Capítulo 40

-Essa calça também é do seu noivo? –Juan perguntou rindo assim que eles desceram as escadas.

-Só porque eu deixei você passar a noite aqui, não significa que pode agir como um idiota. –Ela retrucou se aproximando com Zac. –Não te dei liberdade, então, se contenha. Posso muito bem mudar de ideia.

-Pardon, eu só queria descontrair. –Ele disse sorrindo. –Não sabia que ele se afetava facilmente.

-Juan, cale a boca. Strike três e eu te jogo no olho da rua.

-Pardon, mon amour. (Perdão, meu amor.)

-Você está brincando comigo? –Vanessa perguntou irritada.

-Não foi por mal, você sabe.

-Eu só sei que você é um idiota.

-Está tudo bem, baby. –Zac disse a puxando para seu colo.

-Ce est un idiot et je perds le contrôle. (Ele é um idiota e eu estou perdendo o controle.) –Ela disse no seu francês perfeito. Sempre que estava muito irritada começava a falar francês sem nem perceber.

-Ne vous inquiétez pas pour des bagatelles, sera plein de rides et ce est le travail des enfants. (Não se chateie com bobagens, vai ficar cheia de rugas e isso é trabalho dos filhos.) –Z respondeu no seu francês também perfeito.

-Je t'aime. (Eu te amo.)

-Je t'aime aussi. (Eu também te amo.) –Ele disse depositando o um beijo na pontinha do nariz dela, que sorriu.

-Zac, vous parlez français? (Zac, você fala francês?) –Gabriela perguntou chocada.

-Oui, parfaitement. (Sim, perfeitamente.) –Ele respondeu sorridente; Juan e Jason trocaram um olhar.

-Ele morava na França, o que você esperava? –V questionou como se a pergunta não fizesse sentido.

-É que nós nunca tínhamos ouvido ele falando.

-Sim, eu já falei em francês perto de vocês, mas não devem se lembrar. Nem a Vanessa se lembrou uma noite.

-Acho que é por que depois de anos escutando o mesmo idioma, fica difícil diferenciar. –V disse sorrindo.

-Possívelmente.

-Então, que horas sai o jantar? –Alexandra perguntou tentando mudar de assunto.

-Quando tudo estiver realmente preparado, possivelmente as 22h. –V respondeu conferindo o relógio no pulso de Zac. –Ainda temos uma hora e meia livre.

-O que faremos? –Gabriela perguntou. –Algum jogo ou brincadeira?

-Não! –Zac e Vanessa responderam em conjunto.

-E porquê não?

-Não estou afim de interagir. –V disse se aconchegando ao "noivo". –A noite foi maravilhosa e o dia também, mas estou muito cansada. Se quiserem brincar, fiquem a vontade, mas não me envolvam.

-Então não vai ter graça.

-Vamos só conversar. –Alex disse. –Nos falem sobre o acampamento, o que fizeram, o que deixaram de fazer...

-Qual parte do "não quero interagir" que você não entendeu?

-Nossa, eu só quis criar um assunto.

-E eu só quero ficar quieta.

-O que aconteceu com você? Está muito na defensiva.

-Não aconteceu nada; vou ver como anda o jantar. –Ela disse indo até a cozinha.

-E então? –Alex questionou olhando para Zac.

-Ela está cansada, só isso.

-Não parece tão simples.

-Mas é a verdade, Alex. Ela fica enjoada quando está com sono, você sabe disso.

-Acho bom ser só isso.

-Não queira medir forças comigo, garoto; você não sabe com quem está lidando. –Z disse o encarando. Odiava que tentassem culpá-lo por algo que não tinha feito e depois o desafiassem. Ele estava exausto por conta da missão que havia durado horas, mas acabar com Alex ainda seria possível.

-Eu só quis avisá-lo.

-Digo o mesmo.

-Calem a boca os dois! –V ordenou voltando a sala. –Alex, não ameace o Zac; Zac, eu vou matar o Ian.

-Ela ligou de novo?

-Sim. –Ela disse se sentando no colo dele.

-Vanessa, só ignora. Ela não me interessa, você sabe.

-Mas você ainda interessa à ela.

-Isso aí já não é problema meu.

-É sim. Quem mandou nascer bonito?

-E eu tenho culpa?

-Idiota. –Ela disse dando um tapa no braço dele. –Eu deveria te desfigurar.

-E eu corto seus cabelos.

-Nem pense nisso; são meu charme.

-Vá prender esse cabelo agora. –Z disse ela riu antes de beijá-lo. –Sua palhaça.

-Você me ama e ama meus cabelos também. –Ela disse entre beijos.

-Ok, casal. Estamos ficando desconfortáveis aqui. –Tyler disse eles se separaram. –Obrigada.

-E pra quando é o casamento? –James perguntou. –Não pensem que eu quero pressionar, mas é bom a gente ir se preparando para a viagem e as despesas.

-Ainda não decidimos a data. –Z disse com meio sorriso. Gostava de James e sabia que ele só queria proteger a amiga. Ele seria um ótimo agente caso se interessasse em fazer parte do mundo obscuro. No final de tudo, Zac poderia convidá-lo para fazer parte, e quem sabe, Tyler também. Eles eram fortes, inteligentes e pessoas com caráter.

-Não é querendo me meter, mas é que... Bom, vocês já levam uma vida de casados, certo? Não acham que podem estar se precipitando? Vocês são novos ainda e não tem nem seis meses de namoro.

-Não somos tão novos assim, James. –Vanessa disse sorrindo. Sabia que o amigo só queria o seu bem e apreciava isso. Ele era tão reservado e agora estava expondo sua opinião mesmo correndo o risco de irritá-la. –Tenho 24 anos e o Zac 25, e bom, nos conhecemos há anos.

-Mas só se reencontraram agora, muitas coisas mudaram.

-Sim, mas nós temos uma ligação. É difícil explicar, sabe? –V disse olhando pro amigo. –Tipo, eu já tinha planejado uma vida antes dele aparecer, mas agora é como se nada daquilo fizesse sentido. Eu não me vejo mais sem ele ao meu lado apesar de tudo. Somos amigos em primeiro lugar e acho que isso ajuda bastante. –V disse sentindo Zac a abraçar mais forte. –É estranho como as coisas podem mudar tão drasticamente em pouco tempo, mas aconteceu. Estou apaixonada e acho que encontrei o homem da minha vida, então, pra que esperar? Você acha que é melhor dar a chance dele mudar de ideia ou prendê-lo logo? –Ela fez piada.

-Não mudaria de ideia nem se pudesse. –Z disse beijando a cabeça dela. –Ela é uma parte da minha vida agora e vai ser por muitos anos. Até que a morte nos separe, não é mesmo?

-Vocês são tão fofos. –Gabriela disse. –Eu sempre soube que ia dar em casamento, desde aquela noite que ele te deixou na república e quando ele te pediu em namoro e depois você apareceu com esse anel... Aí, o amor é lindo. –Ela suspirou fazendo os amigos gargalharem.

-Vocês tem uma boa química, não sei explicar. Pareciam se odiar no começo, mas agora vejo que essa implicância é saudável. –Alexandra disse.

-É bom pra descontrair. –V disse se inclinando para beijar a bochecha de Zac. –Somos tipo "só eu posso fazer isso com você, ninguém mais pode" sabe?

-Eu já percebi. –Tyler disse. –Só você pode achá-lo bonito, certo?

-Exatamente! Alguém me entende, finalmente! –V exclamou e eles riram. –Eu sempre fui ciumenta, vocês sabem.

-Isso é verdade. Me batia quando outras garotas se aproximavam de mim. –Juan Pablo disse.

-Você era mulherengo, então, eu tinha motivos. –Ela disse não deixando se abater. –O problema do Zac é que na cabeça dele, ninguém se sente atraído por ele. Ele acha que é invisível. Eu daria graças a Deus se fosse verdade.

-Você vê coisas demais. Até os homens que me olham você acha ruim. –Z se defendeu e as garotas riram.

-Não é assim, eu sei que não corro perigo nessa área, mas as mulheres só faltam se jogar em cima de você e você não se toca. Ciara é uma que só faltou tirar a roupa pra chamar a sua atenção.

-Nossa, eu me interessei muito por ela, com certeza. –Ele ironizou irritado. Com certeza não era um exemplo aleatório e a discussão viria mais tarde. –Estava mais preocupado com o meu coro que você ia arrancar.

-Você me testou a noite toda.

-Era necessário, ia fazer sua surpresa de aniversário.

-Mesmo assim, você sabe que eu odeio ser ignorada.

-Ah meu bebezão. –Ele a abraçou mais apertado. Tinha que tirar esse assunto da cabeça dela ou a noite seria longa. –Era parte do plano e a Ciara ajudou mesmo sem querer. Se fosse combinado não teria dado tão certo. –Ele riu.

-Vou fazer o mesmo com você algum dia, fique esperto.

-O que aquele guru falou? Não planeje o mal para o seu parceiro; somos amantes e não inimigos.

-Podemos ser os dois.

-De jeito nenhum. –Ela riu. –Já me bastam os inimigos que eu tenho, não preciso de mais.

-Tadinho do meu noivo, é tão odiado. –Ela disse o enchendo de beijos pelo rosto.

-E eu nem faço nada.

-Imagine se fizesse. –Ele riu.

-Então, como vai o trabalho, Vanessa? –Tyler perguntou.

-Vai bem, e o Fred? Nunca mais tive notícias dele.

-O Fred se encantou com a garçonete que entrou no seu lugar. –Alexandra disse. –Ela é bonita e se parece um pouco com você, até.

-Espero que ele seja feliz. –V disse fazendo uma nota mental de ligar para o amigo.

-E no seu novo trabalho, já fez amizades? –Gabriela perguntou. –Tem algum gatinho por lá?

-Gabriela! –Ela disse prendendo o riso. Ela nunca mudaria. –Eles são bem receptíveis, não tive problemas com a adaptação, mas ainda não estou trabalhando em período integral. As vezes vou pra faculdade de manhã e depois para o trabalho ou então eu inverto e assim está indo.

-E não tem ninguém que você fez amizade?

-Eu tenho mais contato com o chefe do meu departamento e nós nos damos bem.

-Até demais. –Z disse checando as horas no relógio de pulso.

-Ele tem namorada.

-Ele tem amantes, não confunda.

-Pouco me importa, ele não faz o meu tipo. Prefiro os rabugentos dos olhos claros.

-Acho bom. –Ela lhe deu língua e olhou para Gabriela que sorria.

-Ele estava na festa? –Ela perguntou.

-Sim, mas ficou por pouco tempo, vocês não o conheceram.

-Falando em festa, eu não vi câmeras. –Alexandra disse. –Você não filmou o pedido, Zac? Se você disser que não, eu me mato. O pedido foi perfeito!

-Ah, obrigada. –Ele sorriu sem jeito. –Eu contratei uma equipe sim, mas eles estavam bem escondidos. Ela não podia desconfiar.

-E já está com o DVD?

-Ainda não. Eles vão entregar na próxima semana juntamente com as fotos da festa.

-Eu fico pensando como será o casamento de vocês. Vocês precisam decidir, não podem passar muito tempo noivos. –Gabriela disse.

-E porquê não? –V perguntou rindo.

-É errado passar mais tempo noiva do que namorando.

-Errado?!

-Deselegante.

-Eu não tenho pressa. –V disse se aconchegando mais ao namorado.

-Eu também não. –Zac disse.

-Porquê a pediu em casamento então?

-Isso não tem nada a ver. –Ele disse negando com a cabeça. –Só por que a pedi em casamento não significa que temos que casar no mês seguinte. São muitas coisas para planejar e isso pode ser estressante, então, eu prefiro aproveitar o noivado ao máximo e depois nós planejamos.

-Mas vocês já devem ter alguma ideia do que querem. Casamento grande ou pequeno?

-Pequeno! –Eles responderam juntos.

-Civil ou religioso?

-Um de cada vez. –Vanessa disse. –Primeiro o civil e depois o religioso.

-Quanto tempo depois? Horas? Dias? Décadas?

-Seria fofo se a gente casasse no religioso depois dos filhos. –V disse olhando pro namorado. –Imagina, a menina levando as pétalas de rosa e o menino as alianças?

-Seria uma graça. –Z sorriu.

-Vocês nem decidiram a data do casamento e já estão pensando em filhos?! –Alexandra questionou surpresa. Vanessa nunca tinha demostrado o menor interesse em ser mãe algum dia.

-Ah, é só uma ideia. Acho que toda mulher sonha com um casal de gêmeos.

-Você nunca me pareceu maternal.

-Eu não tinha encontrado o cara certo ainda. –V disse. –Ok, eu já fiquei perdidamente apaixonada antes, mas nunca me pareceu ser mais, entende? Por mais que estivéssemos bem, eu sabia que algo poderia dar errado e que tudo acabaria, o que findou acontecendo. Com o Zac é diferente; eu tenho certeza de que a gente sempre vai conseguir dar um jeito pra tudo.

-E se não der?

-A gente vai sobreviver. É como eu disse, não tenho mais como tirá-lo da minha vida. Estou presa pra sempre.

-Nada é eterno. –Alex disse se lembrando do que Zac tinha lhe dito antes. –Vocês podem acabar algum dia.

-É possível, mas eu acho difícil. –V disse.

-Enfim, voltando ao casamento. –Gabriela interrompeu antes que virasse uma grande discussão. –Você quer se casar aqui nos Estados Unidos?

-Sim, é só no civil pra início de conversa.

-E o religioso?

-Talvez em Paris?! –Z disse. –No caso, a cerimônia já seria um pouco maior do que no civil.

-Eu pensei nisso. –V disse. –Mas antes do religioso, a gente precisa está com tudo preparado. Casa, carros, emprego fixo e plano de saúde. Por isso eu pensei em ser depois dos filhos.

-Concordo.

-Mas porquê tanto tempo depois? –Tyler perguntou.

-É uma forma de garantia. –Vanessa respondeu. –Se acontecer alguma falha no civil, a gente se separa e eu ainda vou poder me casar na igreja com o cara certo. –Ela disse levantando os ombros.

-Você mal ficou noiva e já está pensando no divórcio? –Eles riram.

-Como eu disse, é só uma garantia. Espero que desnecessária. –Disse trocando olhares com Zac.

-E planejam morar aqui?

-Isso o tempo que decide. O trabalho dele pode exigir uma transferência e o meu também, então, não temos garantia. Por isso o religioso só vem depois dos filhos, que só virão depois que a vida estiver totalmente garantida.

-Acho que tudo se ajeita em cinco anos. –Z disse.

-Até dez eu caso. –Ela disse e eles trocaram um beijo rápido.

-Pra quem não tinha planejando nada até que vocês dois já estão bem avançados. –James disse.

-Não temos nada decidido ainda, são só ideias que trocamos quando noivamos. –Zac disse. –Acho que todos fazem isso.

-E quando planejam organizar tudo?

-Depois de conseguir a permissão do país; vocês sabem como as coisas funcionam. Temos uma reunião marcada com uma promotora no mês que vem para dar entrada na petição.

-Não se preocupe, James. –V disse percebendo a preocupação do amigo. –Nós não vamos ficar agindo como casados antes da hora, pode ficar tranquilo em relação a isso.

-Mas vocês já agem! Você é maior de idade e independente, eu sei, mas isso pode prejudicar vocês. Não acham que estão metendo os pés pelas mãos indo rápido demais?

-Eu vou saber me virar, não se preocupe.

-Só vou relaxar quando vê vocês dois com crianças e casados daqui alguns anos. –Ele disse sério. –Não me leve a mal, Zac, mas é que a Vanessa é como minha irmã mais nova. Ela chegou na república com 17 anos e hoje já tem 24. Me sinto no dever de protegê-la.

-Eu não me incomodo com isso, na verdade, até agradeço. –Z disse sincero. –É bom saber que ela tem amigos que se importam com ela de verdade, e que apesar dos receios, sabem respeitar suas escolhas.

-Você me parece um bom rapaz, não duvide disso, mas você deve imaginar como é difícil deixá-la ir.

-Eu sei bem como é. –Ele disse e Vanessa pensou naquela possível prima que ele tinha insinuado ter há alguns meses atrás. 

Logo um flashback da sua conversa com Nina tomou de conta da mente dela. "Ele é um buraco negro, Vanessa. Ele absorve, não o contrário." "O que se sabe dele é: Nome, idade, país de origem e o pai e a mãe. Se ele tem outros parentes ou inimigos, é mistério." Agora ela tinha a certeza de que ter contado para Nina sobre essa parente de Zac tinha sido um erro.

–Amor? –Zac a chacoalhava levemente. –Você está bem?

-Ah sim, eu só me perdi em pensamentos, desculpe. –Ela disse sorrindo. –O que vocês falavam?

-Seu vestido de noiva! –Gabriela disse. –Vai se casar de branco mesmo não sendo virgem?

-De branco, véu e grinalda se possível. –Disse rindo. –Não pensei nesses detalhes ainda, mas branco, sim.

-Safada!

-É só no civil, Gabriela!

-E no religioso?

-Não serei tão cara de pau de aparecer na igreja com duas crianças e de branco. –Negou com a cabeça. –Perolado, talvez, mas não branco.

-Longo ou curto?

-Depende da estação. Talvez longo, não sei.

-E a lua-de-mel? –Alexandra perguntou. –Mesmo sendo apenas no civil, vocês precisam ter uma lua-de-mel.

-Isso será surpresa. –Z disse querendo que o assunto acabasse.

-E vão se casar no cartório ou em algum salão? Terá festa depois? Quantos convidados? E a comida? Vão morar em outra casa?

-Qual parte do "não decidimos nada" que vocês duas ainda não entenderam? –V perguntou sentindo Zac ficar rígido atrás de si. –Não gostamos de pressão e queremos decidir isso depois com calma, os dois.

-Desculpa, só queremos ajudar. É o primeiro casamento do grupo, isso é tão legal! –Gabriela disse fazendo todos sorrirem. –Eu queria fazer parte do planejamento, sabe? Nem que seja na escolha do vestido; você é minha irmãzona e isso é uma coisa tão importante.

-Eu sei, Gabi, e vocês vão me ajudar, pode ter certeza, mas existem coisas que eu e o Zac temos que decidir sozinhos. Não se preocupe, o vestido não está incluso. –Sorriu.

-Vou perguntar pra mamãe qual o melhor estilista que ela conhece e pedir alguns esboços. Ela vai morrer quando eu falar que você é a noiva.

-Eu não quero nada de luxo, só um vestido simples e bonito. É só o civil...

-Mas é casório! –Alexandra disse e Vanessa se assustou. Ela nunca tinha sido fanática como Gabriela. –Não vamos mandar fazer os vestidos, só pedir alguns modelos e depois nós adaptamos e vemos o melhor. Nós pagamos, será o nosso presente.

-Só aceito se eu escolher.

-Trato feito. –Elas estenderam os braços e Vanessa as abraçou caindo na risada.

-Certo, agora chega desse assunto. –V pediu voltando para os braços de Zac.

-Só mais uma coisa.

-Ai meu Deus! –Z disse escondendo o rosto nos cabelos morenos e respirou fundo.

-É importante: as alianças. –Gabriela disse se levantando. –Vocês não podem usar a cartier pra sempre. A Vanessa tem esse solitário, mas uma aliança é uma aliança. 

-Nós vamos procurar um designer para criar nossa própria aliança. –Z disse. –Algo com diamantes e ouro branco, não chegamos numa conclusão ainda. Ela quer algo delicado e simples e eu quero algo extravagante só para garantir que vão ver de longe.

-Por mim, esse anel bastava. –V disse bufando.

-Mas uma aliança é uma aliança. –Z disse e eles caíram na gargalhada.

-Bobo! –O beijou rapidamente.

-E a troca de presentes? –James perguntou.

-Depois da meia-noite, não? –V disse se aconchegando.

-Na França já é duas da manhã. –Gabriela disse bocejando.

-Se vocês quiserem fazer as trocas antes do jantar, fiquem a vontade.

-E perder você e o Zac trocando presentes? Nunca! Quero vê o que você vai ganhar.

-Gabriela, menos, por favor.

-Eu não vi nenhuma árvore por aqui. –Juan Pablo disse.

-Nós não tivemos tempo de montar nada, mas a Leslie arrumou uma na sala de música ontem. Querem colocar os presentes lá?

-Sim.

-A sala fica ali. –Ela apontou e todos, menos Juan Pablo e o casal, saíram da sala. –Bem, tenho que vê com o Franco se eu vou trabalhar amanhã.

-Não vai. –Zac disse. –Você só volta ano que vem; a noite foi cansativa demais.

-Sim, eu sei, mas não quero abusar dos benefícios que você consegue pra mim. Tenho certeza que tem trabalho pra fazer.

-Eu dou conta do recado.

-Quantos?

-Cinco.

-Sem descanso?

-Vou intercalar uma noite de descanso pra cada.

-Eu vou com você.

-De jeito nenhum!

-Eles vão embora amanhã e eu não quero ficar sozinha.

-Te deixo na Nina.

-Vocês dois estão muito amiguinhos pro meu gosto, nem brigam mais.

-Não era o que você queria?!

-Sim, mas é estranho. Acho bom vocês dois não...

-Se você completar a frase com o que estou pensando, eu juro que vou dar na sua cara.

-Mas é o que parece.

-Nem tudo o que parece é, você sabe disso. Só estamos sendo profissionais.

-Acho bom.

-Ciumenta!

-Sou mesmo. –O abraçou. –E a Ciara?

-É apenas uma novata.

-Eu também sou.

-Mas está acima dela, sempre esteve.

-Por conta do meu pai?

-Seu pai não tem nada a ver com isso, só você. Se fosse assim, eu já seria o chefe do departamento e não o Smith.

-E porquê não é?

-Por você. Eu tinha que fazer uma escolha: cuidava de você ou subia de nível, já conversamos sobre isso antes.

-Eu não te escolheria, você sabe, não é? –Ele riu. –Estou falando sério.

-Você sabe meus motivos pra ter te escolhido.

-Ah, claro. Não foi nem um pouco pela minha beleza.

-Que beleza?

-Idiota. –O beijou. –Eu amo você...

-Me diz que não tem um "mas".

-Mas eu não quero me casar tão cedo. São tantas coisas pra organizar e eu nem sei por onde começar.

-Por mim a gente só casava no cartório e vinha pra casa. –Vanessa lhe deu um tapa. –É sério. Não estou nem um pouco afim de passar horas e horas procurando toalha de mesa, comida, flores e sei lá mais o que.

-Porquê a gente não contrata uma organizadora?

-Você que sabe. Estando lá no dia e dizendo "sim", você pode tudo.

-Você é tão idiota as vezes. –O beijou. –Mas eu gosto.

-Só gosta?

-Não vou ficar falando que amo você o tempo todo. Assim você vai se achar demais.

-Mas você me ama que eu sei.

-E você não?

-Claro que eu me amo.

-Ama dormir no sofá também?

-Você dormindo comigo, sim. –Vanessa fechou a cara e Zac riu a deitando no sofá. –Eu te amo, você sabe disso, sua chatinha. –A encheu de beijos pelo rosto. –Amo mais do que deveria, até.

-Sou irresistível.

-Uma delícia também.

-Zac! –Ela corou e ele riu. –Sei que sou tudo isso, mas não precisa divulgar.

-Convencida.

-Realista! –Afirmou prendendo suas pernas na cintura dele. –Mas você também tem um gosto muito bom.

-E é? –Eles riram e trocaram um beijo cheio de desejo e paixão.

-Sexo no sofá? –Alexandra perguntou os assustando. –Nunca mais me sento aí.

-O Juan ficou na sala, vocês viram? –Alex perguntou segurando o riso. –Acho que estou entendendo o porque desse casamento relâmpago.

-Alex, não comece. –V pediu se sentando no sofá.

-Ou você está grávida ou achou que estava ou quer muito ficar. Não te reconheço mais.

-Cale a boca. –Ela disse jogando uma almofada nele enquanto corava. –Vocês são ridículos.

-E você é uma maníaca sexual.

-Eu vou vê se o jantar já está pronto. –Ela avisou quase correndo em direção a cozinha.

-E você, Efron...

-Eu preciso fazer uma ligação, com licença. –Z disse indo até o escritório. Axel com certeza iria questioná-lo por ter permitido Vanessa desabafar na frente do ex sobre o trabalho, mesmo que em código.

-Bonito, Agente Efron. –Axel atendeu ríspido. –A cena que presenciei é fruto da famosa magia do natal?

-Esse ex dela me detesta, então pensamos em dar um gostinho de confusão para depois da troca de presentes acabar com toda a esperança dele. –Z disse firme. –Não podemos ser confiantes demais, mas também não de menos. Peça pra alguém anotar o que falamos do casamento porque foram coisas que saíram no momento e com certeza eles vão cobrar na cerimônia.

-Já estou cuidando disso. Vocês atuam tão bem que as vezes fico pensando se não é verdade e os enganados somos nós.

-Axel, me poupe. Essa garota seria a última pessoa do mundo com quem eu iria me relacionar.

-Claro, percebi claramente no "te amo mais do que deveria".

-Você queria que eu falasse o que? "Só estou aqui pela promessa que fiz ao seu pai"? Já basta o que falei indiretamente, sem contar que ela falou do pai e se esse carinha pensar demais, logo vai querer saber porque se ela nunca o conheceu.

-Diga que é uma promessa que o patrão dela fez a mãe dela, que eles se conheciam, que ele era amigo do pai dela, não sei, invente algo. Seja útil, Efron.

-Axel, você está adorando isso, não está? –Z questionou revirando os olhos. –Aproveite enquanto ainda tem tempo, porque daqui a dois dias tudo isso acaba e eu vou te colocar no seu devido lugar.

-Mas até lá, você deve me obedecer.

-Na verdade, não. Se quiser largar tudo e ir aproveitar o natal, sinta-se a vontade. Não preciso de você, nunca precisei e nem vou precisar.

-Você está confiante demais, Efron.

-E você está muito obcecado pela minha relação com a Hudgens. Não me diga que também se apaixonou pela peça?

-Não seja ridículo, eu detesto essa garota. Se acha alguma coisa no nosso mundo e mal consegue segurar uma arma. –Zac gargalhou. –Não entendo essa risada.

-Você se apaixonou por ela sem nem conviverem muito. –Negou com a cabeça. –Ela é assim tão bonita como vocês falam?

-Ela é bonitinha, sim.

-Eu não vejo beleza nenhuma. –Z disse e ouviu Vanessa bufar pela escuta. –Acho que tem cabelos sedosos, mas apenas isso.

-O fato é: eu não estou apaixonado.

-Ok, então não vejo problemas em pedir para o Smith te tirar da missão.

-Você não pode fazer isso! –Berrou.

-E porquê não? Se você a odeia tanto assim, deveria agradecer.

-O que você ganharia com isso? Porquê quer me afastar? Tem medo de que ela se interesse por mim?

-Ela já tem problemas de adaptações, imagine se ficar sabendo que tem admiradores?! Sou eu quem escuto todas as queixas dela e não vocês, por isso que estou pensando em tirar as escutas do quarto.

-Não faça isso!

-E porquê não? Eu tenho que ficar me reprimindo por que vocês acham que é errado, mas ela não pode continuar agindo como se fizesse parte do mundo deles. Está decidido: vou retirar as escutas e vou começar a agir como bem entendo. Preciso da minha privacidade de volta.

-Se você fizer isso...

-O que vocês vão fazer? Me mandar embora? Vamos ver com quem ela vai querer ficar. Eu tenho meu apartamento, vocês sabem disso.

-Ela ficará desprotegida.

-Isso aí já não é problema meu. Boa noite, Axel. –Z disse desligando o telefone e logo a porta do escritório foi aberta. –O que foi?

-Apaixonado por mim? –V questionou de olhos arregalados. –Que nojo, isso é nojento, ele é nojento, todos são nojentos.

-Eu também?

-Todos menos você. Zac, eu não quero vê-lo nunca mais. –Suspirou o abraçando.

-Tudo bem, amor, nós vamos dar um jeito.

-Você vai tirar as escutas mesmo?

-Sim, amanhã bem cedo.

-Tudo bem. –Suspirou novamente e ele a beijou. –Então...?

-Eu te amo.

-Eu também te amo, e na verdade, mal posso esperar para ser a senhora Zachary Efron. –Riu e Zac a beijou novamente.

[...]

-O jantar estava maravilhoso. –Alexandra disse voltando a sala com os amigos logo atrás.

-Sim, Vanessa é uma cozinheira maravilhosa. –Juan Pablo disse. –Aprendeu comigo, claro.

-Quem preparou grande parte da comida foi a Leslie, eu só ajudei. –V sorriu. –As receitas são delas, por isso, o crédito é todo dela.

-Oh, senhora, por favor. –Rosalla disse sentindo as bochechas ficarem vermelhas. –Eu só fiz o meu trabalho.

-Por favor, continue fazendo. –Todos riram. –Leslie tem sido um anjo na minha vida. –V disse a abraçando.

-Vocês dois que me alegram todos os dias. –Sorriu sentindo os braços de Zac nos seus ombros.

-Se eles não te quiserem depois do casamento, eu te quero. –Gabriela disse. –Você tem passaporte, certo?

-Gabriela, tire o olho que ela é minha. –V gargalhou.

-Leslie não vai se afastar nem se quiser. –Z disse. –Nossos filhos precisam experimentar suas tortas.

-Com toda a certeza, por que se for depender da mãe deles, serão todos magricelos. –V concordou e os amigos riram. –É sério, você vai junto com a gente pra qualquer lugar.

-Me sinto feliz com isso. –Leslie disse sentindo os olhos marejados e Vanessa beijou suas bochechas.

-Bem, vamos trocar logo os presentes. Já está tarde e precisamos dormir. Você dorme aqui hoje, Leslie.

-Mas senhora...

-Sem discussões. –Z disse. –Vamos para a sala de música.

Todos assentiram e se dirigiram até o local onde estava uma árvore mediana com alguns presentes debaixo dela.

-Quem começa? –Gabriela perguntou.

-Bem, eu e o Zac compramos presentes pra vocês, mas eles estão embalados juntos. –V disse. –Então, vocês podem começar e depois a gente entrega. –Os amigos assentiram e logo pegaram seus embrulhos.

Vanessa e Zac agradeceram pelos seus presentes e logo entregaram o dos amigos dela e até Leslie ganhou alguns. Apesar da tentativa de só abrir depois, Alexandra convenceu Vanessa a abrir os presentes ali mesmo. Ganhou biquínis, saias curtas e  e até peças íntimas de Gabriela. Zac ganhou camisas, relógios e um chicote, mas o deixou na caixa.

-Agora vocês. –Gabriela disse batendo palminhas. –Quero vê seus presentes.

-Tudo bem. –Z disse e Vanessa desconfiou. –Esses são meus presentes pra você, amor. Feliz natal. –Zac a beijou e estendeu os pacotes. Eram três: Um grande e fino, obviamente um quadro; e duas caixas pequenas.

-Pra que isso tudo?

-Você merece mais. –Ela sorriu e o beijou novamente. Largou os embrulhos em cima do piano e pegou a caixa grande que tinha sobrado debaixo da árvore. –Esse é o seu, e bem, espero que seja útil. –Sorriu sem jeito e trocaram mais um beijo.

Vanessa rasgou a embalagem do maior e viu um mosaico feito com diversas fotos dos dois. A foto central era do beijo dos dois após o pedido de casamento, e as fotos pequenas, eram as mesmas usadas por ele durante a declaração.

-Amor, que lindo. –Ela disse sentindo os olhos marejarem. –Vou pendurar no nosso quarto. –Ele sorriu e ela logo abriu outra caixa pequena. –Não me diga que...?
-Sim, todas as nossas fotos estão nesse álbum. –Ela deu pulinhos e ele riu. V abriu a outra caixa e viu uma caneca de porcelana com duas inicias em dourado: VE. –Você espiou o seu presente?

-Não, eu nem...
-Certo, abra logo o seu. –Z se sentou no chão e rasgou o embrulho azul. Respirou fundo e retirou a tampa. –Não. –Tirou um telescópio mediano da caixa e sorriu. –Como você sabia?
-Dei uma olhada no histórico do seu computador.
-Então você é a "garotachocolate88" que o arrematou? –Ela riu com a animação dele. –Obrigado.
-Tem mais coisa aí. –Z voltou a olhar na caixa e o sorriso apareceu novamente. –Espero que sejam do tamanho certo.
-Elas são perfeitas. Estão autografadas? –Perguntou surpreso retirando duas luvas de beisebol da caixa.
-Sim. Cuide bem delas, pois me deu muito trabalho consegui-las.
-Eu deveria deixar você visualizar meus histórico mais vezes. –Ela riu. –Que fofa. –Z disse tirando a caneca de porcelana parecida com a dela, mas com as iniciais ZE.

-Eu pensei em colocar "senhor" mas ficaria muito grande.
-E eu queria colocar "senhora" mas não coloquei pelo mesmo motivo. –Sorriu. –Obrigado.
-Obrigada você. –O abraçou. –Eu amo você. –Disse pulando no colo dele. –Muito. –O beijou e Z logo sorriu.
-Uhum. –Concordou no meio do beijo e eles se separaram rindo.
-Ok, vocês podem ir transar agora. –Gabriela disse.

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Hei girls!!!!!!! Eu estava com metade do capítulo pronto, mas me deu uma vontade de ler a fic de novo e revi os capítulos fofos deles e me deu uma saudade de Zanessa ai modifiquei o capítulo quase todo. Aff, sou otária até hoje. Capítulo fofíssimo pra vocês. O Juan Pablo não entregou nenhum presente, estranho, não? Acho que ele vai entregar depois.... Bem, obrigada a quem comentou. Esse capítulo está mais fofo que o outro haha. Ok, parei. Bem vinda leitora nova \o/. Well, me digam suas opiniões sobre o que acharam desses acontecimentos: Ciara ligando, Zac com ciúmes do James, os planejamentos do casamento, Axel apaixonado pela Vanessa, Juan Pablo quietinho... O que vocês acham que vai acontecer? Diga-me tudo! PS.: Mal posso esperar pelo casamento de Zanessa!
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