-Conte tudo. –Gabriela falou abrindo o pote de sorvete.
-Contar o que?
-Vanessa perguntou ingenuamente.
-Como o que? Sobre o Zac, mas desde o começo. Como a amizade
de vocês começou, se vocês já ficaram antes...
-Eu já disse que somos apenas amigos, Gabriela.
-Eram. –Alexandra relembrou-a.
-Ah, sim. Éramos. –Disse tentando convencer a si mesma.
-Pois bem, se conheceram... ?
-Não quero falar do passado. –Abraçou uma almofada.
-Por que não?
-Por que lembra minha mãe e meu pai que eu não conheci.
-Tudo bem então.
-Então fale da atualidade com o Zac. Como vocês se
reencontraram? –Alexandra perguntou sorrindo.
-Meninas...
-Por favor, Vanessa. Você não fala nada sobre ele. Acho que
ele já falou mais dele do que você.
-Dá ultima vez que eu falei dele pra vocês, nós dois
discutimos, lembram?
-Mas não estamos pedindo segredos ou assuntos particulares e
sim sobre vocês dois. Reencontraram-se onde? –Gabriela pressionou.
-Na rua. –Iria falar que foi na cafeteria, mas as amigas poderiam
perguntar a Fred sobre isso. –Ele me reconheceu enquanto eu estava vindo pra casa.
-E ai?
-E ai nada. Ele me ofereceu carona e só.
-Certo. E como foi que ele te pediu em namoro? Digo, na primeira vez.
-Bom... –Não queria entrar em detalhes. Sabia que as meninas na primeira oportunidade questionariam Zac sobre tudo. E se ele negasse? Descobririam a mentira. Ela tinha que conversar com ele, mas e se ela esquece-se de algum detalhe?
-Conta.
-Há dois dias atrás... –Semicerrou os olhos. –Nós fomos para o cinema, lembram?
-Ah, sim. Ele te pediu em namoro no cinema? Que sem graça.
-Na verdade, nós ficamos no cinema. –O que não era toda uma mentira. Eles quase haviam ficado. Se atrapalharam e como eles estavam muito próximos os lábios roçaram, mas nada muito concreto. –Ele disse que queria falar comigo a algum tempo sobre nossos sentimentos e decidimos falar com vocês antes de tomar alguma decisão, afinal, vocês são como a minha família.
-Aw, que fofo. Mas se nós não tivéssemos aprovado, como você reagiria?
-Lógico que você aprovaria, Gabriela. Não tínhamos duvidas sobre a sua opinião.
-Mas e se o resto não aprovasse? Digo, o Alex e o James. Eles são tipo, nossos irmãos mais velhos. O Tyler nem tanto já que ajuda nas nossas fugas noturnas.
-Tínhamos mais receio da opinião de Alex. Ele não se dá muito com o Zac, isso é mais que óbvio. O James é durão, mas sabe respeitar as nossas vontades.
-E o Jason e o Louis? O Louis nem tanto, ele até gostou.
-Mas o Jason... –Alexandra disse sorrindo.
-A opinião do Jason era outra de que não tínhamos duvidas. Ele não gosta do Zac, nunca gostou.
-Isso por que ele gosta de você.
-Não me importo.
-E o Zac, o que pensa sobre isso? –Gabriela perguntou.
-Bom, ele sabe que eu só quero a amizade de Jason e ele confia em mim.
-Mas no Jason, ele confia?
-Não tem o que confiar. Eu nunca ficaria sozinha com o Jason por muito tempo, o Zac morreria. –Sorriu e era verdade, mas por outro motivo. Zac não deixava ela ficar sozinha com outras pessoas por muito tempo, mesmo se supervisiona-se de longe. Tinha medo de algo acontecer a ela, afinal, o Flecher estava a solta e atrás dela.
-Homens com ciúmes é a coisa mais fofa.
-Depende do nível dos ciúmes. –V disse prendendo o cabelo em um coque.
-O que é isso? –Alexandra e Gabriela perguntaram em conjunto olhando para a mão direita de Vanessa.
-O que? –Olhou para a mão e lembrou-se. –Ah, sim. Ele me deu enquanto nos despedíamos.
-Ele te deu um ANEL? –Gabriela perguntou gritando a última palavra.
-Sim, para simbolizar. Não precisa dessa afobação.
-Vanessa, isso é diamante.
-Não, não é. É zircônio.
-É diamante. –Gabriela insistiu.
-Não é.
-Vanessa, meus pais são ricos e minha mãe tem diversas joias, até eu tenho. Eu sei muito bem diferenciar diamantes de zircônios e isso é diamante.
-Está enganada.
-Zircônios brilham, mas não tanto. Quer saber? Vou buscar um par de brincos de diamantes e um anel de zircônio pra te provar que o seu é diamante. –Gabriela disse se levantando e saindo em direção ao seu quarto. Segundos depois ela entrou no quarto novamente se jogando na cama de Alexandra. –Aqui estão. Mê dê seu anel. –Pediu e Vanessa entregou relutante. Será que Zac tinha dado mesmo um anel de diamantes para ela sendo tudo uma farsa?
-E então? Se convenceu que é zircônio? –Vanessa perguntou tentando disfarçar sua curiosidade.
-Não, por que não é. Olha a diferença do seu anel para o meu. O seu brilha muito mais. –Mostrou. –Agora se comparar com os meus brincos, as pedras são praticamente idênticas.
-Você só pode está de brincadeira. –Disse pegando pra comparar. –Droga, Zac.
-Que foi, Vanessa? Ele é seu namorado, deveria te presentear.
-Mas com diamantes?
-Vocês são amigos a muito tempo e por isso ele tem que ser romântico em dobro pra ultrapassar a linha da amizade.
-Não não não não não não e não. Ele não deveria ter gasto tanto comigo. Eu vou matar ele.
-Você deveria era agradecer. Está em extinção homens que ainda dão joias para as mulheres, ainda mais diamantes.
-Mas...
-Mas nada. Se você brigar com ele, eu arranco isso que você chama de cabelo. –Vanessa revirou os olhos. "Mas ele me paga... Ah, se paga" pensou se deitando.
[...]
-Você é louco? Você pensa que eu sou o que? –Vanessa perguntava enquanto o esbofeteava dentro do carro.
-Qual é o seu problema, sua louca? Eu só te desejei bom dia. –Z disse tentando se defender. Ela mal havia entrado no carro e já estava tendo um ataque.
-Você me deu um anel de diamante, DIAMANTE. Você é louco?
-Eu te falei que era do tipo romântico. –Respondeu não entendendo o por que da histeria.
-Você sabe que isso é uma farsa, não sabe?
-E você me deixa esquecer?
-Diamante é demais, Zac.
-Esse anel era da sua mãe. Seu pai deu a ela quando a pediu em casamento, mas quando foi embora levou-o de volta para não deixar nenhuma pista com ela. –Disse segurando os braços dela.
-E você me dá ele assim, sem falar nada?
-Queria uma serenata?
-Você podia ter me contado isso antes.
-Preferi dá a você e quando tivesse oportunidade, conta-se.
-Mas tinha que me da como anel de compromisso?
-Você queria o que? O anel que vem dentro daquele ovo da páscoa?
-Seria muito melhor do que um anel de diamante.
-Eu não entendo você, de verdade. Você não gosta de joias? Que tipo de mulher é você?
-Eu gosto de joias, mas isso é uma farsa. Tudo isso é de mentira e eu não quero me apegar á nada que envolva você por que pode nos prejudicar no futuro. Eu imaginava ganhar um anel de diamantes do meu futuro marido e não de um amigo do meu pai. Eu não posso aceitar...
-É seu, Vanessa. Foi da sua mãe e agora é seu.
-Compra outro anel e mê dá, esse eu não posso usar, ainda mais se foi tão importante para minha mãe.
-Eu não te entendo.
-Não somos namorados de verdade, você não tem que me dá joias de verdade e nem se preocupar em me dá presentes por que não é importante. Isso tudo é teatro, uma farsa. Nada é real. Tudo é mentira.
-Você tem razão, desculpa. –Disse ligando o carro.
-Não precisa ficar chateado. –Percebeu que havia magoado ele, mas no fundo ela não queria se magoar. Eles iriam embora da França e depois tudo acabaria. O namoro falso acabaria e eles voltariam a ser apenas "amigos". Talvez outra pessoa fosse cuidar dela nos EUA, afinal, o trabalho do Zac era apenas tirá-la da França em segurança. Se ela ao menos tivesse a certeza de que eles manteriam uma relação tão amigável quanto essa no território americano... –Zac, por favor.
-Não estou chateado.
-Não minta para mim.
-Não estou mentindo.
-Está sim. Você está chateado.
-Não estou chateado, apenas não quero conversar.
-Não quer conversar por que está chateado.
-Não estou chateado.
-Está magoado então.
-Vanessa...
-Desculpa, ok? Eu não queria ser rude. Eu só quis dizer como me sinto.
-Como sempre. –Disse sussurrando, mas ela ouviu.
-Como assim?
-É sempre assim, Vanessa. Você sempre se poem em primeiro lugar, sempre. Você sempre está no topo da sua lista, pra tudo. Ninguém mais importa além de você.
-Não é assim, eu me importo com os outros.
-Não minta pra mim. A única pessoa que importa pra você é você mesma. Os outros sempre são a segunda opção.
-E você queria o que? Não tenho mais ninguém no mundo, estou sozinha. Não tenho ninguém pra se importar comigo. Se eu não me importar, quem é que vai? Estou totalmente sozinha.
-Você tem tios e tias...
-Que eu não conheço, e do que adiantaria conhecê-los agora? Não estavam comigo quando eu mais precisei, não preciso deles agora. Sou independente desde os meus 17 anos e depois que minha mãe morreu... –Engoliu as lágrimas. –Você acha que é fácil pra mim? Eu larguei as fraldas a pouco tempo praticamente e já passei por tanta coisa...
-Você quer falar de sofrimento? Eu não vejo meus pais desde os meus 8 anos e só descobri a morte deles depois que só havia ossos no túmulo.
-Você os conheceu, pelo menos.
-Melhor se não os tivesse conhecido. Não tem um dia em que eu não pense neles, se eles se orgulhariam de mim, do meu trabalho, das minhas escolhas... Você se considera independente, mas sempre estávamos te vigiando e te protegendo desde que nasceu. Eu sou totalmente independente desde os meus 10 anos. Quando você aceita trabalhar para o governo, você está abrindo mão de si mesmo, se colocando em último lugar na lista de pessoas importantes. Sempre os outros, nunca você. Eu sei o que são dificuldades, Vanessa, e realmente sei o que é ser sozinho no mundo.
-Não tem nenhum parente?
-Ter eu tenho, mas não quero falar sobre ela. Não agora. –Ela. Zac tinha apenas uma mulher como parente. Deve ser alguma prima, pensava Vanessa. –Mas eu nunca a conheci pessoalmente, então é o mesmo que nada.
-Digamos empate, então. Nós dois temos vidas trágicas.
-Minha vida não é tão trágica. Meu trabalho trouxe coisas boas.
-Como o que por exemplo?
-Seu pai e você. –Disse parando o carro e ela viu que eles tinham chegado na cafeteria.
-E espiar a vida dos outros? –Perguntou sorrindo.
-Nem todo mundo tem uma vida tão interessante como a sua. Juan Pablo... –Cantarolou.
-Ai, eu não acredito. –Disse gargalhando. –Você lembra?
-Seu primeiro namorado francês, como eu poderia esquecer? Cantorzinho de quinta categoria e você se derretia.
-Ele era lindo e eu estava encantada. Nunca tinha sido tão bem tratada por um homem, muito menos por um francês.
-Depois que ele conseguiu o que queria, te chutou e você descobriu que todos os franceses são encantadores.
-Ele não me chutou, eu que o chutei. Ele queria avançar na relação e eu não quis.
-Seu pai quase pirou. Sério, tive que conversar muito com ele para fazê-lo mudar de ideia. Ele queria se encontrar com o Juan e mandar ele sair do seu caminho.
-Sério? Oh meu Deus. –Riu.
-Toda vez que você arranjada um namorado novo seu pai pirava e lá ia eu de boa vontade acalmá-lo.
-Que exagero. Meu gosto não é dos piores.
-Acredite, é sim.
-Ninguém merece. Eu não tenho que conversar isso com você.
-Tem sim, somos namorados. Você me deve explicações. –Falou como um maníaco a fazendo gargalhar.
-Eu tenho que ir trabalhar, querido, e você também. Não gosto de homem vagabundo. Não nasci pra sustentar ninguém.
-Te digo o mesmo. Bonjour mon amour. (Bom dia meu amor.) –A beijou no rosto.
-Bonjour. (Bom dia.) –Disse abrindo a porta se deparando com Fred. –Bonjour Fred. (Bom dia Fred).
-Bonjour lady Vanessa, bonjour Zac. –Fred disse e ele apenas acenou. –Nenhum beijo do casal?
-Fred! –Vanessa o repreendeu.
-Lady Vanessa, vocês são namorados agora. Cadê o romantismo?
-Eu acabei de tomar café, não é hora de trocar salivas. Que nojo.
-Hey. –Zac protestou dentro do carro.
-Nada contra você, mon amour. (meu amor). É que eu não sou assim.
-É sim. –Fred e Zac disseram juntos.
-Excusez-moi, des ennemis. (Com licença, inimigos). –Pois a mão na cintura.
-Lady Vanessa, eu tinha que te puxar pelos cabelos para fazer você largar seus outros namorados e entrar na cafeteria.
-Como quem por exemplo?
-Que eu conheci: Juan Pablo, o outro Pablo, Carlos...
-Tout droit, tout droit. Arrive. Je comprends. (Tudo bem, tudo bem. Chega. Eu entendi.) –Vanessa disse interrompendo-o.
-Só os que eu conheci, teve aquele outro loirinho que eu não sei o nome e o dos olhos verdes...
-Je comprends., Fred. (Eu entendi, Fred.) –Vanessa repetiu de entredentes.
-Ok, lady Vanessa. Eu vou deixá-los a sós.
-Agora é tarde, hein. –Disse vendo-o entrar na cafeteria. Olhou para Zac e ele estava com a sobrancelha erguida.
-Nossa.
-Você os conhecia, por favor. Não faça essa cara.
-Eu não me lembrava de todos.
-Eu me apaixono facilmente.
-Sua catraca. –Gargalhou.
-Não sou como uma catraca, não sou tão rodada. –Fez biquinho.
-Não, imagine. –Debochou.
-Cala a boca. Eu vou matar o Fred.
-Faça o que quiser, catraca, mas antes um beijo.
-Que?
-Pelo que percebi seus amigos vão cobrar muito isso. Ande, dê logo. –Ela revirou os olhos. –Direito, sem birra.
-Você está muito saidinho pro meu gosto. –Disse entrando no carro novamente. Lhe deu um selinho demorado e depois, desceu. –Bonjour.
-Bonne journée et bon travail. (Tenha um bom dia e bom trabalho). –Disse antes dela fechar a porta.
Capítulo quentinho. Acabei de terminá-lo. Cheguei do médico agorinha mesmo e corri pro pc só pra terminar pra dá esse gosto há vocês. Todo mundo deve conhecer aquela pessoa "catraca", hein? Pra quem não sabe, catraca é aquela coisa que fica no meio dos ônibus para as pessoas que pagaram passagem passarem. Todo mundo passa na catraca, por isso aqueles amigos que já namoraram muito podem ser considerados como uma catraca. Enfim, a Vanessa é uma na fic(e na vida real, cof cof). Descobrimos um pouquinho, só pouquinho, sobre o Zac. Será que essa parente é prima mesmo? Hm, não sei, não sei. A Vanessa tá chique, hein? Anel de diamante é só pra quem pode. Enfim, curtam o capítulo, comentem e um obrigado a quem comentou.
Xx
-E ai?
-E ai nada. Ele me ofereceu carona e só.
-Certo. E como foi que ele te pediu em namoro? Digo, na primeira vez.
-Bom... –Não queria entrar em detalhes. Sabia que as meninas na primeira oportunidade questionariam Zac sobre tudo. E se ele negasse? Descobririam a mentira. Ela tinha que conversar com ele, mas e se ela esquece-se de algum detalhe?
-Conta.
-Há dois dias atrás... –Semicerrou os olhos. –Nós fomos para o cinema, lembram?
-Ah, sim. Ele te pediu em namoro no cinema? Que sem graça.
-Na verdade, nós ficamos no cinema. –O que não era toda uma mentira. Eles quase haviam ficado. Se atrapalharam e como eles estavam muito próximos os lábios roçaram, mas nada muito concreto. –Ele disse que queria falar comigo a algum tempo sobre nossos sentimentos e decidimos falar com vocês antes de tomar alguma decisão, afinal, vocês são como a minha família.
-Aw, que fofo. Mas se nós não tivéssemos aprovado, como você reagiria?
-Lógico que você aprovaria, Gabriela. Não tínhamos duvidas sobre a sua opinião.
-Mas e se o resto não aprovasse? Digo, o Alex e o James. Eles são tipo, nossos irmãos mais velhos. O Tyler nem tanto já que ajuda nas nossas fugas noturnas.
-Tínhamos mais receio da opinião de Alex. Ele não se dá muito com o Zac, isso é mais que óbvio. O James é durão, mas sabe respeitar as nossas vontades.
-E o Jason e o Louis? O Louis nem tanto, ele até gostou.
-Mas o Jason... –Alexandra disse sorrindo.
-A opinião do Jason era outra de que não tínhamos duvidas. Ele não gosta do Zac, nunca gostou.
-Isso por que ele gosta de você.
-Não me importo.
-E o Zac, o que pensa sobre isso? –Gabriela perguntou.
-Bom, ele sabe que eu só quero a amizade de Jason e ele confia em mim.
-Mas no Jason, ele confia?
-Não tem o que confiar. Eu nunca ficaria sozinha com o Jason por muito tempo, o Zac morreria. –Sorriu e era verdade, mas por outro motivo. Zac não deixava ela ficar sozinha com outras pessoas por muito tempo, mesmo se supervisiona-se de longe. Tinha medo de algo acontecer a ela, afinal, o Flecher estava a solta e atrás dela.
-Homens com ciúmes é a coisa mais fofa.
-Depende do nível dos ciúmes. –V disse prendendo o cabelo em um coque.
-O que é isso? –Alexandra e Gabriela perguntaram em conjunto olhando para a mão direita de Vanessa.
-O que? –Olhou para a mão e lembrou-se. –Ah, sim. Ele me deu enquanto nos despedíamos.
-Ele te deu um ANEL? –Gabriela perguntou gritando a última palavra.
-Sim, para simbolizar. Não precisa dessa afobação.
-Vanessa, isso é diamante.
-Não, não é. É zircônio.
-É diamante. –Gabriela insistiu.
-Não é.
-Vanessa, meus pais são ricos e minha mãe tem diversas joias, até eu tenho. Eu sei muito bem diferenciar diamantes de zircônios e isso é diamante.
-Está enganada.
-Zircônios brilham, mas não tanto. Quer saber? Vou buscar um par de brincos de diamantes e um anel de zircônio pra te provar que o seu é diamante. –Gabriela disse se levantando e saindo em direção ao seu quarto. Segundos depois ela entrou no quarto novamente se jogando na cama de Alexandra. –Aqui estão. Mê dê seu anel. –Pediu e Vanessa entregou relutante. Será que Zac tinha dado mesmo um anel de diamantes para ela sendo tudo uma farsa?
-E então? Se convenceu que é zircônio? –Vanessa perguntou tentando disfarçar sua curiosidade.
-Não, por que não é. Olha a diferença do seu anel para o meu. O seu brilha muito mais. –Mostrou. –Agora se comparar com os meus brincos, as pedras são praticamente idênticas.
-Você só pode está de brincadeira. –Disse pegando pra comparar. –Droga, Zac.
-Que foi, Vanessa? Ele é seu namorado, deveria te presentear.
-Mas com diamantes?
-Vocês são amigos a muito tempo e por isso ele tem que ser romântico em dobro pra ultrapassar a linha da amizade.
-Não não não não não não e não. Ele não deveria ter gasto tanto comigo. Eu vou matar ele.
-Você deveria era agradecer. Está em extinção homens que ainda dão joias para as mulheres, ainda mais diamantes.
-Mas...
-Mas nada. Se você brigar com ele, eu arranco isso que você chama de cabelo. –Vanessa revirou os olhos. "Mas ele me paga... Ah, se paga" pensou se deitando.
[...]
-Você é louco? Você pensa que eu sou o que? –Vanessa perguntava enquanto o esbofeteava dentro do carro.
-Qual é o seu problema, sua louca? Eu só te desejei bom dia. –Z disse tentando se defender. Ela mal havia entrado no carro e já estava tendo um ataque.
-Você me deu um anel de diamante, DIAMANTE. Você é louco?
-Eu te falei que era do tipo romântico. –Respondeu não entendendo o por que da histeria.
-Você sabe que isso é uma farsa, não sabe?
-E você me deixa esquecer?
-Diamante é demais, Zac.
-Esse anel era da sua mãe. Seu pai deu a ela quando a pediu em casamento, mas quando foi embora levou-o de volta para não deixar nenhuma pista com ela. –Disse segurando os braços dela.
-E você me dá ele assim, sem falar nada?
-Queria uma serenata?
-Você podia ter me contado isso antes.
-Preferi dá a você e quando tivesse oportunidade, conta-se.
-Mas tinha que me da como anel de compromisso?
-Você queria o que? O anel que vem dentro daquele ovo da páscoa?
-Seria muito melhor do que um anel de diamante.
-Eu não entendo você, de verdade. Você não gosta de joias? Que tipo de mulher é você?
-Eu gosto de joias, mas isso é uma farsa. Tudo isso é de mentira e eu não quero me apegar á nada que envolva você por que pode nos prejudicar no futuro. Eu imaginava ganhar um anel de diamantes do meu futuro marido e não de um amigo do meu pai. Eu não posso aceitar...
-É seu, Vanessa. Foi da sua mãe e agora é seu.
-Compra outro anel e mê dá, esse eu não posso usar, ainda mais se foi tão importante para minha mãe.
-Eu não te entendo.
-Não somos namorados de verdade, você não tem que me dá joias de verdade e nem se preocupar em me dá presentes por que não é importante. Isso tudo é teatro, uma farsa. Nada é real. Tudo é mentira.
-Você tem razão, desculpa. –Disse ligando o carro.
-Não precisa ficar chateado. –Percebeu que havia magoado ele, mas no fundo ela não queria se magoar. Eles iriam embora da França e depois tudo acabaria. O namoro falso acabaria e eles voltariam a ser apenas "amigos". Talvez outra pessoa fosse cuidar dela nos EUA, afinal, o trabalho do Zac era apenas tirá-la da França em segurança. Se ela ao menos tivesse a certeza de que eles manteriam uma relação tão amigável quanto essa no território americano... –Zac, por favor.
-Não estou chateado.
-Não minta para mim.
-Não estou mentindo.
-Está sim. Você está chateado.
-Não estou chateado, apenas não quero conversar.
-Não quer conversar por que está chateado.
-Não estou chateado.
-Está magoado então.
-Vanessa...
-Desculpa, ok? Eu não queria ser rude. Eu só quis dizer como me sinto.
-Como sempre. –Disse sussurrando, mas ela ouviu.
-Como assim?
-É sempre assim, Vanessa. Você sempre se poem em primeiro lugar, sempre. Você sempre está no topo da sua lista, pra tudo. Ninguém mais importa além de você.
-Não é assim, eu me importo com os outros.
-Não minta pra mim. A única pessoa que importa pra você é você mesma. Os outros sempre são a segunda opção.
-E você queria o que? Não tenho mais ninguém no mundo, estou sozinha. Não tenho ninguém pra se importar comigo. Se eu não me importar, quem é que vai? Estou totalmente sozinha.
-Você tem tios e tias...
-Que eu não conheço, e do que adiantaria conhecê-los agora? Não estavam comigo quando eu mais precisei, não preciso deles agora. Sou independente desde os meus 17 anos e depois que minha mãe morreu... –Engoliu as lágrimas. –Você acha que é fácil pra mim? Eu larguei as fraldas a pouco tempo praticamente e já passei por tanta coisa...
-Você quer falar de sofrimento? Eu não vejo meus pais desde os meus 8 anos e só descobri a morte deles depois que só havia ossos no túmulo.
-Você os conheceu, pelo menos.
-Melhor se não os tivesse conhecido. Não tem um dia em que eu não pense neles, se eles se orgulhariam de mim, do meu trabalho, das minhas escolhas... Você se considera independente, mas sempre estávamos te vigiando e te protegendo desde que nasceu. Eu sou totalmente independente desde os meus 10 anos. Quando você aceita trabalhar para o governo, você está abrindo mão de si mesmo, se colocando em último lugar na lista de pessoas importantes. Sempre os outros, nunca você. Eu sei o que são dificuldades, Vanessa, e realmente sei o que é ser sozinho no mundo.
-Não tem nenhum parente?
-Ter eu tenho, mas não quero falar sobre ela. Não agora. –Ela. Zac tinha apenas uma mulher como parente. Deve ser alguma prima, pensava Vanessa. –Mas eu nunca a conheci pessoalmente, então é o mesmo que nada.
-Digamos empate, então. Nós dois temos vidas trágicas.
-Minha vida não é tão trágica. Meu trabalho trouxe coisas boas.
-Como o que por exemplo?
-Seu pai e você. –Disse parando o carro e ela viu que eles tinham chegado na cafeteria.
-E espiar a vida dos outros? –Perguntou sorrindo.
-Nem todo mundo tem uma vida tão interessante como a sua. Juan Pablo... –Cantarolou.
-Ai, eu não acredito. –Disse gargalhando. –Você lembra?
-Seu primeiro namorado francês, como eu poderia esquecer? Cantorzinho de quinta categoria e você se derretia.
-Ele era lindo e eu estava encantada. Nunca tinha sido tão bem tratada por um homem, muito menos por um francês.
-Depois que ele conseguiu o que queria, te chutou e você descobriu que todos os franceses são encantadores.
-Ele não me chutou, eu que o chutei. Ele queria avançar na relação e eu não quis.
-Seu pai quase pirou. Sério, tive que conversar muito com ele para fazê-lo mudar de ideia. Ele queria se encontrar com o Juan e mandar ele sair do seu caminho.
-Sério? Oh meu Deus. –Riu.
-Toda vez que você arranjada um namorado novo seu pai pirava e lá ia eu de boa vontade acalmá-lo.
-Que exagero. Meu gosto não é dos piores.
-Acredite, é sim.
-Ninguém merece. Eu não tenho que conversar isso com você.
-Tem sim, somos namorados. Você me deve explicações. –Falou como um maníaco a fazendo gargalhar.
-Eu tenho que ir trabalhar, querido, e você também. Não gosto de homem vagabundo. Não nasci pra sustentar ninguém.
-Te digo o mesmo. Bonjour mon amour. (Bom dia meu amor.) –A beijou no rosto.
-Bonjour. (Bom dia.) –Disse abrindo a porta se deparando com Fred. –Bonjour Fred. (Bom dia Fred).
-Bonjour lady Vanessa, bonjour Zac. –Fred disse e ele apenas acenou. –Nenhum beijo do casal?
-Fred! –Vanessa o repreendeu.
-Lady Vanessa, vocês são namorados agora. Cadê o romantismo?
-Eu acabei de tomar café, não é hora de trocar salivas. Que nojo.
-Hey. –Zac protestou dentro do carro.
-Nada contra você, mon amour. (meu amor). É que eu não sou assim.
-É sim. –Fred e Zac disseram juntos.
-Excusez-moi, des ennemis. (Com licença, inimigos). –Pois a mão na cintura.
-Lady Vanessa, eu tinha que te puxar pelos cabelos para fazer você largar seus outros namorados e entrar na cafeteria.
-Como quem por exemplo?
-Que eu conheci: Juan Pablo, o outro Pablo, Carlos...
-Tout droit, tout droit. Arrive. Je comprends. (Tudo bem, tudo bem. Chega. Eu entendi.) –Vanessa disse interrompendo-o.
-Só os que eu conheci, teve aquele outro loirinho que eu não sei o nome e o dos olhos verdes...
-Je comprends., Fred. (Eu entendi, Fred.) –Vanessa repetiu de entredentes.
-Ok, lady Vanessa. Eu vou deixá-los a sós.
-Agora é tarde, hein. –Disse vendo-o entrar na cafeteria. Olhou para Zac e ele estava com a sobrancelha erguida.
-Nossa.
-Você os conhecia, por favor. Não faça essa cara.
-Eu não me lembrava de todos.
-Eu me apaixono facilmente.
-Sua catraca. –Gargalhou.
-Não sou como uma catraca, não sou tão rodada. –Fez biquinho.
-Não, imagine. –Debochou.
-Cala a boca. Eu vou matar o Fred.
-Faça o que quiser, catraca, mas antes um beijo.
-Que?
-Pelo que percebi seus amigos vão cobrar muito isso. Ande, dê logo. –Ela revirou os olhos. –Direito, sem birra.
-Você está muito saidinho pro meu gosto. –Disse entrando no carro novamente. Lhe deu um selinho demorado e depois, desceu. –Bonjour.
-Bonne journée et bon travail. (Tenha um bom dia e bom trabalho). –Disse antes dela fechar a porta.
-----x-----
Capítulo quentinho. Acabei de terminá-lo. Cheguei do médico agorinha mesmo e corri pro pc só pra terminar pra dá esse gosto há vocês. Todo mundo deve conhecer aquela pessoa "catraca", hein? Pra quem não sabe, catraca é aquela coisa que fica no meio dos ônibus para as pessoas que pagaram passagem passarem. Todo mundo passa na catraca, por isso aqueles amigos que já namoraram muito podem ser considerados como uma catraca. Enfim, a Vanessa é uma na fic
Xx