-Eu amo você.
-Eu amo mais.
-Não, eu amo mais.
-Não, eu que amo.
-Eu te amo assim oh... –V abriu os braços o máximo que
pode.
-Pois multiplica dez vezes e será o meu amor!
-E multiplica infinitamente e será o meu.
-Vocês querem parar com isso? –Gabriela resmungou. –Que saco!
-Filha, deixe sua amiga namorar, que coisa. –Susana a
repreendeu.
-Namorar é uma coisa, mãe, mas isso já é demais. Ridículo,
até. –Encarou Vanessa. –Nunca pensei que veria você fazendo isso, logo você, a
durona.
-E eu pensava que você era mais amor e menos ódio. –Cruzou os
braços. –Quem era a fã numero um desse relacionamento mesmo?
-Acontece que vocês extrapolam. É muita “melação” pra um
casal só; fica até forçado.
-Mas meu amor é tão bonitinho, olha só essa carinha. –Apertou
as bochechas do namorado. –Essa boquinha rosadinha que eu amo beijar. –Lhe deu
um selinho. –Meu lindinho.
-Vocês dois se veneram, na verdade, só você, por que eu nunca
vi ele retribuir.
-Você não tem que ver nada mesmo. –Deu de ombros.
-Isso é ótimo! Não tenho vontade nenhuma de saber as
posições que vocês usam.
-Diz isso mas tentou invadir nosso quarto não tem nem 24 horas. –V provocou
olhando as unhas.
-Vocês estavam lá?
-Não, mas...
-Então não diga isso. –Se levantou. –Estou ficando com fome.
O estilista vem ou não?
-Até parece que a noiva é você. –Susana riu. –Ele já deve
estar chegando.-Acho bom mesmo. –Cruzou os braços se sentando novamente.
-Ninguém está te obrigando a ficar aqui, então... –V disse.
-Olha aqui, Vanessa, você cale a boca! –Mandou. –Não estou com paciência pra você hoje.
-Ai que medo.
-Você está na minha casa e eu não vou tolerar...
-Eu que não vou tolerar você falando com a minha noiva desse jeito. –Z disse autoritário. –Que eu saiba, a casa é dos seus pais, talvez seja sua quando eles falecerem, mas até lá, a propriedade é deles! Outra coisa; você quem insistiu para que nós viéssemos pra cá, por isso, abaixe o seu tom antes de dirigir a palavra à ela.
-Escuta aqui...
-Escuta aqui você: não estou de brincadeiras nem hoje e nem em qualquer dia quando o assunto é o bem estar da Vanessa, por isso, pense bem antes de falar e fazer alguma coisa, capire? (Compreendeu?)
-Que nervosinho você. É falta de sexo, é?
-Gabriela Garcia, que linguajar e modos são esses? –Susana perguntou irritada.
-Ela que está sem sexo e quer descontar no meu noivo. –V disse.
-Eu achei que ela apoiava a relação.
-Também achava isso, mas pelo que pude perceber, as coisas mudaram.
-O que mudou foi que vocês dois ficaram insuportáveis. –Gabriela resmungou cruzando os braços. –E seu “noivo” nem deveria estar aqui. Ele não pode ver o vestido, lembra?
-Sim, eu sei, mas eu quero que ele fique comigo o máximo possível por que eu vou dormir aqui, lembra?
-Não sei se isso ainda vai acontecer.
-Gabriela, pare de agir como uma criancinha mimada! –Susana a repreendeu. –A Vanessa é a sua amiga há anos e dormiu com você mesmo sem ser obrigação dela.
-Acontece que ela deixou de dormir comigo desde que conheceu esse carinha, e foi daí pra pior. –Resmungou. –Ela me trocou, trocou á todos os amigos, por um cara!
-É o noivo dela, amigo de infância...
-Nem me venha com desculpas, mamãe, se nem ela mesmo nega. Diz que se não apoiarmos, ela para de falar com a gente e continua bem.
-Eu nunca disse isso! –V se defendeu. –Apenas disse que não ia discutir com vocês e que se não aprovam meu casamento, então, deverão se afastar por que vai acontecer, vamos formar uma família e eu não quero nenhum transtorno pro meu filho.
-E ela tem razão.
-Mamãe!
-Minha filha, você está querendo crucificar sua amiga por quê está com ciúme do noivo dela ou do filho? –Encarou Gabriela que engoliu em seco. –Por que se for de um bebê indefeso que só merece amor...
-Ora, mamãe, você me conhece.
-E é por conhecer que faço a pergunta. Até uns dias atrás você me dizia que queria um relacionamento igual ao da sua amiga e...
-Não me diga que você também está afim do Zac, garota. –V a puxou pelo braço.
-Lógico que não! –Gabriela tentou puxar o braço, o que foi em vão. Vanessa estava bem mais forte do que ela. –Você me conhece e sabe que eu jamais faria isso com você.
-Acho bom mesmo, por que você não me conhece e não sabe do que eu sou capaz de fazer. –Puxou Gabriela para mais perto. –Meu noivo é só meu, entendeu?
-Me larga! –Se afastou e V precisou se controlar para não rir da cara de espanto da amiga. –Você está obcecada por esse cara e nem se lembra do que ele fez lá com a namorada do amigo dele.
-O passado é passado, agora ouça bem: não se meta no meu futuro.
-Você está completamente perturbada, Vanessa! Eu sou Gabriela, sua amiga, que nunca nem sonhei com esse carinha pra mim. Confesso que acho bonito, mas desde aquela noite na república...
-Ok, Gabi, não quero seu discurso. Só quero deixar claro que se alguém interferir nessa relação, ou ao menos tentar, vai sofrer consequências, e eu não estou para brincadeiras.
-Sim, eu já entendi isso; todos nós já entendemos! –Suspirou. –Já parou pra pensar que ele pode não ser tudo isso?
-De novo esse assunto?! Sério? Troca o disco pelo menos. –Pediu indo pro colo de Zac. –Eu o conheço mais do que vocês imaginam.
-Será mesmo? E ele por acaso te conhece? Vocês podem ter sido amigos de infância, mas as coisas mudam e...
-Chega. –Susana disse. –O estilista chegou e eu não quero um “pio” sequer a respeito desse assunto, está claro?
-Tanto faz. –Gabriela revirou os olhos e recebeu um olhar negativo de Susana.
-Valentino, querido. –Susana o saudou com dois beijinhos e tanto Zac quanto Vanessa arregalaram os olhos.
-Minha bela Susana, como está? E Enzo? –O estilista saudou entrando na casa. –Buon pomeriggio a tutti. (Boa tarde a todos). –Sorriu. –É este o casal? –Puxou Vanessa pelas mãos, colocando-a de pé. –La mia bella, sono magnific, e sarà bellissima in nessuno dei miei vestiti. (Minha bela, você é magnífica, e ficará belíssima em qualquer um dos meus vestidos.
-Grazie, ma mi perdoni. Non sarò in grado di usarli. (Obrigada, mas me perdoe. Eu não vou ser capaz de usá-los.) –Puxou as mãos.
-E por quê não? –Valentino questionou ofendido.
-Ela quis dizer que não vai poder usar qualquer um pois está grávida e logo a barriguinha vai aparecer. –Susana tentou consertar.
-Ah, un bambino. –O estilista sorriu. –Eu posso fazer adaptações dependendo do modelo que você escolher e...
-Não, me desculpe. –Olhou para Zac pedindo ajuda. –Eu não quero que a Dona Susana gaste tanto comigo se nem ao menos a filha dela está a favor do meu casamento; não quero problemas e pode nem dar certo e...
-Amor, relaxa. –Z a abraçou. –Está tudo bem, ninguém vai te obrigar. Se quiser, pode casar de moletom que eu nem ligo.
-Come è romantico, ma anche di cattivo gusto. (Como é romântico, mas também de mau gosto.) –Valentino negou com a cabeça. –Escuta, meu jovem, a sua noiva é linda demais para casar com roupas de ficar em casa.
-Non i vestiti, ma il modello. Non ci piace cose fi fantasia o appariscente, di fatto, la nostra vita è molto tranquilla. (Não é a roupa, mas o modelo. Nós não gostamos de coisas extravagantes ou chamativas, de fato, a nossa vida é muito tranquila.)
-Claro. –V riu e ele logo a encarou.
-Okay, non è così tranquilla come pure, ma noi siamo calmi. (Ok, não é tão tranquila, mas somos calmos.) –V gargalhou. –Tesoro, sto cercando di aiutare, ma se non volete, è lì con loro. (Querida, eu estou tentando ajudar, mas se você não quiser, fica com eles.) –V encarou o namorado e não conseguiu controlar a risada. –Lo sposo non può vedere il vestito, giusto? (O noivo não pode ver o vestido, certo?) –Sorriu erguendo uma sobrancelha.
-Nem pense nisso. –V semicerrou os olhos.
-Arrivederci.
-Não seja chato, amor. –O puxou. –Eu só estava me divertindo.
-Com o que, posso saber?
-O modo que você enrola a língua pra falar italiano é tão fofo. –Roubou um beijo rápido.
-Que belo casal, mas o noivo ainda não pode ver o vestido. –Valentino disse.
-Nós sabemos, e ele já estava de saída, certo? –Gabriela provocou.
-Sim, eu tenho coisas para vê. –Beijou Vanessa novamente. –Até logo.
-Vou sentir saudade. –Falou melancólica e viu a amiga revirar os olhos.
-Também. –Lhe deu um selinho. –Buon pomeriggio. (Boa tarde) –Desejou se afastando e logo saiu pela porta.
-Vocês são maus.
-Da azar o noivo ver o vestido antes do casamento. –Susana disse sentando ao lado dela. –Bem, Valentino, me diga o que trouxe.
-O que a ragazza gosta?
-Simplicidade. –V respondeu dando de ombros. –Nada de coisas grandes estilo princesa pra mim ou muito brilho.
-Para quando é o casamento?
-Bem, estamos tentando organizar tudo para o início do mês que vem, o mais tardar, claro. É só o civil mesmo.
-Civil? –Valentino encarou Susana. –E terá festa depois, certo?
-Sim, algo para amigos íntimos; não são nem cem pessoas. –Sorriu.
-E o religioso?
-Então, é por isso que eu não queria algo tão refinado agora. Planejamos um religioso pra depois dos filhos, talvez daqui há cinco anos, por que até lá já vamos ter tudo organizando.
-E só estão se casando por quê você está grávida?
-Não, ele tinha me pedido antes. Na verdade, eu acho que engravidei na noite de comemoração. –Sorriu sentindo o rosto corar apesar de ser mentira. –Ou no natal, mas ele me pediu em casamento no meu aniversário, dia quatorze de dezembro.
-Ok. Bem, ragazza, eu trouxe alguns modelos mais simples, só que não combinam com qualquer lugar. Onde será a recepção?
-No quintal da nossa casa. –Valentino a encarou com desagrado. –Bom, não é um simples quintal e nem uma simples casa. Eu tenho uma foto aqui. –Disse retirando o celular do bolso. –Tirei dele brincando com os pulguentos, mas da pra ver mais ou menos como é.
-É uma área grande. Dependendo da ornamentação, da pra fazer algo bonito e simples.
-Sim, por isso que nós planejamos ser lá. –Guardou o aparelho.
-E a lua-de-mel?
-O Zac está cuidando desses detalhes. –Sorriu forçada. Ian tinha comentado sobre eles terem uma invasão para fazer na semana do que deveria ser a lua-de-mel.
-Entendi. –Sorriu. –Os esboços que eu trouxe que podem te agradar são esses. –Lhe entregou algumas folhas e Vanessa suspirou. A tarde seria longa.
[...]
-E então?
-Estou fazendo o melhor que posso. –Suspirou pressionando a escuta. –Gabriela não sai da minha cola e nem a Susana.
-E o Enzo?
-Ele chegou, mas está trancado no escritório com três amigos. Tenho certeza que são da máfia também. O modo que eles olharam pra mim...
-Então eles sabem.
-O que? De você?
-De nós. Tome cuidado e não fique sozinha.
-E como não vou ficar sozinha se o plano é...
-Já basta um mafioso ficar te cercando, Vanessa, não quero outros três.
-Não sabia que você tinha tantos inimigos para eu me preocupar.
-Não sou eu, é o FBI, e na verdade, tenho poucos inimigos, mas eles não servem pra nada.
-Por isso estão vivos?
-Sim. –Ouviu Vanessa suspirar. –Com medo de mim?
-Não, só estou pensando se aquele do colégio militar é...
-Não pense. –Z a interrompeu. –Escuta, o que eu quero que você faça agora é que invente uma dor, depois drama e me ligue.
-Mas o plano...
-Pro inferno esse plano! Você já escolheu o vestido, certo?
-Já, mas...
-Então não tem mais motivo para ficar aí. Não quero você correndo riscos pelo FBI sendo que não lhes deve nada.
-Eles me protegeram por anos!
-Seu pai e eu que te protegemos.
-Zachary, eu me comprometi e vou cumprir.
-Não, Vanessa, você vai... –A porta foi aberta num rompante. –Quem está aí?
-Senhor Enzo, em que posso ajudar?
-Com quem está falando? –Zac ouviu a voz grave do mafioso e engoliu em seco.
-Com meu bebê. –V respondeu nervosa. –Parece loucura por ele ser minúsculo e provavelmente nem ter as orelhas ainda, mas eu gosto de conversar com ele.
-E por quê está nervosa?
-Por que parece que ninguém nessa casa aceita meu filho ou meu casamento. Na verdade, eu tenho quase certeza de que o senhor veio aqui só pra repetir o discurso da Gabriela, tentar me fazer pensar melhor e terminar com o Zac ou adiar o casamento e...
-Não, você sabe que não é por isso.
-Bem, a Gabriela mentiu então. –Deu de ombros. –Ela me falou que o senhor queria falar com o Zac e que provavelmente seria sobre isso.
-Envolve o seu noivo, sim, mas por outros motivos.
-Se é sobre o bebê, saiba que nós não vamos tirar.
-Que bom que tocou no assunto. O bebê realmente existe?
-Claro que sim! Porquê eu mentiria sobre isso?
-Por que a sua vida é uma teia de mentiras. –Deu de ombros e a encarou enquanto fechava a porta.
-Porquê diz isso? Você nem me conhece.
-Mas conheço seu noivo.
-Sério? –Cruzou os braços. –E desde quando?
-Não se faça de tonta, garota. Você sabe muito bem o passado do seu noivo e o que ele é de verdade.
-O passado? E de que passado o senhor insinua?
-De uma criança problemática que foi expulsa de um colégio interno e em seguida, um colégio militar. Isso antes dos dez anos de idade. Um verdadeiro demônio! –V gargalhou. –Do que ri?
-Acho que o senhor se enganou de Zac, senhor Enzo. –Riu mais ainda. –Ele pode até estar diferente de quando eu o conheci, mas não acho que seja esse monstro.
-Outro belo ponto. Amigos de infância em que vida? Ele foi uma criança solitária e não teve nenhuma amizade, nem mesmo no internato ou no colégio.
-Fomos amigos, sim. Confesso que me lembro de pouca coisa da minha infância, mas éramos amigos até ele precisar viajar para algum lugar. –Sentou-se na cama. –Perdemos contato por isso, mas graças ao destino nós nos reencontramos novamente. –Sorriu. –E vamos ter um bebê. Daria um belo filme, não acha?
-Você quer mesmo insistir nisso? Acha que eu não sei que você sabe que o seu noivo, se é que é noivo mesmo, é um vermezinho nojento do FBI?
-O Zac? Do FBI? –V perguntou séria, mas logo gargalhou. –Eu não sabia que o senhor era tão engraçado, senhor Enzo.
-Você sabe que não é mentira.
-Isso é ridículo! Ele é apenas um agente particular, ganha seu dinheiro honestamente e...
-Você é uma deles também, tenho certeza. Fala com todo vigor, mas o seu olhar te entrega. Você pisca duas vezes mais do que uma pessoa normal e respira em falso as vezes; sinais típicos de mentirosos.
-Pisco por que o clima daqui é seco e sou obrigada a hidratar meus olhos, e não acho que estou respirando diferente. Um deles? Eles quem? Humanos?
-Agentes do FBI.
-Uma ex atendente de cafeteria sendo agente do FBI? Quão absurdo isso parece pra você?
-O mundo da voltas.
-Sim, mas não se chacoalha para tirar uma garota de um canto e colocá-la em outra totalmente nada a ver.
-Então o relacionamento é real?
-Claro que é. Porquê eu mentiria sobre isso, ou melhor, sobre qualquer coisa? Não devo satisfação da minha vida para ninguém, e nem se devesse eu não mentiria.
-Será mesmo? Gabriela disse que você mudou muito.
-E dai? Ela também mudou ficando contra o Zac. Não entendo o porque. A única coisa que mudou foi que eu vou ser mãe, mas ela até chorou quando ele me pediu em casamento.
-Filho é algo sério, ainda mais se o pai do bebê é uma total farsa.
-Você não conhece o Zac.
-Mas conheci a família dele. David Efron, já ouviu falar?
-O pai dele, e dai?
-Agente Senior da CIA, um grande problema para mim.
-Mas...
-E Alexander Efron é um nome conhecido pra você?
-O avô dele. –Deu de ombros.
-Não apenas o avô dele. Era um Agente Senior bem sucedido no FBI, mas por ser algo que praticamente o matou, David decidiu ir para a CIA, algo mais “leve”.
-Eu não sei do que você está falando. –E não era mentira. Vanessa sabia pouco dos pais de Zac, mas do avô só sabia que carregava o nome dele.
-Será mesmo? O Zachary é do FBI, mas já foi da CIA por que o pai o instruiu a ser de lá, já que não queria que o filho passasse pelo que ele passou, ou até mesmo os netos, mas Gregory Hudgens fez com que ele deixasse isso de lado e fosse para o lado pesado.
-Claro, meu pai também tinha que fazer parte disso. –V disse. –E minha mãe e a mãe do Zac faziam o que? Selecionavam as missões? Eles eram o quarteto fantástico por acaso? Me desculpe pela grosseria, mas você está sendo mais do que ridículo, senhor Garcia.
-Não estou mentindo, senhorita Hudgens.
-Tá, suponhamos que seja verdade. O senhor seria o que? O vilão? É o que parece já que fala com tanto ódio.
-Quase isso. –Deu passos para trás. –Não estou convencido de que você realmente não sabe dessa história.
-Desculpe, minha mãe só lia histórias de princesas para mim; nada de “O incrível mundo de agentes”.
-O que me confunde é o fato do Efron ter te pedido em casamento. O FBI não permite relacionamentos, então, temos duas hipóteses: ou eles estão te enganando, ou vocês estão me enganando. Seja qual for, eu não gostei de nenhuma das duas.
-Eu só sei que o senhor está meio maluquinho da cabeça. O Zac um agente?! –Riu. –Ouviu isso, filho? Seu pai é um agente. Como será que isso funciona? É tipo o exército que os filhos são obrigados a fazer parte porque o pai foi? Se for verdade, nós fugimos. Deve ser horrível ser obrigado a fazer algo que não quer... Mas deve ser ótimo saber da vida dos outros. Vamos conversar sobre isso na hora certa.
-Garota, você realmente não sabia?
-Saber do que? O senhor não quer que eu acredite nisso, né? É ridículo.
-Vai me dizer que nunca notou a super proteção?
-E dai? O Zac sempre foi assim; desde criança ele me colocava embaixo do ombro dele e me arrastava pelos cantos. Era um pouco ruim por que eu era mais alta, mas agora que ele está grande e forte, é até fofo.
-É perceptível que você está apaixonada, mas e ele?
-Bem, isso o senhor vai precisar perguntar pra ele, mas acredito que só por ele ter me pedido em casamento e ter me apoiado, já é...
-Motivo pra achar que tudo faz parte de um plano, mas isso não faz sentido; Gregory era amigo dele.
-Claro, meu pai morto era amigo do Zac, com certeza. –Ironizou.
-Seu pai morreu não tem um ano.
-E minha mãe mentiu por dezesseis anos? Desculpe, mas isso eu não admito. Pode falar o que quiser do Zac, do pai dele, do meu pai, de quem quer que seja; mas nunca fale da minha mãe. O senhor pode me expulsar, mas eu não vou permitir isso. –Apontou o dedo e Enzo a analisou.
-Certo, talvez você realmente não sabia dessa história e seja mais uma vitima das mentiras do FBI.
-Que FBI que nada. É mais provável você ser da máfia do que o Zac ser do FBI.
-Como disse? –Enzo se alterou.
-Oras, faz todo o sentido. Quem está morando na Itália e vive nessa mansão estilo “O Poderoso Chefão” é o senhor, e o Zac só foi para a América por que eu quis ir aceitar o emprego. Por ele, nós ainda estávamos na França.
-Acontece que ela deixou de dormir comigo desde que conheceu esse carinha, e foi daí pra pior. –Resmungou. –Ela me trocou, trocou á todos os amigos, por um cara!
-É o noivo dela, amigo de infância...
-Nem me venha com desculpas, mamãe, se nem ela mesmo nega. Diz que se não apoiarmos, ela para de falar com a gente e continua bem.
-Eu nunca disse isso! –V se defendeu. –Apenas disse que não ia discutir com vocês e que se não aprovam meu casamento, então, deverão se afastar por que vai acontecer, vamos formar uma família e eu não quero nenhum transtorno pro meu filho.
-E ela tem razão.
-Mamãe!
-Minha filha, você está querendo crucificar sua amiga por quê está com ciúme do noivo dela ou do filho? –Encarou Gabriela que engoliu em seco. –Por que se for de um bebê indefeso que só merece amor...
-Ora, mamãe, você me conhece.
-E é por conhecer que faço a pergunta. Até uns dias atrás você me dizia que queria um relacionamento igual ao da sua amiga e...
-Não me diga que você também está afim do Zac, garota. –V a puxou pelo braço.
-Lógico que não! –Gabriela tentou puxar o braço, o que foi em vão. Vanessa estava bem mais forte do que ela. –Você me conhece e sabe que eu jamais faria isso com você.
-Acho bom mesmo, por que você não me conhece e não sabe do que eu sou capaz de fazer. –Puxou Gabriela para mais perto. –Meu noivo é só meu, entendeu?
-Me larga! –Se afastou e V precisou se controlar para não rir da cara de espanto da amiga. –Você está obcecada por esse cara e nem se lembra do que ele fez lá com a namorada do amigo dele.
-O passado é passado, agora ouça bem: não se meta no meu futuro.
-Você está completamente perturbada, Vanessa! Eu sou Gabriela, sua amiga, que nunca nem sonhei com esse carinha pra mim. Confesso que acho bonito, mas desde aquela noite na república...
-Ok, Gabi, não quero seu discurso. Só quero deixar claro que se alguém interferir nessa relação, ou ao menos tentar, vai sofrer consequências, e eu não estou para brincadeiras.
-Sim, eu já entendi isso; todos nós já entendemos! –Suspirou. –Já parou pra pensar que ele pode não ser tudo isso?
-De novo esse assunto?! Sério? Troca o disco pelo menos. –Pediu indo pro colo de Zac. –Eu o conheço mais do que vocês imaginam.
-Será mesmo? E ele por acaso te conhece? Vocês podem ter sido amigos de infância, mas as coisas mudam e...
-Chega. –Susana disse. –O estilista chegou e eu não quero um “pio” sequer a respeito desse assunto, está claro?
-Tanto faz. –Gabriela revirou os olhos e recebeu um olhar negativo de Susana.
-Valentino, querido. –Susana o saudou com dois beijinhos e tanto Zac quanto Vanessa arregalaram os olhos.
-Minha bela Susana, como está? E Enzo? –O estilista saudou entrando na casa. –Buon pomeriggio a tutti. (Boa tarde a todos). –Sorriu. –É este o casal? –Puxou Vanessa pelas mãos, colocando-a de pé. –La mia bella, sono magnific, e sarà bellissima in nessuno dei miei vestiti. (Minha bela, você é magnífica, e ficará belíssima em qualquer um dos meus vestidos.
-Grazie, ma mi perdoni. Non sarò in grado di usarli. (Obrigada, mas me perdoe. Eu não vou ser capaz de usá-los.) –Puxou as mãos.
-E por quê não? –Valentino questionou ofendido.
-Ela quis dizer que não vai poder usar qualquer um pois está grávida e logo a barriguinha vai aparecer. –Susana tentou consertar.
-Ah, un bambino. –O estilista sorriu. –Eu posso fazer adaptações dependendo do modelo que você escolher e...
-Não, me desculpe. –Olhou para Zac pedindo ajuda. –Eu não quero que a Dona Susana gaste tanto comigo se nem ao menos a filha dela está a favor do meu casamento; não quero problemas e pode nem dar certo e...
-Amor, relaxa. –Z a abraçou. –Está tudo bem, ninguém vai te obrigar. Se quiser, pode casar de moletom que eu nem ligo.
-Come è romantico, ma anche di cattivo gusto. (Como é romântico, mas também de mau gosto.) –Valentino negou com a cabeça. –Escuta, meu jovem, a sua noiva é linda demais para casar com roupas de ficar em casa.
-Non i vestiti, ma il modello. Non ci piace cose fi fantasia o appariscente, di fatto, la nostra vita è molto tranquilla. (Não é a roupa, mas o modelo. Nós não gostamos de coisas extravagantes ou chamativas, de fato, a nossa vida é muito tranquila.)
-Claro. –V riu e ele logo a encarou.
-Okay, non è così tranquilla come pure, ma noi siamo calmi. (Ok, não é tão tranquila, mas somos calmos.) –V gargalhou. –Tesoro, sto cercando di aiutare, ma se non volete, è lì con loro. (Querida, eu estou tentando ajudar, mas se você não quiser, fica com eles.) –V encarou o namorado e não conseguiu controlar a risada. –Lo sposo non può vedere il vestito, giusto? (O noivo não pode ver o vestido, certo?) –Sorriu erguendo uma sobrancelha.
-Nem pense nisso. –V semicerrou os olhos.
-Arrivederci.
-Não seja chato, amor. –O puxou. –Eu só estava me divertindo.
-Com o que, posso saber?
-O modo que você enrola a língua pra falar italiano é tão fofo. –Roubou um beijo rápido.
-Que belo casal, mas o noivo ainda não pode ver o vestido. –Valentino disse.
-Nós sabemos, e ele já estava de saída, certo? –Gabriela provocou.
-Sim, eu tenho coisas para vê. –Beijou Vanessa novamente. –Até logo.
-Vou sentir saudade. –Falou melancólica e viu a amiga revirar os olhos.
-Também. –Lhe deu um selinho. –Buon pomeriggio. (Boa tarde) –Desejou se afastando e logo saiu pela porta.
-Vocês são maus.
-Da azar o noivo ver o vestido antes do casamento. –Susana disse sentando ao lado dela. –Bem, Valentino, me diga o que trouxe.
-O que a ragazza gosta?
-Simplicidade. –V respondeu dando de ombros. –Nada de coisas grandes estilo princesa pra mim ou muito brilho.
-Para quando é o casamento?
-Bem, estamos tentando organizar tudo para o início do mês que vem, o mais tardar, claro. É só o civil mesmo.
-Civil? –Valentino encarou Susana. –E terá festa depois, certo?
-Sim, algo para amigos íntimos; não são nem cem pessoas. –Sorriu.
-E o religioso?
-Então, é por isso que eu não queria algo tão refinado agora. Planejamos um religioso pra depois dos filhos, talvez daqui há cinco anos, por que até lá já vamos ter tudo organizando.
-E só estão se casando por quê você está grávida?
-Não, ele tinha me pedido antes. Na verdade, eu acho que engravidei na noite de comemoração. –Sorriu sentindo o rosto corar apesar de ser mentira. –Ou no natal, mas ele me pediu em casamento no meu aniversário, dia quatorze de dezembro.
-Ok. Bem, ragazza, eu trouxe alguns modelos mais simples, só que não combinam com qualquer lugar. Onde será a recepção?
-No quintal da nossa casa. –Valentino a encarou com desagrado. –Bom, não é um simples quintal e nem uma simples casa. Eu tenho uma foto aqui. –Disse retirando o celular do bolso. –Tirei dele brincando com os pulguentos, mas da pra ver mais ou menos como é.
-É uma área grande. Dependendo da ornamentação, da pra fazer algo bonito e simples.
-Sim, por isso que nós planejamos ser lá. –Guardou o aparelho.
-E a lua-de-mel?
-O Zac está cuidando desses detalhes. –Sorriu forçada. Ian tinha comentado sobre eles terem uma invasão para fazer na semana do que deveria ser a lua-de-mel.
-Entendi. –Sorriu. –Os esboços que eu trouxe que podem te agradar são esses. –Lhe entregou algumas folhas e Vanessa suspirou. A tarde seria longa.
[...]
-E então?
-Estou fazendo o melhor que posso. –Suspirou pressionando a escuta. –Gabriela não sai da minha cola e nem a Susana.
-E o Enzo?
-Ele chegou, mas está trancado no escritório com três amigos. Tenho certeza que são da máfia também. O modo que eles olharam pra mim...
-Então eles sabem.
-O que? De você?
-De nós. Tome cuidado e não fique sozinha.
-E como não vou ficar sozinha se o plano é...
-Já basta um mafioso ficar te cercando, Vanessa, não quero outros três.
-Não sabia que você tinha tantos inimigos para eu me preocupar.
-Não sou eu, é o FBI, e na verdade, tenho poucos inimigos, mas eles não servem pra nada.
-Por isso estão vivos?
-Sim. –Ouviu Vanessa suspirar. –Com medo de mim?
-Não, só estou pensando se aquele do colégio militar é...
-Não pense. –Z a interrompeu. –Escuta, o que eu quero que você faça agora é que invente uma dor, depois drama e me ligue.
-Mas o plano...
-Pro inferno esse plano! Você já escolheu o vestido, certo?
-Já, mas...
-Então não tem mais motivo para ficar aí. Não quero você correndo riscos pelo FBI sendo que não lhes deve nada.
-Eles me protegeram por anos!
-Seu pai e eu que te protegemos.
-Zachary, eu me comprometi e vou cumprir.
-Não, Vanessa, você vai... –A porta foi aberta num rompante. –Quem está aí?
-Senhor Enzo, em que posso ajudar?
-Com quem está falando? –Zac ouviu a voz grave do mafioso e engoliu em seco.
-Com meu bebê. –V respondeu nervosa. –Parece loucura por ele ser minúsculo e provavelmente nem ter as orelhas ainda, mas eu gosto de conversar com ele.
-E por quê está nervosa?
-Por que parece que ninguém nessa casa aceita meu filho ou meu casamento. Na verdade, eu tenho quase certeza de que o senhor veio aqui só pra repetir o discurso da Gabriela, tentar me fazer pensar melhor e terminar com o Zac ou adiar o casamento e...
-Não, você sabe que não é por isso.
-Bem, a Gabriela mentiu então. –Deu de ombros. –Ela me falou que o senhor queria falar com o Zac e que provavelmente seria sobre isso.
-Envolve o seu noivo, sim, mas por outros motivos.
-Se é sobre o bebê, saiba que nós não vamos tirar.
-Que bom que tocou no assunto. O bebê realmente existe?
-Claro que sim! Porquê eu mentiria sobre isso?
-Por que a sua vida é uma teia de mentiras. –Deu de ombros e a encarou enquanto fechava a porta.
-Porquê diz isso? Você nem me conhece.
-Mas conheço seu noivo.
-Sério? –Cruzou os braços. –E desde quando?
-Não se faça de tonta, garota. Você sabe muito bem o passado do seu noivo e o que ele é de verdade.
-O passado? E de que passado o senhor insinua?
-De uma criança problemática que foi expulsa de um colégio interno e em seguida, um colégio militar. Isso antes dos dez anos de idade. Um verdadeiro demônio! –V gargalhou. –Do que ri?
-Acho que o senhor se enganou de Zac, senhor Enzo. –Riu mais ainda. –Ele pode até estar diferente de quando eu o conheci, mas não acho que seja esse monstro.
-Outro belo ponto. Amigos de infância em que vida? Ele foi uma criança solitária e não teve nenhuma amizade, nem mesmo no internato ou no colégio.
-Fomos amigos, sim. Confesso que me lembro de pouca coisa da minha infância, mas éramos amigos até ele precisar viajar para algum lugar. –Sentou-se na cama. –Perdemos contato por isso, mas graças ao destino nós nos reencontramos novamente. –Sorriu. –E vamos ter um bebê. Daria um belo filme, não acha?
-Você quer mesmo insistir nisso? Acha que eu não sei que você sabe que o seu noivo, se é que é noivo mesmo, é um vermezinho nojento do FBI?
-O Zac? Do FBI? –V perguntou séria, mas logo gargalhou. –Eu não sabia que o senhor era tão engraçado, senhor Enzo.
-Você sabe que não é mentira.
-Isso é ridículo! Ele é apenas um agente particular, ganha seu dinheiro honestamente e...
-Você é uma deles também, tenho certeza. Fala com todo vigor, mas o seu olhar te entrega. Você pisca duas vezes mais do que uma pessoa normal e respira em falso as vezes; sinais típicos de mentirosos.
-Pisco por que o clima daqui é seco e sou obrigada a hidratar meus olhos, e não acho que estou respirando diferente. Um deles? Eles quem? Humanos?
-Agentes do FBI.
-Uma ex atendente de cafeteria sendo agente do FBI? Quão absurdo isso parece pra você?
-O mundo da voltas.
-Sim, mas não se chacoalha para tirar uma garota de um canto e colocá-la em outra totalmente nada a ver.
-Então o relacionamento é real?
-Claro que é. Porquê eu mentiria sobre isso, ou melhor, sobre qualquer coisa? Não devo satisfação da minha vida para ninguém, e nem se devesse eu não mentiria.
-Será mesmo? Gabriela disse que você mudou muito.
-E dai? Ela também mudou ficando contra o Zac. Não entendo o porque. A única coisa que mudou foi que eu vou ser mãe, mas ela até chorou quando ele me pediu em casamento.
-Filho é algo sério, ainda mais se o pai do bebê é uma total farsa.
-Você não conhece o Zac.
-Mas conheci a família dele. David Efron, já ouviu falar?
-O pai dele, e dai?
-Agente Senior da CIA, um grande problema para mim.
-Mas...
-E Alexander Efron é um nome conhecido pra você?
-O avô dele. –Deu de ombros.
-Não apenas o avô dele. Era um Agente Senior bem sucedido no FBI, mas por ser algo que praticamente o matou, David decidiu ir para a CIA, algo mais “leve”.
-Eu não sei do que você está falando. –E não era mentira. Vanessa sabia pouco dos pais de Zac, mas do avô só sabia que carregava o nome dele.
-Será mesmo? O Zachary é do FBI, mas já foi da CIA por que o pai o instruiu a ser de lá, já que não queria que o filho passasse pelo que ele passou, ou até mesmo os netos, mas Gregory Hudgens fez com que ele deixasse isso de lado e fosse para o lado pesado.
-Claro, meu pai também tinha que fazer parte disso. –V disse. –E minha mãe e a mãe do Zac faziam o que? Selecionavam as missões? Eles eram o quarteto fantástico por acaso? Me desculpe pela grosseria, mas você está sendo mais do que ridículo, senhor Garcia.
-Não estou mentindo, senhorita Hudgens.
-Tá, suponhamos que seja verdade. O senhor seria o que? O vilão? É o que parece já que fala com tanto ódio.
-Quase isso. –Deu passos para trás. –Não estou convencido de que você realmente não sabe dessa história.
-Desculpe, minha mãe só lia histórias de princesas para mim; nada de “O incrível mundo de agentes”.
-O que me confunde é o fato do Efron ter te pedido em casamento. O FBI não permite relacionamentos, então, temos duas hipóteses: ou eles estão te enganando, ou vocês estão me enganando. Seja qual for, eu não gostei de nenhuma das duas.
-Eu só sei que o senhor está meio maluquinho da cabeça. O Zac um agente?! –Riu. –Ouviu isso, filho? Seu pai é um agente. Como será que isso funciona? É tipo o exército que os filhos são obrigados a fazer parte porque o pai foi? Se for verdade, nós fugimos. Deve ser horrível ser obrigado a fazer algo que não quer... Mas deve ser ótimo saber da vida dos outros. Vamos conversar sobre isso na hora certa.
-Garota, você realmente não sabia?
-Saber do que? O senhor não quer que eu acredite nisso, né? É ridículo.
-Vai me dizer que nunca notou a super proteção?
-E dai? O Zac sempre foi assim; desde criança ele me colocava embaixo do ombro dele e me arrastava pelos cantos. Era um pouco ruim por que eu era mais alta, mas agora que ele está grande e forte, é até fofo.
-É perceptível que você está apaixonada, mas e ele?
-Bem, isso o senhor vai precisar perguntar pra ele, mas acredito que só por ele ter me pedido em casamento e ter me apoiado, já é...
-Motivo pra achar que tudo faz parte de um plano, mas isso não faz sentido; Gregory era amigo dele.
-Claro, meu pai morto era amigo do Zac, com certeza. –Ironizou.
-Seu pai morreu não tem um ano.
-E minha mãe mentiu por dezesseis anos? Desculpe, mas isso eu não admito. Pode falar o que quiser do Zac, do pai dele, do meu pai, de quem quer que seja; mas nunca fale da minha mãe. O senhor pode me expulsar, mas eu não vou permitir isso. –Apontou o dedo e Enzo a analisou.
-Certo, talvez você realmente não sabia dessa história e seja mais uma vitima das mentiras do FBI.
-Que FBI que nada. É mais provável você ser da máfia do que o Zac ser do FBI.
-Como disse? –Enzo se alterou.
-Oras, faz todo o sentido. Quem está morando na Itália e vive nessa mansão estilo “O Poderoso Chefão” é o senhor, e o Zac só foi para a América por que eu quis ir aceitar o emprego. Por ele, nós ainda estávamos na França.
-E você acha que o FBI é limitado aos Estados Unidos?
-E eu sei lá? Me diga o senhor que sabe tanto desse mundo.
-Pelo visto, você é apenas uma ignorante mesmo. –Constatou. –A América está te usando para alguma coisa, tenho certeza, só não sei para que. No fundo, eu tenho pena. Não quero que morra, afinal, minha filha sofrerá.
-Só vou morrer na hora certa. –Deu de ombros. –No momento, estou gerando uma vida. Meu filho e meu noivo são as duas pessoas mais importantes no mundo para mim, por isso, não tente fazer minha cabeça contra eles. Não vai acontecer.
-Esqueça a conversa que tivemos aqui.
-Vou fazer o contrário; vou contar pro meu filho antes de dormir. –Riu. –Ele vai se divertir, tenho certeza.
-Você está rindo agora, mas no final, talvez não seja assim.
-Eu confio no meu noivo de olhos fechados.
-Ele continua mentindo pra você.
-Pode ser que sim, pode ser que não. Quem sabe? O mundo da voltas, não é verdade? –Enzo concordou com a cabeça e saiu. –Ai meu Deus.
-Shiiiu, antes de falar alguma coisa, verifique se não tem nenhuma escuta por aí. –Z ordenou. –Olhe o chão, os móveis, as paredes. Se quiser falar comigo, fale como se fosse com o bebê. O quarto não é seguro até a vistoria.
-Filho, é cada uma que inventam. Claro que se o seu pai fosse um agente, eu mataria ele, ou talvez não. Poderia fazer ele me contar os segredos das “nojentinhas” do trabalho, que tal?
-Isso, seja fútil. –Z concordou e V revirou os olhos. –Não revire os olhos para mim.
-É melhor esquecer isso, né, bebê? E se a gente ligasse pro papai antes de tirar um cochilo? É capaz dele ligar primeiro já que me conhece tanto que até assusta.
-A Gabriela está subindo; arranje um modo de ir atrás do Enzo para colocar as nossas escutas.
-Filho, será que eu fui muito rude com ele? Talvez ele só tenha inventado por que queria me testar. Devemos pedir desculpas? Sim, é devemos por que nós vamos juntos, não adianta reclamar.
-Vanessa, eu quero falar com você. –Gabriela avisou rompendo pela porta.
-E eu preciso falar com o seu pai.
-Sobre?
-Assunto nosso. Você sabe aonde ele está?
-Escritório.
-Ele gosta de chocolate?
-Sim. –Respondeu sem entender.
-Vou levar dois pra ele. –Disse mexendo nas malas. –Nos vemos mais tarde.
-Vanessa...
-Eu volto logo.
Encontrou alguns seguranças e empregados pelos corredores e perguntou aonde ficava o escritório. Os seguranças não queriam permitir a passagem, mas Vanessa fez sua melhor cara de cachorro abandonado e conseguiu entrar.
-Ok, você vai colocar as escutas debaixo da mesa e vai procurar os documentos. –Z avisou. –Nada de falar comigo.
-Ok, filho, vamos testar o que falar. –V disse dando uma olhada no lugar atrás de câmeras escondidas. –Belo escritório, senhor Garcia; tudo na sua casa é muito bonito e requintado. Sua mesa é belíssima, a madeira é de boa qualidade e é lisa debaixo. –Encaixou as escutas. –Não, está errado. Os chocolates que eu coloquei aqui... Aonde eu coloco os chocolates? –Começou a revirar alguns papéis. –Não, perto de algum quadro é melhor! Um de família para deixar claro que eu só quero o bem da minha família, assim como ele quer o da dele. –Ouviu a porta se abrir. –Ai meu Deus, Gabriela, que susto!
-O que você faz aqui? Papai está na sala.
-E eu sei lá? Me diga o senhor que sabe tanto desse mundo.
-Pelo visto, você é apenas uma ignorante mesmo. –Constatou. –A América está te usando para alguma coisa, tenho certeza, só não sei para que. No fundo, eu tenho pena. Não quero que morra, afinal, minha filha sofrerá.
-Só vou morrer na hora certa. –Deu de ombros. –No momento, estou gerando uma vida. Meu filho e meu noivo são as duas pessoas mais importantes no mundo para mim, por isso, não tente fazer minha cabeça contra eles. Não vai acontecer.
-Esqueça a conversa que tivemos aqui.
-Vou fazer o contrário; vou contar pro meu filho antes de dormir. –Riu. –Ele vai se divertir, tenho certeza.
-Você está rindo agora, mas no final, talvez não seja assim.
-Eu confio no meu noivo de olhos fechados.
-Ele continua mentindo pra você.
-Pode ser que sim, pode ser que não. Quem sabe? O mundo da voltas, não é verdade? –Enzo concordou com a cabeça e saiu. –Ai meu Deus.
-Shiiiu, antes de falar alguma coisa, verifique se não tem nenhuma escuta por aí. –Z ordenou. –Olhe o chão, os móveis, as paredes. Se quiser falar comigo, fale como se fosse com o bebê. O quarto não é seguro até a vistoria.
-Filho, é cada uma que inventam. Claro que se o seu pai fosse um agente, eu mataria ele, ou talvez não. Poderia fazer ele me contar os segredos das “nojentinhas” do trabalho, que tal?
-Isso, seja fútil. –Z concordou e V revirou os olhos. –Não revire os olhos para mim.
-É melhor esquecer isso, né, bebê? E se a gente ligasse pro papai antes de tirar um cochilo? É capaz dele ligar primeiro já que me conhece tanto que até assusta.
-A Gabriela está subindo; arranje um modo de ir atrás do Enzo para colocar as nossas escutas.
-Filho, será que eu fui muito rude com ele? Talvez ele só tenha inventado por que queria me testar. Devemos pedir desculpas? Sim, é devemos por que nós vamos juntos, não adianta reclamar.
-Vanessa, eu quero falar com você. –Gabriela avisou rompendo pela porta.
-E eu preciso falar com o seu pai.
-Sobre?
-Assunto nosso. Você sabe aonde ele está?
-Escritório.
-Ele gosta de chocolate?
-Sim. –Respondeu sem entender.
-Vou levar dois pra ele. –Disse mexendo nas malas. –Nos vemos mais tarde.
-Vanessa...
-Eu volto logo.
Encontrou alguns seguranças e empregados pelos corredores e perguntou aonde ficava o escritório. Os seguranças não queriam permitir a passagem, mas Vanessa fez sua melhor cara de cachorro abandonado e conseguiu entrar.
-Ok, você vai colocar as escutas debaixo da mesa e vai procurar os documentos. –Z avisou. –Nada de falar comigo.
-Ok, filho, vamos testar o que falar. –V disse dando uma olhada no lugar atrás de câmeras escondidas. –Belo escritório, senhor Garcia; tudo na sua casa é muito bonito e requintado. Sua mesa é belíssima, a madeira é de boa qualidade e é lisa debaixo. –Encaixou as escutas. –Não, está errado. Os chocolates que eu coloquei aqui... Aonde eu coloco os chocolates? –Começou a revirar alguns papéis. –Não, perto de algum quadro é melhor! Um de família para deixar claro que eu só quero o bem da minha família, assim como ele quer o da dele. –Ouviu a porta se abrir. –Ai meu Deus, Gabriela, que susto!
-O que você faz aqui? Papai está na sala.
-Você me disse que ele estava aqui, eu vim procurar e agora estou esperando.
-E você avisou pra ele que estava aqui?
-Não.
-E como ele ia saber?
-Ah, sei lá. Eu poderia só escrever um bilhete e sair. Bem melhor. –Começou a revirar os papéis de Enzo novamente.
-Não, Vanessa; isso é errado por dois motivos. Primeiro: nem minha mãe manda bilhetes, quem dirá você; segundo: meu pai gosta de conversas olho no olho. Se você foi capaz de falar ou fazer algo olhando pra ele, vai te que fazer o mesmo para se desculpar.
-E eu que achava que você era difícil.
-Você acostuma. –Deu de ombros. –O que vocês conversaram?
-Nada demais, só que eu fui rude e me senti mal depois, entende?
-Você está sendo muito rude ultimamente.
-Cala a boca.
-Viu?
-Culpe os hormônios como todo mundo.
-Vanessa, tenha dó. Você já teve desculpas melhores.
-O que você quer falar comigo afinal?
-Só queria me desculpar. Sei que foi errado ser contra o bebê, mas sei lá, só me pareceu certo ser assim. Tive medo do Zac te largar sozinha.
-E descontar no meu filho faria o Zac não me largar?
-De certa forma sim; vocês estão mais unidos agora.
-Não estamos não; somos os mesmos de sempre, só não temos vocês nos babando. –Cruzou os braços. –Não quero continuar nesse assunto; sem brigas. –Começou a abrir as gavetas. –Acho que tem papel em branco por aqui.
-Desista da ideia de recadinhos; meu pai vai ficar zangado. Na verdade, ele já vai se irritar por você estar mexendo nas coisas dele.
-Em vez de dar palpites, porque você não vai chamar ele pra mim? Assim eu me desculpo e saio logo daqui. Esse lugar me da arrepios.
-Bem vinda ao clube. –Gabriela disse saindo.
-E você avisou pra ele que estava aqui?
-Não.
-E como ele ia saber?
-Ah, sei lá. Eu poderia só escrever um bilhete e sair. Bem melhor. –Começou a revirar os papéis de Enzo novamente.
-Não, Vanessa; isso é errado por dois motivos. Primeiro: nem minha mãe manda bilhetes, quem dirá você; segundo: meu pai gosta de conversas olho no olho. Se você foi capaz de falar ou fazer algo olhando pra ele, vai te que fazer o mesmo para se desculpar.
-E eu que achava que você era difícil.
-Você acostuma. –Deu de ombros. –O que vocês conversaram?
-Nada demais, só que eu fui rude e me senti mal depois, entende?
-Você está sendo muito rude ultimamente.
-Cala a boca.
-Viu?
-Culpe os hormônios como todo mundo.
-Vanessa, tenha dó. Você já teve desculpas melhores.
-O que você quer falar comigo afinal?
-Só queria me desculpar. Sei que foi errado ser contra o bebê, mas sei lá, só me pareceu certo ser assim. Tive medo do Zac te largar sozinha.
-E descontar no meu filho faria o Zac não me largar?
-De certa forma sim; vocês estão mais unidos agora.
-Não estamos não; somos os mesmos de sempre, só não temos vocês nos babando. –Cruzou os braços. –Não quero continuar nesse assunto; sem brigas. –Começou a abrir as gavetas. –Acho que tem papel em branco por aqui.
-Desista da ideia de recadinhos; meu pai vai ficar zangado. Na verdade, ele já vai se irritar por você estar mexendo nas coisas dele.
-Em vez de dar palpites, porque você não vai chamar ele pra mim? Assim eu me desculpo e saio logo daqui. Esse lugar me da arrepios.
-Bem vinda ao clube. –Gabriela disse saindo.
-Seja rápida. –Z mandou. –Enzo vai passar a trancar a porta assim que souber que você entrou aí. Tire as fotos agora!
-Não estou achando folha em branco, filho.
-Não estou achando folha em branco, filho.
-Deve estar dentro de algum desses envelopes.
-Acho que procurar folhas em branco dentro de envelopes é loucura, bebê.
-Vanessa...
-Mas já que não tem nada aqui fora, quem sabe, né? Do jeito que esse povo é meio pirado. –Abriu um envelope e não encontrou nada. –Só tem vento nesse. –Abriu outro. –Achei.
-Tire as fotos e saia dai. –V tirou a mini câmera do bolso da jaqueta e tirou as fotos. Guardou os documentos novamente e abriu um dos chocolates que tinha levado.
-O que você pensa que está fazendo aqui? –Enzo questionou entrando no escritório eufórico.
-No momento, estou procurando um lixo. –Mostrou a embalagem. –Bem, eu vim aqui pedir desculpas e trazer chocolates, mas fiquei com fome e não resisti.
-Saia da minha sala!
-Sim, senhor. –Correu para fora do escritório. –E agora?
-Pegue sua bolsa e saia da casa antes que ele perceba que você mexeu em alguma coisa.
-Ok. –V correu pro quarto e pegou a bolsa que tinha deixado sob a cama. Ouviu a porta do quarto fechar num rompante e alguém passar a chave. Engoliu em seco e ouviu Zac respirar fundo.
-Aonde pensa que vai?
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PS.: Girls, segunda temporada de Whatever Will Be já começou. Corram pra lá, juro que tá beeem legal e eu tenho capítulo de estoque.
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