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domingo, março 23, 2014

Capítulo 25

Ela ouvia seu nome ser pronunciado em forma de sussurro em seu ouvido enquanto sentia a respiração quente e falha do seu companheiro no seu pescoço.
-Você tem certeza? –Ele perguntou na escuridão.
-Sim, eu... eu tenho. –Respondeu ofegante, mas certa da sua decisão.
-Se acontecer alguma coisa desagradável lembre-se de que a culpa é sua. –Ela riu e logo sentiu o resto de suas roupas sendo arrancadas por ele. Respirou fundo preparando-se para ser “invadida”. Mordeu o lábio assim que o sentiu dentro de si pronto para rompê-la. Logo sentiu a dor crescendo gradativamente até não aguentar mais e gritar.

-Para. –Ela ouviu-se gritando enquanto despertava suada e ofegante. Zac logo apareceu na porta do quarto.
-O que houve?
-Na-nada. –Respondeu gaguejando. –Eu só...
-Teve um pesadelo? –Ela assentiu e ele se aproximou. –Com o que você sonhou?
-Eu prefiro não comentar. Eu nem sei se realmente foi um pesadelo, eu só...
-Se assustou. –Completou novamente a frase para ela que assentiu. –Não importa o que foi, o importante é que já passou. –Disse se sentando ao lado dela. –Quer alguma coisa? Uma água com açúcar ou um suco de maracujá?
-Não quero nada, obrigado.
-Quer que eu fique aqui com você?
-Sim, por favor. –Ele a abraçou.
-Você está quente. Se sente bem?
-Sim, só estou um pouco nervosa. O que você estava fazendo?
-Tinha ido beber um pouco de água. Eu estava deitado com você.
-Sério? –Ele assentiu. –Eu falei alguma coisa enquanto dormia? –Perguntou temerosa. Sabia que às vezes falava dormindo e se isso tivesse acontecido durante esse “sonho” seria bem embaraçoso.
-Não, não disse nada.
-Mas? Sua expressão indica que tem um “mas”.
-Mas você fez coisas. –Disse depois de suspirar. –Por um momento pensei que você estava acordada.
-Que tipo de coisas?
-Bom, quando eu me deitei você logo me agarrou enquanto beijava o meu pescoço e o meu peitoral. Se estou sem camisa a culpa é sua que logo a arrancou.
-E o que mais?
-Você subiu os beijos e depois se acalmou.
-Não fiz mais nada?
-Não. Por quê?
-Por nada.
-Vai dormir de novo ou vai levantar?
-Que horas são?
-São 17:30 ainda.
-Posso tomar um banho? Estou grudenta.
-Pode, até agradeceria se fizesse isso. –Disse a fazendo beliscá-lo. –Estou sendo sincero.
-Guarde seus pensamentos para quem se importe. –Disse se levantando. –Tem alguma toalha no banheiro?
-Sim, tem. Eu também vou tomar banho, mas no apartamento ao lado. O agente a quem pertence o apartamento está viajando numa missão e me pediu para que cuidasse dele.
-Cuidar e não utilizar.
-Calada. –Ordenou a fazendo rir e logo correr para o banheiro.

[...]

-Me empresta uma camisa sua?
-Você sabe aonde eu as guardo. Pode escolher.
-Obrigado. Han, posso pedir outra coisa?
-Depende. O que é?
-Digamos que não sou do tipo que usa a mesma roupa depois de tomar banho e o mesmo se repete com as peças intimas. Você tem alguma cueca box que não tenha usado ou algo assim?
-Você tem uma sorte incrível. Eu ganhei umas de aniversário, porém são muito pequenas. Estão nessa segunda gaveta e se quer saber, eu nem precisei experimentar para saber que não serviriam.
-Acho bom mesmo. –Disse sorrindo. –Eu sei que pode parecer estranho, mas eu gosto de peças íntimas masculinas. Não me sinto apertada e nem nada do tipo. Achei uma loja que vendia peças do meu tamanho, mas com o tempo as funcionárias começaram a me tratar de modo grosseiro e percebi que elas pensavam que eu era homossexual. O que me irritou foi o preconceito e não o que elas pensaram.
-E você parou de ir lá?
-Sim. Fiquei com tanta raiva que joguei as peças que tinha fora e voltei a usar as "normais", mas mesmo assim elas que saíram perdendo. Eu era uma cliente muito presente.
-Eu imagino. Se quiser ficar com essas peças, fique a vontade. Eu nem sei o que fazer com elas mesmo.
-Certo, obrigado. Já pode entrar, eu já estou vestida. –Ela disse e ele logo abriu a porta. –Serviu como uma luva. –Apontou para a box que vestia que ficava parcialmente escondida pela camisa que usava.
-Que bom. Escolhe uma para mim, por favor. –Disse indo para o outro lado do quarto para passar desodorante.
-Escolher o que?
-Uma camisa.
-Ah, sim. Isso eu escolho. Achei que você estava pedindo para eu escolher uma box e isso não vai acontecer. Uma coisa é eu pegar em cuecas nunca usadas, outra coisa é pegar nas suas.
-Engraçadinha.
-Eu sei. –Ouviram a campainha. –Quer que eu atenda?
-Não, eu vou. –Disse soltando a toalha fazendo-a gritar enquanto cobria os olhos. –Ei, exagerada. Eu estou vestido.
-Ah, sim. Eu não sabia. –Disse sem graça enquanto ele vestia o short que estava estendido na cama.
-Pois estou, ou você achou mesmo que eu ia sair de outro apartamento só de toalha? Eu já fiz uma pessoa andar sem nada pelo colégio e não quero que isso aconteça comigo.
-Você toma banho de roupa, então? –Fez piada.
-Não, mas sempre levo no mínimo uma box. –Disse vestindo a camisa que ela tinha escolhido. –Já volto. –Disse indo para a sala. Ela foi até a penteadeira dele procurando algum perfume. Tinham vários. Pegou o primeiro que encontrou e borrifou algumas vezes em si mesma. Como tinha lavado o cabelo, enrolou-o numa toalha para não molhar tanto a camisa. Sentiu a barriga roncar e foi procurar Zac para saber o que ele tinha para ela comer.
-Zac o que você tem para... Han, olá. –Disse assim que se deparou com diversos rostos conhecidos, possivelmente agentes.


-Eu tinha uma reunião com eles sobre o nosso almoço com o mafioso e não queria deixar você sozinha e transferi a reunião para cá. –Ele explicou se aproximando.
-Ah, tudo bem. O apartamento é seu mesmo. Eu só vim perguntar se você não tem nada para comer. Estou com fome.
-Também estou. Acordei com fome, na verdade.
-Então sabe como eu me sinto. E o que tem?
-Não sei bem. Olha lá. Vou buscar alguns equipamentos. –Avisou indo para o quarto onde ele guardava o armamento. Sobre os olhares de todos, ela se encaminhou a geladeira onde encontrou morangos cobertos de chocolates e uma lata de chantili.
-Encontrou algo? –Ele perguntou atrás dela.
-Morangos com chocolate e essa lata de chantili. O que tem para beber?
-Água.
-Nada melhor do que água.
-Você quer participar da reunião?
-Eu posso?
-Pode, claro. É melhor do que ficar trancada dentro do quarto.
-Sendo assim, eu participo. –Disse sorrindo antes de lhe dar um selinho rápido. –Eu não quero vestir short e me sinto desconfortável somente de camisa. Tem como você pegar algum pano para eu me cobrir?
-Tudo bem. Deixas essas coisas lá no sofá e vem comigo. –Disse e ela assim o fez. No quarto, ela observou ele subindo em cima da cama para pegar uma caixa na parte superior do armário. Desceu com o objeto nos braços e logo tirou um pano dentro de um saco plástico. –Essa é a manta com que saí enrolado da maternidade. –Disse entregando para ela.
-E você ainda tem?
-Você está me chamando de velho?
-Você não é novo. –Disse tirando a manta do saco plástico e percebeu que ela estava em bom estado de conservação e tinha um cheiro suave. –Gostei.
-É para você se cobrir.
-Tens certeza? E se eu sujar?
-Eu mato você. –Disse num tom brincalhão, mas ela sabia que ele falava sério. Voltaram a sala e sobre os olhares confusos, ele informou que Vanessa ia participar da reunião. Ela se sentou entre as pernas dele e de vez em quando eles dividiam um morango. Depois de relembrarem todas as ações de Enzo no almoço e do que tinham descoberto sobre a ida dele até a França, Zac se levantou e foi explicar o que planejava para uma missão nos EUA. –É isso que eu planejei. –Disse ao finalizar. –Sugestões?
-Eu tenho uma. –Vanessa disse levantando a mão fazendo todos olharem para ela. –O que?
-Ele só pede sugestões por educação, pois não tem modos do plano ser melhor. –Uma agente loira explicou com desdém.
-Quem disse?
-Você tem sugestões para melhorar o plano?
-Achei que tinha deixado isso bem claro quando levantei a mão. –Disse bufando. Não tinha gostado nada do estilo "sabe tudo" daquela loira magricela.


–Pois bem, Zac. Eu pensei assim: Já que você acha que eles vão saber os agentes que vão invadir o estabelecimento e por onde vão invadir, por que não arma uma cilada?
-Como assim? –Ele perguntou se interessando.
-Bom, vocês planeja invadir por cima e eles pensam que vocês vão invadir por baixo, mas mesmo assim vão reforçar a segurança em cima. Eu acho que você poderia agir como se fosse realmente invadir por baixo e assim tira toda a atenção deles enquanto invade por baixo. Daqui que alguém possa avisar que a invasão real é por cima, vocês já vão estar muito avançados.
-E como enganaríamos eles?
-Procure agentes ou pessoas que topam tudo por dinheiro que sejam parecidas com os agentes dessa missão. Eles fazem uma falsa invasão por baixo e chamam a atenção enquanto os agentes "reais" invadem tranquilamente por cima.
-Você pensou nisso tudo sozinha?
-Não, pesquisei no Google "maneiras de surpreender o Zac para ele me deixar dormir com ele hoje" e no primeiro link tinha o seu plano e os modos de melhorá-lo. –Disse fazendo ele sorrir.
-Até que é uma boa ideia. –Disse sincero. –Podemos começar com as buscas dos sósias hoje mesmo. Nos arquivos do governo devem ter as pessoas muito semelhantes, agentes até. A Nina tem uma sósia que é agente na Alemanha, só que diferente da Nina, ela não é uma cobra.
-Cala a boca. –Vanessa pediu.
-Muito bem, Vanessa. –Disse o agente Smith. –Vejo que você herdou a inteligência do seu pai.
-Só isso mesmo, por que no quesito força... –Deixou a frase no ar e Zac negou com a cabeça. –O que?
-Eu não sou de reclamar, mas você tem um tapa pesado, viu?
-Você é você.
-Apesar da sua ideia ser um bom complemento, acredito que o agente Efron vá negar o seu pedido de dormir com ele. –O agente Smith disse interrompendo os dois. –Você está sobre a proteção do agente Walter.
-Eu queria conversar com o senhor sobre isso mesmo, agente Smith. O Zac lhe informou?
-Sim, mas eu não vejo razão nenhuma.
-Eu vejo várias. Podemos conversar em particular?
-Não, não vejo o por que. Não tenho segredos com filhas de agentes.
-Pois muito bem. –Disse não se intimidando. –Eu sei que foi o Zac que pôs na sua cabeça que o melhor para mim seria se eu ficasse sobre a proteção do agente Walter, sabe se lá Deus o por que. Eu, como melhor representante de mim mesma, acho que o efeito é contrário.
-E por que eu aceitaria sua opinião?
-Por que não aceitaria? Só por que eu sou filha de um agente em vez de uma? Eu continuo sendo um ser humano. Todos os meus atos geram consequências para mim mesma e eu acho que se eu tenho que ficar sobre a proteção de alguém, eu que tenho que escolher, afinal, sou eu que vou sofrer as consequências dessa escolha. Não estou dizendo que esse agente tem que ser o Zac. Se ele não quer mais "cuidar" de mim, pena, mas acredito que ele não seja o único agente simpático no mundo. O senhor mesmo poderia cuidar de mim, certo? Não sou nenhuma criança, sou uma mulher. Não pedi a proteção de vocês, mas vocês que se ofereceram sem me dar a chance de escolha. O que eu "preciso" de vocês é um teto seguro para dormir, apenas isso, e é por isso mesmo que eu acho que qualquer um que não seja o agente Walter, pode me dar isso.
-E por que não o agente Walter?
-Eu não me sinto segura com ele. Por que diabos ele ronda a casa durante a noite? E não venha me dizer que é por proteção, por que eu vi seguranças rondando a área e as trancas da casa são muito fortes.
-Você tem é que agradecer por ter onde dormir.
-Eu não tenho que agradecer nada, por que não estava dormindo na rua. Eu tenho um lar e tenho um emprego. Não preciso nada de ninguém. Eu prefiro ficar na minha casa, com os meus amigos, mesmo que não tenha a proteção "adequada", pois eu sei que sou bem vinda lá. Essa é a minha deixa: Ou vocês mudam o meu "protetor" ou vão ficar devendo as promessas que fizeram para o meu pai. –Disse ficando de pé demonstrando que falava sério.


-Ela é sempre assim? –O agente Smith perguntou encarando Zac.
-Na maioria das vezes, sim.
-E na minoria?
-Na minoria ela não avisa e se é contrariada, parte para a agressão física. –Sorriu. –É a filha de Gregory Hudgens, com toda a certeza.
-Sem sombra de dúvidas. –O agente Smith concordou. –Pois muito bem, senhorita Vanessa. Se é assim que a senhorita quer, mas já aviso que eu não vou ficar entrevistando agentes para saber o que será mais "adequado" para você.
-Não se preocupe. –Ela disse. –Eu já tenho um escolhido.
-E posso saber quem será o felizardo?
-Agente Ian Somerhalder.
-E por que ele?
-Por que o Zac não aceitaria a Nina e o Ian é o terceiro agente confiável da minha lista.
-E o primeiro?
-Não é da sua conta. –Disse e por mais que fosse uma afronta, ele não pode deixar de sorrir pela forma doce como tinha sido.
-Pois muito bem. O seu protetor no momento, agente Walter, vai conversar com o agente Somerhalder para vê se ele concorda e se para saber como proteger você.
-Eu mesma vou falar com o agente Somerhalder, afinal, o único conselho que o agente Walter pode passar para ele sobre mim é "faça o oposto de tudo o que eu fiz".
-Você é muito grosseira, sabia?
-Minha mãe sempre me dizia isso e me mandava dormir, pois sabia que isso era sono. Então, boa noite. –Disse indo até Zac para lhe dar um beijo rápido antes de se trancar no quarto.
-Ela é sempre assim? –A agente loira perguntou.
-Sim. –Zac respondeu.
-E você não se importa?
-Não, já vi piores. –Disse sorrindo.
-E esse beijo? –O agente Smith perguntou.
-Coisa nossa. –Disse acompanhando-os até a porta.

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Hey girls. Aí está o capítulo 25. Eu ia postar ontem a tarde, mas fui comprar o meu material escolar (minhas aulas começam amanhã, pois é, moro no Acre mesmo) e a noite fui para a igreja e fiquei sem tempo de concluir o capítulo. Agradeço a quem comentou e a quem leu. Espero que gostem desse também.
Xx

5 comentários:

  1. Eu amoo demais essa fic.
    O Zac e a Vanessa são hilários e perfeitos juntos.
    Amei o capítulo.
    Perfeito como sempre.
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    Bjos

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  2. vish,Vanessa sua doidinha,kkkk
    amei o capítulo,tá incrível =D
    posta mais amore,kisses
    divulga pra mim???
    http://minificszanessa.blogspot.com.br/

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  3. tá perfeito...
    e a V com esses sonhos doidos poderia ser verdade né kk :)
    posta logo bjuss *-*

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