
-Prove. –Desafiou.
-Numa tarde após a escola, com quase 16 anos, num beco próximo ao Starbucks, com Joe Petrova, do ultimo ano. Péssimo gosto esse seu.
-Ele era o garoto mais popular da escola.
-E o mais idiota. E nem tente defende-lo, porque pela sua cara, você odiou.
-Era meu primeiro beijo, não sabia o que estava fazendo.
-Foi bem visível sua cara de nojo. Eu bem que te entendo, afinal, era a primeira vez que alguém enfiava a língua na sua boca.
-Chega. Isso não é da sua conta.
-Seu pai ficou arrasado, e a maioria dos agentes ficaram do lado dele, o cara era um mala sem alça.
-Eu disse che-ga.
-Sabia que hoje ele é traficante de drogas? –Perguntou a ignorando completamente.
-Não, não sabia. E não me interessa.
-Você foi motivo de piada durante duas semanas. De todas as filhas e filhos de agentes, a escolha da filha de Gregory Hudgens para o primeiro beijo foi a pior.
-Como assim? Quem sabe disso?
-Quem não sabe é o que você deveria perguntar. Todos te acompanhávamos, Vanessa. 24 horas por dia. Ate hoje temos o vídeo, e de vez em quando, vemos para descontrair.
-Que absurdo é esse? Quero essa fita agora, tenho que destruí-la. Isso é uma total invasão de privacidade.
-Desculpe, é um arquivo secreto que pertence ao FBI.
-Se é tão secreto, ninguém devia ver sempre que tem vontade.
-Nisso você tem razão, mas quem disse que cumprimos regras? –Riu.




-Todos aqueles agentes que estavam conosco no helicóptero...
-Sim. Eles reviram hoje, antes de te buscarmos, para te reconhecermos.
-Não tinha outros vídeos, não?
-Tinha, mas aquele é o melhor.
-Eu quero essa fita. –Repetiu.
-Querer não é poder. E já mudamos de assunto de novo. Não queres saber de sua mãe?
-Minha mãe morreu há 6 anos atrás durante um assalto.
-Não, sua mãe morreu porque ela sabia que seu pai era um agente do FBI, e sabia que ele tinha inimigos. Só que não sabia quem era, e isso causou sua morte.
-Quer dizer que vocês sabem quem a assassinou e não fizeram nada?
-Você acha que é fácil? Tentamos de todos os modos protege-la, mas ela confiava muito fácil nas pessoas. Durante uma tarde chuvosa, ela aceitou a ajuda de um completo estranho para acompanha-la nas compras e na volta, ele a matou e para fazer graça, ficou com as compras. Isso foi um golpe muito duro para seu pai, e o Flecher sabia disso.
-Quem é Flecher?
-O assassino de seus pais. Ele era um agente muito antigo do FBI, mas acabou mudando de lado, e virou o pior inimigo de Gregory. Ele que mandou aqueles homens te matarem hoje.
-Porque ele não esta morto? Porque vocês não o matam? –Perguntou com lágrimas nos olhos e ódio no coração.
-Tentamos diversas vezes, mas ele sempre tinha mais de um plano.
-Como que meu pai morreu?
-Morreu durante uma armadilha para Flecher. O plano era perfeito, mas não deu certo. Seu pai não se controlou, e então, acabou nos revelando. Flecher foi mais rápido e atirou nele. Também fui atingido, mas sobrevivi.
-Por quê?
-O tiro que ele deu em seu pai foi na cabeça. Em mim, foi no braço.
-E ele saiu ileso?
-Não. Durante a luta corporal, seu pai conseguiu acerta-lo com uma faca, o que o deixou com uma cicatriz no lado esquerdo do rosto. Ele pode fazer diversas plásticas, mas a cicatriz estará sempre lá.
-Porque você esta me contando isso? Não podia continuar me protegendo a distancia?
-Você tem que aprender a se defender Vanessa, era isso que seu pai queria.
-Mas ele esta morto. MORTO.
-Sim, e ele sempre me pediu que protegesse você caso algo acontecesse a ele. Estou apenas cumprindo minha promessa.
-Eu quero saber de Alex, como ele esta. Porque não o trouxemos?
-Seu namoradinho esta bem, pode ficar tranquila.
-Ele não é meu namorado, é meu amigo.
-Mas ele gosta de você.
-Você esta o espionando, também?
-Todos que convivem com você são investigados, para sua segurança.
-Então, se eu der dinheiro a um mendigo, vocês investigariam a vida dele?
-Claro, ninguém esta livre de especulações, todos são suspeitos.
-Vocês são tão intrometidos e estúpidos.
-E você é tão ingênua. Nem tudo o que parece é. Sabia que seu amiguinho não é quem você pensa?
-O que você esta insinuando?
-Ele já fez parte de uma quadrilha, e ainda mantem contato com eles. Sabia disso?
-E daí? Ele pode ter feito amigos. Todos tem um passado obscuro.
-Se fosse uma quadrilha de drogas, tudo bem. Mas não era isso. Ele traficava órgãos, sabia disso?
-Esta blefando.
-Eu não blefo, e já te provei.
-Ma-ma-mas e dai? Você mesmo disse, fazia, não faz mais. –Falou com certo medo. Isso só podia ser um pesadelo.
-Ele ainda mantem contato com eles, e por isso não me preocupei muito. Afinal, se algum órgão dele for danificado, ele ganha outro novinho em folha. O que me preocupa é você não perceber as coisas.
-Perceber o que? Vai dizer que ele apenas é meu amigo porque quer meus órgãos?
-É uma hipótese, mas não tenho tanta certeza. Outra coisa em você o interessaria mais.
-E o que seria?
-Você sabe que seu tipo sanguíneo é raro, não sabe?!
-O que tem?
-O sangue do líder dessa quadrilha também é +AB. Como todo líder de quadrilha, ele é constantemente ameaçado, e você esta praticamente no topo da lista dos doadores caso algo acontecer a ele.
-Eu não conheço nenhum dos amigos de Alex.
-Isso não importa. Você confia cegamente nele e se ele te levasse para algum lugar de olhos vendados jurando surpresa, você iria.
-Não fale do que você não sabe
-Eu estou falando porque eu sei. Isso já aconteceu e você sabe.
-Quase aconteceu. –Corrigiu-o. –A moto dele quebrou.
-Sim, e já pode me agradecer.
-Foi você?
-Claro. Você estava sendo levada para a beira do precipício.
-Não é verdade. Íamos acampar no alto da montanha.
-Que tem um precipício no meio do caminho.
-É uma das vistas mais lindas da França.
-E por isso, a quadrilha tem uma base lá. Muitas pessoas são atraídas pela vista. Como diz um ditado popular “peixe morre pela boca”, mas no seu caso, iria ser pelos olhos.
-Eu não quero mais falar sobre isso. Quero saber onde Alex esta.
-Tem certeza?
-Sim.
-Você que pediu. –Disse Zac se sentando na sua mesa e então utilizou a discagem rápida. Pôs o telefone no viva voz.
-Ela esta dando muito trabalho agente Efron? –Perguntou a voz do outro lado da linha.
-Já peguei piores. Quero saber sobre o cara que foi baleado, Alex Pettyfer. Ele já deu entrada em algum hospital?
-Não, isso não conta nos nosso sistema. Nenhum Alex Pettyfer foi internado. Mas o agente Bones que ficou pelas redondezas vigiando o corpo afirma ter visto um camburão perto da entrada do beco, e em seguida, o corpo havia sumido. Pela placa, devia ser da sua antiga quadrilha.
-Certo. Mantenha-me informado. –Desligou. –Satisfeita?
-Isso só pode ser mentira. –Falou Vanessa. –Cadê as câmeras? Isso é uma pegadinha, não é?
-Porque é tão difícil pra você aceitar que o mundo não é cor de rosa?




-Porque você não morre?

Ele já não aguentava mais as infantilidades de Vanessa. Levantou-se e a pegou pelos braços e apertou-a bruscamente a balançando.

-Escuta bem, garota. Eu não vou mais aguentar nenhuma de suas gracinhas. Você acha que seu pai se orgulharia de ver você agindo como uma criança mimada? Não, não se orgulharia. Então pare de agir como uma estupida e cresça. Estou aqui para ajudar, mas você não parecer querer ser ajudada. Mas deixa eu te falar uma coisa: Você não tem querer. Ou você vai agir conforme mandam as regras por bem, ou por mal. Você decide.
-Você esta me machucando.
-Eu não me importo.
-Me solte, ou eu vou gritar.
-Grite, você só vai virar motivo de piada mais uma vez. É isso que você quer?
-Me solte.
-Promete agir como uma adulta de 23 anos como você é.
-Eu prometo. –Ele a soltou. Ela massageou um dos braços. Ele com toda certeza a havia dado vários hematomas. –Como eu vou fazer isso? Vou ficar escondida ate vocês pegarem esse tal de Flecher?
-Primeiramente, voltaremos para os EUA. La é mais seguro. Depois, vou te ensinar a se proteger.
-Como assim?
-Não se faça se tonta, eu sei que você herdou a inteligência de seu pai.
-Eu não sei lutar.
-Eu sei disso, por isso que vou te ensinar a lutar.
-Eu não sei se é uma boa ideia. Você acabou de dizer que eu tenho a inteligência de meu pai, ou seja, nada de força.
-Você consegue.
-Eu sempre fui péssima em exercícios, quase reprovei em educação física.
-Aqueles exercícios são errados. O único que permanece é a corrida. Você vai se sair bem.
-Preciso pensar.
-Tem a noite inteira para pensar. Quer ir para o quarto agora?
-Você quis dizer minha casa.
-Não. A partir de hoje você morará num condomínio, onde apenas agentes habitam.
-Mas eu não sou uma agente.
-Mas eu sim.
-Eu não posso sumir de repente.
-Mas não é seguro na sua casa.
-Eu moro nela desde os 17 anos, e nunca aconteceu nada.
-Porque não sabiam seu paradeiro.
-Mas tenho amigos lá.
-Fará novos. Se estiver acostumada a conviver com muitas pessoas, tem o AP onde estão as pessoas que participam do programa de proteção a testemunhas. Não é um lugar muito calmo, mas é seguro. Muito seguro.
-O que quer dizer?
-Onde você estiver; dois seguranças estarão também.
-Não, passo.
-Lamento lhe informar, mas agora só temos o AP como opção.
-Tudo bem. –Respondeu relutante. –Quando eu me mudo?
-Agora.
-Qual parte do ‘não posso sumir de repente’ que você não entendeu?
-Certo. Plano B então. Deixo-te lá todas as noites ate você ser chamada para um ‘novo emprego’ nos EUA, e então, nos mudamos. Mas deixo claro: Você não irá dormir lá. Entrará pela porta e sairá pela janela, todas as noites, ate voltarmos para a América.
-Então, aparentemente vou continuar levando minha vida normalmente, mas sempre dentro do alcance dos seus olhos.
-Como sempre.
-Certo. Deixa-me em casa.
-Antes, você será interrogada.
-Não pode ser depois?
-Não se você não tiver um bom motivo.
-Finjo que estou em choque e que não posso falar. –Ele a olhou com um sorriso maroto. –Que? Pensa que é o único que sabe atuar?





-Você é realmente filha do seu pai. –Sorriu.

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Ta aí meninas, depois de meses sem postar. Espero que nos perdoem pela demora e esperamos que gostem (:

Xx Thaís




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